Instigados por bolsonarismo, policiais podem ser vetorvaidebet significado'ruptura democrática', diz presidentevaidebet significadoFórumvaidebet significadoSegurança Pública:vaidebet significado

“Há um grupo minoritário e estridentevaidebet significadobolsonaristas convictos e dispostos a defender o presidente na polícia. Mas o problema não está só neste grupo minoritário, que se opõe politicamente ao governador. O problema está no pensamento da maioria: ‘estou só cumprindo a minha função, não vou brigar com o colega que quer brigar com o governador porque o governador não me dá aumento, vou ficar na minha’”, diz.

“O bolsonarista-raiz, portanto, é minoria na polícia, mas a exaustão pelas condiçõesvaidebet significadovida, trabalho, salário, e um ciclovaidebet significadonão reforma das polícias nos últimos 31 anos, desde a (criação da nova) Constituição, vai permitir que muitos se omitam.”

“Está posto o risco”, alerta o pesquisador, para quem a tensão é alimentada por uma desconexão entre a retórica policialesca do presidente e a faltavaidebet significadoinvestimentos práticos do governo na carreira e no bem-estar dos policiais.

“Bolsonaro já está no governo há um ano e seis meses e não fez nada que pudesse mudar a situaçãovaidebet significadovida e trabalho dos policiais”, diz.

“Não atender as demandas também é uma formavaidebet significadose manter protagonista.Porque se você resolve, você desmobiliza avaidebet significadobase eleitoral. Se você oferece condiçõesvaidebet significadovida e trabalho, você se enfraquece como porta-voz da insatisfação. O governo explora o medo, o pânico, a insatisfação, ao mesmo tempovaidebet significadoque não atende as demandas — a não ser as ideológicas — , porque se fizer isso, ele deixavaidebet significadoter uma moedavaidebet significadotroca para manter a base permanentemente mobilizada.”

'Polícia não cumprirá ordens ilegais'

Uma sérievaidebet significadoepisódios, nas últimas semanas, acendeu alertas para o comportamentovaidebet significadopoliciais simpáticos ao governo federal.

Políticos e autoridades como os deputados federais Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis e Carla Zambelli e o Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, incentivaram publicamente que policiais militaresvaidebet significadoSão Paulo desobedecessem ordens do governador João Doria.

“A Polícia Militarvaidebet significadoSão Paulo nunca decepciona, sempre dá o exemplo. Vídeo da manifestação hoje na avenida Paulista, SP”, tuitou Eduardo Bolsonaro, junto a imagens que sugeriam que PMs batiam continência a manifestantes que pediam o afastamentovaidebet significadoDoria.

O mesmo vídeo foi compartilhado por Camargo. “O recado me parece claro. A políciavaidebet significadoSão Paulo não mais cumprirá ordens ilegais do tiranete Doria.”

A PM reagiu, informando que a continência não era sinalvaidebet significadoapoio à manifestação, mas uma homenagem a um colega morto recentemente. As publicações distorcidas, no entanto, foram mantidas pelos autores sem qualquer correção. Mas os estímulos ao confronto entre policiais e governador também tem vindovaidebet significadodentro das polícias — como a associação Defenda PM, que reúne dois mil oficiais e desafiou Doria, a quem classifica como “despreparado”, ao afirmar publicamente ser contra a prisãovaidebet significadoquem desobedece a quarentena.

Um cabo da PM chegou a ser afastado da cobertura dos protestos do último fimvaidebet significadosemana,vaidebet significadoSão Paulo, depois que jornalistas divulgaram uma foto postada pelo oficialvaidebet significadouma rede social com a legenda: “Hoje tem manifestação e os antifas querem marcar presença. Eu quero cacetar a lomba dos baderneiros”.

Já no Distrito Federal, parlamentares registraram denúnciasvaidebet significadoincitação a violência por partevaidebet significadoPMs contra os manifestantes antibolsonaristas, classificados pelo presidente como “terroristas”, “desocupados” e “maconheiros”.

Segundo jornais, autoridades na própria polícia teriam criticado as cenasvaidebet significadodura repressão a um protesto contrário ao presidente, organizado por torcidas organizadas, evaidebet significadosuposta leniência a apoiadores do presidente portando bastõesvaidebet significadomadeira ou símbolos extremistas.

Ao jornal Estadovaidebet significadoSão Paulo, o coronel Alvaro Batista Camilo vaidebet significado , secretário executivo da PMvaidebet significadoSão Paulo, reconheceu a dificuldade nos quartéis.

“O desafiovaidebet significadomanter a política longe dos quartéis é grande. Há limites à liberdadevaidebet significadoexpressão, mas temos mantido a situação sob controle. A PM trabalha para o cidadão, não é políciavaidebet significadogoverno, masvaidebet significadoEstado”, disse.

'Forças auxiliares e reserva do Exército'

Ex-membro do Conselho Nacionalvaidebet significadoSegurança Pública e Defesa Social, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança pública, e um dos responsáveis pelo Atlas da Violência, referência para sociedade e governos sobre mortes violentas e crimes no Brasil, o professor Lima diz que os protestos do último fimvaidebet significadosemana mostraram que o debate público sobre a resposta ideológica dos policiais pautou ações efetivas nos comandos policiais.

“O que vimos no fimvaidebet significadosemana tem um lado positivo e outro preocupante. Houve forte mobilização na semana anterior, com ministros do Supremo, jornalistas, jornais, debatendo”, diz.

“O assunto estava sendo discutido nos gabinetes, entrou na agenda pública e passou a ser gerenciado. Vimos uma atuação mais profissional e cuidadosa. Positivamente, a instituição mostrou que sabe controlar quando é pressionada. Negativamente, só fez isso depoisvaidebet significadomuita pressão”, continua o professor.

Lima ressalta que a preocupação com a atuação antidemocrática “dos policiais enquanto grupovaidebet significadoindivíduos se mantém”.

“Das polícias, enquanto instituição, menos.”

Para o especialista, a base radical do presidente “assumiu um discurso muito agressivo, principalmente pelas redes sociais, mas também no Parlamento”.

“E não há contraponto. O outro lado está se escudando apenas na questão institucional, na ideiavaidebet significadoque as instituições vão funcionar e sobreviver”, afirma o professor. “Mas não existe vácuo na política. Se um lado se omite, o outro pode eventualmente ganhar este espaço e ganhar por WO.”

Segundo o artigo 144 da Constituição, as Polícias Militares nos Estados são “forças auxiliares e reserva do Exército”, subordinadas “a governadores dos Estados e do Distrito Federal”.

Na qualidadevaidebet significadooficiaisvaidebet significado“reserva”,vaidebet significadocasovaidebet significadograve instabilidade pública ou política, as PMs passam automaticamente a responder ao comando do Exército, segundo o professor.

Atualmente, nove dos 22 ministériosvaidebet significadoBolsonaro são comandados por militares. Maisvaidebet significado2,5 mil militares ocupam cargos administrativos evaidebet significadoestatais. A proporçãovaidebet significadomilitares no governo brasileiro é superior à da Venezuela.

Polícia e política desde 2018

Os últimos meses na América Latina mostram que ameaçasvaidebet significadoruptura pela ação políticavaidebet significadominorias policiais não são um fenômeno apenas brasileiro.

Em fevereiro, o processo que resultou efetivamente no afastamento do ex-líder boliviano Evo Morales foi deflagrado por uma revoltavaidebet significadopoliciais da Unidade Táticavaidebet significadoOperações Policiais (Utop)vaidebet significadoCochabamba.

O motim se espalhou por corporaçõesvaidebet significadocidades importantes como Santa Cruzvaidebet significadola Sierra e Sucre, até chegar à capital, La Paz.

No Chile, a resposta violenta a manifestantes por parte dos chamados carabineros (polícia nacional chilena) — classificada por órgãos internacionais como violações gravesvaidebet significadodireitos humanos —, foram o combustível para que os protestos se espalhassem por todo o país.

No Brasil, a politização das polícias — ou o policiamento na política — é um fenômeno que ganhou força nas últimas eleições, quando o númerovaidebet significadopoliciais ou militares eleitos para o Congresso Nacional ou assembleias estaduais quadruplicouvaidebet significadorelação a 2014.

Mais da metade dos 73 militares e policiais eleitosvaidebet significado2018 eram filiados ao PSL — então partido do presidente Bolsonaro.

“O preponderante nas últimas eleições foi a exploração do pânico social. Medo difusovaidebet significadoaltos índicesvaidebet significadoviolência, do inimigo que deve ser combatido, que era o corrupto, que foi sendo colado no espectro político à esquerda, e o medo da desordem. Quem melhor traduz o sentimentovaidebet significadoordem na sociedade são as Forças Armadas e as polícias. Os candidatos do PSL, naquele momento, todos apoiadores da candidaturavaidebet significadoBolsonaro, estavam nucleados na ideiavaidebet significadoconstruir uma nova ordem, porque a existente era definida como o caos, a criminalidade generalizada”, analisa Lima.

Da mesma forma que policiais eleitos passaram a influenciar decisõesvaidebet significadoinstâncias políticas, segundo o especialista, aqueles que não conseguiram se eleger também trouxeram seu partidarismo para os quartéis.

“Há um número muito grandevaidebet significadointegrantes que tentam fazer a passagem para a política, eventualmente não se elegem, voltam para as instituições, e aí começam a disputar o significado das ações policiaisvaidebet significadoacordo com a chave política, e não com a chave operacional ou jurídica. Isso cria uma zonavaidebet significadodisputa que vira o que está na moda hoje: vira uma guerravaidebet significadonarrativas. Como se a atividade policial fosse uma narrativa. Não é. Ela é um regramento.”

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