'Bambu elétrico': cientistas brasileiros transformam plantabet 365 futebol virtualsubstituta para fios e canos:bet 365 futebol virtual

Plantaçãobet 365 futebol virtualbambu

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cientistas brasileiros transformam bambubet 365 futebol virtualconectorbet 365 futebol virtuallíquidos e eletricidade

Hoje, eles já pensam no próximo passo e estão debruçadosbet 365 futebol virtualexperimentos, na tentativabet 365 futebol virtualdescobrir como transmitir dados por esses microcanais naturais.

A ideiabet 365 futebol virtualanalisar as estruturas do bambu surgiu quando o pesquisador italiano Omar Pandoli, do departamentobet 365 futebol virtualquímica da PUC Rio, fazia um pós doutorado na China há dez anos. Na época, ele conheceu o professor pioneirobet 365 futebol virtualusar a planta como elementobet 365 futebol virtualreforço leve e sustentável ao concreto na construção civil — no lugar do aço.

Omar Pandoli ao ladobet 365 futebol virtualbambus

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Pesquisador começou a estudar os microcanais dos bambus há 10 anos durante pós doutorado na China

Na época, o professor pediu para que Omar tentasse preencher os microcanais internos do bambu com algum materialbet 365 futebol virtualescala nanométrica. A intenção era aumentar a durabilidade e torná-lo mais resistente a ataquesbet 365 futebol virtualmicróbios e à própria decomposição natural.

"Ele queria preencher o bambu com algo que reforçasse a estrutura sem perder as características originais. Na época, tentei preencher com prata, que era a coisa mais barata", afirmou.

Durante os estudos, ele percebeu que o bambu, ao contráriobet 365 futebol virtualoutras plantas estudadas, possui microcanais dispostosbet 365 futebol virtuallinhas naturalmente isoladas. Isso possibilita que sejam transportados materiais diferentes lado a lado sem que eles entrembet 365 futebol virtualcontato entre si. Uma varetabet 365 futebol virtualbambu seria capazbet 365 futebol virtualconduzir corrente elétrica e água sem que eles tenham contato. Algo complexo e caro, ele explica, caso fosse produzido industrialmente.

Aos poucos, ele passou a fazer testes químicos nesses microcanais por onde originalmente passa a água que alimenta a planta. Nesse momento, ele identificou que a estrutura desses vasos naturais reage bem a outros elementos, inclusive com boa aderência. O estudo rendeu três artigos científicos, dois publicadosbet 365 futebol virtual2019 e umbet 365 futebol virtual2020.

Mas, para aproveitar ao máximo a estrutura do canal, ele precisava fazer estudosbet 365 futebol virtualuma escala ainda menor.

Eletricidade sem fio

Em 2018, Omar saiu do Rio para dar uma palestrabet 365 futebol virtualCampinas (interiorbet 365 futebol virtualSão Paulo), no Laboratório Nacionalbet 365 futebol virtualNanotecnologia. Ele falou a outros cientistas sobre seu estudo e a intençãobet 365 futebol virtualexplorar os microcanais do bambu e suas reações orgânicas.

Da platéia, Murilo Santhiago, pesquisador do Centro Nacionalbet 365 futebol virtualPesquisabet 365 futebol virtualEnergia e Materiais (CNPEM), levantou o braço e questionou. "Você já pensoubet 365 futebol virtualcolocar materiais condutores nesses canais?". A intenção dele era saber se a estrutura seria capazbet 365 futebol virtualtransportar energia elétricabet 365 futebol virtualuma extremidade à outra, sem a necessidadebet 365 futebol virtualfios.

Microfurosbet 365 futebol virtualbambu

Crédito, Divulgação/ CNPEM

Legenda da foto, Cientistas conseguiram pintar paredesbet 365 futebol virtualcanais que possuem espessurabet 365 futebol virtualum fiobet 365 futebol virtualcabelo e ainda deixar espaço para passagembet 365 futebol virtuallíquidos e energia elétrica

Omar respondeu que não, mas que poderiam fazer uma parceria para testar. Os grupos uniram forças e contou com o trabalhobet 365 futebol virtualtrês estagiários para fazer todos os testes necessários para comprovar a eficácia do sistema.

Em conjunto, os cientistas conseguiram pintar as paredes dos canais do bambubet 365 futebol virtualmaneira individual com uma tinta condutorabet 365 futebol virtualeletricidade e ainda deixaram espaço para que o microcanal permanecesse oco.

No estudo, eles provaram ser possível fazer os canais do bambu formarem um circuito elétrico e fornecer energia capazbet 365 futebol virtualacender um led (como no teste da imagem abaixo) ou qualquer outro dispositivo que precisebet 365 futebol virtualcorrente elétrica.

Uma das barreiras encontradas pelos cientistas para construir futuramente painéis sem fio capazesbet 365 futebol virtualconduzir eletricidade, dados e até líquidos são os nós que existem nos bambus.

Teste mostra bambu conectando energia

Crédito, Divulgação/ CNPEM

Legenda da foto, Cientistas provaram ser possível fazer os canais do bambu formarem um circuito elétrico e fornecer energia sem fios

Cada planta pode ter até dez nós que interrompem os canais. Os cientistas agora estão trabalhando para encontrar uma maneirabet 365 futebol virtualligar um bambu ao outro mantendo o fluxo dos canais. Eles disseram já ter identificado possíveis caminhos.

Os pesquisadores também conseguiram desenvolver uma maneirabet 365 futebol virtualesquentar e manter aquecido o líquido dentro do condutor. Com isso, é possível programá-lo para que a água entre friabet 365 futebol virtualum lado e saia quente do outro ou até permaneça quente no sistema, funcionando como um aquecedor. Esse sistema também poderia ser aplicado a um chuveiro, por exemplo.

Segundo os cientistas,bet 365 futebol virtualcasos como esses, canais poderão ser agrupados para suportar uma vazão maior. Também é possível instalar um sensor eletroquímico no canal para avaliar a qualidade da águabet 365 futebol virtualtempo real numa piscina ou filtro, por exemplo.

"Nós criamos uma plataforma. Tudo o que você demandar, pode ser miniaturizado. Será possível fazer uma capinhabet 365 futebol virtualcelular condutora, objetosbet 365 futebol virtualdecoração, iluminação e todo o tipobet 365 futebol virtualcircuito miniaturizado", afirmou o cientista Omar Pandoli.

Um metro por semana

De acordo com os cientistas, o Brasil possui 250 espéciesbet 365 futebol virtualbambu e o Acre tem a maior floresta nativabet 365 futebol virtualbambu do mundo. A maior vantagem é a facilidadebet 365 futebol virtualplantio e o rápido desenvolvimento. Algumas genéticas podem crescer até 1 metro por semana.

Bambu

Crédito, Divulgação/ CNPEM

Legenda da foto, Radiografia mostra bambu in natura (à esq.) e com os microcanais pintados (à dir.)

Os artigos publicados pelos cientistas sustentam que a alta disponibilidade da biomassa lignocelulósica do bambu permite o desenvolvimentobet 365 futebol virtualgrande escalabet 365 futebol virtualuma produção industrial dos dispositivos testados.

Um dos argumentos que sustentam essa tese é que dos 9 milhõesbet 365 futebol virtualhectares plantadosbet 365 futebol virtualbambu na América Latina., metade está localizado no Estado do Acre. Hoje, eles afirmam que não há um plano industrial para o desenvolvimentobet 365 futebol virtualuma economia sustentável capazbet 365 futebol virtualexplorar os potenciais usos do bambu para torná-lo um material com alto valor agregado.

Apesar da abundânciabet 365 futebol virtualbambu no Brasil, a espécie usada no estudo ébet 365 futebol virtualorigem chinesa, conhecida popularmente como bambu gigante (Dendrocalamus giganteus). Essa cepa tem um diâmetrobet 365 futebol virtualaté 30 centímetros, mas o mais importante para os cientistas são apenas as paredes da estrutura, onde estão concentradosbet 365 futebol virtual20 a 50 microcanais.

Incêndios

Erguer casasbet 365 futebol virtualbambu e madeira não é novidade na construção civil. Mas usar um material altamente inflamável como condutorbet 365 futebol virtualeletricidade e calor é a maior preocupação dos cientistas brasileiros.

Por esse motivo, outros pesquisadores já iniciaram estudos para implantar algo que iniba a fontebet 365 futebol virtualcalor e evite que esses materiais possam oferecer qualquer riscobet 365 futebol virtualcombustão.

Plantaçãobet 365 futebol virtualbambu

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cientistas receberam mais R$ 500 mil para estender pesquisa a outras plantas

"Temos que preservar a vida antesbet 365 futebol virtualqualquer coisa e o Brasil está na frente dessas pesquisas. Precisamos criar uma norma para esses materiais até que ele seja plenamente seguro, pois hoje ele se degrada e pega fogo com facilidade", afirmou Omar Pandoli.

O grupobet 365 futebol virtualcientistas recebeu agora um projeto no valorbet 365 futebol virtualR$ 500 mil para fazer a mesma pesquisa com outras outras três espécies diferentes.

Omar diz que tem o sonhobet 365 futebol virtualque os dispositivosbet 365 futebol virtualbambu sejam usados no futuro como um elemento didático.

"Quero que ele possa servir para ensinar alunos na prática o que é uma resistência, corrente ou voltagem. Hoje, micro reatoresbet 365 futebol virtualvidro custam até 5 mil dólares. Eu queria aproveitar o baixo custobet 365 futebol virtualprodução proporcionado pelo bambu para criar uma economia básica para as escolas públicas."

Línea

Crédito, Getty Images

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