Por que o númerosite de apostas loteriasgrávidas com HIV não parasite de apostas loteriascrescer no Brasil?:site de apostas loterias
No entanto, o governo federal e médicos ouvidos pela BBC News Brasil dizem que este crescimento não ésite de apostas loteriastodo uma má notícia.
Esaú João, coordenador do programasite de apostas loteriasprevenção materno-fetalsite de apostas loteriasHIV do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE), no Riosite de apostas loteriasJaneiro, explica que, desde 2010, passou a ser obrigatório o teste do vírus para gestantes no acompanhamento pré-natal, na primeira consulta e no último trimestre.
O infectologista afirma que isso contribuiu para aumentar o índicesite de apostas loteriasgrávidas diagnosticadas com HIV. "A partir daí, elas passam a se tratar e, com resultados positivos, têm outras gestações", diz João.
A avaliação vai ao encontro a dados do Ministério da Saúde. O númerosite de apostas loteriasexames para HIV e sífilis aplicados pela Rede Cegonha, um programa nacional voltado para gestantes, aumentousite de apostas loteriasmaissite de apostas loteriasnove vezes. Em 2012, foram realizados 369 mil testes no país. Neste ano, diz a pasta, já são maissite de apostas loterias3,5 milhões.
Rico Vasconcelos, infectologista da Faculdadesite de apostas loteriasMedicina da Universidadesite de apostas loteriasSão Paulo (USP), afirma que o aumento do índicesite de apostas loteriasdetecção do HIVsite de apostas loteriasgestantes, como reflexo da ampliação do diagnóstico, é um passo importante para erradicar a chamada transmissão vertical do vírus, entre a mãe e o bebê.
"Estamos conseguindo encontrar essas mulheres, então, o crescimento desta taxa num primeiro momento é uma coisa boa. Se conseguirmos achar todas e fazer um pré-natal adequado, o esperado é que a transmissão vertical caia", afirma Vasconcelos.
É o que vem ocorrendo, segundo dados do governo. Os casossite de apostas loteriasAids entre crianças com menossite de apostas loterias5 anos, um dos índices usados para avaliar a frequência da transmissão vertical, diminuiusite de apostas loteriasquase pela metade desde 2010: passousite de apostas loterias3,9 pra 1,9 casos entre 100 mil habitantes.
Para evitar esse tiposite de apostas loteriastransmissão, a mãe precisa tomar medicamentos para reduzir a quantidade do vírus no organismo até esta carga ser considerada indetectável. Também é preciso tratar outras infecções, como sífilis, que favorecem a transmissão do vírus. Além disso, o bebê deve nascer por cesariana e não ser amamentado.
O ideal é a mulher engravidar já usando os medicamentos. Quanto mais precocemente isso for feito, maior é a chancesite de apostas loteriastransmissão chegar quase a zero.
É importante fazer o teste também no fim da gestação, porque, como apontam médicos ouvidos pela reportagem, há casossite de apostas loteriasque uma mulher pega o vírus durante a gravidez, ao se relacionar com um novo parceiro.
Mesmo se o diagnóstico ocorrer próximo do parto, os médicos ainda podem tomar medidas para reduzir o risco da transmissão vertical.
Mais mulheres engravidam já sabendo que têm o vírus
Os dados do Ministério da Saúde também apontam ter ocorrido uma mudançasite de apostas loteriascomportamento entre gestantes com HIV. O índicesite de apostas loteriasmulheres que engravidam sabendo que têm o vírus superou a taxasite de apostas loteriasmulheres que são diagnosticadas no pré-natal.
Em 2010, 36% sabiam que tinham o vírus, enquanto 54% conheceram seu status na gravidez. A proporção se inverteu desde então:site de apostas loterias2018, 61% engravidaram cientes do HIV e 31% foram diagnosticadas no pré-natal.
Gerson Pereira, diretor do departamentosite de apostas loteriasdoençassite de apostas loteriascondições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis do Ministério da Saúde, atribui isso a uma melhoria do tratamento, o que fez mulheres perceberem que podem engravidar sem transmitir o vírus ao bebê nem ao parceiro.
"Graças aos medicamentossite de apostas loteriashoje, ter HIV passou a ser considerado doença crônica, como diabetes. As grávidas entendem que, mesmo com o vírus, não vão morrer e poderão ver seus filhos crescerem", afirma Pereira.
Vasconcelos, da USP, diz que essa percepção entre mulheres com HIV pode ter um impacto sobre a mudança detectada pelo governo, mas prefere ter cautela.
"Sem dúvida, quando é divulgado que é possível ter filhos, aumenta o númerosite de apostas loteriasgestantes com HIV que engravidamsite de apostas loteriasforma planejada. Mas não sei se é o fator principal, porque isso não é muito divulgado. A gente não vê no intervalo da novela chamadas do tipo: 'Você, mulher com HIV, sabe que pode ter filho?'."
Eduardo Sprinz, chefe do serviçosite de apostas loteriasinfectologia do Hospitalsite de apostas loteriasClínicassite de apostas loteriasPorto Alegre, afirma que a leitura dos dados pelo Ministério da Saúde é apenas uma das possíveis e que vêsite de apostas loteriasseu cotidiano a influênciasite de apostas loteriasoutros fatores.
"Também podemos interpretar como um sinalsite de apostas loteriasque muitas mulheres não sabem se proteger. Muitas vezes, elas simplesmente sabem que têm HIV, não se tratam e continuam a ter filhos, porque engravidam sem planejar ou querem dar um filho a um novo parceiro", afirma Sprinz.
Quem são e onde estão as gestantes com HIV
Mas quem são essas mulheres? Os dados oficiais mostram que a maioria das gestantes diagnosticadas com HIV desde o ano 2000 eram pretas ou pardas (61,7%), tinham entre 20 e 29 anos (53,9%) e eram analfabetas ou tinham até 8ª série incompleta (42,4%).
"A epidemia no Brasil evoluiu muito para o lado da população desfavorecida economicamente e que muitas vezes vive à margem da sociedade. Estas mulheres sofrem todo tiposite de apostas loteriasviolência, o que faz com que a questão do HIV não seja tão importante na vida delas", diz João, do HSE.
As condições socioeconômicas impactam diretamente o riscosite de apostas loteriaspegar HIV. "Doenças transmissíveissite de apostas loteriasgeral são doenças relacionadas à pobreza, porque estas pessoas têm menos acesso a medidassite de apostas loteriasprevenção. Se têm baixa escolaridade, também têm menos acesso a informações sobre como se prevenir", afirma Pereira, do Ministério da Saúde.
O boletim do governo federal mostra que a maioria das gestantes com HIV viviam nas regiões Sudeste (38,1%) e Sul (30%). No entanto, os maiores aumentossite de apostas loteriasnovos casos nos últimos dez anos ocorreram nas regiões Norte (87,5%) e Nordeste (118,1%).
Para médicos ouvidos pela BBC News Brasil, o crescimento expressivo nestas regiões reforça a explicaçãosite de apostas loteriasque o aumentosite de apostas loteriascasos no país é resultado da ampliaçãosite de apostas loteriasexames.
"Estas duas regiões eram onde havia os maiores índicessite de apostas loteriassubnotificaçãosite de apostas loteriasHIV, e estão tentando resolver esse problema com a ofertasite de apostas loteriastestes rápidos e capacitaçãosite de apostas loteriasprofissionais. Esse crescimento é positivo, porque, se não fossem diagnosticadas, estas mulheres morreriamsite de apostas loteriasAids, mas uma hora isso tem que começar a cair", diz Vasconcelos, da USP.
Manoella Alves, infectologista do Centrosite de apostas loteriasEducação e Pesquisasite de apostas loteriasSaúde Anita Garibaldi, que é referência para atendimentosite de apostas loteriasgestantes com HIV no Rio Grande do Norte, diz que o aumento do diagnóstico se deve à ampliação da testagem, mas ressalta que é preciso fazer uma avaliação cuidadosa.
"Númerossite de apostas loteriasHIV são complexossite de apostas loteriasentender, porque são influenciados por escolaridade, classe social, gênero. O que houve foi o aumento do númerosite de apostas loteriasmulheres diagnosticadas nestas regiões e, infelizmente, isso aconteceu na gravidez, já que é neste momento que o serviçosite de apostas loteriassaúde chegasite de apostas loteriasforma mais ativa a elas", diz Alves.
A infectologista ressalta que as regiões Sul e Sudeste ainda apresentam as maiores taxassite de apostas loteriasHIV entre gestantes. "É preciso analisar se há no Norte e Nordeste uma coberturasite de apostas loteriasexamessite de apostas loteriasHIV similar aosite de apostas loteriasSul e Sudeste."
RS tem o maior índice do país
Segundo o boletim anual, o Rio Grande do Sul é o Estado com o maior índicesite de apostas loteriasgrávidas com HIV desde 2001.
No ano passado, foram 9,2 novos casos a cada mil nascidos vivos, três vezes a média nacional.
A taxa está caindo desde 2015, quando atingiu o picosite de apostas loterias9,5 casos entre mil nascidos vivos, mas ainda ésite de apostas loteriaslonge a mais alta do país:site de apostas loteriassegundo lugar, Santa Catarina teve 6,1 casos a cada mil nascidos vivos.
O quadro é ainda mais gravesite de apostas loteriasPorto Alegre, onde houve 20,2 casos entre mil nascidos vivossite de apostas loterias2018, a maior taxa entre todas as capitais brasileiras.
Historicamente, a epidemiasite de apostas loteriasHIV ésite de apostas loteriasforma geral mais grave no Rio Grande do Sulsite de apostas loteriascomparação com a maioria dos outros Estados brasileiros.
O Rio Grande do Sul tem o terceiro maior número acumuladosite de apostas loteriasdiagnósticossite de apostas loteriasHIV notificados no país desde o ano 2000. Também foi o terceiro com a maior taxasite de apostas loteriasdetecçãosite de apostas loteriasAidssite de apostas loterias2018, com 27,2 casos por 100 mil habitantes, apesar do índice ter caído 39,3%site de apostas loteriasdez anos.
Houve uma queda semelhante,site de apostas loterias34,5%, nas mortes por Aids, neste período, mas, com 7,8 óbitos por 100 mil habitantessite de apostas loterias2018, o Rio Grande do Sul supera todos os outros Estados neste aspecto.
Os fatores por trás da epidemia gaúcha
Não há um consenso sobre o motivosite de apostas loteriastaxas tão elevadas. Especialistas indicam que alguns fatores contribuem simultaneamente para isso.
Pereira, do Ministério da Saúde, diz que a epidemiasite de apostas loteriasHIV no Rio Grande do Sul — e na região Sul como um todo — apresenta características diferentessite de apostas loteriasoutras partes do país.
A epidemia no Brasil é classificada como concentrada, porque há grupos sociais considerados mais vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens, travestis, transexuais, profissionais do sexo e usuáriossite de apostas loteriasdrogas. Entre eles, há uma prevalência do vírus acima da média nacional,site de apostas loterias0,5%.
Estudos com gestantes e parturientes, usados para avaliar a prevalência do vírussite de apostas loteriasuma população, indicam uma taxasite de apostas loterias2% no Rio Grande do Sul, onde a epidemia tende a ser generalizada.
"No Rio Grande do Sul, é uma epidemia mais heterossexual. Também foi mais comum no Estado o usosite de apostas loteriasdrogas injetáveis, que funciona como uma ponte para o vírus para a populaçãosite de apostas loteriasgeral", afirma Pereira.
Sprinz, do Hospitalsite de apostas loteriasClínicassite de apostas loteriasPorto Alegre, diz que tem sido observada no Estado uma frequência maior do HIV do subtipo C,site de apostas loteriasvariante mais comum no mundo e que geralmente é transmitidasite de apostas loteriasrelações heterossexuais.
"Isso indica que uma parte população que não é normalmente considerada vulnerável corre um risco maior do que é esperado. Mas, por não se achar vulnerável, nem pensasite de apostas loteriasHIV e não se protege, o que leva a mais casos", afirma Sprinz.
O infectologista Ronaldo Hallal, da Santa Casasite de apostas loteriasMisericórdiasite de apostas loteriasPorto Alegre, diz que falhas nas políticassite de apostas loteriassaúde pública também contribuíram para agravar a epidemia gaúcha.
"A cobertura das unidadessite de apostas loteriasatenção primária é mais baixasite de apostas loteriasPorto Alegre do quesite de apostas loteriasoutros centros urbanos e, com isso, há menos acesso à prevenção e ao diagnóstico. E o Rio Grande do Sul não aplicou recursos destinados pelo governo federal para o combate ao HIV tão rapidamente quanto outros Estados", afirma Hallal.
No entanto, diz o infectologista, este é apenas umsite de apostas loteriasvários aspectos. "A situação que temos hoje é frutosite de apostas loteriasuma somasite de apostas loteriasfatores, e não dá para atribuir a só um deles. O que está claro é que a epidemia tem características diferentes aqui e demanda respostas diferentes do que no restante do país."
A Secretariasite de apostas loteriasSaúde do Rio Grande do Sul diz estar ciente do problema e afirma que vem tomando medidas, como oferecer a testagem rápidasite de apostas loteriasHIVsite de apostas loteriastodos os municípios e ampliarsite de apostas loterias83% para 99,5% a disponibilidade do examesite de apostas loteriasmaternidades nos últimos cinco anos.
"Também estamos trabalhando para descobrir as razões que levam a estes índices. Temos algumas hipóteses, e pesquisas estão sendo feitas", afirma Ana Lúcia Baggio, coordenadora da políticasite de apostas loteriasinfecções sexualmente transmissíveis/Aids da secretaria.
"Esses dados nos preocupam, mas o mais importante é que estamos fazendo ações que estão dando resultado. Nossas taxas vêm caindo lentamente, mas estão caindo."
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