FGTS e juro baixo animam consumo, mas desemprego e incerteza ainda impedem 'PIBão':tipp3 freebet

Movimento no comércio da rua Teodoro Sampaio,tipp3 freebetPinheiros, São Paulo durante o Black Friday

Crédito, Rovena Rosa/Ag./ Brasil

Legenda da foto, Consumotipp3 freebetalta impulsionou avanço no PIB

tipp3 freebet O IBGE divulgou hoje que, entre julho e setembro, a economia brasileira cresceu 1,2%tipp3 freebetrelação ao mesmo período do ano passado. Játipp3 freebetrelação ao segundo trimestretipp3 freebet2019, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a somatipp3 freebettoda a riqueza produzida pelo país, aumentou 0,6%. No anotipp3 freebet2019, o PIB registra um crescimento acumulado até setembrotipp3 freebet1%, percentual idêntico ao crescimento acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores a setembrotipp3 freebet2019.

Os números indicam que, depoistipp3 freebetum primeiro semestre marcado por turbulências e notícias negativas para a economia — desastretipp3 freebetBrumadinho, guerra comercial entre EUA e China, crise na Argentina e turbulências políticas — a segunda metade do ano começou com um retrato mais positivo da economia, revelam dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileirotipp3 freebetGeografia e Estatística (IBGE).

Um "PIBão", no entanto, ainda está longetipp3 freebettornar-se realidade para o Brasil. O desemprego alto, com 12,4 milhõestipp3 freebetpessoas desocupadas, e a desaceleração da economia global e do comércio internacional, no entanto, permanecem como entraves para que a economia avancetipp3 freebetritmo acelerado.

Um dos principais motores desse crescimento no período foi o consumo das famílias, que registrou aumentotipp3 freebet0,8% no terceiro trimestre na comparação com um ano antes, etipp3 freebet1,9%tipp3 freebetrelação ao trimestre anterior. Também se destacou a agropecuária, que cresceu 2,1%tipp3 freebetrelação a igual períodotipp3 freebet2018, puxada principalmente, pelo desempenhotipp3 freebetalguns produtos com safra relevante no terceiro trimestre, como milho (23,2%) e algodão herbáceo (39,7%).

Na visãotipp3 freebeteconomistas e analistas financeiros consultados pela BBC News Brasil, o desempenho positivo do PIB no terceiro trimestre pode representar um fôlego prolongado também para os últimos meses do ano, e 2019 pode terminar, nos cenários mais otimistas, com crescimento anual mais próximotipp3 freebet2% do quetipp3 freebet1%.

"Parece ser uma economia que estava crescendo pertotipp3 freebet1% ao ano há muito tempo e agora, no terceiro trimestre está mais pertotipp3 freebet2%", afirma Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco, que diz que a atividade econômica seguetipp3 freebetprocesso gradualtipp3 freebetaceleração. "Projetamos crescimento do PIBtipp3 freebet1%tipp3 freebet2019 e 2,2%tipp3 freebet2020".

Imagem da carteiratipp3 freebettrabalho nas mãotipp3 freebetum trabalhador

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Saques do FGTS a partirtipp3 freebetsetembro ajudaram a aumentar consumo no terceiro trimestre

Consumotipp3 freebetalta, mas confiança ainda baixa

Os dados do IBGE confirmaram a expectativa dos economistastipp3 freebetque,tipp3 freebetsetembro, muitas famílias brasileiras arriscaram voltar às compras.

O aumento do consumo, refletindo o fôlego do FGTS somado aos juros e à inflação baixa, já apareciatipp3 freebetoutros indicadores divulgados anteriormente pelo IBGE. O comércio varejista ampliado avançou 4,3%tipp3 freebetsetembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado; o setortipp3 freebetserviços, que inclui atividades como comércio, transporte, atividades financeiras e imobiliárias, também registrou aumentotipp3 freebet1,5% nessa comparação. Até mesmo a indústria, que vem amargando um anotipp3 freebetencolhimento e redução das exportações, ganhou algum ânimotipp3 freebetsetembro, crescendo 1,6% ante setembro do ano passado.

"Em novembro vimos várias notícias nos jornais dos varejistas declarando que as vendas surpreenderam, acima das vendas do ano passado, e eles esperam que não sejam só antecipação das vendastipp3 freebetdezembro", diz Miranda, da FGV. "Esse aumento do consumo está sendo atendido por importados e pela indústria nacional, que também mostra reação", diz Miranda, da FGV.

A economista da FGV explica que o climatipp3 freebetincertezatipp3 freebetrelação à economia faz com que nem mesmo o dólar acima dos R$ 4, que seria uma boa notícia para os exportadores, seja suficiente para aumentar as vendas a pontotipp3 freebetcompensar um anotipp3 freebetmaus negócios. "Sabe-se que os efeitos das mudanças cambiais demoram a se fazer presentes, mas no incerto cenário atual mundial e do Brasil, essa demora se estende por um tempo mais longo".

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB associados, o efeito do FGTS sobre a economiatipp3 freebet2019 será "nada espetacular",tipp3 freebettornotipp3 freebet0,1 e 0,2 ponto no impacto total do PIB, mas acrescenta que o desempenho do PIB no terceiro trimestre é uma melhora interessantetipp3 freebetrelação aos trimestres anteriores, com sinais positivos para os próximos meses. "Os dados do PIB mostram um trimestretipp3 freebettransição entre uma economia muito fraca e uma com potencialtipp3 freebetrecuperação", analisa Vale.

Em comparação com as más notícias do primeiro semestre, os dados mostram um terceiro trimestretipp3 freebet"certa calmaria, sem grandes choques, com a reforma da Previdência aprovada na Câmara".

Filatipp3 freebetmutirão do empregotipp3 freebet17tipp3 freebetsetembro,tipp3 freebetSão Paulo

Crédito, Sindicato dos Comerciáriostipp3 freebetSP

Legenda da foto, Desemprego, que ainda atinge maistipp3 freebet12 milhõestipp3 freebetpessoas, é um dos fatores que derrubam a confiança na economia

Na previsãotipp3 freebetVale, a expectativa étipp3 freebetque o avanço no consumo e no PIB se estendam também para os três últimos meses do ano.

"Tivemos uma boa Black Friday, a expectativa étipp3 freebetum Natal interessante. De termos um quarto trimestre bom e fecharmos o ano com crescimento na casatipp3 freebet1%. Poderia ter sido melhor se não fosse o começo do ano tão desalentador", cita o economista, que acrescenta ao primeiro semestre negativo as turbulências dos primeiros meses do governo Bolsonaro.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas, embora os indicadores que medem a confiança dos empresários e consumidores mostrem que melhorou a avaliação deles sobre o momento atual da economia, "empresários e consumidores se mantêm cautelosos com a perspectivatipp3 freebetcontinuidade da tendênciatipp3 freebetaceleração", diz a FGV. "Incerteza ainda elevada, desempenho lento da confiança da indústria e arrefecimento das expectativas acendem o sinaltipp3 freebetalerta para os próximos meses".

Construção ensaia reação positiva, após anos no "buraco"

Outro indicador positivo, embora ainda seja um movimento muito inicial, é que o setor da construção continuou a registrar avanços, depoistipp3 freebetno segundo trimestre apresentar a primeira alta depoistipp3 freebet20 trimestrestipp3 freebetqueda. O que puxou o resultado positivo do setor, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi o mercado imobiliário - e não as obrastipp3 freebetinfraestrutura - nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Um dos setores mais relevantes da economia tantotipp3 freebetpercentual do PIB quantotipp3 freebetgeraçãotipp3 freebetemprego, a construção foi extremamente afetada nos últimos anos pela recessão econômica e pelos efeitos da operação Lava Jato, que atingiu e paralisou o funcionamento operacionaltipp3 freebetvárias grandes empresas, e pela crise fiscal que reduziu drasticamente o investimento público.

Dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) apontam que, entre 2013 e 2017, o valor adicionado pelas empresastipp3 freebetinfraestrutura caiu 34%tipp3 freebettermos nominais.

Por outro lado, números da CBIC mostram que a vendatipp3 freebetunidades residenciais no Sudeste subiu 33,5% no segundo trimestretipp3 freebet2019,tipp3 freebetcomparação com igual período do ano anterior. No Centro-Oeste, a alta foitipp3 freebet22%. O Nordeste, por outro lado, apresentou quedatipp3 freebet17%.

Não significa, no entanto, que o setor já tenha se recuperado. "É importante notar que os números são muito ruins: as comparações estão sendo feitas a partirtipp3 freebetuma base muito deprimida. Mesmo com essa alta, o país não terá investido 2% do PIBtipp3 freebetinfraestruturatipp3 freebet2019", alerta a economista Luana Miranda, da FGV.

O crescimento do investimento no terceiro trimestre, componente essencial para a retomada da economia, está inflado por conta da significativa importaçãotipp3 freebetplataformastipp3 freebetpetróleotipp3 freebetsetembro, segundo a Fundação Getulio Vargas.

A projeção do Ibre, diante disso, é que o "investimento deve crescer 2,8% no ano; se o cálculo desconsiderasse a importaçãotipp3 freebetplataformastipp3 freebetpetróleo, esse número cairia para 2,4%".

Funcionários trabalhamtipp3 freebetobra

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Após 20 trimestres consecutivostipp3 freebetqueda, construção subiu 2% na comparação com igual trimestre do ano anterior

Más notícias no cenário internacional

Os efeitos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China no comércio mundial e o efeito Argentina, importante compradortipp3 freebetprodutos como os carros brasileiros, são os principais fatores que influenciaram esse resultado.

Em novembro, a balança comercial teve um superávittipp3 freebetUS$ 3,4 bilhões. Embora o saldo tenha sido positivo, esse foi o pior resultado para o mêstipp3 freebetquatro anos. No acumuladotipp3 freebetjaneiro a novembro, o superávit étipp3 freebetUS$ 41 bilhões,tipp3 freebetacordo com o Ministério da Economia. Esse resultado também o mais fraco para o período desde 2015, quando o superávit foitipp3 freebetUS$ 13,3 bilhões.

Na visão da MCM Consultores, as fortes quedas seguidas das exportações — devido ao desaquecimento externo,tipp3 freebetmodo geral, e à recessão na Argentina,tipp3 freebetparticular — podemtipp3 freebetparte explicar o mau desempenho da indústriatipp3 freebettransformação este ano.

De acordo com o Institutotipp3 freebetEstudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o anotipp3 freebet2019 não foi nada positivo para o comércio exterior no Brasil, na análise dos dados até novembro. "Foi um anotipp3 freebetretrocesso", diz relatório da entidade. "O acumuladotipp3 freebetjaneiro a novembro mostra que o Brasil participou menos do comércio internacional, indo na direção oposta do desejável, e, embora tenha preservado um saldo superavitário (US$ 3,4 bilhões), não foi capaztipp3 freebetevitartipp3 freebetdeterioração. Menos comércio exterior e menos superávit têm feito com que o setor externo não contribua com a recuperação do nosso PIB".

Vai melhorar no ano que vem?

Na previsão do Ibre, da Fundação Getulio Vargas, o "PIBão" ainda não virátipp3 freebet2020, principalmentetipp3 freebetum cenário global ainda problemático.

"Sem dúvida, os principais fatores por trás da aceleração da atividade econômica são a queda da taxatipp3 freebetjuros e a retomada do crédito privado. No entanto, ainda não esperamos uma retomada mais forte para 2020. Entre os motivos, como discutido acima, temos um cenário externo ainda desafiador, com a Argentinatipp3 freebetrecessão, dificultando uma recuperação mais expressiva da indústriatipp3 freebettransformação,tipp3 freebetque pese estarmos com câmbio competitivo", afirma o relatório da instituição, que prevê para o ano que vem crescimentotipp3 freebet2% do PIB devido a um melhor desempenho esperado para a indústria.

"Mesmo com a recuperação econômica, a taxatipp3 freebetdesemprego continuará elevada, recuandotipp3 freebet12% (média do ano) para 11,8%, com uma aceleração modesta do crescimento da renda habitual real,tipp3 freebet0,4% para 0,6%. A elevada informalidade é um fator que contribui para o baixo aumento da renda".

Sergio Vale, da MB associados, prevê que o investimento deve acelerar no ano que vem, com "mais confiança das empresastipp3 freebetinvestir, mais concessões, especialmente no segundo semestre". Um indicador positivo é a retomadatipp3 freebetlançamentos no setor imobiliário, que vem apresentando crescimentotipp3 freebet2019.

Para a Fundação Getulio Vargas, uma aceleração mais forte da economia dependerátipp3 freebetuma melhora da confiança dos empresários e consumidores o que ainda não aconteceu. "O esfriamento das expectativas e os últimos resultados da indústria mostram que ainda existem empecilhos para uma recuperação mais robustatipp3 freebet2020 e que o ritmotipp3 freebetcrescimento ainda deve se manter lento".

Luka Barbosa, do Itaú, prevê que mais empregos informais sejam substituídos por vagas formais nos próximos meses,tipp3 freebetmodo que a taxatipp3 freebetdesemprego, atualmentetipp3 freebet12%, caia um pouco no ano que vem. "Projetamos um declínio gradual da taxatipp3 freebetdesemprego (11,9% até o final deste ano, e 11,5% até o finaltipp3 freebet2020)", diz.

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