O médico que ajudou a salvar maissuporte ao cliente sportingbetmil vítimas do Estado Islâmicosuporte ao cliente sportingbet10 meses:suporte ao cliente sportingbet

Entre março e dezembrosuporte ao cliente sportingbet2015 a ONG levou 1,1 mil mulheres e crianças à Alemanha, onde receberam tratamento médico e psicológico.

"Conseguimos salvar um olhosuporte ao cliente sportingbetLamya e, aos poucos, ela foi voltando à vida", recorda o médico e ativista.

"Um dia, ela me disse que queria contarsuporte ao cliente sportingbethistória a todo o mundo."

Um ano mais tarde, Lamya ganharia o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu junto a outra sobrevivente yazidi, Nadia Murad, vencedora do Prêmio Nobel da Pazsuporte ao cliente sportingbet2018.

Trauma

As históriassuporte ao cliente sportingbetambas são marcadas por corpos destroçados, impulsos suicidas e surtos psicóticos. São similares às das maissuporte ao cliente sportingbet7 mil mulheres e crianças yazidi sequestradas, vendidas como escravas e violentadas sexualmente por extremistas islamistas depois que tomaram o controle da regiãosuporte ao cliente sportingbetSinjar, no norte do Iraque,suporte ao cliente sportingbetagostosuporte ao cliente sportingbet2014.

Dinnayi entrevistou a maioria dessas vítimas ao selecionar os beneficiados do programasuporte ao cliente sportingbetrealojamento na Alemanha.

O trabalho lhe rendeu o Prêmio Aurora pelo Despertar Humanitário este ano, entreguesuporte ao cliente sportingbetoutubrosuporte ao cliente sportingbetErevan, na Armênia. Mas lhe rendeu também uma depressão e um diagnósticosuporte ao cliente sportingbetestresse pós-traumático.

"Não havia um caso pior que o outro. Todos eram insuportáveis. Havia crianças que viram a mãe ser estuprada, meninas pequenas estupradas na frente das mães. Não gostosuporte ao cliente sportingbetlembrar", diz, com um suspiro.

O médicosuporte ao cliente sportingbet46 anos, ele próprio um yazidi exilado na Alemanha desde 1994, abaixa os olhos.

"Algumas imagens, eu jamais esquecerei. Imagine ter nasuporte ao cliente sportingbetfrente uma meninasuporte ao cliente sportingbetoito anos que te conta como foi estuprada sete, oito vezes ao dia durante meses por soldados do EI. No outro dia, uma adolescente com queimadurassuporte ao cliente sportingbetterceiro grausuporte ao cliente sportingbettodo o corpo, que tinha atado fogosuporte ao cliente sportingbetsi mesma para se suicidar e escapar do tormento."

Ele fala com pudor, negando detalhes. As cicatrizes que os relatos deixaram emsuporte ao cliente sportingbetalma são, para ele, suficientes para mostrar o tamanho do horror vivido pelas vítimas do EI.

"Eu não conseguia dormir. Chorava várias vezes ao dia ouvindo essas histórias. Quando eu lembro, penso: como esse tiposuporte ao cliente sportingbetcoisa pode acontecersuporte ao cliente sportingbetpleno século 21?"

Ponte aérea

Praticantessuporte ao cliente sportingbetuma religiãosuporte ao cliente sportingbetmaissuporte ao cliente sportingbet4 mil anos, que reúne elementos do zoroastrismo, judaísmo, cristianismo e islã, os yazidi são vistos pelo EI como devotos do diabo.

Sósuporte ao cliente sportingbetagostosuporte ao cliente sportingbet2014, o grupo extremista assassinou maissuporte ao cliente sportingbet5 mil homens e anciãos da minoria religiosasuporte ao cliente sportingbetSinjar. Um genocídio, segundo as Nações Unidas.

Imagens que rodaram o mundo na época mostravam milharessuporte ao cliente sportingbetpessoas fugindo sob um calorsuporte ao cliente sportingbetmaissuporte ao cliente sportingbet45 graus e se amontoando, impotentes, no alto do Monte Sinjar, cercado pelo EI.

"Quando vi meu povo fugindo pelo deserto sem água ou comida não pude ficar indiferente", afirma Dinnayi.

O ativista, que foi conselheiro especial para minorias no governosuporte ao cliente sportingbetJalal Talabani, presidente do Iraquesuporte ao cliente sportingbet2005 a 2014, mobilizou seus contatos. O governo iraquiano enviou um helicóptero militar da era soviética para evacuar os refugiados. Dois ou três vôos diários eram realizadossuporte ao cliente sportingbetum terreno acidentado, muitas vezessuporte ao cliente sportingbetmeio a tiros dos extremistas.

A aeronave chegava ao Monte Sinjar com água e mantimentos e partia levando,suporte ao cliente sportingbettroca, mais pessoas do que podia carregar.

O desespero dos refugiados, que tentavam introduzir-se à força no helicóptero, resultousuporte ao cliente sportingbettragédias, como a mortesuporte ao cliente sportingbetum jovemsuporte ao cliente sportingbetuns 20 anos que se agarrou ao trilhosuporte ao cliente sportingbetpouso quando a aeronave já iniciava vôo. Poucos minutos depois, quando estavam a cem metrossuporte ao cliente sportingbetaltura, o rapaz perdeu forças e caiu.

"Não conseguimos alcançá-lo para puxá-lo para dentro. O vi caindo e não pude fazer nada. Foi um dos piores momentos que vivi", lamenta-se Dinnayi, presentesuporte ao cliente sportingbettodos os vôos.

Depoissuporte ao cliente sportingbetuma semanasuporte ao cliente sportingbetresgates, o médico estava "totalmente traumatizado".

"Você pode imaginar como é aterrissarsuporte ao cliente sportingbetmeio a umas dez mil pessoas. Todo mundo tenta entrar no helicóptero e você só poder levar 15, 20. No final do dia, você salvou umas 300 pessoas, mas ainda se sente culpado por ter deixado para trás outras milhares. Por mais que você faça, nunca é suficiente", afirma.

As operações foram suspensas no finalsuporte ao cliente sportingbetagosto, depois que o helicóptero sobrecarregado caiu na montanha, matando o piloto. Dinnayi quebrou suas duas pernas.

"Penseisuporte ao cliente sportingbetdesistir, voltar à Alemanha e seguir um tratamento psicológico. Mas o sentimentosuporte ao cliente sportingbetresponsabilidade pela minha comunidade me empurrou a seguir adiante."

Futuro

Sobreviver ao EI não significou o fim do drama para todas as yazidi sequestradas pelos extremistas.

Segundo o fundador da Luftbrücke Irak, muitas delas são impedidassuporte ao cliente sportingbetvoltar a seus vilarejos pela própria comunidade, que as considera impuras por terem mantido relações, ainda que forçadas, com muçulmanos.

Para as que permaneceram no Iraque, os recentes ataques do exército turco no norte da Síria trouxeram o medosuporte ao cliente sportingbetque combatentes do EI se aproveitem do enfraquecimento das forças curdas, que protegeram os yazidi, para reagrupar-se e voltar a aterrorizar o Sinjar.

A ONU estima que maissuporte ao cliente sportingbet170 mil pessoas abandonaram suas casassuporte ao cliente sportingbetcinco diassuporte ao cliente sportingbetofensiva turca, no iníciosuporte ao cliente sportingbetoutubro, incluindo habitantessuporte ao cliente sportingbetvilarejos yazidi.

A Turquia afirma querer criar uma "zona tampão" no norte da Síria a fimsuporte ao cliente sportingbetmanter extremistas curdos longesuporte ao cliente sportingbetsuas fronteiras.

"Temo que estejam abrindo as portas para um novo genocídio yazidi", alerta Dinnayi.

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