Obesidade cresceforma acelerada no Brasil e se aproxima da taxa dos países ricos, indica OCDE:
O IMC é uma equação que levaconta o peso e a altura da pessoa. Um IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso. O índice30 ou mais aponta obesidade, sendo que acima35 é a chamada obesidade mórbida.
Existem grandes disparidades entre os países membros da organização: enquanto nos Estados Unidos o númeroobesos atinge 36,2% da população adulta, no Japão ele éapenas 4,3%, um dos mais baixos entre os 52 analisados no estudo chamado O Fardo Pesado da Obesidade: a Economia da Prevenção.
A Arábia Saudita — que, como o Brasil, não integra a OCDE — é o segundo país com maior índiceobesos: 35,4%. A Índia possui o menor númeroobesos entre os países avaliados, apenas 3,9% dos adultos. Na China, esse número é6,2%.
Nos países da OCDE, 58% da população tem sobrepeso, decorrentesuma alimentação pouco saudável e faltaatividade física, que contribuem para o aumento da obesidade. Dos 36 países membros da organização, 34 têm mais da metade da população acima do peso.
Segundo o estudo, a médiaadultos obesos na OCDE cresceu21%2010 para quase 24%2016, último dado do estudo, o que representa um acréscimocerca50 milhõespessoas.
Pessoasbaixa renda e com menor nível educacional têm maior probabilidadeconsumir uma alimentação menos saudável, com quantidade insuficientefrutas e legumes, e se tornarem obesas, afirma a organização. O problema afeta mais as mulheres nessa categoria social.
No Brasil, 25,4% das mulheres adultas são obesas, enquanto o númerohomens é18,5%.
Impacto no PIB
A OCDE afirma que o sobrepeso representa uma "séria ameaça" para as economias dos países, com significativos impactos econômicos nos gastos com saúde para tratar doenças crônicas como diabetes e problemas cardiovasculares, decorrentes do excessopeso.
Além disso, essas doenças crônicas afetam o mercadotrabalho, reduzindo a possibilidadeessas pessoas continuarem empregadas e aumentando as chancesfaltarem ao trabalho ou serem menos produtivas.
Nos cálculos da OCDE, a obesidade irá reduzir o PIB dos países da organização3,3% no período2020 a 2050. No Brasil, segundo o estudo, o impacto negativo da doença será ainda maior, com redução5,5% no PIB.
A obesidade também reduz a expectativavida. O estudo prevê que no período2020 a 2050, o excessopeso irá reduzir a expectativavida das pessoastrês anos,média, nos países da OCDE, do G20 e na União Europeia. No Brasil, a estimativa éuma redução3,3 anos. No México, a previsão atinge 4,2 anos.
Crianças
No Brasil, quase 11% das crianças são consideradas obesas. A média na OCDE é9,9%. O númerocrianças pré-obesas no país chega a 17,2%.
Na média dos países da OCDE e do G20, a obesidade infantil tem crescido anualmente 0,3 pontos percentuais na última década.
O estudo afirma que crianças com um peso saudável têm mais chancester melhor desempenho na escola e completar o ensino superior.
Já as crianças com problemaspeso tem menos satisfação com a vida e têm quase 4 vezes mais chancessofrer bullying nas escolas, o que pode contribuir para resultados escolares inferiores e diminuir suas chances no mercadotrabalho.
A OCDE afirma que 50 dos 52 países analisados no estudo têm programassaúde para lutar contra a obesidade e que 45 deles têm programas específicos para a obesidade infantil. "No entanto, o aumento das taxasobesidade mostra que é preciso ampliar os esforços", diz o estudo.
Segundo a organização, investir"pacotesprevenção" para lidar com o problema "é um investimento para os países".
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