Em 3 pontos, o que pesquisa revela sobre relação entre eleitor e governo Bolsonaro:inscription zebet

Jair Bolsonaro aparece com feição séria durante evento

Crédito, EVARISTO SA/AFP

Legenda da foto, Analistas ouvidos pela BBC News Brasil mostram que Bolsonaro está cativando uma parcelainscription zebetcercainscription zebetum terço do eleitorado, que permanece fiel a ele

O governo Bolsonaro era avaliado como "bom" ou "ótimo" por 32%inscription zebetjunho deste ano - o número oscilou negativamente, dentro da margeminscription zebeterro, para 31% agorainscription zebetsetembro.

Já os que avaliam o governo como "ruim" e "péssimo" somavam 27%inscription zebetabril; passaram para 32%inscription zebetjunho e chegaram a 34% agora,inscription zebetacordo com o Ibope.

Também diminuíram a confiança no presidente e a aprovação da formainscription zebetgovernarinscription zebetBolsonaro.

Os que desaprovam a forma como Bolsonaro governa o país eram 40%inscription zebetabril. Passaram para 48%inscription zebetjunho e agora são 50%. Inversamente, os que aprovam eram 51%inscription zebetabril, passaram a 46%inscription zebetjunho e hoje são 44% dos brasileiros.

Avaliação do governo Jair Bolsonaro. Percentualinscription zebetrespostas (%). Gráficoinscription zebetbarras mostra percentuaisinscription zebetavaliação do governo Jair Bolsonaroinscription zebetabril, junho e setembroinscription zebet2019 segundo pesquisa CNI-Ibope

A confiança no presidente oscilou da seguinte forma:inscription zebetabril, 51% confiavam nele. Em junho o número passou para 46% e hoje éinscription zebet42%. Os que "não confiam" eram 45%inscription zebetjunho, passaram a 51%inscription zebetsetembro e agora são 55%.

O Ibope ouviu duas mil pessoasinscription zebet19 a 22inscription zebetsetembro deste ano,inscription zebet126 municípios do país. Nesta reportagem, a BBC News Brasil explica como são feitas as pesquisasinscription zebetopinião. A margeminscription zebeterro do levantamento do Ibope é estimadainscription zebet2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o intervaloinscription zebetconfiança utilizado éinscription zebet95%.

Abaixo, as três principais conclusões que podem ser tiradas do levantamento.

1. Popularidade caiu no Sul, mas cresceu no Norte

De acordo com o levantamento do Ibope, o governo Bolsonaro perdeu popularidade nas regiões Sul e Sudeste do paísinscription zebetjunho a setembro - mas a queda foi compensadainscription zebetparte por um aumento nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Nordeste continua sendo a região onde Bolsonaro tem menos apoio.

A queda mais acentuada foi na região Sul: na ediçãoinscription zebetjunho da pesquisa, 52% dos pesquisados na região consideravam a administração Bolsonaro "boa" ou "ótima". Agora, são apenas 36%. Já o percentual dos que consideram o governo "ruim" ou "péssimo" cresceu 18%inscription zebetjunho para 28% agora.

No sudeste, 35% consideravam a gestão Bolsonaro "boa" ou "ótima"inscription zebetjunho. Agora, são 32%. Inversamente, 27% consideravam o governo "ruim" ou "péssimo"inscription zebetjunho, no Sudeste. Agora, 34% pensam desta forma na região, segundo o Ibope.

Enquanto isso, nas regiões Norte e Centro-Oeste, a popularidade do governo cresceu:inscription zebet32%inscription zebet"ótimo"e "bom"inscription zebetjunho, para 39% agorainscription zebetsetembro.

Em relação à renda, a pesquisa do Ibope mostra que a classe média continua sendo a que mais apoia a gestão Bolsonaro, embora este apoio tenha oscilado negativamente nos últimos meses.

Em abril, 45% dos entrevistados com renda familiar acimainscription zebetcinco salários mínimos consideravam o governo como ótimo ou bom. No levantamentoinscription zebetsetembro, este número tinha caído para 43%. Da mesma forma,inscription zebetabril, 59% dos integrantes deste extratoinscription zebetrenda diziam confiar no presidente da República. Em setembro, este percentual caiu para 54%.

2. Crise ambiental afetou imagem do governo

Imagem aérea mostra rastroinscription zebetincêndioinscription zebetfloresta pertoinscription zebetPorto Velho, Rondônia

Crédito, REUTERS/Bruno Kelly

Legenda da foto, Imagem aérea mostra rastroinscription zebetincêndioinscription zebetfloresta pertoinscription zebetPorto Velho, Rondônia; área ambiental teve mau desempenho na avaliação do governo

Quando os entrevistados foram perguntados sobre o desempenhoinscription zebetcada área do governo, o destaque negativo ficou com a área ambiental: a desaprovação do governo nesta área subiuinscription zebet45% para 55% entre junho e setembro.

A única área do governo aprovada por mais da metade da população é a segurança pública, segundo o levantamento do Ibope: 51% aprovam a gestão do governo neste quesito. Taxainscription zebetjuros, impostos e combate ao desemprego são as áreas onde a gestãoinscription zebetBolsonaro é pior avaliada.

O mau desempenho da área ambiental pode estar ligado ao noticiário negativo sobre as queimadas e o aumento do desmatamento na Amazônia: notícias sobre este assunto são as mais lembradas pelas pessoas que responderam à pesquisa do Ibope. Ao todo, 22% se lembraminscription zebetnotícias sobre este assunto. Para efeitoinscription zebetcomparação, apenas 5% se lembraminscription zebetter visto notícias sobre a reforma da Previdência, e 2% mencionaram conteúdos jornalísticos sobre a indicação do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, para o postoinscription zebetembaixador do Brasilinscription zebetWashington.

"Era mesmoinscription zebetse esperar que houvesse um desgaste na questão ambiental,inscription zebetfunção do noticiário muito negativo que ele enfrentou nesta área. Não é à toa que as notícias mais lembradas são sobre este tema", diz o cientista político Claudio Couto, depoisinscription zebetavaliar os números do Ibope a pedido da BBC News Brasil.

Couto lembra que a região Sul foi um bastiãoinscription zebetBolsonaro durante a campanha eleitoral e diz que talvez a variação entre as regiões esteja relacionada com a piora na área ambiental.

"Pode até estar relacionado, afinal as regiões Norte e Centro-Oeste estiveram no epicentro desta crise ambiental; são regiões onde o setor agrícola e extrativista é muito relevante. Talvez, a crise ambiental tenha tido por lá o efeito oposto do que teveinscription zebetoutras regiões (em termosinscription zebetimagem do governo)", diz ele, que é coordenador do programainscription zebetmestradoinscription zebetGestão e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargasinscription zebetSão Paulo.

3. Cercainscription zebetum terço do eleitorado se manteve fiel

Bolsonaro acena para o público

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Nova pesquisa Ibope indica que Bolsonaro manteve um 'terço fiel'

Para analistas políticos consultados pela BBC News Brasil, o levantamento do Ibope traz pelo menos uma boa notícia para Bolsonaro, do pontoinscription zebetvista político: as ações do presidente parecem estar sendo capazesinscription zebetfidelizar uma parte do eleitorado.

Esta seria inclusive maior do que o que dispunham os antecessoresinscription zebetBolsonaro, Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT) nos piores momentosinscription zebetseus governos, e poderia ser suficiente para dar a Bolsonaro a vitóriainscription zebet2022, a depender do desempenho da economia.

"Muito superficialmente falando, a pesquisa parece indicar que a estratégia eleitoral do governo está dando certo", diz o cientista político Christian Lynch, do Institutoinscription zebetEstudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rioinscription zebetJaneiro (Iesp-UERJ). Para o especialista, Bolsonaro teria garantido para si cercainscription zebet30% do eleitorado, com uma posturainscription zebetdireita radical.

"A estratégia dele parece ser ainscription zebetfidelizar esses 30%, como (o presidente dos EUA, Donald) Trump", diz.

"A pesquisa parece indicar que a estratégia dele essa funcionando. Está correspondendo à expectativa desse terço, que ficou fiel. A ideia é apostar na melhora da economiainscription zebetmédio prazo para conseguir mais uns 10% lá na frente, e ganhar a eleição", diz Lynch.

"A trajetória (de queda) da aprovação não é tão negativa", diz o analista político Paulo Gama, da corretora XP Investimentos. "Ele mantém boa parte do público dele (...) e 30%inscription zebetaprovação ainda dão algum lastro para ele no Congresso", diz Gama.

"Quando saíram as pesquisas do CNT/MDA (26inscription zebetagosto) e o Datafolha (2inscription zebetsetembro), surgiu uma ideiainscription zebetque ele estava derretendo e era o fim do mundo. Mas 30% não é trivial. Ainda mais porque a gente veminscription zebetdois presidentes com popularidade na casa ou até abaixo dos 10%", diz o analista.

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