O que os discursospaysafecard casino bonuspresidentes brasileiros na ONU revelam sobre a posição do Brasil no xadrez internacional:paysafecard casino bonus

O tema do meio ambiente esteve presente nos discursospaysafecard casino bonustodos os presidentes brasileiros democraticamente eleitos que subiram no púlpito do plenário da ONU.

Em comum, está o enfoquepaysafecard casino bonusdefender que o Brasil está "fazendo apaysafecard casino bonusparte" na proteção ambiental e a cobrançapaysafecard casino bonuscompensações dos países ricos.

Mas quais foram as outras mensagens dos antecessorespaysafecard casino bonusBolsonaro? O que esses discursos na Assembleia Geral da ONU dizem sobre as mudanças na política externa brasileira?

Collor: ênfasepaysafecard casino bonusdireitos humanos

Como primeiro presidente eleito após a redemocratização, Fernando Collor assumiu a missãopaysafecard casino bonuspassar a imagempaysafecard casino bonusum Brasil comprometido a se adequar às exigências internacionaispaysafecard casino bonusdireitos humanos epaysafecard casino bonusnão-proliferaçãopaysafecard casino bonusarmas nucleares, diz a professora Mariana Kalil, que leciona Relações Internacionais na Escola Superiorpaysafecard casino bonusGuerra, no Riopaysafecard casino bonusJaneiro.

O discurso dele nas Nações Unidaspaysafecard casino bonus1991 reforça a tentativapaysafecard casino bonusmostrar que o país estavapaysafecard casino bonusbusca das credenciais necessárias para assumir maior protagonismopaysafecard casino bonusorganismos internacionais, como no Conselhopaysafecard casino bonusSegurança da ONU.

"Direitos humanos não eram prioridade no regime militar e, no processopaysafecard casino bonusredemocratização, as Forças Armadas tinham visão divergentepaysafecard casino bonusrelação à desmobilização do programar nuclear brasileiro", explica Kalil.

"Desde o governo José Sarney, o Brasil tentava demonstrar que estava querendo ficarpaysafecard casino bonusdia com as nossas hipotecas nessas duas áreas: direitos humanos e armas nucleares. Collor usou parte do discurso para assegurar esses compromissos."

O Brasil ainda não havia aderido ao Tratadopaysafecard casino bonusNão-Proliferaçãopaysafecard casino bonusArmas Nucleares e era alvopaysafecard casino bonuspressão por partepaysafecard casino bonuspaíses desenvolvidos, como os Estados Unidos e nações europeias.

"O Brasilpaysafecard casino bonushoje descarta a ideiapaysafecard casino bonusqualquer experiência que implique explosões nucleares, ainda que para fins pacíficos, e espera que outros países considerem a hipótesepaysafecard casino bonustomar o mesmo caminho", garantiu Collor, no discurso.

Ele também tentou assegurar que o Brasil estava a caminho da abertura comercial e rumo à modernização dapaysafecard casino bonuseconomia, tópicos do agrado da comunidade internacional pós-guerra fria.

"O mandato que me conferiu o povo é opaysafecard casino bonuspromover a rápida modernização e a plena integração do país à economia internacional, para torná-lo mais competitivo e para quepaysafecard casino bonusgente alcance os níveispaysafecard casino bonusbem-estar a que seu talento e operosidade lhe dão direito", discursou, na ocasião.

FHC: Brasil pronto para o protagonismo internacional

Se durante o governo Collor a participação brasileira na ONU teve o objetivopaysafecard casino bonusreforçar que o Brasil estavapaysafecard casino bonusbuscapaysafecard casino bonusse modernizar para assumir papelpaysafecard casino bonusliderança internacional, no governo Fernando Henrique Cardoso o esforço passou a ser opaysafecard casino bonusdefender que o país já estava pronto para ser protagonista.

Em 1998, o Brasil assinou o Tratadopaysafecard casino bonusNão-Proliferaçãopaysafecard casino bonusArmas Nucleares e passou a defender mais ativamente reformas nos organismos internacionais.

"O Brasil tentava mostrar que estava pronto para assumir o papelpaysafecard casino bonusprotagonismo no cenário internacional que lhe era devido. O objetivopaysafecard casino bonusFHC na ONU era comprovar que pagoupaysafecard casino bonus'hipoteca'paysafecard casino bonusdireitos humanos e nuclear", diz Mariana Kalil.

Fernando Henrique discursou pessoalmente na Assembleia Geral da ONUpaysafecard casino bonus24paysafecard casino bonussetembropaysafecard casino bonus2001, duas semanas depois dos atentados do 11paysafecard casino bonusSetembro nos EUA.

Nos outros anospaysafecard casino bonussua gestão, os ministros das Relações Exteriores representaram o Brasil no evento.

Na única ocasiãopaysafecard casino bonusque abriu pessoalmente a Assembleia Geral da ONU, FHC usou o discurso para manifestar solidaridade aos Estados Unidos após os atentados terroristas daquele ano.

O líder brasileiro também cobrou a ampliação do Conselhopaysafecard casino bonusSegurança da ONU, criticou o protecionismo comercial dos países ricos e reforçou o papel do Brasil na buscapaysafecard casino bonusuma globalização "com justiça".

"A força da ONU passa por uma Assembleia Geral mais atuante, mais prestigiada, e por um Conselhopaysafecard casino bonusSegurança mais representativo, cuja composição não pode continuar a refletir o arranjo entre os vencedorespaysafecard casino bonusum conflito ocorrido há maispaysafecard casino bonus50 anos, e para cuja vitória soldados brasileiros deram seu sangue nas gloriosas campanhas da Itália", disse o então presidente.

"Como todos aqueles que pregam a democratização das relações internacionais, o Brasil reclama a ampliação do Conselhopaysafecard casino bonusSegurança e considera atopaysafecard casino bonusbom senso a inclusão, na categoriapaysafecard casino bonusmembros permanentes, daqueles paísespaysafecard casino bonusdesenvolvimento com credenciais para exercer as responsabilidades que a eles impõe o mundopaysafecard casino bonushoje."

É também no discursopaysafecard casino bonusFHC que o Brasil passa a falar, pela primeira vez,paysafecard casino bonusmudanças climáticas.

"A proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável são desafios inadiáveispaysafecard casino bonusnosso tempo. A marcha das alterações climáticas é um fato cientificamente estabelecido", discursou,paysafecard casino bonus2001.

Lula: destaque para avanços sociais

Segundo Mariana Kalil, no governo Lula, o Brasil começa a orquestrar,paysafecard casino bonustermos mais práticos, o pleito por ampliarpaysafecard casino bonusparticipaçãopaysafecard casino bonusorganismos internacionais, como no Conselhopaysafecard casino bonusSegurança da ONU e na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Nos seus discursos na Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente petista deu grande enfoquepaysafecard casino bonusdizer que o Brasil era exemplopaysafecard casino bonusdesenvolvimento social, com a adoçãopaysafecard casino bonusprogramaspaysafecard casino bonustransferênciapaysafecard casino bonusrenda como o Bolsa Família.

"No Brasil, estamos instaurando um novo modelo capazpaysafecard casino bonusconjugar estabilidade econômica e inclusão social. As negociações comerciais não são um fimpaysafecard casino bonussi mesmo. Devem servir à promoção do desenvolvimento e à superação da pobreza. O comércio internacional deve ser um instrumento não sópaysafecard casino bonuscriação, maspaysafecard casino bonusdistribuiçãopaysafecard casino bonusriqueza", defendeupaysafecard casino bonusseu primeiro discurso na ONU,paysafecard casino bonus2003.

Posteriormente, o governo Lula passou a citar o papel do Brasil na liderança da missãopaysafecard casino bonuspaz da ONU no Haiti, iniciadapaysafecard casino bonus2004, como umapaysafecard casino bonussuas "credenciais" para assumir uma cadeira permanente no Conselhopaysafecard casino bonusSegurança.

"Lula associa todo o processopaysafecard casino bonuscriaçãopaysafecard casino bonusprogramas sociais, como Fome Zero, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, às credenciais do Brasil para assumir um assento permanente no Conselhopaysafecard casino bonusSegurança e também cita a participação brasileirapaysafecard casino bonusmissõespaysafecard casino bonuspaz", diz Kalil.

"Ou seja, ele vende o Brasil como capazpaysafecard casino bonusexportar tecnologia social, exportar modelospaysafecard casino bonusdesenvolvimento e garantir segurança."

Em seus discursospaysafecard casino bonus2008 e 2009,paysafecard casino bonusmeio à crise financeira internacional, Lula também criticou,paysafecard casino bonusseu discurso na ONU, o modelo americanopaysafecard casino bonusinterferência mínima na economia. E tentou vender o modelo brasileiropaysafecard casino bonuslidar com turbulências econômicas adotando medidas anticlíclicas e estimulando o consumo.

Segundo o então presidente, a crise internacional demonstrou a "falência" da "doutrina absurdapaysafecard casino bonusque os mercados podiam autorregular-se, dispensando qualquer intervenção do Estado."

"A verdadeira raiz da crise foi o confiscopaysafecard casino bonusgrande parte da soberania popular e nacional — dos Estados e dos governos democráticos — por circuitos autônomospaysafecard casino bonusriqueza epaysafecard casino bonuspoder", defendeupaysafecard casino bonus2009.

Sobre meio ambiente, Lula cobrou reiteradamente dos países ricos maior compensação às naçõespaysafecard casino bonusdesenvolvimento pelapaysafecard casino bonusproteção ambiental.

"Preocupa-nos a resistência dos países desenvolvidospaysafecard casino bonusassumirpaysafecard casino bonusparte na resolução das questões referentes à mudança do clima. Eles não podem lançar sobre os ombros dos países pobrespaysafecard casino bonusdesenvolvimento responsabilidades que lhes são exclusivas", afirmoupaysafecard casino bonusumpaysafecard casino bonusseus discursos na ONU.

Dilma: ataque duro à 'espionagem americana'

Mariana Kalil diz que os discursos da presidente Dilma Rousseff na ONU forampaysafecard casino bonuscontinuidade à política do ex-presidente Lula, mas com menor abrangência e fôlego, já que a petista dedicou pouco tempo à política externa durante os seus quase seis anospaysafecard casino bonusgoverno.

"Houve uma continuidade por inércia. Uma manutenção da tendência, mas com perdapaysafecard casino bonusfôlego, porque, na prática, não foram dados impulsospaysafecard casino bonusnenhum canalpaysafecard casino bonuspolítica externa defendido pelo governo", afirma a professora paysafecard casino bonusRelações Internacionais.

Mas o discursopaysafecard casino bonus2013paysafecard casino bonusDilma na ONU chamou a atenção por uma questão recém-revelada na época. Na ocasião, havia sido divulgada a notíciapaysafecard casino bonusque o governo americano espionou correspondências do governo brasileiro.

Ao abrir a Assembleia Geral, a então presidente disse que as açõespaysafecard casino bonusespionagem dos Estados Unidos no Brasil "ferem" o direito internacional e "afrontam" os princípios que regem a relação entre os países.

Documentos classificados como ultrassecretos da Agênciapaysafecard casino bonusSegurança Nacional (NSA, na siglapaysafecard casino bonusinglês) dos Estados Unidos, divulgados pela TV Globo, mostraram que Dilma e seus principais assessores foram alvo diretopaysafecard casino bonusespionagem da NSA.

Em resposta, a presidente cancelou uma visitapaysafecard casino bonusEstado que faria a Washington para se reunir com o então presidente Barack Obama e, na ONU, afirmou que "ações ilegais" são "inadmissíveis".

"Jamais pode o direito à segurança dos cidadãospaysafecard casino bonusum país ser garantido mediante a violaçãopaysafecard casino bonusdireitos humanos fundamentais dos cidadãospaysafecard casino bonusoutro país. Não se sustentam argumentospaysafecard casino bonusque a interceptação ilegalpaysafecard casino bonusinformações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo", afirmou.

Temer: defesa do impeachment e questão da Amazônia

Quando discursou pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU,paysafecard casino bonus2016, Michel Temer havia acabadopaysafecard casino bonusassumir a Presidênciapaysafecard casino bonusrazão do impeachmentpaysafecard casino bonusDilma Rousseff.

Apoiadores da petista chamavam o afastamento delapaysafecard casino bonus"golpe" e Temer acabou decidindo usar partepaysafecard casino bonusseu discurso na ONU para defenderpaysafecard casino bonuslegitimidade no cargo.

"O Brasil acabapaysafecard casino bonusatravessar processo longo e complexo, regrado e conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte brasileira, que culminoupaysafecard casino bonusum impedimento. Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional", discursou Temer ao abrir a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

No ano seguinte,paysafecard casino bonus2017, o Brasil começou a ser alvopaysafecard casino bonuscríticas internacionais após a divulgaçãopaysafecard casino bonusque,paysafecard casino bonus2016, houve um aumentopaysafecard casino bonus58% no desmatamento na Amazônia.

Temer, então, dedicou seu discurso na ONU,paysafecard casino bonussetembro, para dizer que o governo brasileiro havia tomado providências para proteger a floresta.

"Trago a boa notíciapaysafecard casino bonusque os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuiçãopaysafecard casino bonusmaispaysafecard casino bonus20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos", afirmou.

Mas a fala foi amplamente criticada por utilizar dados imprecisos. Um dos autorespaysafecard casino bonusum estudo citado pelo presidente no discurso criticou a forma como os números foram apresentados.

"Estes não são dados oficiais. Os dados do governo ainda não foram divulgados e parece que o presidente está comparando dados oficiais do ano passado com os nossos,paysafecard casino bonusagora, sendo que as metodologias são totalmente diferentes", afirmou à BBC News Brasil, na época, o engenheiro florestal Paulo Barreto, pesquisador associado do Imazon, ONG que foi mencionada por Temer no discurso.

Estabilidade da política externa

Mariana Kalil, do Centropaysafecard casino bonusGeopolítica da Escola Superiorpaysafecard casino bonusGuerra, afirma que, no geral, houve continuidade e estabilidade na política externa brasileira desde a redemocratização, embora cada presidente tenha dado enfoque a um ou outro aspecto.

Com relação ao meio ambiente, todos os presidentes brasileiros exigirampaysafecard casino bonuspaíses desenvolvidos uma responsabilidade maior que as nações mais pobres na reduçãopaysafecard casino bonusgases poluentes.

"Sempre houve a defesapaysafecard casino bonusque a proteção deve ocorrer com desenvolvimento, um desenvolvimento sustentável", disse.

Mas a postura enfática do governo Bolsonaropaysafecard casino bonusdefender a aberturapaysafecard casino bonusreservas indígenas para mineração, reduzir multas ambientais e ampliar a produção agrícola na Floresta Amazônica colocou o Brasil no centro da pressão internacional.

"O Brasil acaba sendo usado como uma formapaysafecard casino bonusas grandes potências brigarem entre si sem ser diretamente. Ao incluir o Brasil nas discussões sobre meio ambientepaysafecard casino bonusorganismos multilaterais, potências contrárias à posturapaysafecard casino bonusDonald Trump conseguem marcar posição sem atacar os Estados Unidos diretamente", opina Kalil.

A professora também destaca a continuidade dos discursos dos presidentespaysafecard casino bonustemas como ampliação do Conselhopaysafecard casino bonusSegurança da ONU, redução do protecionismo, resolução pacíficapaysafecard casino bonusconflitos, neutralidade na disputa entre potências etc.

Desde que tomou posse, Bolsonaro tem, pelo menos no discurso, indicado mudanças substanciais na política externa brasileira. Será que o discurso vai refletir isso?

"É preciso esperar para ver. Muitas vezes o discurso para o público interno é diferente das ações práticaspaysafecard casino bonuspolítica externa", ressalva Kalil.

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