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Perdatermos e condições sportingbetintimidade com o sonho causa grande prejuízo à humanidade, diz neurocientista:termos e condições sportingbet
Para ele, ao relegar os sonhos ao segundo plano, abrimos mãotermos e condições sportingbetum poderoso instrumento para simular efeitostermos e condições sportingbetnossos atos e encontrar soluções para problemas - atributos que os tornam especialmente importantes num momentotermos e condições sportingbetque a humanidade se vê paralisada diantetermos e condições sportingbetuma catástrofe climática e da crescente desigualdade social.
Um dos mais destacados cientistas brasileiros, Ribeiro é diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e foi um dos fundadores do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde é professor titular.
A criação do instituto, referência para a neurociência brasileira, marcou o retorno do pesquisador ao país após ele passar pelas universidades americanas Rockfeller e Duke. Antes, formou-setermos e condições sportingbetBiologia na Universidadetermos e condições sportingbetBrasília (UnB) e fez mestradotermos e condições sportingbetBiofísica na Universidade Federal do Riotermos e condições sportingbetJaneiro (UFRJ).
Na entrevista à BBC, Sidarta aborda ainda outro tema que abraçou como pesquisador: o potencial da maconha etermos e condições sportingbetalucinógenos para tratar diversas doenças.
Defensor da legalizaçãotermos e condições sportingbettodas as drogas - medida que, segundo ele, reduziria a violência e protegeria usuários -, ele próprio já descreveu experiências que teve com chástermos e condições sportingbetcogumelos e ayahuasca, quando diz ter visualizado seu cérebro por dentro.
Confira os principais trechos da entrevista.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O senhor fala que os sonhos perderam importância para nós, na civilização ocidental, enquanto no passado sonhos guiavam líderestermos e condições sportingbetguerra e eram usados para ampliar nossa compreensão do mundo. Como e quando perdemos essa relação com os sonhos?
termos e condições sportingbet Sidarta Ribeiro - Nos últimos 500 anos. Tem a ver com o desenvolvimento do capitalismo. Desde a Antiguidade se sabia que sonhos podiam acertar e errar. Havia uma certezatermos e condições sportingbetque não eram confiáveis, mas eram potencialmente preciosos. Com o fim da Idade Média e início do capitalismo mercantil, deixatermos e condições sportingbetser aceitável fazer uma decisão comercial, militar ou política com basetermos e condições sportingbetsonhos.
Você não vai mandar um navio da Companhia das Índias Orientais para enchertermos e condições sportingbetnoz moscada e trazer para vender na Europa porque teve um sonho. Deixatermos e condições sportingbetser aceitável, e o sonho sai da vida social.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Há espaço para retomar o protagonismo do sonho numa sociedade que quer lidar com coisas concretas?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Hoje a maioria das pessoas opera na basetermos e condições sportingbetque precisa lutar pela sobrevivência, garantir o seu, pois o que interessa é ter mais coisas. Isso levou a um grande mal-estar, a muita depressão, muito suicídio, muita gente infeliz, inclusive os ricos.
O que nos trouxetermos e condições sportingbetmilhõestermos e condições sportingbetanostermos e condições sportingbetuma vidatermos e condições sportingbetmuito semelhante àtermos e condições sportingbetum macaco-prego até virarmos o que somos agora foi a capacidadetermos e condições sportingbetimaginar um futuro com base no passado, que o sonho propicia. Prestar atenção ao sonho significa simular as consequências dos atos presentes. E a humanidade está com muita dificuldadetermos e condições sportingbetfazer isso - não sótermos e condições sportingbetrelação ao meio ambiente, mastermos e condições sportingbetrelação à distribuiçãotermos e condições sportingbetriqueza, à tomada dos empregos pelos robôs.
Estamos andandotermos e condições sportingbetdireção a um futuro que não parece nada bom. Nesse sentido, é preciso olhar para a sabedoria dos povos coletores-caçadorestermos e condições sportingbethojetermos e condições sportingbetdia, que ainda têm um modotermos e condições sportingbetvidatermos e condições sportingbetque se utilizamtermos e condições sportingbetsonhos pra fazer esses ajustes finos das ações do indivíduo com o grupo e com o meio ambiente.
O excessotermos e condições sportingbetconhecimento com faltatermos e condições sportingbetsabedoria é muito perigoso - é o que vivemos hoje. Aumentar a introspecção, fazer um regresso aos sonhos, voltar a trazê-lo para a mesa do café da manhã, para a cama ao ladotermos e condições sportingbetquem se dorme, para um grupotermos e condições sportingbettrabalho, para a psicanálise, com os filhos, o sonho ser um assunto na vida das pessoas é muito importante.
Claro, não mais com a crençatermos e condições sportingbetque ele pode ser uma comunicação com um oráculo determinístico ou uma revelação, mas sim um bom diagnóstico do que está rolando agora. Isso ajuda a gente a imaginar o futuro e escolher o melhor caminho, evitando as armadilhas.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O senhor diz que nossos sonhos ficaram mais complexos na passagem da Era do Bronze (3000-1200 aC) para a Era Axial (800-200 aC). Como isso impactou a humanidade?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Houve uma mudançatermos e condições sportingbetmentalidade muito grande no Período Homérico, por voltatermos e condições sportingbet800 antestermos e condições sportingbetCristo. Esse é um períodotermos e condições sportingbetque se plasma essa consciência que é a que usamos hojetermos e condições sportingbetdia. As pessoas serem capazestermos e condições sportingbetfazer diálogo interno,termos e condições sportingbetnavegar no passado e no futuro mentalmente, com um eu, é uma coisa muito recente.
Na Idade do Bronze, as pessoas tinham ainda uma mentalidade bicameral, semelhante àtermos e condições sportingbetum esquizofrênico,termos e condições sportingbetpessoas que escutam vozes. É um tipotermos e condições sportingbetconsciência diferente. É uma mente com mais pessoas morando dentro dela. Os deuses moravam na mente, e também a pessoa que recebia os comandos verbais. Isso está fartamente documentado.
Na Era Axial, a gente funde essas vozes com o próprio self, com o eu. Passamos a fazer diálogos internos. Deixamostermos e condições sportingbetachar que Atenas ou Zeus estavam falando conosco. Passamos a pensar: "preciso me alimentar, porque estou com fome". Não é um comando verbaltermos e condições sportingbetinspiração divina.
Esse tipotermos e condições sportingbetmente surgiu 3 mil anos atrás e agora começou a mudartermos e condições sportingbetnovo. Estamos passando uma sérietermos e condições sportingbetfunções mentais para as máquinas, cada vez mais. Estamos virando ciborgues aceleradamente.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O xamã yanomami Davi Kopenawa diz que "os brancos dormem muito, mas só conseguem sonhar com eles mesmos".
termos e condições sportingbet Ribeiro - Exatamente. Ou a gente simula esse futuro planetário, ou a gente vai se dar mal.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O governo Bolsonaro tem apostado numa campanhatermos e condições sportingbetmaior repressão às drogas. Qual atermos e condições sportingbetposição sobre o tema?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Sou a favor da legalização e regulamentaçãotermos e condições sportingbettodas as drogas. Minha posição coincide com a da SBPC, decididatermos e condições sportingbetassembleia no ano passado por unanimidade.
A proibiçãotermos e condições sportingbetdrogastermos e condições sportingbetsi é tóxica, causa muitos males. É preciso regulamentar as substânciastermos e condições sportingbetacordo com seu potencial benéfico e danoso. E com isonomia entre esses potenciais. Não é possível a gente ter substâncias como o álcool, que tem propaganda positiva na televisão, e ter a Cannabis proibida. Não faz sentido do pontotermos e condições sportingbetvista científico.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Haveria regulamentação até das drogas mais pesadas? As pessoas poderiam comprar crack na farmácia?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Elas têm que ser reguladas. O crack é uma criação do proibicionismo. Não havia crack até quatro décadas atrás. Na vigência da proibição, não se podendo operar com a cocaína, passou-se a operar com o crack.
A proibição é muito perigosa para sociedade. Até pessoas que não fazem usotermos e condições sportingbetnenhuma substâncias psicoativa podem morrer numa circunstânciatermos e condições sportingbetproibição, com uma bala perdida.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Críticos à legalização dizem que as drogas são nocivas e que o Estado, ao regulá-las, daria uma espécietermos e condições sportingbetchancela às substâncias.
termos e condições sportingbet Ribeiro - Acredito nas evidências científicas. Existem rankingstermos e condições sportingbetdanos das substâncias, como o do David Nutt, do Imperial College (na Grã-Bretanha). Ele mostra que a substância mais perigosa, mais do que a heroína, é o álcool.
Diante dessas evidências, já que convivemos com o álcool, por que não podemos conviver com outras substâncias e regular o seu uso? E dizer: "se você quer utilizá-la, você vem aqui e faz assim e assim, mas não vai usar seringa contaminada, vai saber a dose, não vai ter contaminação".
O problema da proibição é que os usuários ficam totalmente desprotegidos para qualquer tipotermos e condições sportingbetacidente, erro e má-fé. Precisamos parartermos e condições sportingbetdemonizar algumas drogas e endeusar outras.
Hojetermos e condições sportingbetdia,termos e condições sportingbetvários países do mundo, como Brasil e Inglaterra, você liga a televisão e vê jogadorestermos e condições sportingbetfutebol muito bem sucedidos, rodeadotermos e condições sportingbetmulheres maravilhosas, tomando cerveja. É por essas coisas que o álcool é a substância que tem maior prevalênciatermos e condições sportingbetconsumo entre todas. Uma substância que tem grandes riscos para a saúde das pessoas e da sociedade, pois o álcool também tem esse impacto social. Enquanto isso, outras substâncias que nem causam tantos riscos são perseguidas.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Recentemente a Anvisa defendeu que empresas possam cultivar maconha para fins medicinais e vendê-la para a indústria farmacêutica ou entidadestermos e condições sportingbetpesquisa. O que achou da proposta?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Ela é melhor do que não regulamentar nada. Mas acho que ela precisa ser modificada para a inclusãotermos e condições sportingbetprodutores que não sejam apenas as grandes empresas. Se você tratar a maconha como se fosse plutônio, só as grandes empresas vão poder atender.
Hoje existe um uso medicinal da maconha por muitas pessoas do Brasil que são amparadas por habeas corpus (decisões judiciais que autorizam o cultivo e consumo da substância). E esse uso não estaria atendido por essa proposta inicial.
É preciso garantir o acessotermos e condições sportingbetquem não tem dinheiro. E o acessotermos e condições sportingbetquem não tem dinheiro a uma planta é o autocultivo, o plantio das cooperativas. Isso seria uma legislação avançada.
Permitir que as multinacionais se instalem e produzam aqui vai mudar pouco a situação do brasileirotermos e condições sportingbetclasse baixa ou classe média que precisa do remédio. O remédio vai sair muito caro.
termos e condições sportingbet BBC News - Como garantir que a mãe que planta Cannabis para produzir remédio para seu filho estará utilizando a melhor planta, ou que o remédio será adequado para o paciente?
termos e condições sportingbet Ribeiro - São duas etapas. A primeira é agregar valor às boas práticastermos e condições sportingbetcultivo etermos e condições sportingbettudo que se conhece da fitoterapia, que faz parte inclusive do Sistema Únicotermos e condições sportingbetSaúde.
Em segundo lugar, parcerias com centrostermos e condições sportingbetpesquisa das universidades para fazer dosagem. É totalmente viável e,termos e condições sportingbetcerta maneira, já foi iniciada por meio dos habeas corpus. Agora, não dá para todo mundo entrar na Justiça. Precisa resolver para todo mundo.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O senhor já comparou o potencial da maconha para a medicina aos efeitos que os antibióticos tiveram no passado. Por quê?
Apesar dessa frase parecer bombástica, ela exprime uma realidade científica que está se tornando uma realidade médica. As maconhas, e eu digo no plural, porque as plantas têm propriedades e composições diversas, apresentam algumas propriedades que são muito desejáveis para doenças diferentes. Ela é um poderoso anti-inflamatório, o que serve para muitas dores.
E, por alterar as atividades dos neurôniostermos e condições sportingbetuma maneira a dessincronizá-los, também tem efeitotermos e condições sportingbetuma sérietermos e condições sportingbetenfermidades, como epilepsia, tourette, dores neuropáticas.
Há também o efeito antitumoral, que é muito impressionantetermos e condições sportingbetcasostermos e condições sportingbetglioma, por exemplo. Também tem efeitostermos e condições sportingbetproduçãotermos e condições sportingbetnovas sinapses, por isso já existem usos para Alzheimer e mesmo para declínio cognitivo do envelhecimento.
As pessoas se perguntam: 'por que só agora estamos falando disso? A gente já não precisava desses medicamento?' O problema é que não era do interesse da indústria que um medicamento que serve para várias doenças pudesse ser plantadotermos e condições sportingbetcasa pelas pessoas.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O ministro da Cidadania, Osmar Terra, é contra a liberação da maconha medicinal, mas diz que seria possível regulamentar o canabidiol sintético. O que o senhor acha?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Acho surreal. A quem interessa um produto tão caro que poderia ser tão barato?
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O governo também diz que a regulamentação da maconha medicinal abriria a porta para o uso recreativo. E que, portermos e condições sportingbetvez, ela seria portatermos e condições sportingbetentrada para outras drogas mais nocivas.
termos e condições sportingbet Ribeiro - Esse é um discurso atrasado e faz parte da ideiatermos e condições sportingbetque proibindo as drogas você protege as pessoas. Eu acredito no oposto: regulamentando as drogas, as pessoas vão ser protegidas.
Há um trabalho clássicotermos e condições sportingbetque se viu que os usuáriostermos e condições sportingbetcrack largavam o crack para fumar maconha e depois acabavam largando até a maconha. A maconha servia como portatermos e condições sportingbetsaídatermos e condições sportingbetdependênciatermos e condições sportingbetcrack.
O grande problema não é o usotermos e condições sportingbetdrogas, é o abuso. Pode-se fazer uso problemáticotermos e condições sportingbetqualquer coisa: internet, celular, tablet. Precisamos sair do pânico moral e entrartermos e condições sportingbetoutra discussão, que é como proteger as pessoas dos perigos específicos dessas substâncias.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O senhor já disse que o Brasil poderia estar na vanguarda da ciência sobre psicodélicos. Qual o potencialtermos e condições sportingbetpesquisa nesse campo e quanto já avançou?
termos e condições sportingbet Ribeiro - O potencial é muito grande, porque a psiquiatria não tem bons remédios para depressão, para traumas e para angústias existenciais profundas. Muitas pessoas que usam antidepressivos por muito tempo não encontram satisfação. Pelo contrário, encontram um aumento da insatisfação.
Pesquisas dos últimos dez anos têm mostrado que os psicodélicos são poderosos no tratamentotermos e condições sportingbetdepressão e trauma. Fazem muito mais do que outras substâncias. Mas não é simplesmente a administração da substância, é a psicoterapia assistida pela substância. O Brasil tem uma liderança nesse campo por causa das pesquisas com ayahuasca, o chamado chá do Santo Daime.
É uma pesquisa que vem sendo realizada há muito tempotermos e condições sportingbetfunção da liberdade religiosa para o uso desse chá. Houve um avanço grande aqui no Brasil sobre o conhecimento que os psicodélicos fazem no cérebro e no corpotermos e condições sportingbetmaneira geral.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Quanto do efeito da ayahuasca se deve à substância e quanto se deve ao ritual religiosotermos e condições sportingbetque ela é consumida?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Em todo tipotermos e condições sportingbetexperiência psicodélica, o ritual, o contexto, o ambiente, com quem você estava, que música cantou, que luz tinha, que cheiro tinha, todas as variáveis contextuais são tão ou mais relevantes que a própria substância.
Nesse sentido, a ciência concorda com as religiões. As religiões dizem: as substâncias, sozinhas, não são sagradas, é necessária uma sérietermos e condições sportingbetcuidados.
Agora, não vai haver acordo sobre a interpretação que vai ser dada sobre as experiências que as pessoas tiveram. E nem precisa. A ciência pode ter uma interpretação, e as religiões podem ter outras.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Comunidades indígenas e religiosas que consideram a ayahuasca sagrada se preocupam comtermos e condições sportingbetapropriação por outros grupos, como cientistas e a indústria farmacêutica. O avanço da ciência sobre a ayahuasca não tende a esvaziar seu sentido religioso e a sabedoria ancestraltermos e condições sportingbettorno dela?
termos e condições sportingbet Ribeiro - O risco sempre existe, porque a ciência tem um históricotermos e condições sportingbetser muito brutal e capitalista na maneiratermos e condições sportingbetse relacionar com o saber tradicional. Por outro lado, tivemos abertura para ter contato com pessoas que praticam essa religião porque elas queriam saber mais.
Pode haver respeito mútuo. Mas a discussão é mais profunda. O Brasil conhece a ayahuasca pelas religiões sincréticas, ribeirinhas e caboclas, que tiveram contato com o chá e o misturaram com o universo judaico-cristão e da umbanda. Foram essas religiões que disseminaram a ayahuasca pelo mundo, e não os povos indígenas ayahuasqueiros, que trouxeram essa tradição do passado imemorial para cá.
A apropriação cultural dos índios é constante. Num momentotermos e condições sportingbetque estão devastando a Amazônia, mostrar como os psicodélicos podem ser benéficos me parece uma atitude respeitosa com quem tem esses processos como sacramentos.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O senhor pensa cientificamente enquanto está sob efeitotermos e condições sportingbetpsicodélicos?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Depende da vez. É uma situaçãotermos e condições sportingbetmuito insight. Se eu te disser "mexa o polegar direito", você mexe. Mas se for para ativar o hipocampo esquerdo, você não consegue, você não sabe onde ele está.
Quando a gente está numa experiênciatermos e condições sportingbetayahuasca, você consegue visualizar onde está o hipocampo esquerdo. Se isso étermos e condições sportingbetfato o hipocampo esquerdo ou só uma ilusão, eu não sei.
Mas é uma situaçãotermos e condições sportingbetque se consegue simular o próprio funcionamento cerebral. No fundo, um cientista está sempre pensandotermos e condições sportingbetciência. O que será que está acontecendo no meu cérebro para que eu possa estar vendo isso?
Aí entra a questão da interpretação. A pessoa que está na religião vai dizer: "eu vi um espírito". Enquanto um cientista materialista vai dizer: "eu vi uma representação daquela entidade que habita meu cérebro".
A gente já entendeu como o coração funciona. Por que a gente ainda não entendeu como o cérebro funciona? Porque é mais complicado. O que é a consciência?
Esta é a geração que finalmente vão conseguir entender o que é a consciência. Poderão dizer que na tradição hindu já conhecem a consciência faz tempo. Mas não nos termos da biologia, da química, da física. Essa tradução está sendo feita agora.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - Militares fardados filmaramtermos e condições sportingbetfala no último encontro da SBPC,termos e condições sportingbetjulho. O Exército diz que não ordenou o ato e que eles agiram como cidadãos privados. Como interpretou o episódio?
termos e condições sportingbet Ribeiro - O atotermos e condições sportingbetsi pode ser interpretadotermos e condições sportingbetmil maneiras, das mais benignas às menos benignas.
A informaçãotermos e condições sportingbetque eles estavam lá como cidadãos privados pode muito bem proceder. Foi um pouco estranho, porque, quando a gente documenta alguma coisa como cidadão comum, a gente fica sentado na cadeira e usa o próprio celular (já os militares usavam câmeras e se moviam durante a gravação).
Mas isso não é o ponto principal. O ponto central é o que eu disse naquela palestra: faltam R$ 340 milhões para o CNPq (Conselho Nacionaltermos e condições sportingbetDesenvolvimento Científico e Tecnológico) pagar as bolsas a partirtermos e condições sportingbetsetembro. O Fundo Nacionaltermos e condições sportingbetDesenvolvimento Científico e Tecnológico foi contingenciadotermos e condições sportingbet90%. O orçamentotermos e condições sportingbetCiência no Brasil voltou a ser o que era 15, 20 anos atrás. Isso é gravíssimo, ameaça o funcionamento do país.
termos e condições sportingbet BBC - O que esses contingenciamentos representam?
termos e condições sportingbet Ribeiro - Representam o fimtermos e condições sportingbetbolsastermos e condições sportingbetalunostermos e condições sportingbetalunostermos e condições sportingbetiniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado etermos e condições sportingbetpesquisadores que já são professores. Representam não ter dinheiro para comprar os insumos da pesquisa, não ter dinheiro para fazer manutençãotermos e condições sportingbetequipamentos caros, para fazer publicação científica, para viajar para congressos e representar a ciência brasileira.
Basicamente, significam um grande handicap (um atraso) para o cientista brasileiro. Já não é fácil, mas, na situação atual, está se tornando proibitivo. Imagina o que vai ser com 84 mil bolsastermos e condições sportingbetpesquisa suspensas a partirtermos e condições sportingbetsetembro. Temos vários alunos sem bolsa. Todos os laboratórios têm equipamentos parados porque a gente não consegue dinheiro para consertar.
O país precisa entender que houve um investimento termos e condições sportingbet70 anos para termos o Sistema Nacionaltermos e condições sportingbetCiência, Tecnologia e Inovação. Se houver um desinvestimento tão brutal como se está anunciando, teremos um prejuízotermos e condições sportingbetdécadas.
termos e condições sportingbet BBC News Brasil - O que achou da demissão do diretor do Inpe (Instituto Nacionaltermos e condições sportingbetPesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, na semana passada? (Galvão deixou o posto após se desentender com Bolsonarotermos e condições sportingbetrelação à divulgaçãotermos e condições sportingbetdados sobre o desmatamento na Amazônia.)
termos e condições sportingbet Ribeiro - É gravíssima. Ao invéstermos e condições sportingbetse discutir a questão central, que é o aumento do desmatamento, a gente fica discutindo um conflito entre pessoas. A Amazônia está se aproximando do limite, do pontotermos e condições sportingbetnão retorno. Enfrentamos um crise ambiental sem precedente que vai desertificar a Amazônia, vai destruir o agronegócio brasileiro e vai ter consequências sérias para o país.
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