O que é 'cegueira vegetal' e por que ela é vista como ameaça ao meio ambiente:esporte esporte bet
Essa tendência é tão comum que Elisabeth Schussler e James Wandersee, uma duplaesporte esporte betbotânicos e educadores americanos, criaram um termo para issoesporte esporte bet1998: "cegueira vegetal". Eles descreveram isso como "a inabilidadeesporte esporte betver ou perceber as plantas no seu ambiente".
Não éesporte esporte betse admirar que a cegueira vegetal resulteesporte esporte betuma subapreciação das plantas - e um interesse limitado na conservação delas. Cursosesporte esporte betbiologia das plantas estão fechando ao redor do mundoesporte esporte betuma velocidade impressionante e o investimento público para a ciência das plantas está diminuindo.
Por mais que ainda não tenham sido feitos estudos sobre a dimensão da cegueira vegetal eesporte esporte betmudança com o tempo, a crescente urbanização e o tempo gasto com aparelhos eletrônicos indica que há uma maior "desordemesporte esporte betdéficitesporte esporte betnatureza" (o prejuízo causado a humanos por se alienar da natureza). E menos exposição a plantas significa mais cegueira vegetal. Como explica Schussler, "os humanos só conseguem reconhecer (visualmente) o que eles já conhecem".
Isso é problemático. A conservaçãoesporte esporte betplantas importa para a saúde ambiental. E também importa para a saúde humana.
A pesquisa sobre plantas é essencial para muitas descobertas científicas, desde colheitasesporte esporte betalimentos até remédios mais eficazes. Maisesporte esporte bet28 mil espéciesesporte esporte betplantas são usadas na medicina, incluindo drogas anticâncer derivadasesporte esporte betplantas e anticoagulantes.
Fazer experimentos com plantas também oferece uma vantagem ética sobre o testeesporte esporte betanimais: técnicas versáteisesporte esporte betáreas como alteraçãoesporte esporte betgenoma podem ser refinadas usando plantas, que são fáceis e baratas para reproduzir e controlar. Por exemplo, a sequência do genoma da Arabidopsis, uma planta com flores importantes para a pesquisa da biologia, foi um marco não apenas na genética das plantas, mas no sequenciamentoesporte esporte betgenomaesporte esporte betgeral.
Dada a importância das plantas à nossa sobrevivência, como os humanos se tornaram "cegos vegetais"?
Vendo verde
Há motivos cognitivos e culturais pelos quais animais, até mesmoesporte esporte betespécies não importantes objetivamente para os humanos, sejam mais fáceisesporte esporte betdistinguir.
Parte disso é porque categorizamos o mundo. "O cérebro é fundamentalmente um detectoresporte esporte betdiferenças", explicam Schussler e Wandersee.
Porque as plantas mal se movem, crescem perto uma das outras, e muitas vezes têm cores parecidas, nossos cérebros tendem a agrupá-las juntas. Com cercaesporte esporte bet10 milhõesesporte esporte betbitsesporte esporte betdados visuais transmitidos por segundo pela retina humana, o sistema visual humano filtra coisas não ameaçadoras, como plantas, e as coloca no mesmo grupo.
Isso não se restringe a humanos. Uma capacidadeesporte esporte betatenção limitada pode afetar até a forma como pássaros veem plantas e insetos ao seu redor.
Há também nossa preferência por similaridade biocomportamental: como primatas, tendemos a perceber criaturas que são mais parecidas conosco.
"Pela minha experiência com grandes primatas, eles geralmente estão mais interessadosesporte esporte betcriaturas mais parecidas com elesesporte esporte bettermosesporte esporte betaparência", diz Fumihiro Kano, da Universidadeesporte esporte betKyoto, no Japão. Nos humanos, há um elemento social nessa preferência visual.
"Primatas criados entre humanos se interessam maisesporte esporte betimagensesporte esporte bethumanos do queesporte esporte betnão humanos, incluindoesporte esporte betsua própria espécie", diz Kano.
Nas sociedades humanas, a ideiaesporte esporte betque animais são fundamentalmente mais interessantes e visíveis que plantas é constantemente reforçada. Nós damos nome a muitos deles, os descrevemos com características humanas.
E prestamos atenção inclusive a variações individuais entre eles: a personalidadeesporte esporte betum cachorro, por exemplo, ou a paletaesporte esporte betcores únicaesporte esporte betuma borboleta.
Ver os animais como parecidos - ou mais parecidos - conosco provoca uma certa empatia. Isso é chave para as decisões sobre conservação.
A maioriaesporte esporte betnós sente propelida a querer proteger ursos polares, por exemplo, não porque temos uma lista racionalesporte esporte betmotivos pelos quais precisamos deles, mas porque eles tocam nossos corações, diz a psicóloga ambiental Kathryn Williams, da Universidadeesporte esporte betMelbourne, na Austrália.
Até mesmo dentro da conservação animal, alguns bichos carismáticos (especialmente mamíferos grandes que olham para a frente) recebem muito mais atenção. A pesquisaesporte esporte betWilliams mostrou que as pessoas apoiam muito mais a conservaçãoesporte esporte betespécies com características parecidas com aesporte esporte bethumanos.
O desafio é muito maior para as plantas. Em 2011, as plantas representavam 57% das espéciesesporte esporte betperigoesporte esporte betextinção nos EUA - mas receberam menosesporte esporte bet4% do investimento públicoesporte esporte betespéciesesporte esporte betextinção.
"Construir essas conexões emocionais com ecossistemas e espéciesesporte esporte betplantas é crucial para a preservaçãoesporte esporte betplantas", diz Williams.
É claro que a Ciência não é um jogoesporte esporte betsoma zeroesporte esporte betque mais interesse e mais recursos aplicadosesporte esporte betalguma coisa signifique menos investimentoesporte esporte betoutra. Mas, assim como qualquer outro tipoesporte esporte betpreconceito, reconhecê-lo é o primeiro passo para reduzi-lo.
Tornando-se 'menos cego'
Um fator chave para reduzir a cegueira vegetal é aumentando a frequência e variedadeesporte esporte betmaneiras através das quais vemos as plantas.
Isso pode começar cedo - como diz Schussler, que é professoresporte esporte betbiologia da Universidadeesporte esporte betTennessee (EUA) - "antes dos estudantes começarem a dizer que estão entediados com as plantas". Um projetoesporte esporte betciência cidadã que tenta mudar isso é o TreeVersity, que pede para pessoas comuns ajudarem a classificar imagensesporte esporte betplantas do Arbóreo Arnold, da Universidade Harvard.
Interações diárias com plantas é a melhor estratégia, diz Schussler. Ela também cita falar sobre conservaçãoesporte esporte betplantasesporte esporte betparques locais e jardinagem.
As plantas também podem ser mais enfatizadas na arte. Dawn Sanders, da Universidadeesporte esporte betGotemburgo, na Suécia, que colaborouesporte esporte betprojetosesporte esporte betarte e meio ambiente no Jardim Botânicoesporte esporte betGotemburgo, descobriu que imagens e histórias são importantes para conectar os alunos com as plantas.
O trabalhoesporte esporte betSanders também indica variações culturais. "A cegueira vegetal não é aplicada a todas as pessoas da mesma maneira", diz ela. Comparado ao estudo inicial com estudantes americanos, diz ela, "nós temos descoberto que nossos alunos suecos se conectam com as plantas atravésesporte esporte betmemória, emoção e beleza, especialmente durante o verão ou os primeiros dias da primavera".
Por exemplo, a vitsippa (Anemone nemorosa) é valorizada como mensageira da primavera.
Na Índia, a ligação entre humanos e plantas pode ter mais a ver com religião e medicina. "Seu valor certamente é vividoesporte esporte betum nível visceral", diz Geetanjali Sachdev, que pesquisa arte e educação botânica na Escola Srishtiesporte esporte betArte, Design e Tecnologiaesporte esporte betBangalore.
"Nós não podemos escapar disso porque as plantas estão muito interligadas com vários aspectos da vida cultural indiana".
Sachdev tem documentado a presença dos motivos vegetais nas cidades indianas: desde floresesporte esporte betlótus pintadasesporte esporte bettanquesesporte esporte betágua até desenhos botânicos no chão.
Essas imagens vão além das flores, que tão frequentemente dominam a ligação com plantas nos países ocidentais. "De uma perspectiva mitológica, árvores, folhas e flores poderiam todas ser significativas, mas, com as perspectivas medicinais da ayurveda (uma forma indianaesporte esporte betmedicina tradicional), muitas outras partes das plantas têm valor - folhas, raízes, flores e sementes", diz ela.
Portanto, a cegueira vegetal não é universal nem inevitável. "Apesaresporte esporte betnossos cérebros humanos serem programados para não ver as plantas, podemos superar isso com uma percepção maior", diz Schussler.
Williams também está otimista quanto ao aumento da empatia pelas plantas. "É plausível, tem a ver com imaginação", diz ela.
Até mesmo personagens fictíciosesporte esporte betplantas estão aparecendo. Dois do mundo dos quadrinhos são McPedro, o cactus escocês que aparece na série webcomic Girls with Slingshots, e o super herói da Marvel Groot.
A oferta globalesporte esporte betalimentos está enfrentando mais desafios do que nunca hoje devido a uma combinaçãoesporte esporte betaumento populacional, escassezesporte esporte betágua, diminuiçãoesporte esporte betterras para agricultura e mudanças climáticas. Pesquisas com biocombustíveis mostram que as plantas também são importantes fontesesporte esporte betpotencialesporte esporte betenergia renovável. Isso significa que é necessário saber detectar, aprender e inovar com nossos amigos verdes. Nosso futuro depende disso.
esporte esporte bet Leia a versão original desta matéria (em inglês) esporte esporte bet no site da BBC Future
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