Ato pró-Bolsonaro: o que os manifestantes pensam sobre 6 pontos polêmicos do governo:timemanía online
Valdir concorda com as críticas a deputados como Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara: "Tudo o que o centrão faz é contra o Brasil. Eles passam qualquer votação na frente só para prejudicar o Bolsonaro", disse.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também foi um dos pontos preferidos do movimento pró-Bolsonaro: os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes foram xingados, às vezes com palavrastimemanía onlinebaixo calão.
Mas outras críticas, até então inéditas, chamaram a atenção: membros da própria direita viraram alvo, como o governadortimemanía onlineSão Paulo, João Doria (PSDB), e o deputado federal Kim Kataguiri (DEM), líder do Movimento Brasil Livre (MBL). Durante a semana, ambos se posicionaram contra as manifestações.
Em determinado momento, o MBL foi chamadotimemanía online"Movimento Bumbum Livre" pela multidão; e Kataguiri,timemanía online"traidor".
Além da críticas a quem hoje a direita bolsonarista considera inimiga, havia no protesto um amplo apoio à Reforma da Previdência tocada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. E também ao pacote anticrime proposto por Sérgio Moro, titular da pasta da Justiça.
Durante a manifestação na Paulista, a BBC News ouviu manifestantes que apoiam o presidente sobre seis temas polêmicos envolvendo o governo.
1 - Balanço do governo até agora
Com uma camisa do Brasil, a ex-cobradoratimemanía onlineônibus Iracematimemanía onlineMoraes,timemanía online60 anos, não titubeia sobre os quase cinco mesestimemanía onlinegoverno Bolsonaro. "Estou gostandotimemanía onlinetudo. Não tenho nenhuma crítica, não", diz.
Vítima da crise econômica, Iracema está desempregada há dois anos. "Sou uma patriota, confiotimemanía onlineBolsonaro e estou muito contente com o governo dele", completa.
Já o médico Heitor Oliveira,timemanía online62 anos, faz uma crítica à imprensa e às discussões que são levantadas sobre o governo. "Tem muita coisa que acontece e as pessoas não ficam sabendo. As pessoas falam demais sobre o que ele não está fazendo, mas se esquecem o que o governo está fazendo", diz.
Para ele, Bolsonaro acertou ao escolher um "ministério técnico, sem nomeações políticas". "Foi uma coisa que ele prometeu na campanha e que ele cumpriu", afirma o médico.
Porém, ele acredita que Bolsonaro deveria ter se concentrado maistimemanía onlinequestões econômicas do quetimemanía onlinepautastimemanía onlinecostumes, como a flexibilização do acesso às armas e críticas ao movimento LGBT.
"Acho que as pautas mais conservadoras nos costumes ele deveria fazer aos poucos, ao longo dos anos. Ele resolveu colocar essas questões logo agora, no começo, e isso gerou muita divisão na sociedade, inclusive dentro da própria direita", diz.
A donatimemanía onlinecasa Ritatimemanía onlineCássia Nascimento, 51, tocatimemanía onlineoutro ponto: "Para mim melhorou muito, pelo menos na questão da segurança."
Já o consultortimemanía onlineTecnologia da Informação Ricardo Gerhard também diz estar satisfeito com os primeiros mesestimemanía onlineBolsonaro na Presidência. "Para mim está muito bom, está ótimo", afirma.
"Bolsonaro colocou estradas no Nordeste, algo que não tinha", diz.
Na verdade, as obras que ele cita fazem partetimemanía onlineum boato recente que foi desmentido por sitestimemanía onlinechecagemtimemanía onlinenotícias falsas: Bolsonaro não inaugurou rodovias no Nordeste nos últimos dias.
Em fevereiro, o governo comemorou a melhoriastimemanía onlineum trechotimemanía onlineuma rodovia na região, porém, as obras foram iniciadas pelo governotimemanía onlineDilma Rousseff e depois terminadas pela iniciativa privada.
2 - Reforma da Previdência
Grande aposta do governo Bolsonaro para estancar a crise econômica, a reforma da Previdência foi amplamente defendida nos carrostimemanía onlinesom do protesto e pelos manifestantes ouvidos pela BBC News Brasil.
Os líderes do ato repetiram o discurso do governo etimemanía onlineparte dos atores econômicostimemanía onlineque a reforma é primordial para fazer a economia andar nos próximos anos.
O consultortimemanía onlineTI Ricardo Gerhard coloca a culpa da necessidade da reforma nos governos anteriores. "Sou a favor, sim. O Brasil está quebrado, não tem dinheiro. O dinheiro já foi gasto pelos governos anteriores. A reforma é um remédio amargo", explica.
O confeiteiro Valdir dos Santos Vieira concorda: "Acho que a reforma vai melhorar o país. Vai diminuir a aposentadoriatimemanía onlinepessoas mais ricas e dos políticos. Acho que ela vai ser justa para quem é mais pobre", afirma.
O médico Heitor Oliveira sentencia: "A reforma é o que o país mais precisa agora".
3 - Relação do governo com o STF e Congresso
No protesto, o principal alvotimemanía onlinecrítica dos manifestantes foi a atuaçãotimemanía onlineparte do Congresso - o chamado centrão. E esse grupotimemanía onlinedeputados foi personificado no deputado Rodrigo Maia, alvotimemanía onlinemuitos xingamentos e faixas.
Essa parcela é vista como uma barreira para Bolsonaro realizar tudo o que prometeu. "O problema do Bolsonaro é que o Congresso trava tudo o que o presidente propõe", diz Gerhard.
"Só votam o que eles querem, não o que a população deseja", diz Vieira.
Já o funcionário público Ayala Cabral, 20, usa uma frase famosa na bocatimemanía onlineBolsonaro. "Os políticos acreditam que o Brasil é Brasília, temos que mostrar que não é assim dessa forma".
Sobre o centrão: "O centrão não pode fazer o que quiser, os políticos precisam do aval do povo."
Ele completa: "O Congresso vive um aparelhamento. Os políticos ficam enclausurados, sem ouvir a resposta do povo. E isso é uma influência negativa para o Executivo. Os congressistas precisam ver que eles são um veículo, mas nós, o povo, somos os motoristas", disse.
A dentista Ana Maria Oliveira, 60, afirma: "Acho que eles (congressistas) querem é dinheiro para votar. Quer dizer, dinheiro não, eles querem cargos no governo."
Já o STF "estátimemanía onlinebrincadeira", segundo o consultor Ricardo Gerhard. "Eles conseguem votar contra as próprias leis", explica.
Para o médico Heitor Oliveira, o Supremo "não se dá ao respeito". "Você vê ministro que vive na ponte-aérea Brasil-Lisboa. Outro que faz palestratimemanía onlineempresa privada ou participatimemanía onlinefestas com advogados", afirma.
"Se os ministros vivem batendo boca entre eles, por que um cidadão comum não pode questioná-los?".
Já o confeiteiro Valdir dos Santos Vieira cita uma licitação do Supremo para a compratimemanía onlinevinhos e lagostas, pleito que chegou a ser questionado na Justiça, mas acabou liberado. "Os caras comem lagosta e o povo passando fome?", diz.
4 - Bloqueiostimemanía onlineverbas da educação
Os recentes bloqueiostimemanía onlineverbas na educação e os protestostimemanía onlineestudantes e professores contra a medida também foram assunto entre os manifestantes ouvidos pela BBC News Brasil.
"Para mim, houve um errotimemanía onlinecomunicação do ministro da Educação (Abraham Weintraub)", diz Heitor Oliveira. "Ele já sabia que haveria esse contingenciamento, mas falou que era por causatimemanía onlinebalbúrdia. Ele quis jogar para a galera, mas acabou alimentando os protestos contra o presidente", diz.
Ayala Cabral: "Os protestos foram pequenos, minoritários, ideológicos. Na prática, o contingenciamento não vai ter influência nenhuma. Em setembro, o governo libera as verbas."
Ele continua: "Quando o Lula e a Dilma cortaram verba, essas pessoas não foram para rua", diz.
5 - Denúncias contra Flávio Bolsonaro
Neste mês, a Justiça quebrou o sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL) etimemanía onlineFabrício Queiroz, seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Riotimemanía onlineJaneiro (Alerj).
Suspeita-se que Flavio recebia parte do saláriotimemanía onlineservidores nomeados por ele para trabalhartimemanía onlineseu gabinete,timemanía onlineum esquematimemanía onlinelaranjas. Ele nega.
As denúncias não foram abordadas nos carrostimemanía onlinesom do protesto.
Mas manifestantes ouvidos pela BBC News Brasil foram unânimes: se Flávio for culpado, ele deve ser punido pela Justiça, mas isso "não atinge o presidente."
"Bolsonaro não tem responsabilidadetimemanía onlineprestar contas do que o filho dele faz. Eu não tenho simpatia pelo Flávio", diz Cabral.
Consultortimemanía onlineTI Ricardo Gerhard: "Se o Flávio tiver culpa no cartório, temtimemanía onlinepagar, vai pra cadeia igual o Lula. Não é porque tem Bolsonaro no nome que está imune."
Médico Heitor Oliveira: "Só acho que as investigações precisam ser justas, precisa checar os outros deputados da Alerj também. Deve ter equivalentes do Queiroztimemanía onlinevários gabinetes".
6 - Divisões na direita
A BBC News Brasil também questionou os manifestantes sobre os recentes conflitos entre grupostimemanía onlinedireita e segmentos do próprio governo.
Nos últimos meses, o filósofo Olavotimemanía onlineCarvalho, nome influente no bolsonarismo, tem criticado a atuaçãotimemanía onlinemilitares que ocupam cargos no governo. Portimemanía onlinevez, militares retrucaram, e criticaram Olavo. Também demitiram funcionários ligados ao polemista.
Para Heitor Oliveira, esses conflitos deveriam ser deixadostimemanía onlinelado. "Essa divisão é um errotimemanía onlineestratégia. Como ocorreu com a esquerda quando chegou ao poder, vários grupos estão brigando por espaço. Mas na esquerda, esse conflito era interno, não aparecia para o públicotimemanía onlinegeral. Na direita parece que não há união. As pessoas precisam conversar mais", diz.
Ricardo Gerhard: "Para mim, às vezes os olavistas estão certos. Às vezes são os militares. Mas acho que eles precisam se entender melhor".
A ex-cobradoratimemanía onlineônibus Iracematimemanía onlineMoraes é mais pragmática: "Isso é só política, normal".
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