Como os casos Dias Toffoli e Danilo Gentili reacenderam debate sobre liberdadebônus sportingbetexpressão:bônus sportingbet

Danilo Gentili e Dias Toffoli

Crédito, Reprodução//Rosinei Coutinho/SCO/STF

Legenda da foto, Humorista e ministro do STF protagonizaram episódios que reabriram debate sobre liberdadebônus sportingbetexpressão ebônus sportingbetimprensa

bônus sportingbet Nesta semana, duas figuras bem diferentes ebônus sportingbetcamposbônus sportingbetatuação completamente distintos - o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, e um apresentador do SBT, o comediante Danilo Gentili - estiveram no centrobônus sportingbetcasos que despertaram discussões acaloradas sobre mesmo assunto: a questão da liberdadebônus sportingbetimprensa ebônus sportingbetexpressão no Brasil, e seus limites.

Toffoli havia aberto um inquérito sobre ataques feitos online ao STF. A investigação, ordenadabônus sportingbetofício pelo ministro, resultou nesta semanabônus sportingbetmandadosbônus sportingbetbusca e apreensão nas casasbônus sportingbetusuários do Twitter e na determinação para que dois veículosbônus sportingbetimprensa retirassem do ar textos que associam Toffoli à Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

Conduzido pelo ministro Alexandrebônus sportingbetMoraes, o inquérito gerou uma grande reação no meio jurídico,bônus sportingbetentidadesbônus sportingbetdefesa da liberdadebônus sportingbetimprensa e dos direitos humanos. A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu seu arquivamento, mas Moraes rejeitou o pedido.

A questão da liberdadebônus sportingbetexpressão já vinha sendo alvobônus sportingbetdebate público, emborabônus sportingbetescala bem menor e com implicações diferentes, por causa da condenaçãobônus sportingbetDanilo Gentili à prisãobônus sportingbetseis meses por injúria por um tribunalbônus sportingbetprimeira instância.

"É claro que são casos com escalas ebônus sportingbetpatamares diferentes. Um tem uma sériebônus sportingbetdecisões da Suprema Corte e o outro é um tribunalbônus sportingbetprimeira instância. Mas eles têm relação nessa questãobônus sportingbetfundo envolvendo o direito à liberdadebônus sportingbetmanifestação", explica Roberto Dias, professorbônus sportingbetdireito constitucional da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas).

Mas, afinal, o que diz a Constituição sobre o assunto e o que cada um desses casos mostra sobre como a questão da liberdadebônus sportingbetimprensa e da liberdadebônus sportingbetexpressão tem sido tratada atualmente no Brasil?

Para juristas, a liberdadebônus sportingbetimprensa é plenamente garantida pela Carta. E embora ela não chegue a estar ameaçada no Brasil, a atuação do STF no caso Toffoli tem sido preocupante, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

"O sistema jurídico tem sido muito sólidobônus sportingbetproteger a liberdade, mas é sujeito à falhas. São exceções lamentáveis e, às vezes, vexaminosas", diz Walter Ceneviva, presidente Comissãobônus sportingbetLiberdadebônus sportingbetImprensa da OAB-SP. Entidadesbônus sportingbetdefesa do jornalismo e da liberdadebônus sportingbetimprensa responderam mais duramente.

A condenaçãobônus sportingbetGentili teve apoio e críticas tanto da esquerda quanto da direita. Especialistasbônus sportingbetdireito ressaltam que liberdadebônus sportingbetexpressão tem limites, mas que a esfera civil é um caminho muitas vezes melhor para resolver abusos – tratar ofensas contra a honra como crime deve ser algo excepcional.

O caso Toffoli e a liberdadebônus sportingbetimprensa

Responsável por conduzir o inquérito aberto por Toffoli, Alexandrebônus sportingbetMoraes determinou na segunda-feira (15) a retirada do arbônus sportingbetreportagem da revista Crusoé republicada pelo site O Antagonista.

O texto é sobre uma trocabônus sportingbetmensagens entre executivos da Odebrecht. Na conversa, um deles pergunta se Emílio Odebrecht falaria com um "amigo do amigo" como partebônus sportingbetuma "negociação". Segundo a delaçãobônus sportingbetMarcelo Odebrecht, o tal "amigo do amigo" seria atual presidente do STF, que na época era advogado-geral da União.

A decisãobônus sportingbetMoraesbônus sportingbetmandar os veículos retirarem a matéria do ar foi tomada após a PGR dizer que nunca recebeu o documento com a acusação - como dizia a reportagem. O ministro afirmou, por causa disso, que o texto seria fake news. Segundo o entendimentobônus sportingbetMoraes, há "claro abuso no conteúdo da matéria veiculada".

No entanto, a Folhabônus sportingbetS. Paulo e a TV Globo tiveram acesso ao documento e confirmaram não se tratarbônus sportingbetuma notícia falsa. Embora a PGR não tenha recebido o documento, ele foi incluído nos autos da Lava Jatobônus sportingbet9bônus sportingbetabril e retirado depois da publicação da notícia, segundo a Globo. Não se sabe o motivo, já que o processo é sigiloso.

Ministro Dias Toffoli, que assumiu a presidência do STF na quinta-feira, dia 13

Crédito, Antonio Cruz/Agência Brasil

Legenda da foto, Presidente do STF (foto) foi citado por Marcelo Odebrechtbônus sportingbetdelação na Lava Jato

Como parte do mesmo inquérito, Moraes também determinou busca e apreensãobônus sportingbetcasasbônus sportingbetpessoas que haviam atacado o STFbônus sportingbetredes sociais, com a possibilidade da Polícia Federal identificar na hora e realizar o mesmo procedimentobônus sportingbetoutras residências.

Reação da PGR

As decisões geraram um protesto da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que pediu o arquivamento do inquérito dizendo que ele tinha "vícios insanáveis sob a ótica constitucional".

Segundo ela, o processo seria uma afronta a uma sériebônus sportingbetpreceitos processuais e constitucionais, incluindo a separaçãobônus sportingbetpoderes. "Esta decisão transformou a investigaçãobônus sportingbetum ato com concentraçãobônus sportingbetfunções penais no juiz", diz a PGR. "O sistema penal brasileiro não permite que um órgão que julgue seja o mesmo que investigue e acuse."

No sistema brasileiro, o Ministério Público é titular das ações penais. Segundo Dodge, a decisãobônus sportingbetMoraes impediria o acesso do MP à investigação e desrespeitaria "funções do Ministério Público no processo criminal".

Além disso, Dodge defende que só o MP pode decidir sobre o arquivamento ou continuação do processo.

Nesta quarta, quando rejeitou o pedidobônus sportingbetarquivamento feito por Dodge, Alexandrebônus sportingbetMoraes, rebateu a avaliação da PGR. Ele disse que as leis brasileiras permitem "hibridismo do sistema persecutório" - a possibilidadebônus sportingbeta Polícia Judiciária usar todos os meiosbônus sportingbetobtenção e provas necessários para a comprovaçãobônus sportingbetcrimes. Também afirmou que a exclusividade do MP não se aplica na fasebônus sportingbetinvestigação.

A ordem para retirada das publicações do ar - com penabônus sportingbetmulta diária se descumprida - também foi recebida com revoltabônus sportingbetórgãosbônus sportingbetdefesa da liberdadebônus sportingbetimprensa.

"O precedente que se abre com essa medida é uma ameaça grave à liberdadebônus sportingbetexpressão, princípio constitucional que o STF afirma defender", afirmou a Abraji (Associação Brasileirabônus sportingbetJornalismo Investigativo). "Também causa alarme o fatobônus sportingbeto STF adotar essa medida restritiva à liberdadebônus sportingbetimprensa justamentebônus sportingbetum caso que se refere ao presidente do tribunal."

Segundo a entidade, é grave "acusar quem faz jornalismo com basebônus sportingbetfontes oficiais e documentosbônus sportingbetdifundir 'fake news'" e mais grave ainda seria "se utilizar deste conceito vago, que algumas autoridades usam para desqualificar tudo o que as desagrada, para determinar supressãobônus sportingbetconteúdo jornalístico da internet."

A entidade Transparência Internacional também condenou a decisão.

Trecho do documentobônus sportingbetque Marcelo Odebrecht cita Dias Toffoli retirado dos autos da Lava Jato

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Documentobônus sportingbetque Marcelo Odebrecht cita Dias Toffoli foi retirado dos autos da Lava Jato apó publicaçãobônus sportingbetreportagem

"A Constituição assegura a liberdadebônus sportingbetimprensa, que o Brasil conquistou por via democrática, e agredi-la é agredir a democraciabônus sportingbetsi", afirma Walter Ceneviva.

Segundo ele, o STF não pode ser acusador, investigador e julgador do mesmo processo - e Moraes não poderia ter tomado a decisãobônus sportingbetretirar as reportagens do arbônus sportingbetforma liminar.

"Um cidadão comum quando se acha ofendido recorre a um processo com todos seus procedimentos, inclusive dando à parte contrária a oportunidadebônus sportingbetse defender. Toffoli deveria se submeter ao mesmo procedimento que todos os outros brasileiros", afirma.

Para Dias, da FGV-SP, há uma sériebônus sportingbetequívocos na ação da Corte, principalmente a determinação genéricabônus sportingbetque a polícia possa identificar locais para fazer buscas a partir da apuração no local.

"A autorização judicial para busca e apreensão tembônus sportingbetser individual. Se não há individualização, há um esvaziamento da garantiabônus sportingbetinviolabilidade do domicílio", afirma o constitucionalista. "[Mandado coletivo] não é uma característica do Estado Democráticobônus sportingbetDireito."

Pesando dois direitos

A Constituição garante tanto a liberdadebônus sportingbetimprensa ebônus sportingbetexpressão quanto a inviolabilidade da imagem da pessoa e seu direito da pessoa à dignidade, à honra e à vida privada.

Quando esses dois direitos se chocam, como nos episódios recentes, é uma questãobônus sportingbetdecidir caso a caso qual deve prevalecer sobre o outro. "A Constituição não estabelece como fazer essa ponderação, não diz qual direito prevalece sobre outro, mas o próprio STF já tomou decisões emblemáticas decidindo que a liberdadebônus sportingbetimprensa tende a ser preponderante", diz Dias.

É esse o entendimento manifestado pelo ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto, nesta quarta-feira. "A Constituição não diz que a imprensa é livre, diz que a liberdadebônus sportingbetimprensa é plena. Ou seja, ou a liberdadebônus sportingbetimprensa é plena, completa, cheia, ou é um arremedobônus sportingbetliberdadebônus sportingbetimprensa", afirmou à Globo News. O ex-ministro também criticou a conduta do STF: "Quem investiga não julga, quem julga não investiga".

Para Dias, a atual movimentação do STF vai na contramãobônus sportingbettoda a jurisprudência anterior do tribunal, que inclusive,bônus sportingbetmuitos casos, reverteu decisões mais cerceadorasbônus sportingbettribunais inferiores. "Por isso me parece tão grave (a decisãobônus sportingbetMoraes). O STF sempre foi o guardião do princípio constitucional da liberdadebônus sportingbetimprensa".

Alexandrebônus sportingbetMoraes com o presidente Michel Temer

Crédito, AFP

Legenda da foto, Alexandrebônus sportingbetMoraes, que conduz o inquérito, foi o escolhidobônus sportingbetTemer para vaga no STF

Para Alexandrebônus sportingbetMoraes, a proibição da Constituição à censura não impede que sejam feitas reparações depoisbônus sportingbeto conteúdo ter sido publicado.

"A plena proteção constitucional da exteriorização da opinião não significa a impossibilidade posteriorbônus sportingbetanálise e responsabilização por eventuais informações injuriosas, difamantes, mentirosas ebônus sportingbetrelação a eventuais danos materiais e morais", diz o ministro embônus sportingbetdecisão sobre a retirada das reportagens do ar.

Segundo Dias, se houve erro na reportagem (a informaçãobônus sportingbetque a PGR havia recebido o documento), a formabônus sportingbetcorrigir é com esclarecimentos, e não suprimindo informações.

Para Ceneviva, da OAB, a preponderância da liberdadebônus sportingbetimprensa vale principalmente no que compete a autoridades públicas. "A condução dos destinosbônus sportingbetum país se dá através da discussão sobre o que vamos fazer, sobre quem está conduzindo o país. Isso é fundamental para garantir a democracia."

O caso Gentili e a liberdadebônus sportingbetexpressão

Uma discussão parecida - embora não exatamente a mesma - vinha tomando forma nas redes sociais há maisbônus sportingbetuma semana, desde a condenaçãobônus sportingbetDanilo Gentili a seis mesesbônus sportingbetprisão por injúria contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Como a pena é curta, ela pode ser cumpridabônus sportingbetregime aberto ou convertidabônus sportingbetpenas alternativas à detenção - ele já responde ao processobônus sportingbetliberdade.

Como explica Ceneviva, no caso, não cabe discutir liberdadebônus sportingbetimprensa - já que o apresentador do SBT é comediante, não jornalista - mas a liberdadebônus sportingbetexpressão e a questão do humor.

Gentili foi condenado por causabônus sportingbetum vídeo que publicoubônus sportingbet2017 rasgando um documento enviado pela Câmara dos Deputados, esfregando os pedaçosbônus sportingbetsuas partes íntimas e dizendo que ia enviá-lobônus sportingbetvolta à Câmara para Maria do Rosário.

Danilo Gentili no setbônus sportingbetseu programa no SBT

Crédito, Reprodução/Facebook

Legenda da foto, A defesabônus sportingbetGentili diz que o vídeo foi feito como piada e não com a intençãobônus sportingbetofender

O documento era um tentativabônus sportingbetconciliação extrajudicialbônus sportingbetque a deputada pedia que o humorista apagasse publicações contra ela no Twitter - Maria do Rosário disse à Justiça que os posts alavancaram um grande númerobônus sportingbetameaças nas redes sociais.

Juridicamente, é um caso bem distinto do que envolve Toffoli e o STF. "O casobônus sportingbetGentili é uma decisãobônus sportingbetprimeira instância que vai seguir seu rito normal,bônus sportingbetque ele vai ter a oportunidadebônus sportingbetse defender", explica Ceneviva, da OAB. Já decisãobônus sportingbetAlexandrebônus sportingbetMoraes, diz ele, é grave pela rompimento do devido processo legal, sem a oportunidadebônus sportingbeto outro lado se defender e com acúmulobônus sportingbetfunções pelo juiz.

No entanto o caso gerou uma discussão sobre a mesma questão fundamental - do equilíbrio entre dois direitos garantidos pela Constituição, a liberdadebônus sportingbetexpressão, seus limites, e o direito à honra e à dignidade.

Se seguiu uma sériebônus sportingbetmanifestações contra e a favor na internet, incluindo críticas à decisão vindasbônus sportingbetpólos opostos do espectro político.

Alguns comediantes, como Rafinha Bastos, e nomes da direita, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, manifestaram apoio a Gentili.

Outros humoristas, como o apresentador da HBO Gregório Duvivier, e nomes da esquerda criticaram a penabônus sportingbetprisão como resposta ao caso, embora não apoiem a atitude do condenado.

Maria do Rosário declarou que a sentença "deve ser lida como uma convocação à sociedade para retomar o respeito, o bom senso no debate público, nas redes sociais e na vida".

A entidade internacionalbônus sportingbetdireitos humanos Human Rights Watch criticou a condenação.

A lei e a piada

O Código Penal brasileiro estabelece possibilidadebônus sportingbetpenabônus sportingbetseis meses a um anobônus sportingbetprisão para injúria, mas a Justiça deve avaliar se há provasbônus sportingbetque houve real intençãobônus sportingbetofender, explica o criminalista Fábio Tofic Simantob, presidente do IDDD (Institutobônus sportingbetDefesa do Direitobônus sportingbetDefesa).

"Não se criminaliza o animus jocandi, ou seja, a intençãobônus sportingbetfazer graça, a narraçãobônus sportingbetum fato ou o animus criticandi,bônus sportingbetfazer crítica política - agentes públicos estão sujeitos a críticas", diz Tofic.

A juíza que proferiu a sentença do humorista escreveu quebônus sportingbetpostura deixou "absolutamente clara a real intençãobônus sportingbetinjuriar" e que o vídeo, feitobônus sportingbetcasa, teve "caráterbônus sportingbetrespostabônus sportingbetretaliação contra a manifestação da vítima" e que ele não deveria ser confundido com uma "peça humorística espontaneamente criada independente do intuitobônus sportingbetinjuriar".

Boa parte da discussão giroubônus sportingbettorno do direito penal, com críticos dizendo tratar a questão na Justiça criminal é algo excessivo para uma ofensa contra a honra.

Não foi esse o tom da defesabônus sportingbetGentili, que se concentrou no que diz ser a intençãobônus sportingbet"humor e crítica política" do vídeo feito por ele. "Não havia nenhuma intençãobônus sportingbetofender, era uma esquete, um vídeobônus sportingbethumor", diz o advogado Rogério Cury, que defende o apresentador no caso.

Gentili já processou pelo menos quatro pessoas por ofensas contra a honra, inclusive criminalmente. Ele chegou a processar por calúnia e difamação uma jornalista da Abril que fez um texto crítico a ele. Ele perdeubônus sportingbetduas instâncias, mas se a Justiça tivesse considerado o caso procedente, a sentença da repórter também poderia serbônus sportingbetprisão.

No entanto, após ser condenado, o apresentador disse que "falar não pode ser crime. Nunca", no Twitter.

Para Tofic, casosbônus sportingbetinjúria normalmente "beiram o ilícito civil". "É uma questão que normalmente comportam uma soluçãobônus sportingbetoutra esfera."

O advogado não comenta o caso específico, mas diz que não tem sentido que um crime dessa natureza seja punido com penabônus sportingbetprisão.

"Não me parece que um crime contra a honra possa ensejar qualquer tipobônus sportingbetde restriçãobônus sportingbetliberdade", afirma. "Em muitos casos, essa determinação é simbólica. O próprio código estabelece que crimes sem violência e que não ultrapassem a penabônus sportingbetquatro anos podem ter a pena comutada."

Por outro lado, diz ele, "só quem foi ferido na própria honra sabe da gravidade que isso representa" e que as ofensas, principalmentebônus sportingbetoutros crimes contra a honra, como calúnia (falsa imputaçãobônus sportingbetum crime) ou difamação (imputação ofensivabônus sportingbetfatos que atentam contra a reputaçãobônus sportingbetalguém), podem ter implicações gravíssimas. Especialmente quando o autor tem grande influência ou poder econômico.

"Se um bilionário decidir prejudicar alguém e começar uma campanhabônus sportingbetdifamação, será que a esfera civil seria suficiente para resolver esse problema?", questiona o criminalista.

Os limites da liberdadebônus sportingbetexpressão

Embora a esfera criminal não puna o que tem a intençãobônus sportingbetser piada, mesmo humor tem limites - que podem facilmente ser discutidos na esfera civil.

Gentili também foi condenado na esfera civilbônus sportingbetoutro caso. A Justiça decidiu na semana passada que ele deve indenizar o deputado Marcelo Freixobônus sportingbetR$ 20 mil por "ofensa, injúria, difamação e danos morais" por causabônus sportingbetpostagens publicadas no Twitter. Ele já havia sido condenadobônus sportingbetprimeira instância, mas recorreu. Em segunda instância, teve a indenização aumentadabônus sportingbetR$ 10 mil para R$ 20 mil.

Walter Ceneviva explica que a liberdadebônus sportingbetexpressão é um direito que, como outros, também tem limites - que devem ser analisados caso a caso e variam ao longo do tempo. "O jeitobônus sportingbetdistinguir é ligado à linguagem e aos costumesbônus sportingbetcada momento", afirma.

Segundo Dias, embora o STF não tenha detalhado na jurisprudência critérios claros determinar os limites da liberdadebônus sportingbetexpressão, há preceitos que podem ser extraídos da Constituição.

"Quando ela determina que racismo é um crime inafiançável e imprescritível, está dizendo que ele é inaceitável e qual a importância que dá para a questão", afirma o constitucionalista.

"Também [a Constituição determina como prevalente] a vida das pessoas ebônus sportingbetproteção física." Ou seja, a proteção à liberdadebônus sportingbetexpressão não é justificativa para extremos e manifestações que possam incitar violência física contra alguém.

raya

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