Brasil está entre piores países do mundobetnacional loginimpunidadebetnacional loginassassinatosbetnacional loginjornalistas:betnacional login
"Outros países, como o México, por exemplo, têm taxas mais altasbetnacional loginviolência contra jornalistas, mas o que vemos no Brasil é ação vagarosa, ou completa inação, por parte das autoridades para resolver esses assassinatos."
Segundo a gerente-executiva da Associação Brasileirabetnacional loginJornalismo Investigativo (Abraji), Marina Atoji, mesmobetnacional logincasosbetnacional loginque o crime foi desvendado e houve prisões e condenações, os mandantes permanecem desconhecidos ou impunes.
"Esse índice acaba refletindo um padrão que o Brasil infelizmente apresenta já há bastante tempo", diz Atoji à BBC News Brasil. "A impunidade é ruimbetnacional loginqualquer tipobetnacional logincrime, seja contra jornalista ou não. No caso dos jornalistas, serve quase como um incentivo - sai muito barato, não custa nada matar um jornalista. Isso é perigoso para a liberdadebetnacional loginexpressão."
Crimes sem solução
Pelo menos 324 profissionaisbetnacional loginimprensa foram mortos ao redor do mundo no período analisado pelo CPJ e,betnacional login85% dos casos, ninguém foi condenado.
Desde 2008 o Índicebetnacional loginImpunidade é divulgado anualmente pelo CPJ para marcar o Dia Internacional para Acabar com a Impunidadebetnacional loginCrimes contra Jornalistas,betnacional login2betnacional loginnovembro. Entram na relação países com pelo menos cinco casosbetnacional loginassassinatosbetnacional loginjornalistas que ficaram impunes no períodobetnacional logindez anos analisado.
O levantamento atual traz 14 países e é encabeçado pelo quarto ano consecutivo pela Somália, com 25 casos sem solução, seguida pela Síria e pelo Iraque. O Brasil está na 10ª posição. Outros dois países latino-americanos integram a lista: México,betnacional login7º lugar, com 26 casos, e Colômbia,betnacional login8º, com cinco.
A colocaçãobetnacional logincada país é calculada pelo númerobetnacional loginassassinatos sem puniçãobetnacional loginum períodobetnacional logindez anos dividido pelo númerobetnacional loginhabitantes, com basebetnacional logindadosbetnacional loginpopulação do Banco Mundialbetnacional login2017.
São incluídos no relatório somente os crimesbetnacional loginque os profissionais foram atacados especificamente por causabetnacional loginseu trabalho. Jornalistas mortosbetnacional logincombate oubetnacional logincoberturas perigosas, como protestos, não entram na lista.
A relação inclui apenas casosbetnacional loginimpunidade completa, quando não houve condenação, mesmo que suspeitos estejam sob custódia. Casosbetnacional loginque alguns entre vários suspeitos foram condenados são classificados como "impunidade parcial", e não entram no levantamento.
Perfil das vítimas
Alguns dos países da lista estão mergulhadosbetnacional loginguerras e conflitos armados, mas esse não é o caso do Brasil. Vários dos jornalistas brasileiros assassinados atuavambetnacional loginpequenas cidades e denunciavam casosbetnacional logincorrupção local. Segundo o CPJ, muitas vezes os suspeitos têm influência política e econômica e conseguem escapar da Justiça.
Entre os casos mais recentes analisados pelo CPJ estão as mortes dos radialistas Jefferson Pureza Lopes,betnacional login39 anos, assassinado com três tiros na varandabetnacional loginsua casabetnacional loginEdealina (GO)betnacional login17betnacional loginjaneiro deste ano, e Jairobetnacional loginSouza, 43 anos, morto com dois tirosbetnacional loginBragança (PA)betnacional login21betnacional loginjunho. Ambos costumavam criticar e denunciar políticos locais e vinham recebendo ameaças antesbetnacional loginserem assassinados.
"Algo que vemos com frequência no Brasil é que os jornalistas alvobetnacional loginassassinato tendem a ser repórteres locais, geralmente radialistas,betnacional logináreas rurais,betnacional loginmercados menores. Há um risco maior para eles, especialmente se estiverem fazendo reportagens sobre atividades do governo, corrupção, crime organizado", salienta Southwick.
Ela ressalta que o númerobetnacional logincasos pode ser ainda maior, já que às vezes é difícil comprovar que o motivo do crime está ligado à atividade profissional da vítima.
Outras entidades que monitoram violência contra jornalistas também destacam os riscos da profissão no Brasil. Em abril deste ano, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras divulgou levantamento que coloca o Brasil como segundo país com maior númerobetnacional loginprofissionaisbetnacional loginimprensa assassinados entre 2010 e 2017 na América Latina, com 26 mortes, atrás apenas do México.
Agressões
Além da impunidadebetnacional logincasosbetnacional loginassassinato, os profissionaisbetnacional logincomunicação no Brasil também enfrentam um recente aumento no númerobetnacional loginagressõesbetnacional loginmeio à campanha política encerrada com a eleição deste domingo.
Desde o início do ano, a Abraji identificou maisbetnacional login140 ataques físicos ou por meios digitais contra jornalistasbetnacional logincontexto político, partidário e eleitoral.
Na semana passada, às vésperas do segundo turno da eleição, a Abraji, o CPJ e outras quatro organizações não-governamentais divulgaram uma nota citando casosbetnacional loginque jornalistas foram ameaçados após a publicaçãobetnacional loginreportagens críticas a candidatos e dizendo que ambos os candidatos à Presidência deveriam "denunciarbetnacional loginforma contundente as ameaças e atosbetnacional loginviolência contra jornalistas que cobrem a campanha eleitoral".
"O assédio e intimidaçãobetnacional loginjornalistas ocorrebetnacional loginum contextobetnacional loginpolarização e aumento da violência política contra pessoas LGBT, mulheres, negros e aqueles que expressam visões políticas diferentes das dos agressores", diz a nota.
Em outras partes do mundo, mesmobetnacional loginpaíses que não aparecem entre os pioresbetnacional logintermosbetnacional loginassassinatos com impunidade, jornalistas enfrentam repressão, perseguição e prisão.
Um levantamento mundial publicado anualmente pelo CPJ revela que, no ano passado, pelo menos 262 jornalistas estavam presos por causabetnacional loginseu trabalho, um número recorde. Desses, 73 estavam presos na Turquia, 41 na China e 20 no Egito, os três países líderesbetnacional loginaprisionar profissionaisbetnacional loginimprensa.
Southwick adverte que não é possível traçar uma ligação direta entre retórica agressiva contra a mídia e assassinatosbetnacional loginjornalistas, mas ressalta que esforços intencionais por partebetnacional loginautoridades para enfraquecer e desacreditar a imprensa têm impacto sobre como a violência contra jornalistas é percebida.
"Se pessoasbetnacional loginposiçõesbetnacional loginpoder dizem que não estão preocupadas com a segurança da imprensa, isso sinaliza às autoridades que estão investigando os casos e a outros que não é um problema que precise ser levado a sério. E isso pode encorajar aqueles que desejam levar adiante ameaças contra jornalistas, (porque) podem sentir que não haverá consequências."
betnacional login O ÍNDICE
1 - Somália - 25 casos - população: 14,7 milhões - 1.696
2 - Síria - 18 casos - população: 18,3 milhões - 0.985
3 - Iraque - 25 casos - população: 38,3 milhões - 0.653
4 - Sudão do Sul - 5 casos - população: 12,6 milhões - 0.398
5 - Filipinas - 40 casos - população: 104,9 milhões - 0.381
6 - Afeganistão - 11 casos - população: 35,5 milhões - 0.310
7 - México - 26 casos - população: 129,2 milhões - 0.201
8 - Colômbia - 5 casos - população: 49,1 milhões - 0.102
9 - Paquistão - 18 casos - população: 197 milhões - 0.091
betnacional login 10 - Brasil - 17 casos - população: 209,3 milhões - 0.081
11 - Rússia - 8 casos - população: 144,5 milhões - 0.055
12 - Bangladesh - 7 casos - população: 164,7 milhões - 0.043
13 - Nigéria - 5 casos - população: 190,9 milhões - 0.026
14 - Índia - 18 casos - população: 1,33 bilhão - 0.013