Bolsonaro vai a Davos: como o novo governo reposiciona o Brasil no xadrez internacional:who owns vbet

Bolsonaro

Crédito, MARCELO SAYAO/EPA

Legenda da foto, No Fórum Econômico Mundial,who owns vbetDavos, na Suíça, o presidente terá vitrine para vender imagem do Brasil; mas especialistas observam contradição entre política externa defendida pelo ministrowho owns vbetRelações Exteriores e a agenda econômica ultraliberalwho owns vbetPaulo Guedes. Qual será que vai prevalecer?

Em Davos, a participaçãowho owns vbetBolsonaro pode dar pistas sobre se o pragmatismo econômicowho owns vbetGuedes e dos militares vai ou não se sobrepor à política internacionalwho owns vbetErnesto Araújo e à retóricawho owns vbetBolsonaro contra China e pró-Estados Unidos.

Essa encruzilhada na definição da estratégia brasileirawho owns vbetsuas relações exteriores ocorre num momento que Estados Unidos, China e Rússia disputam protagonismo nas áreaswho owns vbettecnologia, comércio e segurança. Ao mesmo tempo, líderes nacionalistas (da Itália e da Hungria, por exemplo) questionam a legitimidadewho owns vbetorganismos internacionais ewho owns vbetacordos multilaterais.

Ernesto Araújo, ministrowho owns vbetrelações Exteriores

Crédito, SERGIO LIMA/AFP

Legenda da foto, Ministrowho owns vbetRelações Exteriores, Ernesto Araújo, defende 'patriotismo', critica diplomacia voltada à 'ordem global' e quer aliança com EUA, Israel e lídereswho owns vbetdireita na Europa

O Brasilwho owns vbetBolsonaro se alinhará aos EUA, abandonará acordos multilaterais e focaráwho owns vbetnegociações bilateraiswho owns vbetcomércio? Ou vai abrir mercados, retirar barreiras protecionistas, tentar manter boas relações com "gregos e troianos"who owns vbetprol do comércio e reforçar a participaçãowho owns vbetorganismos internacionais?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o discurso e os recentes movimentos do governo na área who owns vbetpolítica externa pendem para a primeira opção.

"Tem muita incoerência entre a agenda econômica do Brasil e essas ideias defendidas há muitos anos por Bolsonaro. Por enquanto, o discurso na áreawho owns vbetrelações internacionais está pendendo para o não ao globalismo, não ao multilateralismo, não à China, sim ao Ocidente, sim a Trump, sim ao nacionalismo e ao protecionismo", afirmou à BBC News Brasil cientista política Daniela Campello, professorawho owns vbetRelações Internacionais e política econômica da Fundação Getúlio Vargas.

Mas a BBC News Brasil apurou que, ao menoswho owns vbetDavos, Bolsonaro deve focar o seu discurso - ele vai participar da sessãowho owns vbetdebateswho owns vbetchefeswho owns vbetEstado na próxima terça (22) - na tentativawho owns vbetagradar investidores e parceiros econômicos, defendendo que o Brasil caminha para aprovar reformas que trarão equilíbrio fiscal e crescimento econômico ao país.

Nacionalismo x globalização

O Fórum Econômico Mundial,who owns vbetDavos, tem como princípios a defesa da globalização, do pluralismo e do multilateralismo. O próprio objetivo do encontro, que acontece anualmente, é debater uma agenda econômica global comum. O tema deste ano será "Globalização 4.0: Moldando uma arquitetura global na era da quarta revolução industrial".

Para a professora da FGV Daniela Campello, o discursowho owns vbetBolsonaro éwho owns vbetcrítica aos pilares defendidos pelo fórumwho owns vbetDavos.

"É a ideiawho owns vbetque a globalização não é uma coisa positiva e que os países têm que colocar seus interesses individuaiswho owns vbetprimeiro lugar. É o 'America first' (Américawho owns vbetprimeiro lugar), 'Brasil first', 'Hungria first'", diz.

A retórica do ministrowho owns vbetRelações Exteriores, Ernesto Araújo, segue essa mesma linha. No seu discursowho owns vbetposse, Araújo exaltouwho owns vbetvários momentos a importânciawho owns vbetvalorizar o patriotismo ewho owns vbetcolocar as necessidades da "nação" acimawho owns vbetdemandas "globais".

Trump

Crédito, Ron Sachs / EPA

Legenda da foto, Para especialistas, Brasil sob comandowho owns vbetBolsonaro e com Ernesto Araújo na chefia do Itamaraty se insere num movimento, que inclui os EUAwho owns vbetTrump,who owns vbetretorno ao nacionalismo e rejeiçãowho owns vbetsoluções globais para problemas como meio ambiente e imigração

"Lembrar-se da pátria não é lembrar-se da ordem liberal internacional, não é lembrar-se da ordem global (…) Não estamos aqui para trabalhar pela ordem global. Aqui é o Brasil. Não tenham medowho owns vbetser Brasil", afirmou.

"O Itamaraty existe para o Brasil, não para a ordem global.".

Nesse sentido, para alguns especialistaswho owns vbetrelações internacionais, o Brasil sob o comandowho owns vbetBolsonaro se insere num movimentowho owns vbetascensão no mundo, principalmentewho owns vbetpartes da Europa, como Itália, Polônia e Hungria,who owns vbetretorno ao nacionalismo, rejeição da ideiawho owns vbetintegração regional e questionamento a órgãos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio e as Nações Unidas.

"O Brasil se integra a essa tendência, ela nos alcança e nos coloca num contextowho owns vbetmuita volatilidade", diz o professorwho owns vbetRelações Internacionais da Universidadewho owns vbetBrasília (UnB) Alcides Cunha Costa Vaz.

O ministrowho owns vbetRelações Exteriores já expressou claramente admiração pelos principais expoentes desse grupo: o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. O próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se insere nesse contexto ao reforçar o nacionalismo, defender medidas duras contra a imigração e menosprezar organismos internacionais, como a ONU.

"Na questão ideológica, há uma corrente no mundo, compartilhada por setores do governo Bolsonaro, que entende que a globalização - a maior troca entre economias e circulaçãowho owns vbetideias - leva à diminuição do poder dos governos nacionais. Eles acham que o chamado globalismo não é uma boa ideia, prejudica as nações e governos nacionais", diz o professor da Alberto Pfeifer, coordenador do Grupowho owns vbetAnálise da Conjuntura Internacional da Universidadewho owns vbetSão Paulo (USP).

Num outro espectro, estariam líderes europeus como Angela Merkle, da Alemanha, e Emmanuel Macron, da França, que defendem a integração regional e decisões compartilhadas sobre temas sensíveis como imigração.

Viktor Orban e Angela Merkle

Crédito, REUTERS/Francois Lenoir

Legenda da foto, Ministrowho owns vbetRelações Exteriores fez elogios a nacionalistaswho owns vbetdireita como Viktor Orbán (esquerda), primeiro-ministro da Hungria. Orbán é um dos principais críticos das soluções da União Europeia para migração, enquanto chanceler Angela Merkel (direita) aposta na integração regional e no multilateralismo

"Admiramos aqueles que lutam pelawho owns vbetpátria e aqueles que se amam como povo, por isso admiramos, por exemplo, Israel. Por isso admiramos os Estados Unidos da América, aqueles que hasteiamwho owns vbetbandeira e cultuam seus heróis. Por isso admiramos a nova Itália, por isso admiramos a Hungria e a Polônia", disse Ernesto Araújo, no discursowho owns vbetposse, acrescentando que, para ele, o problema do mundo "não é a xenofobia, mas sim a oikofobia".

"Oikofobia é odiar o próprio lar, o próprio povo, repudiar o próprio passado", especificou.

Para Alberto Pfeifer, as ideias do novo ministrowho owns vbetRelações Exteriores representam uma ruptura com a diplomacia que vinha sido adotada pelos últimos governos brasileiros. Mas, segundo ele, ainda é preciso aguardar para verificar se o discurso dessa ala do governo brasileiro vai preponderar.

"Bolsonaro apresenta uma sériewho owns vbetpropostaswho owns vbetruptura da política externa recente do Brasil. Ideias antissistêmicas, antiglobalismo, são ideias novas na atuação externa brasileira. Ainda não se entende direito o conteúdo delas e as ações e consequências que vão derivar delas", afirma.

China x EUA

O Fórum Econômico Mundial,who owns vbetDavos, ocorre num momentowho owns vbetpreocupação dos mercados com a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Nos últimos meses, Trump impôs uma sériewho owns vbettarifas a produtos chineseswho owns vbetretaliação ao que chamouwho owns vbetroubowho owns vbettecnologia e quebraswho owns vbetpatentes por parte da China.

O país asiático respondeu também aumentando tarifas sobre produtos americanos. O panowho owns vbetfundo para esse conflito vai alémwho owns vbetinteresses comerciais. China e Estados Unidos disputam protagonismo tecnológico. E a Rússia, aliada histórica da China, continua a ser uma força que antagoniza os EUA nas áreas militar ewho owns vbetsegurança.

Xi Jinpin e Donald Trump

Crédito, FRED DUFOUR/AFP

Legenda da foto, Presidentes chinês e americano travam guerra comercialwho owns vbetmeio a disputa por protagonismo tecnológico; Bolsonaro é conhecido por fazer críticas contundentes à China e defender forte aproximação com Trump, mas setores econômicos do governo alertam para os riscos comerciais dessa estratégia

E onde fica o Brasil nisso tudo? A China é o principal parceiro econômico do Brasil - compra cercawho owns vbet25% do que exportamos. Os Estados Unidos, nosso segundo parceiro comercial, se preocupam com a expansão dos tentáculos chineses pelo mundo.

Nas primeiras semanaswho owns vbetgoverno, Bolsonaro tomou decisões que demonstram a intençãowho owns vbetuma aproximação forte com os Estados Unidos. E mesmo anteswho owns vbetse candidatar à Presidência, já era conhecido por fazer duras críticas à China. Em discursos na tribuna da Câmara, quando deputado federal, ele acusou reiteradamente o país asiáticowho owns vbetquerer "comprar o Brasil" e "roubar nossos recursos naturais".

A própria decisão do presidente brasileirowho owns vbetseguir os passoswho owns vbetTrump e anunciar a transferência da Embaixada do Brasilwho owns vbetIsraelwho owns vbetTel Aviv para Jerusalém foi vista como um gestowho owns vbetaliança ao presidente americano.

Mas se distanciar da China não é uma posição defendida pela área econômica do governo, nem pelos militares nomeados por Bolsonaro, para quem a parceria com o país asiático é essencial para a balança comercial brasileira e para viabilizar o projetowho owns vbetprivatizaçãowho owns vbetestatais.

Paulo Guedes e general Mourão

Crédito, Joedson Alves/EPA

Legenda da foto, Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, e militares que atuam no governo, entre os quais o vice-presidente, general Mourão, seguem linha pragmática e defendem que Brasil não compre briga com grandes compradores, como China e países árabes

"Existewho owns vbetalas do governo Bolsonaro uma tentativawho owns vbetalinhamento com os Estados Unidos ewho owns vbetuma equidistânciawho owns vbetrelação à China. Os Estados Unidos têm uma preocupação crescente com a influenciawho owns vbetsegurança, política e economia da China. Então, querem levar o Brasil a uma posiçãowho owns vbetmaior distanciamentowho owns vbetrelação à China", diz o professor da UnB, Alcides Cunha Costa Vaz.

"Mas esse distanciamento esbarra nos interesses comerciais do Brasil", adverte ele.

Daniella Campello, da FGV, também enxerga um "alinhamento automático" do Brasil com os Estados Unidos no governo Bolsonaro e a existênciawho owns vbetuma visão negativawho owns vbetrelação à China por parte tanto do presidente quanto do ministrowho owns vbetRelações Exteriores, Ernesto Araújo.

"Nós sempre evitamos alinhamento automático. Mesmo nos anoswho owns vbetque estivemos mais próximos dos Estados Unidos, no governo Fernando Henrique Cardoso, sempre evitamos o alinhamento automático e mantivemos uma neutralidade. E isso sempre nos trouxe uma sériewho owns vbetvantagens comerciais", afirma Campello, mencionando as trocas comerciais do Brasil com China e países árabes.

"Pode ser que a pressão do setor agrobusiness, do Paulo Guedes e do Mourão (vice-presidente da República) freie isso, mas as ideias manifestadas sãowho owns vbetum afastamento da China e alinhamento com os Estados Unido."

Bolsonaro com militares

Crédito, Carolina Antunes/PR

Legenda da foto, Para especialistas, pressãowho owns vbetmilitares que integram o governo e do setorwho owns vbetexportações pode 'freiar' estratégiawho owns vbetpolítica externa que desagradem países árabes e a China

Já o professor da USP Alberto Pfeifer afirma que é excessivo falarwho owns vbet"alinhamento" com os EUA neste momento. Seria mais preciso, segundo ele, usar o termo "aproximação". Mas Pfeifer alerta que comprar briga com a China não seria interessante para os interesses econômicos do Brasil.

"Se a China é o principal comprador do Brasil hoje, é preciso tratar bem a China. Estados Unidos são nossos principais parceiros ewho owns vbettermoswho owns vbetinvestimentos, tem que tratar bem também", defende.

"Tem gente dentro do governo que vai lembrar que é assim que deve se lidar. Uma coisa é falar duro e firme com a Venezuela. Outra coisa é confrontar Estados Unidos e China."

Multilateralismo x bilateralismo

O cenário internacional também éwho owns vbetracha entre grupos que defendem soluções multilaterais - principalmente nas áreaswho owns vbetclima, comércio e imigração - e aqueles que defendem soluções individuaiswho owns vbetmatériawho owns vbetproteção ambiental e imigração e acordos bilaterais na áreawho owns vbetcomércio.

Nos últimos governos, o Brasil apostou na solução multilateral, levando, por exemplo, disputas comerciais com outros países à Organização Mundial do Comércio. Agora, integrantes do governo Bolsonaro - e ele próprio - dão sinaiswho owns vbetque querem priorizar soluções que não dependam da participaçãowho owns vbetorganismos internacionais ou blocos regionais.

"Do pontowho owns vbetvista econômico, existe dentrowho owns vbetalguns setores do governo a percepçãowho owns vbetque o multilateralismo na condução da agenda econômica externa, com a primazia da OMC por uma maior inserção comercial, não resultou positivo para o Brasil. Doha não chegou a boa resolução, não conseguimos abrir mercados agrícolas na Europa, nos Estados Unidos e no Oriente. Então vale a pena pensar noutra coisa?", explicou o professor da USP Alberto Pfeifer.

Alguns exemplos que demonstram a intençãowho owns vbetBolsonarowho owns vbetfugirwho owns vbetnegociações multilaterais incluem: a retirada do Brasil do Pacto sobre Migração da ONU (acordo com diretrizes para a recepçãowho owns vbetmigrantes assinado por 164 naçõeswho owns vbetdezembro), e o iníciowho owns vbetnegociações com o presidente argentino Maurício Macri para que os países fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) possam realizar tratadoswho owns vbetlivre-comércio isoladamente e não obrigatoriamentewho owns vbetgrupo.

Bolsonaro e Mauricio Macri

Crédito, MARCELO CAMARGO/Agência Brasil

Legenda da foto, Em reunião com presidente argentino, Bolsonaro discutiu possibilidadewho owns vbetflexibilizar regras do Mercosul para permitir que países-membros façam acordos comerciais fora do bloco

"Em várias áreas estamos observando um movimento do governo brasileirowho owns vbetse afastarwho owns vbetorganismos internacionais ewho owns vbetblocos regionais, com direção a negociações bilaterais. Essas áreas incluem clima e imigração. Há um ceticismo com a globalização, manifestada por essa teoria do globalismo, que engloba um ataque ao multilateralismo", diz Daniela Campello, lembrando que Bolsonaro já defendeu a retirada do Brasil do Acordowho owns vbetParis, que prevê metaswho owns vbetreduçãowho owns vbetemissõeswho owns vbetgases do efeito estufa.

O problema da opção pelo bilateralismo, apontam especialistas, é que a estratégia pode até ser positivawho owns vbetnegociações com países menos poderosos. Mas,who owns vbetdisputas com uma contraparte mais forte, a margemwho owns vbetnegociação diminui, o que pode forçar o Brasil a se submeter a acordos desvantajosos.

"Os países se comportam conforme as conveniências. Quando você é o lado forte, é bom ir para o bilateral. A ideia do multilateral é diminuir a margemwho owns vbetmanobra do lado forte", explica Pfeifer.

Curiosidade

Todos os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil concordam que a presençawho owns vbetBolsonaro deve receber alguma atenção, porque há curiosidadewho owns vbetrelação ao novo presidente brasileiro.

A imagem que preponderawho owns vbetBolsonaro no exterior, porém, não é positiva, segundo especialistas. E a participaçãowho owns vbetDavos pode ser uma oportunidadewho owns vbetmudar essa visão.

Bolsinaro com caneta na mão

Crédito, EVARISTO SA/AFP

Legenda da foto, Participaçãowho owns vbetBolsonarowho owns vbetDavos deve receber atenção, já que há curiosidade internacional sobre os primeiros passos do novo presidente brasileiro

"Haverá muita curiosidadewho owns vbetrelação a Bolsonaro. A imprensa internacional tem classificado Bolsonarowho owns vbetmaneira muito negativa, até certo ponto injustamente. Ele montou uma equipe boa. Mas ainda há uma percepçãowho owns vbetque ele é destemperado e chauvinista", diz o professor da USP Alberto Pfeifer.

"Vai ser uma chancewho owns vbetele mostrar moderação e previsibilidade."

Para conquistar investidores e a confiança das maiores economias do mundo, a expectativa é que Bolsonaro aposte num discurso sobre os esforços do governowho owns vbetprol do equilíbrio fiscal, alémwho owns vbetcitar oportunidadeswho owns vbetinvestimento que surgirão com privatizaçõeswho owns vbetempresas estatais e defender aberturawho owns vbetmercados.

"Mais do que a política externa, Davos vai ser uma oportunidade para falar das perspectivas econômicas para o Brasil. Temer fez isso no ano passado, ao tentar comunicar os esforços para reorganização econômica do Brasil. Essa mensagem vai ser mais acentuada do que as posiçõeswho owns vbetpolítica externa", avalia Alcides Cunha Costa Vaz, professorwho owns vbetRelações Internacionais da UnB.

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