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O que é sensação térmica e por que não ‘fritamos’ quando ela ultrapassa os 80º C:vaidebet dono
Em ambientes ou climas muito úmidos, a águavaidebet donoformavaidebet donovapor, pairando no ar, reduz a taxavaidebet donoevaporação do suor da pele, e, por isso, faz com que uma pessoa sinta mais calor num local desses do que outravaidebet donoum ambiente secovaidebet donomesma temperatura.
Daí a confusão que há entre os dois conceitos. A temperatura é a expressão do valor concreto, real, absoluto do calor - ou do frio - que é medido pelos termômetros. Diferentemente, a sensação térmica é algo subjetivo, que, como a expressão sugere, é o calor ou frio que as pessoas sentem.
Por isso, pode variarvaidebet donoum indivíduo para outro ou atévaidebet donoacordo com a roupa que cada um está vestindo ou do lugar onde nasceu e a que clima está adaptado.
Também deve se observar que mesmo que ela chegue 100º C - como mostram algumas fórmulasvaidebet donocálculo - a água não ferve, pois objetos e coisas inanimadas não sentem nada, como se sabe.
Origem da sensação térmica
O conceito e a expressão sensação térmica começaram a se popularizar após a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas alemãs foram derrotadas numa tentativavaidebet donoinvasão à Rússia, durante o seu inverno rigoroso, também conhecido como "General Inverno", o mesmo que já havia ajudado a bater Napoleão Bonaparte,vaidebet dono1812.
Depois do fim do conflito mundial,vaidebet dono1945, o exército americano criou um índicevaidebet donoavaliação do frio relacionado à velocidade do vento. Esse índice popularizou-se e passou a ser divulgado juntamente com as temperaturas. No Brasil evaidebet donooutros países quentes, a sensação térmica está relacionada com a umidade relativa do ar e não com o vento, embora esse último possa diminuí-la também.
O problema é que há muitas fórmulas diferentesvaidebet donocalculá-la. Várias estão disponíveis na internet. Desde que surgiu a primeira há cercavaidebet dono70 anos, maisvaidebet dono160 outras foram criadas, cada uma com seus próprios critérios. "Todas são feitas para locais diferentes", diz Figueiredo. "Desde 1978, vêm surgindo fórmulas diversas, principalmente nos últimos dez anos, devido ao interesse da imprensavaidebet donoreportagens sobre o clima."
Segundo o meteorologista Fabio Luiz Teixeira Gonçalves, professor do Departamentovaidebet donoCiências Atmosféricas do Institutovaidebet donoAstronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, da Universidadevaidebet donoSão Paulo (IAG-USP), o cálculo da sensação térmica levavaidebet donoconta muitas variáveis, além da temperatura, tais como umidade relativa do ar, radiação solar, falta ou presençavaidebet donovento e vestimentas. "São fórmulas semi-empíricas", diz. "Elas são ajustadas com questionários aos habitantes locaisvaidebet donocada região. Mesmo assim, ela é subjetiva e variavaidebet donopessoa para pessoa."
Duas das fórmulas mais conhecidas e usadas no mundo são o Heat Index, criado nos Estados Unidos, e o Humidex, do Canadá, ambas disponíveis na internet. O Semipar não divulgou qual fórmula usou, mas apenas a temperatura e a umidade relativa do ar. "Por volta, das 14h daquele dia, o calorvaidebet donoAntonina eravaidebet dono44.3º C e unidadevaidebet dono65%", conta Samuel Braun, um dos meteorologistas do órgão. "Pelos nossos cálculos, a sensação térmica chegou a 78º C."
Não atingiu, portanto, a marcavaidebet dono81º C divulgada por alguns portaisvaidebet dononotícias. O que, diga-se, não faz muita diferença. O certo é que o Semipar não usou nem o Heat Index nem Humidex.
No primeiro caso, o resultado para temperatura e a umidade registradas na cidade paranaense seria uma sensação térmicavaidebet dono88.5º C e, no segundo,vaidebet dono72º C.
O certo é que o ser humano é capazvaidebet donosuportar isso. Pelo menos é o que garante Gonçalves, da USP.
Conseguimos suportar altas temperaturas?
"Somos extremamente tolerantes a altas temperatura e não só à sensação térmica", afirma o meteorologista. "Estamos entre os melhores no grupo dos mamíferos. Suamos muito bem e não temos pelos. E ninguém fica queimadovaidebet donosaunas, nem nas úmidas, que podem chegara a 50°C com umidade relativavaidebet dono70 a 80%, nem nas secas onde faz 100ºC e umidade abaixovaidebet dono10%."
Bem menos ameno do quevaidebet donoAntonina. Com esses números, pelo Heat Index, a sensação térmica no primeira caso seriavaidebet dono133.7 a 155.7ºC e 129.7ºC, no segundo.
O professorvaidebet donoclínica médica, Jamiro da Silva Wanderley, da Faculdadevaidebet donoCiências Médicas da Unicamp, também ressalta a grande tolerância humana às inclemências do clima. "Temos uma capacidadevaidebet donoadaptação fantástica, tanto para altas temperaturas como para bem baixas. Vários mecanismos adaptativos são deflagradosvaidebet donoacordo com a necessidade."
Quando o calor é muito intenso, por exemplo, as pessoas começam a transpirar, para mantervaidebet donotemperatura corporal dentro do aceitável.
"Passamos a urinar menos e mais concentrado (urina escura, amarelo ouro), para preservar água", explica Wanderley.
Isso não significa, no entanto, que não haverá problemas. "Se continuarmos com altas temperaturas e não nos hidratarmos adequadamente, teremos boca seca, vamos desidratando, podendo ficar com doresvaidebet donocabeça, prostração, confusão mental e perdavaidebet donoconsciência e até coma", alerta. Além disso, poderá haver problemas renais.
Segundo o médico Onivaldo Cervantes, professora da Universidade Federalvaidebet donoSão Paulo (Unifesp), há relatosvaidebet donoque o corpo humano aguentaria até 127ºC - não sensação térmica - por até 20 minutos.
"Mas o fato é que acimavaidebet dono28ºC, sem vento, o calor já começa a ficar desagradável para o corpo", avisa. "Além disso, a temperatura corporal não deve ultrapassar os 40ºC, emboravaidebet donoalguns casos possa chegar a 42ºC, o que é muito perigoso. Neste estado febril, as proteínas do sangue começam a se desnaturar (perdemvaidebet donoestrutura e deixamvaidebet donoser ativas), o que leva a uma dificuldade circulatória e consequente diminuição da oxigenação dos tecidos."
Diante disso tudo, Figueiredo defende que não deveria existir fórmulas para calcular a sensação térmica.
"Não serve para nada, pois as fórmulas adotadas não levamvaidebet donoconta fatores metabólicos, gravidez, obesidade, cor da pele, altura, peso e se as pessoas estãovaidebet donorepouso ou não", critica.
"Como as informações sobre umidade e temperaturas são coletadas à sombra, quando as pessoas saemvaidebet donocasa, não têm a menor ideia do que estão sentindo. Para mim, só serve para serem alardeadas na imprensa informações sem critérios científicos."
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