Joãoroleta para treinar realDeus: como trabalha a força-tarefa que investiga denúnciasroleta para treinar realabuso sexual contra médium:roleta para treinar real
Desde então, as mensagens começaram a se avolumar e já superam o númeroroleta para treinar real500, mas não se sabe quantas sãoroleta para treinar realpessoas que dizem ser vítimas. Um novo balanço está sendo feito e deve aumentar o númeroroleta para treinar realpossíveis vítimas.
Para lidar com esse volumeroleta para treinar realrelatos, tanto o Ministério Público como a Polícia Civilroleta para treinar realGoiás criaram forças-tarefas, coordenadas entre si. Em Goiás, há sete promotores e sete delegados trabalhando no caso. Em São Paulo, Estadoroleta para treinar realorigemroleta para treinar realgrande parte das denunciantes, também foi criado um gruporoleta para treinar realapoio à força-tarefa goiana no Ministério Público, com três promotoras - entre elas, Gabriela Manssur.
Envioroleta para treinar realrelatos e coletaroleta para treinar realdepoimentos
A investigação começa com o recebimentoroleta para treinar realrelatosroleta para treinar realpossíveis vítimas por e-mails, telefonemas e outros canaisroleta para treinar realcontato dos órgãosroleta para treinar realinvestigação. O principal deles é o e-mail do Ministério Públicoroleta para treinar realGoiás, disponibilizado após a denúncia do caso no programaroleta para treinar realPedro Bial, da TV Globo.
"Nossa preocupação foi criar um canal para dar voz a essas mulheres. E, no segundo momento, acolher essas mulheres, orientá-las, caso queiram fazer a denúncia formal. É muito importante que as vítimas compareçam", diz a promotora Patrícia Otoni, que integra a força-tarefaroleta para treinar realGoiás.
Logo no primeiro dia, o órgão recebeu 40 mensagensroleta para treinar realmulheres que se apresentavam como vítimasroleta para treinar realJoãoroleta para treinar realDeus. No dia seguinte pela manhã, o númeroroleta para treinar realrelatos já havia saltado para 78. Ao fim do dia, o volume tinha chegado a impressionantes 206 mulheres. A partir daí, o Ministério Público deixouroleta para treinar realcontar quantas das novas mensagens eramroleta para treinar realpossíveis vítimas.
O passo seguinte é fazer contato com as mulheres que enviaram relatosroleta para treinar realabusos, para verificar se gostariamroleta para treinar realagendar um depoimento nos seus Estadosroleta para treinar realorigem e fazer uma denúncia formal. Em Goiás, já foram ouvidas maisroleta para treinar real20 mulheres, no Ministério Público ou na Polícia Civil. Em São Paulo, foram maisroleta para treinar real30 - todo o material foi encaminhado para Goiás. Também foram ouvidas mulheres no exterior, por vídeoconferência.
"Não necessariamente serão processados todos os casos, vai depender da narrativa. É um trabalho que temos feitoroleta para treinar realmaneira individualizada,roleta para treinar realforma muito séria e muito técnica", afirma Otoni.
A promotora Manssur foi uma das que colheram depoimentosroleta para treinar realSão Paulo,roleta para treinar realapoio à força-tarefaroleta para treinar realGoiás. Ela conta que chegou a ser procurada até no Facebook e no Instagram por mulheres que queriam fazer denúncias contra Joãoroleta para treinar realDeus.
"As denúncias são muito graves. É repugnante o uso da fé e da esperançaroleta para treinar realcuraroleta para treinar realdoença para satisfaçãoroleta para treinar realdesejo sexual, contra a vontade das vítimas, manipulando essas mulheres e impedindo a resistência. Eu nunca tinha visto nada igual,roleta para treinar realtermos do quanto vemroleta para treinar realdenúncia e do quanto chegaroleta para treinar realpedidoroleta para treinar realajuda. Sem dúvida, é o maior casoroleta para treinar realabuso sexual que eu já vi e provavelmente vá verroleta para treinar realtoda a minha carreira", relata a promotora Manssur.
Investigação continua após os depoimentos
Após os depoimentos, são tomadas outras medidas para verificar a validade do que foi relatado pelas vítimas. Por exemplo, diligências no local onde teriam ocorrido os crimes, para analisar se as descrições conferem ou se há alguma contradição.
"Não é apenas a palavraroleta para treinar realum contra a palavraroleta para treinar realoutro. Nesse tiporoleta para treinar realcrime, cometido na clandestinidade e quase sempre sem testemunha, tem que analisar as circunstâncias apresentadas pelas vítimas, contrapostas àquilo que é apresentado pelo denunciado", explica o promotor Luiz Henrique Dal Poz, do Ministério Públicoroleta para treinar realSão Paulo, que denunciou o médico Roger Abdelmassih, condenado pelos estuprosroleta para treinar real37 mulheres,roleta para treinar real2010.
No casoroleta para treinar realAbdelmassih, os relatos das diferentes vítimas eram semelhantes nos detalhes: elas descreviam o mesmo olhar do médico, o mesmo hálito, a mesma forma como ele se impunha. Também no casoroleta para treinar realJoãoroleta para treinar realDeus, relatos parecidos feitos por um grande númeroroleta para treinar realvítimas também devem corroborar as acusações e dar mais força ao processo.
"Também devem ser ouvidos funcionários do local, não só na condiçãoroleta para treinar realtestemunhas, mas tambémroleta para treinar realcoautores, caso tenham sido coniventes", explica João Paulo Martinelli, advogado criminalista e doutorroleta para treinar realdireito penal pela USP. "Já outros tiposroleta para treinar realprova são mais difíceis, não tem como fazer exameroleta para treinar realdelito muito tempo depois, por exemplo", diz Martinelli.
Polícia Civil e Ministério Público focamroleta para treinar realcasos diferentes
A estratégiaroleta para treinar realtrabalho das forças-tarefas da Polícia Civil e do Ministério Públicoroleta para treinar realGoiás está sendo diferente.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civilroleta para treinar realGoiás, André Fernandes, o órgão está concentradoroleta para treinar realinvestigar casos mais recentes, ocorridos nos últimos seis meses. A interpretação é que esses casos têm mais chancesroleta para treinar realser acolhidos pela Justiça, devido a uma regra chamadaroleta para treinar realprazoroleta para treinar realdecadência - segundo a qual a vítimaroleta para treinar realum crime sexual tinha apenas seis meses para pedir que a Justiça a representasseroleta para treinar realuma ação civil pública. A regra deixouroleta para treinar realexistirroleta para treinar realsetembro.
A prioridade da Polícia Civil, então, é concluir ainda nesta semana a investigaçãoroleta para treinar realum casoroleta para treinar realabuso sexual que teria ocorrido na Casaroleta para treinar realDom Inácioroleta para treinar realLoyolaroleta para treinar realoutubro - dentro desse limiteroleta para treinar realseis meses. "Estamos na faseroleta para treinar realrealizar outras diligências, com objetivoroleta para treinar realfortalecer ainda mais as provas", diz Fernandes.
Já o MProleta para treinar realGoiás está focadoroleta para treinar realcasos ocorridos nos últimos dez anos, segundo a promotora Otoni, que faz parte da força-tarefa. Esse período se baseia no temporoleta para treinar realprescrição das penas, ou seja, o prazo máximo necessário para julgar um acusado após a data do crime. Transcorrido esse prazo, não há nada mais que possa ser feito.
O temporoleta para treinar realprescrição variaroleta para treinar realacordo com o crime e, no casoroleta para treinar realJoãoroleta para treinar realDeus, cai pela metade, porque ele tem maisroleta para treinar real70 anos. Assim, a depender do tiporoleta para treinar realcrime sexualroleta para treinar realque as denúncias contra Joãoroleta para treinar realDeus podem ser enquadradas, a prescrição no caso do médium variaroleta para treinar real6 até o máximoroleta para treinar real10 anos.
"O foco do Ministério Público éroleta para treinar real10 anos para cá. Mas o MP está sendo procurado por vítimas muito mais antigas. Elas também serão ouvidas", afirma a promotora Otoni.
Promotora já havia denunciado Joãoroleta para treinar realDeus dez anos atrás
Após a conclusão das investigações, a denúncia contra Joãoroleta para treinar realDeus deve ser oferecida por Cristiane Marquesroleta para treinar realSouza, promotoraroleta para treinar realAbadiânia há 11 anos.
Não será a primeira vez que a promotora terá denunciado o médium. Cristiane já atuouroleta para treinar realum casoroleta para treinar realabuso sexual que teria sido cometido por ele há dez anos. A vítima era uma jovemroleta para treinar real16 anos.
Na ocasião, Joãoroleta para treinar realDeus foi absolvidoroleta para treinar realprimeira instância por faltaroleta para treinar realprovas. O caso, então, foi para segunda instância.
No recurso, a promotora relatou o que havia ocorrido: "Com o fitoroleta para treinar realsatisfazerroleta para treinar reallascívia, o denunciado acariciou os seios, barriga, nádegas e virilha da vítima. Não satisfeito, o denunciado segurou a mão da vítima, por cima da roupa, sobre seu órgão genital e começou a movimentá-la para cima e para baixoroleta para treinar realmovimentos constantes, enquanto afirmava que ela estava recebendo 'o espírito' e que iria ser curada".
"Em ato contínuo, o denunciado sentou-seroleta para treinar realuma cadeira e ordenou a vítima que ajoelhasse naroleta para treinar realfrente e mais uma vez, valendo-se da mão da menor, manipulou seu próprio órgão genital, sempre repetindo que se tratavaroleta para treinar realparte do 'tratamento'. Assustada e acuada pelas circunstâncias, notadamente a condição do denunciado, a vítima não conseguiu pedir ajuda, limitando-se a chorar compulsivamente".
A seguir, a promotora Cristiane concluiu: "Constata-se não existir nenhuma contradição que venha a afastar a autoria do fato atribuída a João Teixeiraroleta para treinar realFaria. Assim, dúvidas não há quanto à autoria do delito, que recai inconteste sobre o acusado, tampouco da materialidade, confirmada pela prova testemunha produzidaroleta para treinar realjuízo".
O médium, porém, acabou sendo absolvido tambémroleta para treinar realsegunda instância.
Já agora, ao oferecerroleta para treinar realsegunda denúncia contra o médium, a promotora Cristiane poderá se basearroleta para treinar realum grande númeroroleta para treinar realdepoimentos. Mesmo acusações que já perderam prazos legais podem ser usadas como testemunhas, para corroborar os depoimentos das vítimas cujos casos podem ser julgados.
Além disso, dessa vez é possível que a denúncia contra Joãoroleta para treinar realDeus inclua outros tiposroleta para treinar realcrime - no casoroleta para treinar realdez anos atrás, a acusação era violação sexual mediante fraude. Já agora, o MP "trabalha com a possibilidaderoleta para treinar realenquadramento dos casosroleta para treinar realestupro, estuproroleta para treinar realvulnerável e violência sexual mediante fraude", diz a promotora Patrícia Otoni, da força-tarefaroleta para treinar realGoiás.
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