John Bolton: quem é o primeiro emissário10 rodadas gratisTrump a se encontrar com Bolsonaro no Brasil:10 rodadas gratis

John Bolton

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Bolton é a primeira autoridade do governo americano a apertar as mãos10 rodadas gratisBolsonaro

"Os Estados Unidos estão ansiosos para ver cada vértice deste triângulo cair. A Troika vai desmoronar."

Os comentários mostram a sintonia entre o emissário do governo americano e o novo presidente brasileiro – que disse durante a campanha que a ONU "não serve para nada" e constantemente critica os governos10 rodadas gratisesquerda dos países vizinhos latino-americanos, a quem classifica como "ditaduras corruptas e assassinas".

O encontro aconteceu nesta quinta-feira na casa10 rodadas gratisBolsonaro, na Barra da Tijuca, a portas-fechadas – e não haveria "espaço para jornalistas", segundo a embaixada americana no Brasil. Foram divulgados imagens dos dois se cumprimentando e10 rodadas gratistorno10 rodadas gratisuma mesa10 rodadas gratiscafé da manhã.

Bolsonaro

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Comentários10 rodadas gratisBolton mostram sintonia com o presidente eleito Jair Bolsonaro

Mas falas recentes10 rodadas gratisBolton – e a biografia do visitante estrangeiro – dão pistas do que deve ter constado da pauta da conversa.

Trump na posse10 rodadas gratisBolsonaro?

Segundo a equipe10 rodadas gratistransição do novo governo, Bolsonaro e Bolton seriam acompanhados pelo futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, e pelo novo ministro da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo.

Na última terça-feira, questionado na Casa Branca sobre a visita, Bolton classificou o governo do capitão reformado como uma "oportunidade histórica".

"O encontro com o presidente eleito Bolsonaro surgiu como resultado da ligação do presidente Trump na noite das eleições no Brasil para parabenizar o presidente eleito. O telefonema foi realmente excelente. Acho que criou um relacionamento pessoal, mesmo10 rodadas gratisforma remota. O presidente Trump foi o primeiro líder estrangeiro a telefonar ao presidente eleito Bolsonaro", afirmou.

O assessor10 rodadas gratissegurança nacional continuou: "Então, pensamos que seria bom e certamente muito útil para os EUA ouvirem do presidente eleito quais são suas prioridades e o que ele está procurando no relacionamento. Do nosso ponto10 rodadas gratisvista, vemos isso como uma oportunidade histórica para o Brasil e os Estados Unidos trabalharem juntos10 rodadas gratisuma série10 rodadas gratisáreas: economia, segurança e várias outras."

Os comentários inflaram a especulação10 rodadas gratisWashington sobre a articulação para a vinda10 rodadas gratisDonald Trump para a posse10 rodadas gratisBolsonaro,10 rodadas gratis1º10 rodadas gratisjaneiro – o que seria visto pela equipe10 rodadas gratisBolsonaro como um sinal importante10 rodadas gratisapoio, após uma série10 rodadas gratisesforços, do lado brasileiro,10 rodadas gratismostrar afinidades políticas, econômicas e ideológicas com o governo americano.

Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Especula-se sobre a vinda10 rodadas gratisDonald Trump para a posse10 rodadas gratisBolsonaro, mas as chances ainda são remotas

"Estou ansioso para saber quais são as prioridades do presidente eleito e tentar contar a ele um pouco sobre as visões do presidente Trump (...) Estou indo para lá para preparar o terreno para eles", concluiu Bolton.

As chances para emplacar a visita, no entanto, ainda são bastante remotas.

A inconveniência da data da posse, logo na virada do ano, a agenda disputada10 rodadas gratisTrump, que deu pouca atenção à América do Sul desde que assumiu, e o esquema que precisaria ser armado para garantir a segurança dos dois presidentes10 rodadas gratisBrasília seriam os principais obstáculos, segundo fontes no PSL e na diplomacia10 rodadas gratisWashington.

Porte10 rodadas gratisarmas

Bolton chegou a ser embaixador temporário dos EUA nas Nações Unidas (abandonou o posto quando percebeu que não teria10 rodadas gratisnomeação aprovada pelo Senado americano) e acumula cargos nos últimos três governos conduzidos por políticos republicanos, desde a gestão10 rodadas gratisRonald Reagan (1981-1989).

A maioria dos postos foi nos departamentos10 rodadas gratisJustiça e10 rodadas gratisEstado - o equivalente americano ao Ministério10 rodadas gratisRelações Exteriores.

Como Bolsonaro, ele é um árduo defensor do direito ao porte10 rodadas gratisarmas por cidadãos comuns - Bolton é ligado à NRA (Associação Nacional do Rifle, principal grupo10 rodadas gratislobby pró-armas dos EUA), onde comandou o Subcomitê10 rodadas gratisAssuntos Internacionais10 rodadas gratis2011.

No primeiro semestre deste ano, após assumir o cargo no governo Trump, um vídeo gravado10 rodadas gratis2013 veio à tona e ganhou manchetes nos EUA. No filme, patrocinado pela NRA, Bolton pede que a Rússia garanta o porte10 rodadas gratisarmas em10 rodadas gratisConstituição, como acontece nos EUA.

"Isso criaria uma parceria entre o governo nacional russo e seus cidadãos, que poderiam proteger melhor mães, crianças e famílias sem comprometer a integridade do Estado russo", afirmou.

A defesa10 rodadas gratisBolsonaro à revogação do Estatuto do Desarmamento no Brasil é um dos principais interesses americanos no país e representaria a abertura10 rodadas gratisum mercado promissor para a indústria bélica dos EUA.

Militarismo e guerras

Junto à linguagem diplomática heterodoxa (Bolton já defendeu o "fim da Coreia do Norte" e foi chamado pelo país,10 rodadas gratisresposta,10 rodadas gratis"sanguessuga"), o histórico militarista também é um ponto10 rodadas gratisconvergência entre os dois.

Bolton foi um dos principais articuladores da invasão americana no Iraque, durante o governo10 rodadas gratisGeorge W. Bush, sob o argumento10 rodadas gratisque o então regime10 rodadas gratisSaddan Houssein mantinha um programa secreto10 rodadas gratisarmas10 rodadas gratisdestruição10 rodadas gratismassa.

Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro

Crédito, EPA/Joedson Alves

Legenda da foto, 'Posição pró-Irã? (Isso) Vai mudar ', disse Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito

Em 2005, porém, dois anos após o ataque, um relatório divulgado pela Agência Internacional10 rodadas gratisEnergia Atômica (AIEA) desmentiu a informação.

O Irã também está entre os alvos preferidos do assessor10 rodadas gratisTrump, que defendeu bombardeios americanos contra o país árabe10 rodadas gratis2008 e10 rodadas gratis2015, enquanto o então presidente Barack Obama costurava um acordo10 rodadas gratispaz entre os dois países – desfeito neste ano por Trump.

Durante a Assembleia Geral da ONU,10 rodadas gratisNova York, Bolton ameaçou o governo do Aiatolá Ali Khamenei sobre "sérias consequências" caso o país desafiasse os EUA - aspas descritas como as mais agressivas da diplomacia americana contra o Irã "em décadas".

As opiniões ecoam no Brasil10 rodadas gratisBolsonaro. "Posição pró-Irã? (Isso) Vai mudar ", disse o filho do presidente eleito, Eduardo,10 rodadas gratisentrevista recente à Bloomberg."

"Nosso lado é contra o Hamas, o Hezbollah e o Estado Islâmico", afirmou.

'Redenção não é opção'

Ex-deputado e chefe da CIA – agora dirigida pela10 rodadas gratisantiga adjunta –, o presidenciável Pompeo tirou os diplomatas do formol10 rodadas gratisque tinham sido colocados pelo seu predecessor. Ele é visto como o ponto10 rodadas gratisestabilidade10 rodadas gratisum governo impulsivo. Na cozinha da Casa Branca, Pompeo tem ascendência sobre Bolton por causa da10 rodadas gratisrelação10 rodadas gratisconfiança com o Chefe10 rodadas gratisGabinete, John Kelly, e o secretário da Defesa, Jim Mattis.

A postura diplomática10 rodadas gratisBolton fica clara10 rodadas gratisseu livro10 rodadas gratismemórias, publicado10 rodadas gratis2007.

Em "Surrender is nota an option" (A redenção não é uma opção,10 rodadas gratistradução livre), ele defende que organizações multilaterais como a ONU vão além10 rodadas gratisreger relações entre países e interferem na soberania nacional.

No livro, que antecipa10 rodadas gratisquase uma década o discurso hoje adotado por figuras como Bolsonaro, Trump, Matteo Salvini (ministro italiano) e Viktor Orban (chefe10 rodadas gratisEstado húngaro), Bolton afirma que tratados internacionais como os ligados aos direitos humanos são criados para se sobrepor a legislações locais.

Ativistas10 rodadas gratisesquerda "incapazes10 rodadas gratisvencer uma luta justa dentro do sistema10 rodadas gratisgoverno representativo agora buscam fóruns internacionais para discutir suas posições", diz a publicação.

Bolsonaro, desde o início da campanha, promete "acabar com o ativismo" no Brasil.

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