Mais médicos: se cubanos forem embora, quando chegarão os próximos?, diz médicosaque pix betCuba que chegou ao Brasil nos anos 1990:saque pix bet

A decisãosaque pix betCubasaque pix betdeixar o Mais Médicos, programa criado pelo governo Dilma Rousseffsaque pix bet2013, foi informada nesta quarta-feira,saque pix betdeclaração do Ministério da Saúde Pública publicada no jornal Granma. No texto, o ministério cita "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro sobre a presença dos profissionais cubanos no país. Em agosto,saque pix betum comício, Bolsonaro afirmou que iria usar o Revalida - o examesaque pix betvalidaçãosaque pix betdiplomas - para "expulsar" os médicos cubanos.

"Vamos botar um ponto final do Forosaque pix betSão Paulo. Vamos expulsar com o Revalida os cubanos do Brasil", disse o então candidato.

Há cinco anos, Cuba envia médicos para trabalhar no Sistema Únicosaque pix betSaúde como uma formasaque pix betatender regiões pobres e amenizar a dificuldadesaque pix betcontrataçõessaque pix betbrasileiros. O projeto foi criticado por associações médicas porque, segundo elas, abriria uma brecha para atuaçãosaque pix betprofissionais cuja formação não foi endossada por órgãos do país.

Já para Rodriguez, alémsaque pix betsuprir a faltasaque pix betpessoal, os cubanos do Mais Médicos reforçaram um enfoque mais acolhedorsaque pix betatendimento,saque pix betque os processossaque pix betescuta do paciente são valorizados, seguindo o modelosaque pix betmedicina socialsaque pix betCuba.

"Eles são bem qualificados, como eu. Tem essa formaçãosaque pix betacolhimento, aquele sorrisosaque pix betsempre, a preocupaçãosaque pix betescutar a queixa com cuidado."

Ele argumenta que a principal consequência da saída dos cubanos será a reação dos pacientes, que sentirão falta desse apoio, ainda mais onde experimentam a presençasaque pix betum médico pela primeira vez.

"Isso é muito difícil, sobretudo no Nordeste, onde às vezes o cubano é o primeiro médico. Precisamos lembrar que há cubanossaque pix betcomunidades indígenas,saque pix betquilombos."

No casosaque pix betPedreira, ele diz que não sabe como a substituição das três médicas será resolvida, mas prevê que os moradores receberão mal a notícia.

"Eles vão estranhar. Os médicossaque pix betfamília vão na casa das pessoas quando elas estão acamadas. O pior que vai acontecer é com a população mais necessitada que, alémsaque pix betcarência econômica, terá faltasaque pix betafeto e cuidado."

Contratações

Mas há também dificuldades práticas. Para secretáriasaque pix betsaúdesaque pix betPedreira, Ana Goulart, uma corridasaque pix betcontratações será o primeiro resultado da saídasaque pix betCuba do Mais Médicos, o que tende a agravar a escassezsaque pix betpessoal.

"De imediato, a substituição vai ser complicada, porque todo mundo vai estar contratando. Minha vizinha, Jaguariúna, tem 11 cubanos, a região toda vai estar procurando", diz Goulart, que entre idas e vindas ocupa a função há 13 anos.

Para ela, o grande desafio será achar brasileiros para preencher as vagas. Emsaque pix betexperiência como secretária, diz que sempre teve dificuldades para encontrar pessoas dispostas a atendersaque pix betpostossaque pix betsaúde durante 40 horas por semana, como médicossaque pix betfamília.

"É difícil achar alguém que queira trabalhar 40 horas como as três cubanas fazem hoje. Temos mais facilidade com especialistas, como cardiologistas, ginecologistas, que podem trabalhar 20 horas."

O pouco interessesaque pix betmédicos brasileirossaque pix bettrabalharsaque pix betregiões remotas e pobres está entre as razões citadas pelo governo Dilma para incentivar a entradasaque pix betestrangeiros no SUS. Hoje, das 18.240 vagas do programa, 8.332 são ocupadas por cubanos, segundo dados do Ministério da Saúde. Aindasaque pix betacordo com o ministério, nos próximos dias será convocado um edital para ocupar os postos abertos.

A secretáriasaque pix betPedreira diz que ainda não conversou com as médicas cubanas sobresaque pix betsaída da cidade. O comunicado publicado nesta quarta não informa a datasaque pix betque os profissionais deixarão o programa. Para Goulart, elas farão faltasaque pix betPedreira, onde seu trabalho é bem visto e ajudou a diminuir as filas por atendimento.

"A população aceita bem o serviço delas e elas são muito boas, cumpridorassaque pix bethorário."

Eduardo Rodriguez engrossa o coro: as cubanas são simpáticas, preparadas e foram muito recebidas pela comunidade, onde ele se instalousaque pix bet1995.

"Somos cubanos porque nos diferenciamos na fala, mas somos morenos como os brasileiros, gostamossaque pix betarroz e feijão, picanha. Elas já estão muito bem adaptadas."

Com o anúncio da saídasaque pix betCuba, um médico responsável por cobrir as férias dos demais deve entrar no lugarsaque pix betuma das cubanas, mas duas vagas permanecerãosaque pix betaberto. Tais ausências, diz Goulart, devem aumentar a espera por consultas.

Faltasaque pix bettransparência nos pagamentos

Apesar dos problemas trazidos pelo fim da parceria com o país caribenho, a secretária diz que o desdobramento não foisaque pix bettodo inesperado. As falassaque pix betBolsonaro durante a campanha, quando declarou que "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil com base no exame da revalidaçãosaque pix betdiplomasaque pix betmédicos formados no exterior, o Revalida, já a deixaramsaque pix betalerta. O que surpreendeu a secretária, no entanto, foi a decisão ter partidosaque pix betCuba e não do governo brasileiro.

"Para Cuba estava bom, né, porque o Brasil mandava um valor maior para eles e (eles) pagavam um valor menor para os médicos."

Segundo termo técnico assinado entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundialsaque pix betSaúde para as Américas, cada médico do programa recebe do governo federal uma bolsasaque pix betR$ 10 mil mensais. O dinheiro é pago pelo governo brasileiro à Opas, que o repassa para Cuba. O governo cubano, porsaque pix betvez, retém uma parte do valor e paga o restante aos médicos bolsistas do país. Não há, no entanto, números oficiais sobre o quanto é repassado. Nos cinco anossaque pix betprograma, participantes reclamaram que nenhum recurso estava sendo enviado.

No ano passado, o Tribunalsaque pix betContas da União recomendou ao Ministério da Saúde que corrigisse falhas e desse mais transparência aos repasses financeiras à Opas. Para o tribunal, o ministério deveria exigir que a organização apresentasse a prestaçãosaque pix betcontas dos pagamentos feitos aos participantes do Mais Médicos.

Na mesma ocasião, o TCU apresentou dados que indicavam a eficácia do programa. Segundo números do governo federalsaque pix bet2017, maissaque pix bet63 milhõessaque pix betpessoas eram assistidas pelo Mais Médicos. Além disso, nos 2.116 municípios que receberam médicos nos 1º e 2º ciclos do programa, houve um crescimentosaque pix bet33% na média mensalsaque pix betconsultas.

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