Eleições 2018: Que candidato a presidente 'bateu' e 'apanhou' mais nas redes sociais?:aposta esportiva é crime
Já no Facebook, o mais agressivo foi Jair Bolsonaro (PSL). No período analisado pela Dapp, o perfil oficial do ex-capitão fez 33 posts dirigidos a outros atores políticos (colegasaposta esportiva é crimepartido, adversários, artistas e pessoas públicas). Desses, 24 (ou 72%) foram críticas e ataques.
Ciro Gomes (PDT) buscou fazer a linha "paz e amor"aposta esportiva é crimeseus perfis oficiais: no Twitter, publicou apenas dois ataques contra Bolsonaro e um contra Alckmin, no período analisado pela Dapp. No Facebook, só fez três postagens agressivas contra outras pessoas -aposta esportiva é crimeum totalaposta esportiva é crime27 posts.
Agressividade é eficaz?
Os levantamentos permitem afirmar também que Haddad e Bolsonaro foram os mais atacados pelos adversários; que Marina Silva (Rede) passou relativamente incólume pela pancadaria online; e também que o PT "escolheu" o PSDB como adversário principal nas redes.
No Twitter, a Dapp analisou 3.302 tuítes dos candidatos eaposta esportiva é crimeseus principais aliados, publicados ao longo do períodoaposta esportiva é crimeum mês encerrado na terça-feira (18), quando a análise foi encaminhada à BBC News Brasil. Já no Facebook, foram analisados 1.894 postagens publicadas pelos presidenciáveis do dia 1ºaposta esportiva é crimejulho até 16aposta esportiva é crimeagosto deste ano.
Mas, afinal, dá para ganhar eleição sem criticar os adversários?
"Mais do que bater simplesmente, o que a gente tem visto na campanha é a desconstrução dos adversários. Pegar um ponto fraco da outra candidatura e amplificar, colocar no holofote. É o que o Alckmin fez com algumas propostas da política tributária do Bolsonaro (como as ideiasaposta esportiva é crimemudança no Impostoaposta esportiva é crimeRenda e a criaçãoaposta esportiva é crimeum novo tributo). Então, não é exatamente agredir (pessoalmente), mas fazer uma propaganda negativa a respeito do outro", diz Pablo Ortellado, professor do cursoaposta esportiva é crimeGestãoaposta esportiva é crimePolíticas Públicas da USP.
Ao longo da corrida eleitoral, as campanhas usaram outros meios para "desconstruir" os adversários: Alckmin, por exemplo, dedicou parte significativaaposta esportiva é crimesuas inserçõesaposta esportiva é crimeTV para atacar Bolsonaro e Haddad; e nas últimas semanas Marina fez declarações contundentes contra os principais partidos brasileiros, como o PT, o PSDB e o MDB.
Além disso, uma parte da artilharia contra adversários na internet passa ao largo dos perfis oficiais dos candidatos no Twitter e no Facebook. Sátiras e memes contra presidenciáveis são comunsaposta esportiva é crimegruposaposta esportiva é crimeWhatsApp, por exemplo.
Para Ortellado, porém, os perfis oficiais dos candidatos no Twitter e no Facebook funcionam como uma espécieaposta esportiva é crime"termômetro" do tom da campanha: um candidato mais agressivo nestas redes sociais tende também a atacar mais os adversáriosaposta esportiva é crimedeclarações públicas ou na propaganda eleitoral. A estratégia usada pelos candidatos nas redes segue a orientação geral para o resto da campanha.
Dos cercaaposta esportiva é crime210 milhõesaposta esportiva é crimebrasileiros, pouco mais da metade (130 milhõesaposta esportiva é crimepessoas) são usuários ativosaposta esportiva é crimeredes sociais, segundo relatórioaposta esportiva é crimejaneiroaposta esportiva é crime2018 da empresa Hootsuite.
Conheça abaixo algumas das principais conclusões da pesquisa da Dapp-FGV.
No Twitter, Bolsonaro 'terceiriza' ataques para seus filhos
Ao longo do último mês, os ataques feitos pelo perfil oficialaposta esportiva é crimeBolsonaro no Twitter se dirigiram principalmente a Lula e Haddad:aposta esportiva é crime28 mensagens críticas aos seus principais adversários na disputa presidencial, nada menos que 21 (ou 75%) foram contra o ex-presidente e seu sucessor.
No mesmo período, os perfis oficiaisaposta esportiva é crimeseus filhos que têm carreira política (Carlos, Eduardo e Flávio) publicaram 119 mensagens com críticas a outros atores políticos, e, destas, 108 foram ataques aos principais concorrentes: Lula/Haddad, Marina, Alckmin e Ciro.
Novamente, quem mais apanhou do clã Bolsonaro foi a chapa hoje comandada por Haddad: os petistas foram alvoaposta esportiva é crime53 dessas 108 postagens (ou 49%). Em seguida, o mais atacado é Alckmin, com 29 posts (ou 26%). Marina e Ciro receberam 13 "pancadas" cada um dos filhosaposta esportiva é crimeBolsonaro, no Twitter.
A sublocação dos ataques foi acentuada depois que o ex-capitão foi esfaqueado num atoaposta esportiva é crimecampanhaaposta esportiva é crimeJuizaposta esportiva é crimeFora (MG), no dia 6aposta esportiva é crimesetembro. Logo depois do ataque, os perfis oficiaisaposta esportiva é crimeBolsonaro passaram a expor o lado humano do candidato e evitar postagens agressivas.
Marina derreteu nas pesquisas sem apanhar
É parte do folclore político brasileiro a ofensiva do PT contra Marinaaposta esportiva é crime2014. Em setembro daquele ano, a então candidata pelo PSB começou a derreter nas pesquisas depoisaposta esportiva é crimetornar-se a vidraça preferencialaposta esportiva é crimeDilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
É célebre o filmete petista no qual a comida desaparecia do pratoaposta esportiva é crimeuma criança pobre, enquanto a narração lembrava que Marina pretendia dar mais autonomia ao Banco Central. Marina, que chegou a liderar as pesquisasaposta esportiva é crime2014, caiu na reta final e acabouaposta esportiva é crimeterceiro lugar.
Mas,aposta esportiva é crime2018, Marina parece estar derretendo sozinha, sem ser o alvo preferencialaposta esportiva é crimeseus adversários. Em 22aposta esportiva é crimeagosto, a candidata da Rede Sustentabilidade tinha 16% das intençõesaposta esportiva é crimevoto, segundo levantamento do Datafolha. Na última pesquisa do instituto, da última quinta-feira, ela aparece com 7%.
No Twitter, Marina foi alvoaposta esportiva é crimeuma postagem negativaaposta esportiva é crimeBolsonaro, apenas. Os filhos do candidato a atacaram 13 vezes no período. Mas nem Ciro, Geraldo ou Haddad se mobilizaram para atacá-la uma vez sequer na rede social, ao longo do último mês.
"Ao menos nas redes dos oficiais dos outros candidatos, Marina foi muito pouco atacada. Ela própria ataca Jair Bolsonaro, como alvo preferencial", diz o sociólogo e pesquisador do Dapp-FGV Amaro Grassi. A candidata da Rede publicou 38 tuítes com ataques a outros presidenciáveis no período, e 13 deles foram críticos a Bolsonaro. Outros 5 se dirigiram contra Lula e Haddad.
No Facebook,aposta esportiva é crime33 postagensaposta esportiva é crimeMarina com referências a outros atores políticos analisadas, 14 (ou 42%) são ataques.
Num debate na RedeTV!,aposta esportiva é crime18aposta esportiva é crimeagosto, Marina fez um discurso duro contra Bolsonaro a respeito da igualdade salarial entre homens e mulheres. Segundo Grassi, foi explorando este nicho que Marina fez a maioriaaposta esportiva é crimeseus ataques ao candidato do PSL.
"Aquilo repercutiu, e a campanha percebeu que havia esse nicho político para criticar Bolsonaro, na questão das mulheres. Ela tratouaposta esportiva é crimeexplorar este caminho", avalia ele.
O PT 'escolheu' Alckmin como o adversário principal
Ao longo do mês analisado pelo levantamento do Dapp-FGV, os perfis oficiais do ex-presidente Lula,aposta esportiva é crimeHaddad, da candidata a vice Manuela D'Ávila (PC do B) e da ex-presidente Dilma no Twitter fizeram 51 postagens críticas a atores políticos. E, dentre os quatro principais adversáriosaposta esportiva é crimeHaddad na disputa presidencial, Alckmin foi o que mais "apanhou" dos petistas: foram 19 mensagens negativas contra o tucano.
A conta do próprio Haddad publicou 10 tuítes com críticas a Alckmin, e não fez qualquer ataque aos demais - nem mesmo a Bolsonaro. Já os aliadosaposta esportiva é crimeHaddad dirigiram nove ataques a Alckmin, e outros doze a Bolsonaro. "O povo tem memória. Sabe o que foram nossos 12 anosaposta esportiva é crimegoverno nesse país. E sabem o que eles fizeram depois que perderam a quarta eleiçãoaposta esportiva é crime2014", disse Haddad numa das mensagens, referindo-seaposta esportiva é crimeforma indireta ao PSDB.
"Curiosamente, o PT tentou 'escolher' novamente o grupo com o qual polarizaram nas últimas seis disputas presidenciais", diz Amaro Grassi.
No Facebook, Haddad evitou ataques a outros candidatos até o momento, segundo o Dapp: a prioridade do petista tem sido ligaraposta esportiva é crimeimagem à do ex-presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federalaposta esportiva é crimeCuritiba desde o dia 7aposta esportiva é crimeabrilaposta esportiva é crime2018. A maioria das postagens do petista no Facebook falava dos apoios recebidosaposta esportiva é crimepolíticos e artistas. Das 35 postagensaposta esportiva é crimeHaddad no Facebook, 18 eram mensagensaposta esportiva é crimeapoio à libertaçãoaposta esportiva é crimeLula.
Haddad e Bolsonaro foram os mais criticados
No período analisado, Haddad foi o mais atacado pelos adversários nas redes sociais, seguido por Bolsonaro. Os dois lideram as pesquisasaposta esportiva é crimeintençãoaposta esportiva é crimevoto: no último levantamento Ibope, divulgado nesta segunda-feira (24), Bolsonaro aparece com 28% e Haddad, com 22%.
Bolsonaro foi o destinatárioaposta esportiva é crime38 mensagens críticasaposta esportiva é crimeseus adversários no Twitter, no último mês. Seus principais agressores nas redes foram Marina (13 tuítes) e Alckmin (24 posts). Levandoaposta esportiva é crimeconta também os perfisaposta esportiva é crimealiados dos presidenciáveis, Bolsonaro recebeu 67 ataques durante o período - e os mais agressivos contra o candidato do PSL foram os perfis ligados a Haddad.
O ex-capitão poderia ter sido até mais atacado - seus adversários evitaram fazer críticas diretas a ele nos dias que se seguiram ao atentado sofrido pelo candidato. No dia do atentado, Alckmin postou uma mensagemaposta esportiva é crimesolidariedade a Bolsonaro, desejando que ele se recuperasse "rapidamente".
O líder das pesquisas só voltaria a ser mencionado por Alckmin no Twitter no dia 11aposta esportiva é crimesetembro. "Minha solidariedade ao Bolsonaro, mas discordo totalmente das ideias dele. Veja que ele passou 20 anos no Congresso votando do ladinho do PT", escreveu.
No mesmo período, Haddad foi alvoaposta esportiva é crime56 mensagens negativasaposta esportiva é crimeseus adversários no Twitter. E, considereados os perfis dos principais aliadosaposta esportiva é crimeseus competidores, o ex-prefeitoaposta esportiva é crimeSão Paulo foi alvoaposta esportiva é crime120 menções negativas.
Quem mais atacou Haddad no Twitter foi Alckmin: são 30 postagens negativas do perfil oficial do tucano contra o petista neste período. Mas, considerando os perfis aliados, quem mais bateu no petista foram os filhosaposta esportiva é crimeBolsonaro: dispararam 53 mensagens contra ele no período pesquisado.
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