Museu Nacional: Como fotos pessoais podem ajudar a resgatar a memória destruída pelo fogo:f12bet wikipedia
A ideia é manter essas fotosf12bet wikipediaum acervo digital que o público possa acessar, mas os alunos não decidiram o formato nem conseguiram catalogar as imagens que receberam.
"Ainda estamos atônitos e cansados, vários colegas estavam agora na Cinelândia (onde houve uma manifestaçãof12bet wikipedialuto pelo descaso com o museu)", diz a estudante.
Luana diz que o que se perdeu "é insubstituível", e que a ideia é lembrar não apenas do acervo, mas da tragédia que levou à destruição da maior parte dele. "Não podemos deixar isso acontecerf12bet wikipedianovo", afirma ela.
A iniciativa é importante não porque irá preencher o vazio deixado pelo incêndio, mas porque amplia a discussão sobre o descaso com a cultura no Brasil, segundo a professora da USP Giselle Beiguelman, especialistaf12bet wikipediapreservaçãof12bet wikipediaarte digital.
"A memória da tragédia não é só as imagens do fogo, mas do quão mobilizatório isso se tornou. Espero que issof12bet wikipediafato produza uma corrente coletivaf12bet wikipediaconscientização" diz ela.
f12bet wikipedia Memória da tragédia
"É obvio que essas imagens não vão recuperar o museu. Mas ao menos criam uma memória desse presente absurdo que estamos vivendo,f12bet wikipediaum museu desse porte ir ao chãof12bet wikipediapoucas horas", afirma Beiguelman.
Beiguelman afirma que a súbita mobilização gerada pela iniciativa dos estudantes deixa ainda mais claro que "o futuro da nossa memória passa por esses registros, que vão criando esses arquivos coletivos e espontâneos".
A digitalização, no entanto, nunca substitui a interface pessoal, diz ela.
"Ver um fóssil ao vivo é uma coisa, outra coisa é ver a foto. Estamos diantef12bet wikipediauma tregédia que levou milharesf12bet wikipediaanos pras cinzas. É irreparável, não tem como cicatrizar, uma vergonha para a nossa história. Privamos o mundof12bet wikipediauma parte do seu passado", afirma Beiguelman.
Calculando as perdas
No caso do Museu Nacional, as imagens dos alunos que estão sendo reunidas – enviadas por visitantes e tiradasf12bet wikipediamaior parte com celular – não seriam suficientes para fazer um registro virtual 3D ouf12bet wikipediaalta definição dos itens que foram destruídos. Esse tipof12bet wikipediadigitalização precisa ser feita com muito cuidado, com equipamento específico, com o acervo ainda intacto.
O custo, além disso, é elevado. "É caro porque o patrimônio é delicado, e ficaf12bet wikipediauma mídia que é programada para obsolescência. Não pode ser armazenadof12bet wikipediaum serviço comercial (como YouTube ou Dropbox, por exemplo), pois eles podem acabarf12bet wikipediauma hora para outra", pondera Beiguelman.
A digitalização normalmente é uma ferramentaf12bet wikipediapesquisa, o que também não pode ser feito com as imagens enviadas pelos visitantes.
Muitas peças do acervo eram itens únicos – esqueletosf12bet wikipediadinossauros, múmias egípcias, utensílios produzidos por civilizações ameríndias durante a era pré-colombiana.
Em nota, o Museu Nacional afirmou que ainda está mensurando os danos ao acervo.
Um dos únicos itens até agora que se sabe que restaram do acervo do prédio central é o meteorito Bendegó. As coleçõesf12bet wikipediabotânica, parte da zoologia e a biblioteca central também não foram perdidas, pois estavamf12bet wikipediaum prédio anexo.
Localizado na Quinta da Boa Vista,f12bet wikipediaSão Cristóvão, o Museu Nacional é mais antigo do país e uma das instituições científicas mais importantes do Brasil. Fundado por Dom João 6º no dia 6f12bet wikipediaagostof12bet wikipedia1818, acabaraf12bet wikipediacompletar 200 anos - mas tinha itensf12bet wikipediamilhõesf12bet wikipediaanos.