Nova crise da água? O que pode ser feito para evitar outra secavulkan vegas bônusSão Paulo:vulkan vegas bônus

Sistema Cantareira entrouvulkan vegas bônusalerta por causavulkan vegas bônusreduçãovulkan vegas bônusnívelvulkan vegas bônuságua

Crédito, Sabesp

Legenda da foto, O sistema Cantareira, maior conjuntovulkan vegas bônusreservatórios da Grande São Paulo, entrouvulkan vegas bônusalerta pela redução do nívelvulkan vegas bônuságua

Ele explica que esses períodos costumam se repetir: um ciclovulkan vegas bônuschuvavulkan vegas bônusabundância ocorreu entre os anos 70 e meadosvulkan vegas bônus2000; antes, houve outrovulkan vegas bônusestiagem, da décadavulkan vegas bônus40 àvulkan vegas bônus70.

"Esses ciclos mais secos têm impacto na vazão dos rios, o que diminui o volumevulkan vegas bônuságua que chega aos reservatórios como o Cantareira. Claro que há anosvulkan vegas bônusque chove mais, mesmovulkan vegas bônusperíodosvulkan vegas bônusmaior seca", explica Zuffo. "Mas a tendência évulkan vegas bônusque crisesvulkan vegas bônusabastecimento se tornem recorrentes nas próximas décadas."

Já Carlos Tucci, consultor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz ser difícil prever exatamente o que acontecerá com o clima no futuro, mas a perspectiva é preocupante. "Há uma tendência nos últimos anosvulkan vegas bônusqueda do volumevulkan vegas bônuschuvas", diz à BBC News Brasil.

"Nos anos 70 e 80, tivemos um períodosvulkan vegas bônusgrande volumevulkan vegas bônusprecipitações principalmente no sudeste e centro-oeste. Nos últimos anos, isso mudou".

Sistema Cantareira vive redução do nívelvulkan vegas bônuságua com faltavulkan vegas bônuschuva

Crédito, Sabesp

Legenda da foto, Empresavulkan vegas bônussaneamentovulkan vegas bônuságuavulkan vegas bônusSão Paulo, a Sabesp disse que investiu R$ 6 bilhões para levar água à população

Tucci usa o próprio Cantareira para exemplificar essa queda. "Em 20 dos últimos 24 anos, choveu menos do que o esperado no Cantareira. Isso demonstra que algo está ruim", diz.

Na terça-feira, depoisvulkan vegas bônus47 dias sem chuvavulkan vegas bônusvolume relevante, São Paulou voltou a ter precipitações. No Cantareira, a Sabesp registrou um volumevulkan vegas bônus10,7 mm. Ainda assim, o maior conjuntovulkan vegas bônusreservatórios da Grande São Paulo fechou o mêsvulkan vegas bônusjulho com apenas 11,7 mmvulkan vegas bônuschuvas - a média para o mês évulkan vegas bônus48,7 mm.

O recordevulkan vegas bônusestiagem ocorreuvulkan vegas bônus2012, quando a cidade ficou 62 dias sem chuva, do dia 19vulkan vegas bônusjulho a 18vulkan vegas bônussetembro. A segunda maior sequência foivulkan vegas bônus52 dias, registradavulkan vegas bônus17vulkan vegas bônusjunho a 6vulkan vegas bônussetembrovulkan vegas bônus2010 e a terceira,vulkan vegas bônus50 dias,vulkan vegas bônus2017. O monitoramento é feito pelo Centrovulkan vegas bônusGerenciamentosvulkan vegas bônusEmergências (CGE) desde 1995.

Segundo Zuffo, o cenáriovulkan vegas bônusescassezvulkan vegas bônuschuvas foi pior no verão. "No período do inverno já se espera que chova pouco. Neste ano, o maior problema foi o verão seco", diz.

De fato,vulkan vegas bônus2018, São Paulo registrou o verão menos chuvosovulkan vegas bônus15 anos, segundo o Instituto Nacionalvulkan vegas bônusMeteorologia (Inmet).

Mas ainda há uma esperança para os reservatórios brasileiros nos próximos meses: existem grandes chancesvulkan vegas bônuso fenômeno climático El Niño ocorrer novamente, segundo previsão do Instituto Nacionalvulkan vegas bônusPesquisas Espaciais (Inpe).

O El Niño acontece quando as águas do Pacífico equatorial ficam um pouco mais quentes, provocando mais chuva.

Como foi a crise da águavulkan vegas bônusSão Paulo?

No auge da crise,vulkan vegas bônus2014, o nível do sistema Cantareira caiu tanto que chegou no chamado volume morto, uma reserva técnica que fica abaixo do pontovulkan vegas bônuscaptaçãovulkan vegas bônuságua. Esse trecho precisa ser retirado por bombeamento.

Na época, a Sabesp passou a reduzir a pressão na tubulação da distribuiçãovulkan vegas bônuságua, o que secou torneirasvulkan vegas bônusmilhõesvulkan vegas bônuspessoas durante boa parte do dia.

Geraldo Alckmin fala pelo microfone

Crédito, AFP

Legenda da foto, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à Presidência, era governadorvulkan vegas bônusSão Paulo na época da crise hídrica,vulkan vegas bônus2015

A empresa e o então governadorvulkan vegas bônusSão Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foram criticados pela demoravulkan vegas bônustomar açõesvulkan vegas bônusreduçãovulkan vegas bônusconsumo e pela faltavulkan vegas bônustransparência na condução da crise. O tucano disputava a reeleição.

O Ministério Público cobrou explicações e o governo negou que a estratégia se tratassevulkan vegas bônusum "racionamento disfarçado".

Para tentar sanar a crise, o governo paulista criou um bônus financeiro para as pessoas que diminuíssem o consumovulkan vegas bônuságua e tocou uma sérievulkan vegas bônusobras para retirar recursosvulkan vegas bônusreservatórios mais distantes e levá-la à capital, alémvulkan vegas bônusinterligar os sistemas. Uma das construções, inaugurada com atraso apenas neste ano, liga o rio Paraíba do Sul ao Cantareira.

Outra inauguração importante foi a do sistema São Lourenço,vulkan vegas bônusabril deste ano. Ele pode abastecer até 2 milhõesvulkan vegas bônuspessoas, segundo o governo.

Para José Carlos Mierzwa, doutorvulkan vegas bônusengenharia hidráulica e sanitária pela USP, o governo acertou ao fazer obras para interligar os sistemasvulkan vegas bônusabastecimento. Isso possibilita que a água do rio Grande seja transferida para o Cantareira ou para o sistema Alto Tietê, por exemplo.

"Aumentar essa flexibilidade entre os mananciais melhorou a segurança hídrica da região metropolitana, assim como a reversão da água do sistema São Lourenço. Como ação emergencial, também foi importante o incentivovulkan vegas bônusreduçãovulkan vegas bônusconsumo por meiovulkan vegas bônusbônus e multa para quem excedesse", afirmou Mierzwa.

Por outro lado, ele afirma que o governo poderia ter feito mais campanhasvulkan vegas bônusincentivo à substituiçãovulkan vegas bônusequipamentos hidráulicosvulkan vegas bônusconsumo excessivo. "As duchas mais antigas instaladasvulkan vegas bônusbanheiros consomem 12 litros por minuto, enquanto as mais modernas gastam 8 ou até 6. Também há torneiras com restriçãovulkan vegas bônusvazão e vasos sanitários com descarga com volume diferenciado", afirma.

Em nota, a Sabesp diz que investiu R$ 6 bilhões desde 2014vulkan vegas bônus"obras que garantem água para a população".

"Aliados às açõesvulkan vegas bônuscombate a vazamentos e à reduçãovulkan vegas bônusconsumo da população, esses investimentos permitiram poupar 25% da capacidade do Sistema Cantareira até o momento", diz a empresa.

Para Carlos Barreira Martinez, professor da Universidade Federalvulkan vegas bônusItajubá (MG), no entanto, as obras foram boas para sanar a crise, mas insuficientes a longo prazo. "São obras que já eram previstas e foram adiantadas por causa da crise", explica.

"Mas o Brasil tem negligenciado investimentosvulkan vegas bônusdiminuiçãovulkan vegas bônusdesperdíciovulkan vegas bônuságua, que é o principal a ser feito para reduzir o riscovulkan vegas bônusescassez", diz.

O que poderia ser feito para evitar uma nova crise da água?

Bombas tirando água do volume morto do sistema Cantareira

Crédito, Sabesp

Legenda da foto, Bombas precisaram ser usadas para retirar água do volume morto do sistema Cantareiravulkan vegas bônus2014

Cercavulkan vegas bônus38% da água potável que passa por sistemasvulkan vegas bônusdistribuição no Brasil é desperdiçadavulkan vegas bônusvazamentos durante o processovulkan vegas bônusprodução, tratamento e distribuição, segundo estudo feito pelo Instituto Trata Brasil a partirvulkan vegas bônusdados do Sistema Nacionalvulkan vegas bônusInformações sobre Saneamento (Snis). Também entram nessa conta desvios ilegais e furtosvulkan vegas bônuságua.

Esse volume equivale a 7 mil piscinas olímpicasvulkan vegas bônuságua potável jogadas fora todos os dias. O estudo aponta que o desperdício custou cercavulkan vegas bônusR$ 10 bilhões apenasvulkan vegas bônus2016 - 92%vulkan vegas bônustodo o valor investido pelo paísvulkan vegas bônussaneamento básico no mesmo ano.

Na região metropolitanavulkan vegas bônusSão Paulo,vulkan vegas bônusjaneirovulkan vegas bônus2014, esse desperdício eravulkan vegas bônus31% do total, segundo dados obtidos via Leivulkan vegas bônusAcesso à Informação. Durante a crise, o índice diminuiu para 26,8%, mas especialistas acreditam que isso ocorreu devido à diminuição da pressão, e não a melhorias no sistema. Em setembrovulkan vegas bônus2016, o desperdício voltou ao patamar anterior à crise: 31,2%.

Questionada, a Sabesp não informou qual é o percentual atual, mas disse que vem trabalhando para diminuir as perdas. "Os investimentos da companhia para o combate às perdas permitiram a economia da ordemvulkan vegas bônus6 mil litrosvulkan vegas bônuságua por segundo", afirma,vulkan vegas bônusnota.

Especialistas apontam que o índice aceitável seriavulkan vegas bônustornovulkan vegas bônus15%, mas há sistemasvulkan vegas bônusoutros países que conseguem chegar a 8%.

Idade da tubulação é problema

"Há tubulaçõesvulkan vegas bônusSão Paulo, por exemplo, que têm 80 anos e nunca foram trocadas", explica Zuffo, da Unicamp. "Em uma conta básica, se o governo modernizar 2% das tubulações por ano, a cada 50 anos teremos um novo sistema."

Para o especialista, os governos fazem uma conta financeira e outra política para evitar mexer nesse problema: é mais barato jogar água no sistema e desperdiçá-la do que reformar e modernizar as tubulações. "São obras caras, recorrentes, e que não têm grande visibilidade política. Em um contextovulkan vegas bônusescassez, é essencial que você diminua essas perdas", diz.

Já Tucci acredita que uma das soluções seria fazer contratos com empresas terceirizadas para que o sistema seja modernizado. "A Sabesp já tem alguns contratos assim, a empresa ganha mais se reduzir as perdasvulkan vegas bônuságua na tubulação", explica.

Outra alternativa, segundo Zuffo, seria aperfeiçoar o reúso da água tratada no Brasil. Estudo do Instituto Trata Brasil apontou que apenas 45% do esgoto gerado no país é tratato - quase metade da população não tem acesso à coleta.

Além disso, outros mananciaisvulkan vegas bônusSão Paulo que poderiam aliviar a ofertavulkan vegas bônuságua, como a Billings e a Guarapiranga, têm margens ocupadas por ocupações ilegais e partevulkan vegas bônusseu recurso também contaminado.

José Carlos Mierzwa, da USP, disse que o governo previu a construçãovulkan vegas bônusduas estaçõesvulkan vegas bônuságuavulkan vegas bônusreúso como prática para aliviar os efeitos da crise, mas não conseguiu concluir nenhuma delas.

"Essas ações não foram para frente, mas eu não sei por quais motivos. Mas além disso faltou melhorar e ampliar a capacidadevulkan vegas bônussaneamento e tratamentovulkan vegas bônusesgoto", avalia o especialistavulkan vegas bônusrecursos hídricos.

Ele disse que essas obras possibilitariam um uso maiorvulkan vegas bônuságuavulkan vegas bônusalguns mananciais poluídos, como alguns trechos do rio Tietê e da própria represa Billings,vulkan vegas bônusSão Paulo.

*Colaborou Amanda Rossi, da BBC News Brasilvulkan vegas bônusSão Paulo