Presascomo apostar online loteriaSP criam cooperativa e empreendem da cadeia: 'Tenho direitocomo apostar online loteriatentar mudar':como apostar online loteria
O projetocomo apostar online loteriaTremembé foi inspirado na primeira e, até pouco tempo atrás, única cooperativacomo apostar online loteriapresidiárias do país,como apostar online loteriaAnanindeua, na região metropolitanacomo apostar online loteriaBelém.
Há poucos meses, a ONG Humanitas360 procurou o governo e a Justiçacomo apostar online loteriaSão Paulo para tentar replicar a experiência paraense. "Quando explicamos o projeto, poucas presas quiseram participar. Depois, uma foi contando para a outra e chegamoscomo apostar online loteria30 pessoas. Hoje, o presídio inteiro quer entrar", diz Ricardo Anderáos, vice-presidentecomo apostar online loteriaoperações da Humanitas360.
É comum as presas trabalharem para empresas e fundações que atuamcomo apostar online loteriadetenções. Nestes casos, elas recebem um salário e reduçãocomo apostar online loteriaum diacomo apostar online loteriapena a cada três trabalhados.
No caso da cooperativa, além da remissãocomo apostar online loteriapena, elas vão dividir os lucros dos produtos a serem vendidos. "Tivemoscomo apostar online loteriaconvencê-lascomo apostar online loteriaque são elas que vão construir a cooperativa, elas serão sócias e responsáveis por tudo", diz Anderáos.
Nos últimos meses, as presas participaramcomo apostar online loteriaoficinas diáriascomo apostar online loteriadesenho, costura, artesanato e design. A ideia é liberar a criatividade e desenvolver produtos interessantes. Em breve, eles serão vendidoscomo apostar online loterialojas fora da prisão. O governocomo apostar online loteriaSão Paulo se comprometeu a comprar a primeira fornadacomo apostar online loteriacriações.
Para Daiane Roberta Fernandes, diretoracomo apostar online loteriatrabalho e educação da penitenciária, a cooperativa ajudou a dar noçõescomo apostar online loteriaempreendedorismo às presas e pode ajudá-las a se recolocar no mercadocomo apostar online loteriatrabalho fora da cadeia, movimento difícil por causa do preconceito contra egressos do sistema. "As empresas têm dificuldadecomo apostar online loteriainserir as presas no emprego. O histórico infelizmente pesa", diz.
Já Anderáos, da Humanitas360, acredita que iniciativas desse tipo podem, no futuro, ajudar a diminuir a violência dentro e fora dos presídios. "Um dos pontos chaves da violência social é a questão carcerária. O encarceramentocomo apostar online loteriamassa alimenta as facções criminosas, pois,como apostar online loteriageral você coloca pessoas condenadas por delitos não violentos para serem alistadas por gruposcomo apostar online loteriacriminosos", diz.
"Nós precisamos dar uma oportunidadecomo apostar online loteriafuturo para os presos, para que eles consigam enxergar um mundo distante do crime."
Orgulho e vergonha na prisão
Por anos, Tânia trafegou entre pequenos delitos e usocomo apostar online loteriadrogas. Nunca tinha costurado ou bordado na vida, mas hoje vê nas agulhas e linhas uma ponte para um futuro do outro lado das grades.
"Acho que essa cooperativa está mudando minha vida. Estou cheiacomo apostar online loteriaplanos", diz à BBC News Brasil, emocionada. "Quero que presas do Brasil inteiro conheçam minha história. Tenho direitocomo apostar online loteriatentar mudar."
Sua colega, Flavia Maria da Silva,como apostar online loteria41 anos, também pouco sabia da costura, muito menoscomo apostar online loteriaempreendedorismo. "Eu não sabia nem colocar uma linha na agulha", diz, sentadacomo apostar online loteriaum dos pátios. Ela também foi condenada por tráficocomo apostar online loteriadrogas.
Na cooperativa, ao menos 19 das 30 mulheres praticaram crimes relacionados ao tráfico. Segundo o Ministério da Justiça, 62% das presas brasileiras se envolveram com o mercado ilegalcomo apostar online loteriadrogas - entre os homens, essa taxa écomo apostar online loteria28%.
Flavia conta que uma paixão a levou ao crime. Na adolescência, engravidoucomo apostar online loteriaum rapaz por quem se apaixonou. "Além do meu filho, o único legado desse grande amor foi o crime. Fiz parte dessa vida por muito tempo", conta. "Você acredita nesse mundocomo apostar online loteriailusões, mas um dia o dinheiro do crime acaba e você se vê na cadeia."
Há seis anos ela vive na cadeia, enquanto seu filho cresce do ladocomo apostar online loteriafora. "Ele vem me visitar a cada 15 dias. Vê-lo entrando, já grande, é meu maior orgulho, mas também minha maior vergonha", diz.
Na salinha onde as presas trabalham, Flavia aprendeu a usar a máquinacomo apostar online loteriacostura com o objetivocomo apostar online loteriaconseguir, no futuro longe das celas, juntar dinheiro para se formarcomo apostar online loteriaDireito. "Vi muitas mulheres sofrerem por causa da Justiça, que nem sempre é justa. Por isso quero ajudar minha colegas", afirma.
'O futuro'
Muitas presas acham que o sucesso da cooperativacomo apostar online loteriaartesanato será uma redenção para vidas que foram erráticas ou que caíramcomo apostar online loteriadesgraça por uma escolha equivocada. Veem o negócio recém-nascido como uma volta por cima que será contada com orgulho para parentes e, principalmente, para os filhos.
E elas falam muito deles, os filhos.
Segundo o Ministério da Justiça, 75% das presas do Brasil têm um ou maiscomo apostar online loteriauma criança.
Eles foram o assunto preferidocomo apostar online loteriaLetíciacomo apostar online loteriaOliveira,como apostar online loteria30 anos, quando conversou com a BBC News Brasil. Ela é mãecomo apostar online loteriaum menino ecomo apostar online loteriauma meninacomo apostar online loteriacinco anos. A garota nasceu na prisão e, aos seis meses, foi separada da mãe após o períodocomo apostar online loteriaamamentação previsto pela lei.
"Meu pai veio buscá-la. Fiquei tão desesperada que comecei a correr pelo presídio para escondê-la nas celas", conta, fingindo um sorriso para amenizar o choro. "Só dei o bebê quando meu pai me disse: não se preocupe, Letícia, vocês duas são minhas filhas."
Reincidente, Letícia foi condenada a 13 anos e seis mesescomo apostar online loteriaprisão: um dia, foi atraída pelo dinheiro que ganharia carregando quatro quiloscomo apostar online loteriacocaína. Acabou presa. Não vê os filhos há quatro anos. "Preferi ficar longe, não quero que eles me vejam assim".
Já Tânia Rodrigues recebe visitascomo apostar online loteriadoiscomo apostar online loteriaseus três filhos. O mais velho,como apostar online loteria16 anos, desistiucomo apostar online loteriavisitar a mãe quando ela não conseguiu cumprir a promessacomo apostar online loteriaencontrá-lo fora da prisão no último Natal. "Prometi a ele, porque achava que meu regime semiaberto sairia, mas isso não aconteceu. Nunca mais ele veio", conta.
Sua outra filha,como apostar online loteriacinco anos, faz visitas a cada 15 dias. A menina não sabia que a mãe moravacomo apostar online loteriauma prisão até semanas atrás. "Um dia, ela me perguntou se eu não ia para casa porque as grades não deixavam. Fiquei sem palavras."
Dias depois,como apostar online loteriaoutra visita, Tânia presenteou a filha com um chapéu feito por ela na cooperativa. "Minha filha olhou para o boné e perguntou: 'ah, então é isso o que você faz, mãe?'".