Pesquisadores brasileiros fabricam fogão solar para substituir botijãohandebol betboogás:handebol betboo

Fogão
Legenda da foto, Produzidos com sucata, o fogão transforma radiação solarhandebol betboocasa, criando efeito etufa para esquentar os alimentos

Um dos experimentos, por exemplo, é um forno que teve um custo totalhandebol betbooR$ 150 reais - valor equivalente a cercahandebol betbooduas recargashandebol betboobotijõeshandebol betboogás. O equipamento assou nove bolos ao mesmo tempohandebol betboouma hora e meia, somente com a energia captada da luz solar. Um forno convencional seria vinte minutos mais rápido, mas não teria capacidade para tantas assadeiras.

Idealizado pelo engenheiro Mário Césarhandebol betbooOliveira Spinelli, 31 anos, o forno foi feito com MDF - uma chapa com fibrashandebol betboomadeira - espelhos e uma placahandebol betboometal, combinaçãohandebol betbooresina sintética com malhahandebol betbooferro.

"A grande questão era: com essa área tão grande será que a gente vai conseguir assar todos os alimentos? Porque a carga também era muito grande. E a gente colocou e foi perfeito. Vimos que era viável", pontuou Spinelli, que fez da experiência seu objetohandebol betboomestrado na UFRNhandebol betboo2016.

Sustentabilidade

Há cinco anos, o engenheiro Pedro Henriquehandebol betbooAlmeida Varela também defendeu o tema "Viabilidade térmicahandebol betbooum forno solar fabricado com sucatashandebol betboopneus" emhandebol betboodissertaçãohandebol betboomestrado na universidade potiguar. Além dos pneus, Varela também utilizou latinhas vaziashandebol betboocerveja e uma urupema, espéciehandebol betboopeneira indígena, para fazer o protótipo solar.

Durante os testes, foram assados vários alimentos: pizza, bolo, lasanha e até empanados. O resultado foi satisfatório.

Fogãohandebol betbooenergia solar, desenvolvido por pesquisadores da UFRN
Legenda da foto, Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte conseguiram cozinhar uma sériehandebol betbooalimentos no fogão com energia solar

"Quando eu fiz o primeiro bolo, eu comi e fiquei realizado. Porém, é uma decepção ser mais um projeto que ficou na prateleira da universidade. Mas sóhandebol betboosaber que dá certo, deixa a pessoa com a sensaçãohandebol betbooque é uma alternativa viável feita com produtos que estavam sendo descartados."

Varela destacou na pesquisa quehandebol betboopaíses da África e da Ásia o governo tem incentivado o usohandebol betboofogões solares pela população para diminuir o consumohandebol betboolenha e os impactos ambientais.

Viabilidade

De acordo com o professor Luiz Guilherme, no Brasil, a Universidade Federalhandebol betbooSergipe (UFS) conseguiu levar essa ideia para algumas comunidades pobres.

Afinalhandebol betboocontas, se há viabilidade econômica, técnica e ambiental, se o país possui condições climáticas favoráveis, por que os experimentos feitos na UFRN não saem das salas acadêmicas e ganham visibilidade e uso doméstico?

"A energia solar é uma energia social porque está disponível para todos, mas é a que menos tem investimentos porque o modelohandebol betboosociedade que nós temos sempre busca concentrar a energia e produzir pra vender e nosso trabalho não está na geraçãohandebol betbooenergia pra vender", justifica o professor Luiz Guilherme.

Para o pesquisador, o produto poderia ser fabricadohandebol betbooescala se o Brasil investissehandebol betboopesquisashandebol betbootecnologia social. Mas os estudos que são realizados esbarram, na opinião dele, no desinteresse político, industrial e até acadêmico.

Fogãohandebol betbooenergia solar, desenvolvido por pesquisadores da UFRN
Legenda da foto, Pesquisadores enfrentam dificuldade financeira para manter estudoshandebol betbooenergia solar

Sem investimentos

"As bolsas e pesquisas financiadas não existem para tecnologia social. No departamentohandebol betbooEngenharia Mecânica, por exemplo, como chefe do laboratório, eu não recebo verba pra sustentar esse trabalho", diz o professor Luiz Guilherme.

O dinheiro para custear os projetos, garante, é tirado do próprio salário e das bolsashandebol betboopesquisa dos alunos.

Há outra sobrecarga no setor. Desencantados com a faltahandebol betbooincentivo, muitos pesquisadoreshandebol betbooenergia solar redirecionaram seus estudos para outras áreas onde havia incentivo financeiro, como o petróleo.

Foi o que aconteceu na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que era a maior referênciahandebol betbooenergia solar no Brasil. "Lá tem pesquisadoreshandebol betboogrande nome,handebol betboogrande potencial nessa linha. Muitos deles migraram para outras áreas. Fazer pesquisa para pobre não dá dinheiro".

Apesar disso, as pesquisas no setor gerido pelo professor Luiz Guilherme continuam. Uma das últimas criações do laboratóriohandebol betboomáquinas hidráulicas é um fogão com quatro focos construído com resíduos industriais e com fibrashandebol betboojuta, fibra têxtil vegetal utilizada nos sacoshandebol betbooestopa.

O pesquisador garante que é o único no mundo. "Esse fogão é inédito. A literatura não mostra outro. É uma criação nossa,handebol betbooum alunohandebol betboopós graduação. Esse fogão permite cozinhar quatro tiposhandebol betbooalimentos ao mesmo tempo", assegura Guilherme.

É importante ressaltar que o fogão ou forno só funcionam satisfatoriamentehandebol betbooboas condições solares, das 09h da manhã às 14h. Alguns cuidados fundamentais também são necessários durante o manuseio, como o usohandebol betbooóculos escuros para que a luz não reflita nos olhos.

Nenhum dos pesquisadores tem forno ou fogão solarhandebol betboocasa. Mas todos eles afirmam categoricamente que os produtos são efetivos e se predispõem a implantar projetos-pilotoshandebol betboocomunidades socialmente desassistidas.

"Um trabalho, um estudo existe. Está aqui a comprovação da viabilidade. Ela existe, está catalogada. A vontadehandebol betboorepassar estas tecnologias também existe. Eu nunca patenteei nada, nunca produzi pra ganhar nada, não é meu interesse. Eu não sou um empresário. Eu sou um professor", finaliza o pesquisador da UFRN.