Sistema mede poluição do ar 'rua por rua'betano cmSão Paulo:betano cm

Carros na anevida 23betano cmMaio

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pesquisador desenvolveu sistema para calcular poluiçãobetano cmcada viabetano cmSão Paulo
Gráficobetano cmemissõesbetano cmCO2
Legenda da foto, Sistema é abastecido pelos dadosbetano cmtráfegobetano cmveículos na capital paulista

Ameaça respiratória

No caso do material particulado MP2.5 (com diâmetro aerodinâmico menor que 2,5 micrômetros - um micrômetro é a milésima partebetano cmmilímetro) e dos óxidosbetano cmnitrogênio (NOX), a poluição é maior no Rodoanel. "Também descobrimos que os veículos contribuem com maisbetano cm70% do material que forma na atmosfera o ozônio", diz o pesquisador.

"Este gás, nocivo à saúde humana e ao meio ambiente, não é emitido, mas gerado a partir da reação entre a radiação solar e os óxidosbetano cmnitrogênio e hidrocarbonetos que os carros e outras fontes liberam."

Além disso, o programa também estimou as liberaçõesbetano cmgases tóxicos por tipobetano cmveículo, considerando o tempobetano cmuso. Nesse caso, o VEIN revelou que os modelos que começaram a circular entre 1992 e 1996 são os que mais liberam monóxidobetano cmcarbono.

Eles foram os primeiros automóveis a utilizarem catalisadores. Segundo Espinosa, trata-sebetano cmum equipamento muito sensível e que se degrada com o tempo e manutenção inadequada, perdendo a capacidadebetano cmoxidar ou filtrar o CO2, causando aumento das emissões.

Gráficobetano cmemissõesbetano cmNOx
Legenda da foto, Veículos contribuem com maisbetano cm70% do material que forma ozônio no ar da cidade, diz pesquisador

Todos esses resultados foram processados e usados na produçãobetano cmmapas que indicam os locais e horários onde há mais emissãobetano cmpoluentes. "Muitos paísesbetano cmdesenvolvimento, como o Brasil, não têm ferramentas para fazer uma boa gestão ambiental da qualidade do ar", diz Espinosa.

"No casobetano cmSão Paulo ebetano cmoutras megacidades do mundo, as fontes mais importantesbetano cmgases tóxicos são os veículos. Se houver um boa formabetano cmavaliar as liberações, vai ser possível tomar decisões inteligentes para diminuir a poluição do ar. O VEIN pode desempenhar este papel."

Ajuste fino

A pergunta é:betano cmonde vêm os dados que alimentam o software desenvolvido por Espinosa? Como ele sabe que tipobetano cmveículo ebetano cmque velocidade está trafegando por determinada rua num horário específico? O pesquisador explica que o programa precisabetano cmdadosbetano cmtráfegobetano cmcada via.

A informação pode ser para o horário pico ou para todas as horas. "Esses dados estão disponíveis nas agências e secretarias responsáveis pelo planejamento do trânsito das cidades", diz. Por isso, ele solicitou à Companhiabetano cmEngenhariabetano cmTráfego (CET) a simulação do tráfego dos veículos leves e caminhões, e para a São Paulo Transporte S.A (SPTRANS) a dos ônibus.

"Essa simulação é uma representação computacional da situação do tráfego no horáriobetano cmpico da manhã na maioria das ruas da região metropolitanabetano cmSão Paulo", explica Espinosa. "Ela é baseada na pesquisa Origem Destino, feita pelo Metrô, e atualizada com contagem manual e mediçõesbetano cmvelocidadebetano cm36 rotas da cidade realizadas pela CET."

Carros na avenida Paulista

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Legenda da foto, Pesquisador fez cálculobetano cmpoluição com basebetano cmdadosbetano cmórgãos públicos, como a CET e a Cetesb

Além disso, conta, a Companhia Ambiental do Estadobetano cmSão Paulo (Cetesb) tem relatórios informando quanto polui cada veículobetano cmcertas condiçõesbetano cmtráfego. "O que eu fiz foi usar o VEIN para juntar e processar estas informações", explica.

"O programa lê os dados e reprocessa as velocidades e fluxosbetano cmtráfego para as outras horas (recalculando os fluxos e velocidades). Isso porque os carros poluem diferentementebetano cmdiferentes velocidades. Então, eu não medi diretamente nas ruas. Meu trabalho é mais computacional, mas pode ser calibrado e comparado com medições reais."

O pesquisador explica que a calibragem dos modelosbetano cmtráfego é feita com base nas vendasbetano cmcombustível por ano na região metropolitanabetano cmSão Paulo. "Com o software é possível calcular as emissões, mas também o consumo dos veículos", explica. "A quantidadebetano cmcombustível do modelo tembetano cm'bater' com as vendas reais na regiãobetano cmestudo. Em outras palavras, o modelo tembetano cmestar balanceado pelo combustível."

Carrosbetano cmSão Paulo

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Legenda da foto, Pesquisador diz que o programa consegue calcular as emissões e o nívelbetano cmconsumo dos veículos

Projeções

O passo seguinte é pegar os mapasbetano cmemissões e rodar os modelosbetano cmqualidade do ar para saber as concentrações. Espinosa explica que eles só apresentam, no entanto, a massabetano cmpoluição do ar emitida. "Mas sabemos que ela é transformada, dispersada e depositada no solo", diz.

"Para poder contabilizar estas transformações são necessários programas computacionais que resolvam as equações da atmosfera para assim saber as concentraçõesbetano cmgases tóxicos, ou seja o que nós respiramos. O VEIN serve para isso"

Esses programas levambetano cmconta o vento, radiação, temperatura,betano cmuma grade tridimensional para cada tempo. "Logo, comparo estas concentrações simuladas com os dados reais das estaçõesbetano cmmonitoramento da qualidade do ar da Cetesb, que também medem o que respiramos. Ambos os dados têm que bater", explica Espinosa.

O software é livre e gratuito, e pode ser usado para empreendimentos públicos e privados. "O VEIN é uma ferramentabetano cmajuda para elaboraçãobetano cmpoliticas ambientais", diz Espinosa.

"Por exemplo, se a autoridade está pensandobetano cmincrementar a quantidadebetano cmbiocombustível no diesel, qual será o efeito na poluição do ar? Ou, se vai ser construído um polobetano cmatraçãobetano cmviagens, como um grande centro comercial, industrial ou uma nova rodovia, qual será o impacto na qualidade do ar? Isso pode ser simulado antesbetano cmse tomar a decisão. Ou seja, o governo pode ter essas respostas e avaliar os efeitos, incluindo os custos."