Busca por aborto caseiro na internet dobrou na última década:betnacional numero de telefone

betnacional numero de telefone Pesquisas por pílulas abortivas na internet dobraram no mundo durante a última década,betnacional numero de telefoneacordo com uma análisebetnacional numero de telefonedados do Google feita pela BBC.

As informações coletadas também apontam quebetnacional numero de telefonepaísesbetnacional numero de telefoneque a legislação sobre aborto é mais restritiva há mais pesquisas na internet por pílulas abortivas.

Comprando pílulas online e compartilhando conselhos em gruposbetnacional numero de telefoneWhatsApp, as mulheres estão cada vez mais usando a tecnologia para burlar as barreiras legais ao aborto.

É a face moderna do "aborto caseiro", também conhecido como "aborto faça-você-mesmo".

A análise da BBC mostra que países com as leis mais duras, onde o aborto é permitido apenas para salvar a vida da mulher ou banidobetnacional numero de telefonequalquer circunstância, têm dez vezes mais buscas sobre o remédio abortivo Misoprostol do que países com menos restrições.

Há dois métodos principais para induzir um aborto: por meio cirúrgico ou com remédios.

Alto risco

O aborto com medicamentos é realizado com a ingestãobetnacional numero de telefoneuma combinaçãobetnacional numero de telefoneremédios, Misoprostol e Mifeprostone. O Misoprostol também é conhecido pelo nomebetnacional numero de telefonemarca, como Cytotec.

Enquanto mulheresbetnacional numero de telefonepaíses como o Reino Unido podem ter os remédios receitados por um médico, mulheres que compram as pílulas pela internetbetnacional numero de telefonepaíses onde a legislação é restritiva estão frequentemente violando a lei e correndo o riscobetnacional numero de telefonesofrer grandes punições - e riscos à saúde.

Gana e Nigéria são os dois países com mais alta procura online por Misoprostol,betnacional numero de telefoneacordo com os dados do Google.

Em Gana, o aborto só é permitidobetnacional numero de telefonecasobetnacional numero de telefoneestupro, incesto, defeito no feto ou para preservar a saúde mental da mulher.

A Nigéria tem leis ainda mais rígidas: o aborto só é permitido quando a vida da mulher estábetnacional numero de telefoneperigo.

Dos outros 25 países com mais pesquisas sobre Misoprostol, 11 estão na África e 14 na América Latina. Em quase todos eles, o aborto é totalmente proibido ou permitidobetnacional numero de telefonecasos muito restritos, como risco à vida a mulher. As duas únicas excessões são Zâmbia e Moçambique.

Na Irlanda, tomar uma pílula abortiva pode resultarbetnacional numero de telefoneuma penabetnacional numero de telefone14 anosbetnacional numero de telefoneprisão. No entanto, um plebiscito feitobetnacional numero de telefonemaio mostrou que a grande maioria da população – 66,4% – é a favor do fim da lei antiaborto, que agora será modificada pelo Congresso.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, que fez campanha a favor da legalização, diz que as novas regras passarão a valer até o fim do ano.

A BBC News Brasil fez uma reportagem exclusiva sobre um grupobetnacional numero de telefoneWhatsApp que ajuda mulheres a obter os remédios e dão conselhos sobre o procedimento.

O grupo, criado por mulheres, se vê como um espaçobetnacional numero de telefoneacolhimento e auxílio a mulheres que desejam fazer abortobetnacional numero de telefonecasa.

A grande maioria das mulheres que integram o grupo, incluindo as coordenadoras, é jovem - têm entre 18 e 25 anos.

Muitas moram com os pais e estudam - estão nos primeiros semestres da faculdade - e dizem nas conversasbetnacional numero de telefoneWhatsApp que optaram pelo aborto porque não querem deixar os estudos e não têm independência financeira.

A busca

A análisebetnacional numero de telefonedados do Google também revelou com que frequências certas frases específicas são procuradas.

"Remédio para aborto" é a frase mais pesquisadabetnacional numero de telefonetodos os países analisados.

"Como fazer um aborto" é a pergunta mais feitabetnacional numero de telefonemaisbetnacional numero de telefonedois terços dos países.

Outras frases comuns são "como usar Misoprostol", "Misoprostol preço", "comprar Misoprostol" e "Misoprostol dosagem".

Além das pílulas abortivas, mulheres também buscam por outros métodos para induzir aborto.

Salsinha, canela, vitamina C, aspirina e chásbetnacional numero de telefoneervas aparecem como métodos pesquisados. Nenhum deles é considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em metade dos países analisados, "remédio caseiro para aborto" estava entre as principais pesquisas relacionadas ao tema.

Um estudo sobre usobetnacional numero de telefonechás abortivos na África subsaariana revelou que algumas plantasbetnacional numero de telefonefato afetam o útero, mas há muitos pontos negativos no uso desse método tradicional.

É difícil, por exemplo, controlar a dosagem e sabe-se pouco sobre os efeitos colaterais.

No mundo todo, cercabetnacional numero de telefone25 milhõesbetnacional numero de telefoneabortos pouco seguros são realizados todos os anos, segundo a OMS. Isso equivale a 45%betnacional numero de telefonetodos os abortos.

Embora o Misoprostol seja considerado um método seguro quando administrado por um profissionalbetnacional numero de telefonesaúde, ele pode trazer riscos quando tomado por conta própria.

"Mesmo quando a qualidade do produto é ótima e você segue o protocolo, ainda há um riscobetnacional numero de telefonefalha", diz Dhammika Perera, diretor médico da entidade Marie Stopes International.

Ele afirma que as chancesbetnacional numero de telefoneum aborto malsucedido aumentam muito quando o remédio é comprado pela internet ou administrado por uma pessoa sem preparo.

Essas mulheres também estão menos inclinadas a buscar cuidados médicos após o aborto caso algo dê errado.

"Estigma, custo, acesso e medobetnacional numero de telefonepunições fazem as mulheres hesitarbetnacional numero de telefoneprocurar ajuda e as colocambetnacional numero de telefonerisco", diz Perera.

Abortos incompletos

A estudantebetnacional numero de telefonedireito Arezoo morava no Irã quando descobriu que estava grávida do namorado. Eles sempre tinham usado métodos contraceptivos.

"Eu entravabetnacional numero de telefonetoda clínicabetnacional numero de telefoneginecologia que via no caminho", diz ela. "Quando os médicos me examinavam, descobriam que eu não era casada e precisavabetnacional numero de telefoneum aborto, eles me rejeitavam imediatamente."

Ela fez documentos falsos dizendo que era divorciada e convenceu um médico a ajudá-la.

"Ele cobrou o olho da cara por oito pílulas", conta ela. Mas o medicamento não teve efeito.

Arezoo então procurou na internet e encontrou uma entidade que envia pílulasbetnacional numero de telefoneaborto para mulheresbetnacional numero de telefonepaíses onde o procedimento é restrito. Ela recebeu conselhos e apoio.

As pílulas que ela conseguiu com o médico fizeram a jovem sangrar muito, mas o aborto não foi completo. Uma semana depois, Arezoo foi para um hospital particular acompanhada pela irmã.

"Eu menti, disse que meu marido estava na França, que meus documentos estavambetnacional numero de telefoneum cofrebetnacional numero de telefonealgum lugar e que eu precisavabetnacional numero de telefoneum aborto seguro."

Os funcionários do hospital estavam relutantes e não queriam recebê-la. Arezoo diz que foi um milagre eles finalmente terem cedido e acreditado nela.

"Depoisbetnacional numero de telefonementir e inventar histórias, eu finalmente fui internada e 30 minutos depois fizeram um procedimento cirúrgico. Foi o pior pesadelo da minha vida", diz ela.

Cercabetnacional numero de telefone14% dos abortos são "menos seguros", o que significa que eles foram realizados por pessoas sem preparo e usando métodos perigosos, como a introduçãobetnacional numero de telefoneobjetos no canal vaginal e o usobetnacional numero de telefonechásbetnacional numero de telefoneervas.

Esses métodos geram problemas como infecções e abortos incompletos – nesses casos, os médicos receitam mais medicamentos ou cirurgia, dependendo do caso.

Pelo menos 22,8 mil mulheres morrem todos os anos como resultadobetnacional numero de telefoneabortos inseguros, segundo o Instituto Guttmacher.

*Reportagembetnacional numero de telefoneAmelia Butterly e jornalismobetnacional numero de telefonedadosbetnacional numero de telefoneClara Guibourg. Colaboraram Dina Demrdash, Nathalia Passarinho and Ferenak Amidi.

Metodologia da pesquisa:

Todos os dadosbetnacional numero de telefonepesquisa usados sãobetnacional numero de telefonerelação aos últimos 5 anos e vêm do Google Trends, que não disponibiliza o volume exatobetnacional numero de telefonepesquisa, mas o interesse relativobetnacional numero de telefoneum assuntobetnacional numero de telefoneuma escalabetnacional numero de telefone0 a 100, onde 100 é o picobetnacional numero de telefoneinteresse no assuntobetnacional numero de telefoneum período e local específicos. Pesquisas feitasbetnacional numero de telefoneoutras línguas ou usando diferentes nomes para o medicamento (ex. "abortion pill", "Misoprostol" ou "Cytotec" estão incluídas nas informações coletadas.

Procuramos por dadosbetnacional numero de telefonepesquisas globais para tendências gerais e analisamos 14 paísesbetnacional numero de telefonedetalhe: Gana, Nigéria, Honduras, Bolívia, Equador, Nicarágua, Quênia, México, Estados Unidos, Colômbia, Brasil, Argentina, Índia e Irlanda. As informações sobre a legislaçãobetnacional numero de telefonecada país foram fornecidas pelo Centro para os Direitos Reprodutivos.

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