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Por que o Brasil ainda está na 'idade da pedra' na adesão aos veículos elétricos:casa com bonus no cadastro
Especialistas e representantes do setor apontam que o caminho da indústria automobilísticacasa com bonus no cadastrodireção aos veículos movidos a eletricidade é inexorável e, ainda, que o Brasil tem condições favoráveis para surfar nesta onda. Por que, então, o país ainda dá os primeiros e tímidos passos na tendência?
Estímulos pelos governos
Tatiana Bruce, pesquisadora da FGV Energia, destaca que os países que mais avançam na eletrificação da frota contam com estímulos dos governos - que passam por reduçãocasa com bonus no cadastroimpostos na cadeia destes veículos e restrições aos movidos a combustíveis fósseis mas, principalmente, pela ajudacasa com bonus no cadastrocusto para o consumidor final.
No Estado da Califórnia, nos EUA, por exemplo, consumidores podem receber um créditocasa com bonus no cadastroaté US$ 7 mil (cercacasa com bonus no cadastroR$ 27 mil) ao comprar um automóvel eletrificado; na China, o valor chega à faixa dos US$ 10 mil (R$ 38 mil).
"Hoje, os preços dos eletrificados ainda são muito altos se comparados aos convencionais,casa com bonus no cadastroqualquer lugar do mundo, então, os subsídioscasa com bonus no cadastroaquisição servem para reduzir essa diferença. Espera-se que, na próxima década chegue-se a uma paridadecasa com bonus no cadastrocusto. A bateria também vai ficar mais barata e os eletrificados se tornarão mais atrativos também porcasa com bonus no cadastromelhor eficiência e performance", diz Bruce.
Por aqui, não há notíciascasa com bonus no cadastroplanos para subsídios do tipo. O que há é uma isenção do Impostocasa com bonus no cadastroImportação para carros totalmente elétricos e algumas reduções para híbridos - a dependercasa com bonus no cadastrosuas características.
Existem também benefícios previstoscasa com bonus no cadastronível local, como a isenção do rodíziocasa com bonus no cadastrocarros na cidadecasa com bonus no cadastroSão Paulo e a isenção do Imposto sobre a Propriedadecasa com bonus no cadastroVeículos Automotores (IPVA)casa com bonus no cadastroalguns Estados.
Para o futuro próximo, há a expectativacasa com bonus no cadastroredução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrificadoscasa com bonus no cadastro25% para 7% com o Rota 2030, um novo regime para o setor automotivo que deve ser estabelecido por decreto. O governo havia sinalizado que o Rota 2030 seria publicado nos primeiros meses do ano mas, segundo informou à BBC News Brasil a Casa Civil, ainda não há previsão para seu anúncio. O órgão também não confirmou se a alíquota do IPI seria reduzida para os eletrificados.
Preço e estrutura
No Brasil, os carros eletrificados importados chegam com preços variandocasa com bonus no cadastrotornocasa com bonus no cadastroR$ 100 mil e R$ 150 mil.
Além da redução dos preços, espera-se que nas próximas décadas a tecnologia dos eletrificados aumente a autonomia e a capacidadecasa com bonus no cadastroarmazenamento das baterias. Estes atributos são especialmente importantes no casocasa com bonus no cadastroveículos pesados e que são empregadoscasa com bonus no cadastrolongas viagens como os caminhões.
A eletrificação da frota também vem acompanhada da expansão nos pontoscasa com bonus no cadastrorecarga ligados à rede elétrica, tantocasa com bonus no cadastrodomicílios quantocasa com bonus no cadastroambientes públicos - os chamados eletropostos. Nos EUA, por exemplo, um programa federalcasa com bonus no cadastrofinanciamento levou à instalaçãocasa com bonus no cadastro36,5 mil eletropostoscasa com bonus no cadastro2015. No Brasil, não há números exatos sobre a quantidadecasa com bonus no cadastroeletropostos mas, no aplicativo PlugShare, que mapeia o serviço, ele giramcasa com bonus no cadastrotornocasa com bonus no cadastro130 e 150.
Apesar dos números tímidoscasa com bonus no cadastrorelação à potência mundial, a boa notícia é que o Brasil tem condições favoráveis aos eletrificados por conta da produção e distribuiçãocasa com bonus no cadastroenergia elétrica já existente no país.
"O Brasil tem a melhor matriz energética para veículos elétricos, com fontes limpas como as hidrelétricas e a eólica. Temos tudo para decolar", aponta Carlos Roma, diretorcasa com bonus no cadastrovendas da BYD no Brasil, fabricante chinesacasa com bonus no cadastroeletrificados.
Na geraçãocasa com bonus no cadastroeletricidade no país, as hidrelétricas foram responsáveis,casa com bonus no cadastro2016, por 68% do abastecimento (em seguida, vem o gás natural, com 9%, biomassa, com 8%; e eólica, com 5,4%). Os dados são da Empresacasa com bonus no cadastroPesquisa Energética (EPE).
A parcela majoritária da energia vindocasa com bonus no cadastrofontes renováveis coloca o Brasilcasa com bonus no cadastrovantagem para a eletrificação tambémcasa com bonus no cadastrooutro ponto: as chamadas "emissões upstream" ("emissões na cadeiacasa com bonus no cadastrocima",casa com bonus no cadastrotradução livre), produzidas quando a eletricidade é gerada. Apesarcasa com bonus no cadastroos elétricos frequentemente serem vistos como veículos que não emitem poluição, pesquisadores e órgãos reguladores vêm se debruçando sobre a os impactos desta etapa anterior, mais preocupante para países fortemente dependentes, por exemplo, do carvão.
Ainda assim, diversos estudos já mostraram que, mesmo considerando as emissões upstream, os eletrificados são menos poluentes que os convencionais.
A indústria do passado e a do futuro
Para Roma, outro ponto que pode ser, simultaneamente, uma vantagem e um problema para o Brasil écasa com bonus no cadastroparticipação na indústria automobilística mundial.
Em 2016, o país era considerado o décimo maior produtorcasa com bonus no cadastroveículos e o oitavocasa com bonus no cadastromercado interno. O setor automotivo responde por cercacasa com bonus no cadastro22% do PIB industrial do Brasil e 4% no PIB total.
"O país tem know how e uma indústria instalada. Mas os governos brasileiros, nos últimos 15 anos, privilegiaram demais os convencionais e o mercado interno. A tecnologia pouco avançou aqui e a indústria ficou defasada", diz Roma.
Segundo um relatório da FGV Energia,casa com bonus no cadastro2017, a situação do Brasil se assemelha à da China e da Índia: devido a uma menor condição socioeconômicacasa com bonus no cadastroparte importante da população, há uma demanda reprimida por automóveis. Com uma eventual aquisição, busca-se o veículo mais acessível possível - posto esse que tende a ser preenchido pelos movidos à gasolina.
O mesmo relatório, porém, indica que algumas políticas públicas mostram que a organização para um futurocasa com bonus no cadastrobaixo carbono no setor do transportes é real: a Noruega, por exemplo, tem a metacasa com bonus no cadastrovender apenas carros elétricos depoiscasa com bonus no cadastro2025; já a Alemanha e a Índia têm como objetivo banir veículos à combustão interna depoiscasa com bonus no cadastro2030.
"O Brasil tem condiçõescasa com bonus no cadastroliderar a eletromobilidade na América Latina, a começar por representar mais da metade do podercasa com bonus no cadastroconsumo do continente. Isso exige um compromisso do governo e da indústria. Essa transição é mundial: se não acompanharmos isso, vamos sucatear as nossas próprias indústrias", diz Guggisberg.
Por aqui, porém, há passos sendo tomados. Em março, a Toyota apresentou um protótipocasa com bonus no cadastroum carro híbrido movido a etanol e desenvolvido no Brasil;casa com bonus no cadastro2017, a MAN (fabricantecasa com bonus no cadastroônibus e caminhões da Volkswagen) apresentou o e-Delivery, um caminhão elétrico também desenvolvido no país. Sua produçãocasa com bonus no cadastrosérie, na fábrica da montadoracasa com bonus no cadastroResende (RJ), está prevista para 2020.
Já a BYD, que já conta com duas fábricascasa com bonus no cadastroCampinas (SP) que produzem painéis solares e chassis, se prepara para abrir aindacasa com bonus no cadastro2018 uma fábricacasa com bonus no cadastrobateriascasa com bonus no cadastrolítiocasa com bonus no cadastroManaus (AM).
Redução dos poluentes
Enquanto isso, a decisão recente do governo federalcasa com bonus no cadastroreduzir o preço do diesel - por meiocasa com bonus no cadastrocortescasa com bonus no cadastrogastos e reduçãocasa com bonus no cadastroimpostos - para atender às demandas dos grevistas foi, para o engenheiro florestal Tasso Azevedo, uma sinalização contrária à eletrificação.
"Na prática, é um incentivo ao combustível fóssil", aponta Azevedo, coordenador do Sistemacasa com bonus no cadastroEstimativascasa com bonus no cadastroEmissões e Remoçõescasa com bonus no cadastroGasescasa com bonus no cadastroEfeito Estufa (SEEG). "Cercacasa com bonus no cadastro15%casa com bonus no cadastrotoda a carga transportada no Brasil é o próprio combustível sendo levado para pontoscasa com bonus no cadastroabastecimento. Já a energia elétrica estácasa com bonus no cadastrotodo lugar. A infraestrutura está aí."
Azevedo destaca que o diesel, alémcasa com bonus no cadastroser sabidamente nocivo na contribuição ao efeito estufa, também tem impacto na poluição local.
Indicador disso é a constatação, na capital paulista, da queda brusca na poluição durante uma semana da greve dos caminhoneiros. Dados da Companhia Ambiental do Estadocasa com bonus no cadastroSão Paulo (Cetesb) mostram reduçãocasa com bonus no cadastro50% da poluição na cidade. No sétimo dia da paralisação, a qualidade do ar na capital era considerada boacasa com bonus no cadastrotodas as estaçõescasa com bonus no cadastromedição e para todos os poluentes monitorados - um quadro raro na metrópole.
Dados do SEEG mostram que, considerando as emissõescasa com bonus no cadastrogases do efeito estufa relacionadas ao consumocasa com bonus no cadastroenergia no Brasil, os transportes (considerando diversos modais) foram responsáveis por 48% delascasa com bonus no cadastro2016.
"São 204 milhõescasa com bonus no cadastrotoneladascasa com bonus no cadastrogases do efeito estufa por ano, mais do que emite todo o Peru. É um desafio também porque as emissões nesse setor são crescentes ao longo dos anos", diz Azevedo, destacando a importância não só da eletrificação da frota mas também da expansão do transporte público.
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