Por que o crescimento do PIB brasileiro não decola?:7sports apostas
A alta do dólar, que encarece as importações7sports apostasmáquinas e equipamentos, e a construção civil, que já vinha enfrentando dificuldade para se recuperar, afetaram negativamente os investimentos, que desaceleraram7sports apostas2,1% no fim7sports apostas2017 para 0,6% entre janeiro e março, na comparação contra o trimestre imediatamente anterior.
As estimativas preliminares para o restante do ano eram melhores, já que as previsões para o PIB7sports apostas2018 estava na casa7sports apostas2,5%. A paralisação7sports apostascaminhoneiros, entretanto, deve ter impacto negativo importante neste segundo trimestre e pode afetar o crescimento do ano.
Informalidade e desemprego
Uma das razões para a desaceleração do consumo vem do mercado7sports apostastrabalho.
O país tem dificuldade para criar novas vagas, especialmente com carteira assinada. A Pesquisa Nacional por Amostra7sports apostasDomicílios (Pnad) Contínua mostra alguma recuperação na ocupação desde junho do ano passado, quando, depois7sports apostas22 meses consecutivos7sports apostasretração - ou seja,7sports apostasredução no volume7sports apostaspessoas empregadas - ela voltou a cresceu.
Essa retomada, contudo, se dá por meio do trabalho informal e do trabalho autônomo, categorias mais precárias. Desde fevereiro7sports apostas2015, o trabalho com carteira na Pnad Contínua está7sports apostasterreno negativo.
"O aumento da informalidade, ainda que represente alguma geração7sports apostasemprego, também segura o consumo, já que o risco7sports apostasser demitido é maior", pondera o economista Marco Caruso, do banco Pine. Ele chegou a estimar alta7sports apostas0,9% para o PIB no primeiro trimestre.
PIB menor, por7sports apostasvez, significa taxa7sports apostasdesemprego maior. Em paralelo à revisão do crescimento7sports apostas3% para 2% para o ano, o banco Itaú elevou também a expectativa para o desemprego,7sports apostas11,7% para 12,1% no fim7sports apostas2018 e7sports apostas12% para 12,3% na média do ano.
"À medida que a demanda cresce menos, as empresas precisam7sports apostasmenos contratações", explica o economista Artur Passos.
Renda cresce menos
Quem está empregado vê a renda crescendo menos. Em 2017, os reajustes salariais que levavam7sports apostasconta a inflação mais alta7sports apostas2016 ganharam incremento que não se repete neste ano.
"No ano passado, os salários se beneficiaram pelo 'bônus desinflacionário' e o consumo foi incentivado pela liberação dos saldos das contas inativas do FGTS, dois fatores atípicos que a gente não vê neste ano", ressalta Silvia Matos, pesquisadora do Instituto Brasileiro7sports apostasEconomia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
No ano passado, a massa7sports apostasrenda real (descontada a inflação) calculada pelo Ibre-FGV avançou 5,5%. A projeção para este ano é7sports apostasapenas 0,5%. "Só isso já faria 2018 crescer menos".
Crédito não deslancha
Se a renda sobe menos, o crédito também não alavanca o consumo - mesmo com taxas7sports apostasjuros mais baixas.
O ciclo7sports apostascorte da taxa básica7sports apostasjuros, a Selic, vinha se refletindo7sports apostasredução do custo7sports apostascrédito para famílias e empresas desde outubro7sports apostas2016, diz a professora da Coppead/UFRJ Margarida Gutierrez, ainda que7sports apostasuma velocidade menor.
Esse ciclo, no entanto, pode arrefecer ainda mais nos próximos meses. Os indicadores7sports apostasconfiança financeiros têm dado sinal7sports apostasalerta, diz a economista, com alta nos juros futuros7sports apostaslongo prazo.
Isso significa que o mercado aposta7sports apostasum aumento das taxas mais à frente - diante, por exemplo,7sports apostasum cenário eleitoral ainda bastante incerto, que aumenta as dúvidas7sports apostasrelação às reformas que, para os investidores, garantiriam o reequilíbrio das contas públicas.
"O custo do crédito também toma esses indicadores como base", ressalta a economista.
Para Caruso, do banco Pine, porém, ainda há espaço para que os efeitos positivos da queda da Selic - um ciclo que se encerrou possivelmente neste mês, quando o Banco Central decidiu mantê-la7sports apostas6,5% - se manifestem sobre a atividade econômica, já que seu impacto é defasado.
Mudança no cenário externo
O crescimento7sports apostas1% do PIB7sports apostas2017 - um resultado magro, diante da retração7sports apostas3,5% da atividade tanto7sports apostas2015 quanto7sports apostas2016 - teve ajuda do cenário internacional, que manteve as cotações do dólar e do petróleo mais comportados.
O Brasil não vai poder contar com esse auxílio7sports apostas2018. O dólar mais caro, diz Silvia Matos, do Ibre-FGV,7sports apostasum primeiro momento tem impacto negativo sobre a indústria, já que aumenta o preço das importações e dificulta, por exemplo, a compra7sports apostasmáquinas e equipamentos lá fora.
As exportações poderiam ser beneficiadas no médio prazo, já que a desvalorização do real deixa os produtos brasileiros mais baratos7sports apostasdólar - o problema é que as moedas da maioria dos emergentes também perdeu valor, reduzindo o ganho7sports apostascompetitividade do Brasil.
"E exportação não é tanto câmbio, é cada vez mais acordos (entre países e blocos comerciais)", acrescenta a economista.
Diante dessa conjuntura, o Ibre-FGV havia revisado para baixo a expectativa para o resultado da indústria no primeiro trimestre,7sports apostasum número ligeiramente positivo para queda7sports apostas0,5%.
A crise na Argentina, mercado importante para os veículos fabricados no Brasil, não chegou a afetar negativamente as exportações nos primeiros três meses do ano, destaca Artur Passos, do Itaú, mas é outra frente que deve ser monitorada.
Entre o quarto trimestre7sports apostas2017 e o primeiro deste ano, as exportações cresceram 1,3% na comparação com o período imediatamente anterior.
Todo esse cenário oferece pouco incentivo para a retomada dos investimentos. Dentro do PIB, destaca Matos, 55% da Formação Bruta7sports apostasCapital Fixo (os investimentos) vêm do setor7sports apostasconstrução civil, "que já estava ruim e continuou assim", ela destaca.
Greve e risco eleitoral
Os economistas têm previsões melhores para os próximos trimestres, mas os riscos para o cenário até o fim do ano podem crescer.
O segundo trimestre pode ser7sports apostasparte prejudicado pela greve7sports apostascaminhoneiros, pondera a economista do Ibre-FGV, que7sports apostasuma semana provocou prejuízos para o setor industrial e do agronegócio.
Para o segundo semestre, as eleições podem jogar contra a atividade. Caso a incerteza que se desenha neste início7sports apostasano se exacerbe - e não fique claro qual vai ser o caminho que a economia do país vai tomar nos próximos quatro anos -, ela pode elevar o risco-país e deteriorar as condições financeiras.