Por que não acabou? O que dá fôlego à greve dos caminhoneiros:site major sport

Pela manhã, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretariasite major sportGoverno) e Sérgio Etchegoyen (GSI) comandaram uma reunião do núcleosite major sportemergência criado pelo governo para tratar do tema. Na saída, Padilha disse ter informaçõessite major sportque há "infiltrados" entre os grevistas, impedindo que os protestos sejam desmobilizados. "Vamos fazersite major sporttudo para combater os infiltrados (...), para que os caminhoneiros possam voltar a trabalhar pensando no suprimento da família brasileira".

Na noitesite major sportdomingo, o governo federal se comprometeu a zerar a cobrançasite major sportimpostos federais sobre o óleo diesel, o que reduziriasite major sportR$ 0,46 o preço do litro do combustível vendido às distribuidoras. Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, o cortesite major sportimpostos terá um impactosite major sportR$ 9,5 bilhões nos cofres do governo até o fim deste ano.

No fim da tarde, o chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas (EMCFA), almirante Ademir Sobrinho, apresentou um balanço das ações realizadas para tentar minimizar os efeitos da greve dos caminhoneiros. Os militares estão priorizando o transportesite major sportcombustíveis para veículos policiais e aeroportos, alémsite major sportinsumos para hospitais. Também têm como foco manter o abastecimentosite major sportcombustíveissite major sportusinas termoelétricas.

Redes confusas

José Araújo da Silva, o China, é presidente da União Nacional dos Caminhoneiros, a Unicam. Na quinta-feira, ele foi um dos sindicalistas que se recusaram a assinar o acordo com o governo.

"Já liguei para todo mundo (líderes do movimento) hoje e ninguém sabe exatamente o que a base quer", diz ele. "Ontem (domingo), o pessoal (caminhoneiros que estavam no Palácio do Planalto negociando) aceitou as três medidas provisórias e o Temer publicou. Só que o pessoal agora não está aceitando mais nada", diz China. Em suas conversas com caminhoneiros, o sindicalista diz ter visto várias manifestaçõessite major sport"Fora, Temer" e também pedindo a intervenção militar entre os grevistas.

O presidente da CNTA, Diumar Bueno, avalia que a situação está se radicalizando por pressãosite major sport"pessoas alheias" ao movimento dos caminhoneiros autônomos, e que as manifestações já "extrapolaramsite major sportmuito a basesite major sportrepresentação" da entidade. "Tem gente que quer que o movimento permaneça eternamente, como os pré-candidatos (às eleiçõessite major sport2018) que estão fazendo do movimento um palanque", reclama ele.

Nas últimas horas, a BBC Brasil monitorou três grupossite major sportcaminhoneiros grevistas no WhatsApp. Mensagens pedindo a saídasite major sportTemer da presidência são comuns, assim como vídeos e áudios conclamando a população para se manifestar a favorsite major sportuma intervenção militar, entre outras pautas.

"Me parece que a grande maioria quer continuar com a paralisação. Que agora é contra a corrupção, agora é pelo Brasil. Beleza, podemos continuar. Só que nós temos que dar um ultimato à sociedade civil organizada. (...) Nós queremos o apoio da populaçãosite major sportverdade, não sósite major sportredes sociais", diz um dos áudios que percorreu os grupossite major sportcaminhoneiros. "Agora não é pelo óleo diesel, agora é pelo Brasil. Queremos que a Lava Jato avance, queremos que os casos que estão no STF desçam pro juizadosite major sportprimeira instância, queremos o fim da corrupção (...)", diz a mensagem.

Alémsite major sportreivindicações políticas, há também certa desconfiançasite major sportrelação ao acordo firmado entre Temer e alguns representantes dos caminhoneiros. "São sessenta dias só que ele prometeu (de reduçãosite major sportpreços). Depois, ele pode fazer o que ele quiser fazer. E com um detalhe: nesse intervalo aísite major sport60 dias ele pode editar uma sériesite major sportmedidas que impeçam vocêssite major sportparar", diz outra mensagem.

Pautas locais

A maioria dos sindicalistas que representam os caminhoneiros diz, no entanto, que a pauta econômica da categoria foi atendida com as medidas provisórias publicadas pelo governosite major sportedição extra do Diário Oficial na noitesite major sportdomingo.

"Da pauta inicial que a categoria apresentou para a Confederação (CNTA) e a entidade levou ao conhecimento do governo, o nosso entendimento é que foram atendidas, basicamente, 90%. Tem alguma questão ou outra que dependesite major sportuma questão um pouco maior, que depende do Legislativo, que o governo não tem como responder agora. E vamos ter agora uma reunião a cada 15 dias, mas são (pautas) mínimas", avalia Diumar Bueno, da CNTA.

Segundo ele, ainda existem reivindicações locais que podem estar mantendo as mobilizações dos caminhoneirossite major sportalguns Estados.

"Existem também demandassite major sportordem local. Questões municipais, ou às vezes com o Estado, às vezes com a administraçãosite major sportum porto. Lá no Rio, por exemplo, o pessoal tem um problema com a travessia da ponte Rio-Niterói", exemplifica Diumar. "E aí o pessoal aproveita nesta hora para tentar resolver esses problemas regionais", diz ele.

No fim da tarde desta segunda-feira, a entidade presidida por Bueno emitiu nota pedindo que os caminhoneiros que optarem pela manutenção da greve liberem a circulaçãosite major sportcaminhões com medicamentos, produtos destinados à merenda escolar e a hospitais, leite e caminhões transportando itens a pedido da Defesa Civil.