Crise e insegurança criam nova ondacartas no pokermigração brasileira rumo ao Japão:cartas no poker
"Muita gente que está indo agora já foi dekassegui. Tem gente que voltou (para o Brasil) e tentou montar um negócio, mas não deu certo. Tem gente que está assustada com a insegurança, com os assaltos", diz Kleber Ariyoshi, sócio-diretor da Itiban, agênciacartas no pokerempregos com escritório nos dois países.
Agências como a dele fazem a intermediação entre as empresas japonesas interessadascartas no pokercontratar e os brasileiros, lidam com o visto e ajudam os migrantes a encontrar moradia.
Ariyoshi conta que a procura vem aumentandocartas no pokerforma significativa desde 2016 e que hoje a Itiban envia entre 150 e 200 brasileiros por mês para o Japão - o triplo da média mensalcartas no poker2015.
A grande maioria das vagas está na indústria, nos segmentoscartas no pokerautopeças, eletrônico e no alimentício, principalmente.
Com a proximidade das Olimpíadascartas no pokerTóquio,cartas no poker2020, e diante do problema estruturalcartas no pokerfaltacartas no pokermão-de-obra no Japão, as empresas do país têm vindo cada vez mais ao Brasil para recrutar. "Atendemos três ou quatro delas por semana aqui", ele afirma.
'Educação melhor'
"Nós decidimos sair do Brasil pela questão da segurança e, principalmente, para dar uma educação melhor para nossa filha", diz a paulistana Erica Yamabe, que chegou com a família na cidadecartas no pokerKariya, na provínciacartas no pokerAichi,cartas no pokerabril do ano passado.
A escolacartas no pokertempo integral que a menina frequentava no bairro do Butantã,cartas no pokerSão Paulo, custava aos pais cercacartas no pokerR$ 3 mil por mês. No Japão, eles desembolsam R$ 400. O valor pago à escola japonesa mantida pela prefeitura inclui as refeições e aulas das 8h às 18h, incluindo liçõescartas no pokerartes, música e natação.
A filha, hoje com 7 anos, chegou praticamente sem falar japonês. Em um ano, contudo, aprendeu a língua e hoje vai à escola, que fica a cercacartas no poker800 mcartas no pokercasa, a pé com um grupocartas no pokercrianças do bairro, com idades entre 6 e 12 anos. "Esse é o tipocartas no pokerexperiência que ela nunca teria no Brasil", diz.
Erica e o marido moraram no Japão entre 2007 e 2009 e voltaram para o Brasil por questões familiares. Hoje, cada um deles trabalhacartas no pokeruma fábrica diferente da Toyotacartas no pokerKariya, uma das cidades onde há maior concentraçãocartas no pokerbrasileiros.
O salário não chega a ser maior do que no Brasil - Erica trabalhava no setor financeiro, na áreacartas no pokerrecuperação judicial e falências, e o marido era taxista -, mas eles acreditam que o que têm ganhado da experiência compensa.
"Ganhar dinheiro vai ser uma consequência. Pra gente é muito positivo que ela estejacartas no pokercontato com uma cultura que respeita os mais velhos, os professores, que pensa no outro."
12 horascartas no pokertrabalho por dia
A paranaense Ligia Palma morou no Japão com o marido entre 2007 e 2014 e retornou ao Brasil logo depois da Copa, porque queria voltar a trabalhar emcartas no pokeráreacartas no pokerformação, como secretária executiva.
"Eu queria voltar a usar a cabeça, porque para trabalhar no Japão (nas fábricas) você só precisa ter saúde física", ela afirma.
Depoiscartas no pokeralgum tempo emcartas no pokerLondrina natal, ela recebeu uma propostacartas no pokerempregocartas no pokerFortaleza (CE), com um salário maior do que ela e o marido ganhavam juntos no Paraná.
Porém, uma sériecartas no pokerexperiências negativas na capital cearense -cartas no pokersituaçõescartas no pokercorrupção no ambientecartas no pokertrabalho à faltacartas no pokerinfraestrutura e segurança - fizeram com que o casal se decidisse por mais uma temporada na Ásia. "Eu via idoso furando fila preferencial, gente jogando garrafacartas no pokerplástico pelo vidro do carro. Aquilo não fazia sentido para mim, eu não me adaptei", acrescenta.
Mesmo tendo se decepcionado financeiramente no Japão na primeira vez - o casal chegou pouco antes da crise e viveu momentos difíceis -, eles consideraram que a segurança e qualidadecartas no pokervida japonesas fariam valer a pena as jornadascartas no pokertrabalhocartas no poker12 ou 14 horas e a cultura muitas vezes fria dos locais.
Desde agosto do ano passado eles estão na cidadecartas no pokerEchizen, na provínciacartas no pokerFukui. Ligia trabalhacartas no pokeruma fábricacartas no pokercomponentes eletrônicos que produz condensadores da marca Murata.
Nesta segunda temporada no país, ela diz ter percebido uma abertura maior dos japoneses com os estrangeiros. "Sempre existiu a visãocartas no pokerque quem saiu do país na Primeira ou na Segunda Guerra era covarde, porque não ficou para lutar. Nós éramos os filhos e os netos dos 'covardes', vistos muitas vezes como invasores", ela afirma.
"A estagnação da economia e o avanço da China fizeram isso mudar um pouco. Hoje, eles sabem que precisam da gente."
Palma se surpreendeu ao encontrar atendentes que falavam portuguêscartas no pokeralgumas prefeituras e até no comérciocartas no pokercidades conhecidas por serem destino dos brasileiros.
Crisecartas no poker2008
A crise financeira que sacudiu o mundocartas no poker2008 também teve um impacto forte sobre a economia japonesa.
As exportações despencaram e, sem uma reação do mercado consumidor doméstico, o país mergulhoucartas no pokeruma recessão.
"Vi japonês morando literalmente debaixo da ponte - e nunca tinha visto nem mendigo no Japão", conta Ligia.
Nessa época, o governo japonês chegou a pagar um subsídiocartas no pokerUS$ 3 mil para cercacartas no poker20 mil brasileiros que concordaramcartas no pokerdeixar o país e cumprir uma espéciecartas no poker"quarentena" antes que eventualmente tentassem entrar novamente.
Eleitocartas no poker2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe colocoucartas no pokerprática uma sériecartas no pokermedidas para estimular a economia.
A política macroeconômica, que ficou conhecida como "Abenomics", surtiu efeito gradual, diz Takahiro Sekido, estrategista do banco japonês MUFG, e tem dado sinais mais claroscartas no pokerseu impacto positivo desde o ano passado - quando o indicadorcartas no pokerconfiança da indústria medido pelo Banco Central japonês voltou aos níveis pré-crise pela primeira vezcartas no pokeruma década.
O país ainda enfrenta, contudo, o desafiocartas no pokerelevar os índicescartas no pokerinflação - com o mercado interno ainda morno, os preços têm pouca variação, assim como os salários.