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Brasil tem 6,9 milhões1xbet betpawafamílias sem casa e 6 milhões1xbet betpawaimóveis vazios, diz urbanista:1xbet betpawa
O professor cita como exemplo dessa nova onda a ocupação batizada1xbet betpawaIzidora,1xbet betpawaBelo Horizonte. Formada por três vilas interligadas (Esperança, Rosa Leão e Vitória), Izidora reúne 30 mil pessoas numa área1xbet betpawacerca1xbet betpawa900 hectares ocupada a partir1xbet betpawa2013. Fernandes cita também a ocupação Povo Sem Medo,1xbet betpawaSão Bernardo, que1xbet betpawauma semana já tinha reunido 6 mil pessoas no ano passado.
Fernandes diz que o problema é a falta1xbet betpawaleis para definir onde os mais pobres vão morar. "Não há planejamento e pensamento sobre onde vão viver os pobres. (...) Os centros1xbet betpawacidades estão perdendo população, mas o lugar dos pobres é cada vez mais a periferia", afirma o professor, que é membro da Development Planning Unit da UCL.
Para resolver esse problema, diz Fernandes, a solução não passa apenas por facilitar a aquisição1xbet betpawapropriedades para quem tem baixa renda. Ele defende uma mescla1xbet betpawapolíticas públicas, que incluem também propriedades coletivas, moradias subsidiadas e auxílio-aluguel como medidas necessárias para acabar com o déficit habitacional, que é maior entre famílias que têm renda entre zero e três salários mínimos - cerca1xbet betpawa93% dos 6,9 milhões1xbet betpawafamílias sem teto têm renda1xbet betpawaaté R$ 2,8 mil.
Cotas sociais e raciais para moradia
É por isso que a arquiteta e urbanista Joice Berth defende reservar cotas habitacionais1xbet betpawaespaços com mais infraestrutura para negros.
"A gente precisa desfazer o modelo1xbet betpawacasa grande e senzala", afirma Berth, dizendo que bairros como Pinheiros e Itaim Bibi,1xbet betpawaSão Paulo, são bairros mais brancos e com maior renda "onde a negritude não pode estar".
A arquiteta pontua que "brancos e pretos pobres se parecem, mas não são iguais". Por isso, ela defende cotas não apenas1xbet betpawaprogramas1xbet betpawaaquisição1xbet betpawaimóveis1xbet betpawaconjuntos habitacionais, mas também uma política que garanta acesso direto à terra aos negros.
Ela também acredita que está na hora1xbet betpawaradicalizar as pautas. "Até porque com o advento das cotas (na educação) temos pessoas com novo olhar", observa.
Em relação às ocupações, Berth diz que a solução pode passar por reformar esses imóveis e manter os moradores que lá estão.
O professor Edésio Fernandes, no entanto, observa que o "Brasil não tem tradição nem know how" para transformar imóveis comerciais1xbet betpawaresidenciais, e isso pode encarecer e dificultar essa conversão. "Faltam tradição e tecnologia", salienta.
Perversidade
Fernandes observa ainda que programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) deixaram a desejar. Na avaliação dele, além1xbet betpawanão atender com prioridade a população com renda mais baixa, o MCMV oferece imóveis1xbet betpawabaixa qualidade construtiva e ambiental.
O professor lembra, no entanto, que o Brasil não é o único país a enfrentar dificuldades para manter uma política habitacional1xbet betpawaqualidade. Fernandes cita o incêndio consumiu Grenfell Tower, prédio1xbet betpawa127 apartamentos para pessoas1xbet betpawabaixa renda1xbet betpawaLondres, que usou material1xbet betpawabaixa qualidade e inflamável1xbet betpawauma reforma antes da tragédia que matou 71 pessoas.
Ele também compara o incêndio da torre britânica com o do prédio do centro1xbet betpawaSão Paulo. "Os dois incêndios revelam muito mais do que a falência1xbet betpawaum modelo e1xbet betpawauma política, revelam a perversidade dessa forma1xbet betpawase fazer cidade e moradia", afirma.
A falência, acredita Fernandes, também se estende ao sistema1xbet betpawarepresentação política e reflete a falta1xbet betpawamobilização da sociedade para demandar seus direitos.
"Sobretudo, é a falência da nossa história1xbet betpawanão confrontar a estrutura fundiária, segregada e privatista", diz.
Fernandes e Berth conversaram com a BBC e defenderam mudanças na política habitacional brasileira no sábado, durante palestra no Brazil Forum UK, evento organizado por estudantes brasileiros no Reino Unido.
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