'Estão querendo se vitimizar', diz ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. sobre prisãosites apostas bonusLula:sites apostas bonus

Miguel Reale Jr

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, "Qual é a diferença na essência? Não há diferença se demorou 24 horas ou 22 minutos. O conteúdo é o mesmo, então não há ilegalidade', disse o ex-ministro

O ex-ministro discordasites apostas bonusjuristas que citam "características atípicas" na prisão por conta da rapidez com que o mandado foi expedido - o TRF-4 enviou o ofício a Moro às 17h31 da última quinta-feira e o juiz expediu a ordem às 17h53 do mesmo dia.

"Qual é a diferença na essência? Não há diferença se demorou 24 horas ou 22 minutos. O conteúdo é o mesmo, então não há nada que constitui nenhuma ilegalidade. O Supremo já disse que não deve se esperar recurso protelatório, então o TRF-4 não precisava esperar os embargos dos embargos", reforçou.

Alguns juristas ouvidos pela BBC Brasil afirmaram que o decreto da prisãosites apostas bonusLula antes que se esgotasse a última possibilidadesites apostas bonusrecursossites apostas bonussegunda instância - os chamados "embargos dos embargos"- seria um "desrespeito ao amplo direito à defesa e à presunçãosites apostas bonusinocência".

Lula

Crédito, EPA

Para Reale Jr, porém, a rapidez com que as coisas aconteceram não caracteriza nada fora da normalidade. "Quem foi rápida aqui foi a Procuradoria, que pediu imediatamente a prisão depois da negativa do habeas corpus no Supremo. A rapidez foi do Ministério Público, mas o TRF-4 só manteve a agilidade que lhe é característica. É um tribunal que tem agido com a mesma agilidadesites apostas bonustodos os casos."

'Vitimização'

Na visão do ex-ministro da Justiça, há uma tentativasites apostas bonus"vitimização"sites apostas bonusLula e seus defensores ao alegarem que há algum tiposites apostas bonus"perseguição" contra o ex-presidente ou que há qualquer "parcialidade" influenciando as decisões jurídicas contra ele.

"Eles querem dizer que tem parcialidade? O (Eduardo) Cunha está preso, o (Sergio) Cabral está preso, os amigos do (Michel) Temer foram presos. O próprio Michel Temer está sendo processado, Aécio Neves também é alvosites apostas bonusvários processos. Então eles querem se vitimizar, mas não tem isso".

vigília contra a prisãosites apostas bonusLulasites apostas bonusfrente ao sindicato dos metalúrgicossites apostas bonusSão Bernardo

Crédito, Adonis Guerra/SMABC

Legenda da foto, Manifestantes permaneceramsites apostas bonusfrente ao sindicato dos metalúrgicos contra a prisão do ex-presidente

Integrante do PSDB desde a décadasites apostas bonus1990, Reale Jr. defendeu o partido por muito tempo, mas optou por afastar da políticasites apostas bonusjunhosites apostas bonus2017, após as denúncias envolvendo o senador Aécio Neves e o presidente Michel Temer. Os tucanos decidiram por permanecer na base do presidente e, por não compactuar com esse posicionamento, o ex-ministro da Justiça decidiu se desligar.

"Eles (lideranças do PSDB) não avaliaram que simpatizantes e filiados do partido se opõem a essa decisão (de ficar no governo). O PSDB não atendeu as suas bases. O eleitorado do PSDB tem a ética e a luta contra a corrupção como focos", disse à Folhasites apostas bonusS. Paulo na época, reiterando que não mais faria parte da política. "Não tem nenhum outro (partido) que mereça a minha participação".

Diante da atual situação jurídica e políticasites apostas bonusLula, o jurista afirma que "não vê saída" na prisão dele e defende a legitimidade da condenação.

"Quem assistiu ao julgamento não podesites apostas bonussã consciência dizer que não há provas. Estão dizendo que não há documento no nome dele, mas seria ridículo ele colocar o nomesites apostas bonusuma propriedade sendo que o crime pelo qual ele é investigado é justamente 'Ocultaçãosites apostas bonusBens'. Se ele quer ocultar, por que ele colocaria o nome?", argumentou.

Também ex-ministro da Justiça do governo FHC, o advogado criminalista José Carlos Dias discordasites apostas bonusReale. Para Dias, a decisão da prisãosites apostas bonussegunda instância equivocada. "Minha posição ésites apostas bonusque a pessoa só pode ser presa depois do trânsitosites apostas bonusjulgado. Eu não sou eleitor do Lula, a minha posição é como advogado, como alguém que acredita no Direito", afirmou à BBC.

Especialistasites apostas bonusDireito Penal, Reale Jr. afirma que resta a Lula agora recorrer aos recursos extraordinários para tentar evitar a prisão. No entanto, ele acredita que dificilmente a estratégia será bem-sucedida.

Lula no carro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Lula foi condenadosites apostas bonusprimeira instânciasites apostas bonusjulho do ano passado

"Todas as questões dos possíveis recursos especiais já foram objetosites apostas bonushabeas corpus no STJ ao longo do tempo, então todas as questões já foram aluídas e foram indeferidas. Não vejo qualquer alternativa para ele (Lula), acho que se esgotaram as possibilidades."

Apesarsites apostas bonusconcordar com a prisãosites apostas bonusLula e elogiar a ação da Justiça nesse caso, o ex-ministro não vê com otimismo o futuro do Brasil diante desse cenário.

"Não se pode ter otimismo. O problema do governo é estrutural. Uma refundação dessa República com outra estrutura. A fontesites apostas bonustodos os males do nosso governo é a estrutura política, o sistema eleitoral, o presidencialismosites apostas bonuscoalizão", finalizou, admitindo que seria favorável à implementaçãosites apostas bonusum sistema parlamentarista na política brasileira.

Assim como Reale, Dias vê com tristeza a conjuntura nacional.

"Não quero analisar o mérito jurídico da questão. Não conheço o processo do Lula, não sei se a condenação foi exagerada ou justa, não vou entrar no mérito jurídico da questão. Eu como brasileiro, eu estou muito triste, porquesites apostas bonusqualquer forma ver um ex-presidente da república ser preso é algo muito triste para a nação", diz.