Motivação política não impede sucessodicas de aposta basqueteoperação no Rio, diz historiador:dicas de aposta basquete

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Legenda da foto, Para Carvalho, o uso constitucional das Forças Armadas para manter a ordem não ameaça as demais instituições

Em entrevista à BBC Brasil, o professor - membro da Academia Brasileiradicas de aposta basqueteLetras - defendeu que militares empreguem no Rio fórmula semelhante à adotada pelas forças brasileiras no Haiti.

Carvalho avalia como positiva a experiência das tropas no país caribenho, onde o Brasil chefiou o braço militardicas de aposta basqueteuma missão da ONU entre 2004 e 2017. No Haiti, diz o historiador, os militares brasileiros "combinaramdicas de aposta basqueteforma criativa hardpower e softpower" -dicas de aposta basqueteoutras palavras, força bruta e diplomacia com a população.

"As tropas tentaram conquistar a simpatia dos haitianos com futebol, música, aulas etc. Oficiais iam até a cultosdicas de aposta basquetevodu", afirma Carvalho.

Para ele, não houve uso exagerado da força no país caribenho, pois "a fiscalização da ONU era grande". Ele diz acreditar que a visibilidade da operação no Rio imporá limites à violência das tropas.

Afirma, porém, que será uma "operaçãodicas de aposta basqueterisco" para os militares. Se a intervenção fracassar, diz ele, "corre-se o riscodicas de aposta basquetedesmoralizar as Forças Armadas e corromper a tropa".

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Legenda da foto, General brasileiro defende que militares no Rio possam usar mais força

Forças Armadas e polícias

Carvalho afirma que as Forças Armadas - hoje requisitadas por governadores para tapar buracos deixados pelas polícias estaduais - contribuíram, num passado não muito distante, para que os Estados perdessem o controle sobre seus órgãosdicas de aposta basquetesegurança.

Segundo o historiador, quando estiveram sob o comando das Forças Armadas durante a ditadura militar (1964-1985), as polícias estaduais ganharam "uma musculatura que agora usam contra os enfraquecidos governadores".

"Ironicamente, são os governadores que agora recorrem ao governo central para pedir a ajuda que suas polícias não lhes dão", afirma.

Nos últimos anos, polícias militaresdicas de aposta basquetevários Estados cruzaram os braçosdicas de aposta basqueteprotesto contra salários baixos ou atrasados, ainda que a legislação proíba que a categoria entredicas de aposta basquetegreve.

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Legenda da foto, Historiador diz que durante ditadura as polícias estaduais ganharam 'uma musculatura que agora usam contra os enfraquecidos governadores'

Para Carvalho, embora a Constituiçãodicas de aposta basquete1988 tenha devolvido aos Estados o comando das polícias militares, as corporações jamais se submeteram inteiramente ao controle civil. Em Cidadania no Brasil: O Longo Caminho, ele afirma que os Estados não têm conseguido sanar atosdicas de aposta basqueteindisciplina, denúnciasdicas de aposta basquetecorrupção edicas de aposta basqueteabusosdicas de aposta basqueteforça entre os policiais.

'Pequenos exércitos'

Segundo Carvalho, as polícias estaduais ganharam importância após o fim do período imperial (1822-1889), quando passaram a ser empregadas pelos governadores dos Estados mais poderosos como "pequenos exércitos" na disputa pela Presidência.

Naquela época, houve ocasiõesdicas de aposta basqueteque forças estaduais se enfrentaram umas às outras, caso da Revolução Farroupilha,dicas de aposta basquete1838, e do golpe que levou Getúlio Vargas à Presidência,dicas de aposta basquete1930.

Postas sob a jurisdição do governo federal no Estado Novo,dicas de aposta basquete1937, e transformadasdicas de aposta basqueteforças auxiliares e reservas do Exército a partirdicas de aposta basquete1946, as corporações completaram seu processodicas de aposta basquetemilitarização com o golpedicas de aposta basquete1964.

Então comandadas por militares do Exército, formaram órgãosdicas de aposta basqueteinteligência e repressão que atuavam junto das Forças Armadas. Paralelamente, diz Carvalho, os Estados perderam poder e se tornaram financeiramente dependentes do governo central.

Mesmo após voltarem à tutela dos Estados,dicas de aposta basquete1988, as polícias militares mantiveram o perfil militarizado e continuaram como forças auxiliares e reservas do Exército.

Desde então, segundo o professor, voltaram a se comportar como "pequenos exércitos, que às vezes escapam ao controle dos governadores".

Ele afirma à BBC Brasil que a crise econômica que golpeia os Estados intensificou o descontrole - processo que culminou com o pedido do Riodicas de aposta basqueteJaneiro por uma intervenção federaldicas de aposta basqueteseus órgãosdicas de aposta basquetesegurança.

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Legenda da foto, Professor diz que há clara motivação política na intervenção no Riodicas de aposta basqueteJaneiro

Guerrilhas comunistas

Não é a primeira vez que o Exército brasileiro é convocado para aplacar conflitos localizados. Desde o fim do século 19, o governo federal decretou várias intervenções para combater movimentos populares que considerava ameaçadores, comodicas de aposta basquete1896dicas de aposta basqueteCanudos, na Bahia, edicas de aposta basquete1912 no Contestado, divisa do Paraná com Santa Catarina.

Carvalho afirma que o contexto atual é diferente. "Tratava-sedicas de aposta basqueterevoltas popularesdicas de aposta basqueteregiões afastadas, extirpadas com uma extrema violência que ficou impune. Agora o combate é contra criminosos, e na ex-capital, com plena visibilidade. A violência terá limites, e os resultados (serão) mais incertos."

O professor diz que, até o surgimentodicas de aposta basquetefacções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), o principal adversário das forçasdicas de aposta basquetesegurança no Brasil "era ideológico, o comunismo, que emdicas de aposta basquetemodalidadedicas de aposta basqueteguerrilha foi exterminado".

Ele afirma que "o narcotráficodicas de aposta basquetehoje é muito mais difícildicas de aposta basquetecombater", pois disseminado por amplas áreas, financiado por uma atividade lucrativa e mais mesclado à população civil.

Legenda da foto, José Murilodicas de aposta basqueteCarvalho diz que Exército deveria usar no Rio mesma estratégia usada no Haiti | Foto: Arquivo pessoal

Intervencionismo

A Presidência da República diz ter autorizado o emprego das Forças Armadasdicas de aposta basquete29 operaçõesdicas de aposta basquetesegurança pública entre 2010 e 2017 - entre outras ocasiões, na Copa do Mundo, na Olimpíada e na visita do papa Francisco.

Para Carvalho, o uso constitucional das Forças Armadas para manter a ordem não ameaça as demais instituições e não deve alimentar tendências intervencionistas entre os militares.

Segundo ele, hoje são minoritários os militares na ativa favoráveis à intervenção na política, e "pela primeira vez na República, há um crescimento do profissionalismodicas de aposta basquetedetrimento do intervencionismo, sobretudo na Marinha e na Aeronáutica".

Carvalho afirma, porém, que a ascensão do deputado federal ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro pode mudar o jogodicas de aposta basqueteforças. Em segundo nas pesquisas sobre a eleição para a Presidência, o deputado defende que as Forças Armadas ocupem mais espaço na vida pública brasileira.

Segundo o historiador, "a pregaçãodicas de aposta basqueteBolsonaro pode animar os [militares] intervencionistas e influenciar setores da população desencantados com a política e os políticos".