Brasileiro vira 'chef da maconha' no Uruguai e faz até jantar para idosos:joguinho que paga
Ele diz ter identificado cerca 20 grandes chefs especializadosjoguinho que pagacannabisjoguinho que pagatodo o mundo - a maior parte nos Estados Unidos. Uma delas é Millie Fernandez, conhecida por cozinhar para os rappers Snoop Dogg e Tyga.
Segundo o chef canábico brasileiro, o músico Marcelo D2 já comeu umjoguinho que pagaseus pratos no Uruguai.
'Não é só ficar chapado'
Colombeck, o "sobrenome" que o jovem adotou profissionalmente, é uma gíria que surgiu enquanto seus amigos brincavam sobrejoguinho que pagahabilidadejoguinho que paga"colar um beck (cigarrojoguinho que pagamaconha)joguinho que pagaqualquer situação".
Ele afirma que fez muitos testes, inclusivejoguinho que pagalaboratório, alémjoguinho que pagaestudos incansáveis à beira do fogão para saber o momento ideal para acrescentar maconhajoguinho que pagacada umjoguinho que pagaseus pratos. A intenção é causar efeito um psicoativo semelhante aojoguinho que pagafumar ou vaporizar a erva e, mas também ter o controlejoguinho que pagasua dosagem.
Para manter o sabor das flores da maconhajoguinho que pagasuas receitas e ainda "dar um barato", o chef usa azeite ou manteiga à basejoguinho que pagacannabis durante o cozimento. Isso porque o THC (tetrahidrocanabinol - princípio ativo da maconha) é ativado após as flores da erva serem infusionadasjoguinho que pagaalgum óleo ou gordura numa reação chamadajoguinho que pagadescarboxilação.
Mas Colombeck explica que também é possível ativar o THC ao infusionar a erva diretamente durante o preparojoguinho que pagacarnes com gordura, alguns peixes e receitas com leite, como o escondidinho.
"É necessário muito estudo para saber a hora certajoguinho que pagaaplicar a maconhajoguinho que pagacada receita. Se você colocar na hora errada, pode ficar muito fraco, perder o sabor ou te derrubar com uma brisa muito forte. A intenção não é só ficar chapado, mas sentir o sabor da genética (variedadejoguinho que pagamaconha) usada, da entrada à sobremesa, com uma experiência natural e leve", explica.
O cardápio canábicojoguinho que pagaColombeck tem desde massas e carnes a sorvetes e drinks. Tudo feitojoguinho que pagaacordo com o paladar e consumojoguinho que pagamaconhajoguinho que pagacada cliente.
"As pessoas têm receiojoguinho que pagacomer comida com maconha e passar mal. E estão certas. É muito fácil errar a proporção e colocar muita erva. Para evitar isso, eu faço uma entrevista antes do preparojoguinho que pagacada prato para saber qual a dosagem ideal para cada pessoa. Se ela nunca fumou maconha, faço algo bem leve. Passo o dia todo me preparando, porque cada jantar é personalizado", conta.
Da raiz à semente
A folha da maconha é o principal símbolo usado para representar a cannabis, mas não é a parte da planta com a maior concentraçãojoguinho que pagaTHC. Muitos não sabem, mas o que os usuários moem para fumar ou usar como remédio são as flores - ou buds -, onde está a maior porção do princípio ativo da erva.
Mas o chef reaproveita as folhas, sementes, talos e até a raiz da planta emjoguinho que pagacozinha.
"É possível fazer leite, azeite e farinha com as sementes depoisjoguinho que pagasecá-las. Uso os talos para fazer parrillajoguinho que pagadefumação para colocar na brasa da churrasqueira e com as raízes eu faço um chá muito bom para o estômago. As folhas são ótimas para decorar e fazer temperos secos", afirma Colombeck.
Cada parte da planta precisajoguinho que pagaum cuidado específico antesjoguinho que pagaser consumida. As raízes, por exemplo, ficam pelo menos uma semanajoguinho que pagamolho na água para que o fertilizante usado no cultivo da planta seja retirado. Há pessoas que ainda usam a erva para fazer óleo para massagem, sabonete, lubrificante e até supositório contra cólica menstrual.
O chef alerta, porém, que pessoas que não conhecem a procedência da maconha que consomem precisam redobrar os cuidados. No Brasil, a maior parte da cannabis consumida é comercializada na forma prensada, consideradajoguinho que pagabaixa qualidade. Ela é vendidajoguinho que pagapedaços oujoguinho que pagablocos inteiros, contrabandeada principalmente via Paraguai.
Nesses casos, o chef diz que é necessário que a maconha seja lavadajoguinho que pagaágua morna, secada e depois colocada num potejoguinho que pagavidro para curar antes do uso culinário. Colombeck diz que essa técnica faz a planta ficar mais limpa - pois algumas chegam a mofar por causa da umidade - e ajuda a melhorar o sabor. Ele afirma que a lavagem não tira a potência psicoativa da erva, já que o THC não se dissolve na água.
Ele explica que 75 gramasjoguinho que pagafloresjoguinho que pagamaconha chegam a render cercajoguinho que paga5 litrosjoguinho que pagaazeite canábico.
"Em breve, vou lançar um canal no YouTube para ensinar todos esses passos. Quero mostrar que dá certo lavar o prensado para tirar suas impurezas e fazer receitas. Não é porque a pessoa não tem acesso a uma maconhajoguinho que pagaqualidade que ela vai deixarjoguinho que pagacozinhar", afirma.
Para o chef, a legalização da maconha no Brasil é uma questãojoguinho que pagatempo e a culinária canábica, "mais uma frentejoguinho que pagaluta nesse sentido".
"Imagine um pai poder colocar leite com cannabis na mamadeira para aliviar as crisesjoguinho que pagaeplepsiajoguinho que pagaseu filho? Ou fazer um suco detox com maconha para tomar e relaxar depoisjoguinho que pagaum exercício físico? Em 2018 eu quero mostrar que isso é possível,joguinho que pagaforma simples e segura", afirma.
Jantar para idosos
Alguns jantares feitos pelo chef são oferecidos na casa onde morajoguinho que pagaMontevidéu com o youtuber brasileiro Henrique Reichert, do canal "Eu, a Maconha e uma Câmera", que usa as redes sociais para ensinar a cultivar cannabis. O jantar geralmente é servido no quintal para casais ou gruposjoguinho que pagaaté dez pessoas.
Mas há exceções, como coquetéis para grupos maioresjoguinho que pagaclubes canábicos e empresas, com degustações e petiscos. Nesses eventos externos, o chef coloca seus ingredientes e utensílios dentrojoguinho que pagauma mochilajoguinho que pagaescalada e faz o banquete na casa ou salão do cliente.
Ele conta que ele atende até cinco pessoas por semana emjoguinho que pagacasa e faz dois eventos externos por semana. O maior deles tinha 130 pessoas.
O preço da exclusividade é US$ 150 por pessoa (cercajoguinho que pagaR$ 500), com direito a entrada, prato principal e sobremesa. Se o cliente optar apenas pelo prato principal, paga US$ 50.
Mesmo ilegal, o último jantar que Colombeck ofereceu foi há uma semana, no Riojoguinho que pagaJaneiro. Seus clientes eram quatro idosos com idades entre 60 e 75 anos.
Quem contratou o banquete foi Felipe,joguinho que paga75 anos. Ele contou à BBC Brasil que conheceu o chefjoguinho que pagadezembro, quando visitou a Expocannabis, feira destinada à maconha, no Uruguai.
"Depois da exposição, fomos convidados a um jantar, onde eu conheci o Gustavo. A comida era maravilhosa e eu disse que ele precisaria fazer o mesmo para meus amigos no Rio quando ele fosse ao Brasil", conta.
Assim como escolhe um vinho ou molhojoguinho que pagapimentas na prateleira do supermercado, ele e cada umjoguinho que pagaseus amigos disseram a Colombeck quanto THC queriam na comida.
"Eu e mais dois amigos pedimos a dosagem mais forte e outros dois, a mais fraca. Ele fez um namorado recheado com legumes e cogumelos. Todos nós sentimos uma brisa incrível e um sabor espetacular, na dosagem correta", conta Felipe.
Ele disse que não se cansajoguinho que pagarecomendar a culinária canábica para seus amigos e convidá-los a comer uma refeição feita por Colombeck no Uruguai.
"É uma experiência inesquecível. É triste pensar que temosjoguinho que pagaviajar para a Holanda, Estados Unidos ou Uruguai para vivenciar algo assim. Isso mostra o quanto vivemos num país opressor, que tem preconceito e criminaliza os usuáriosjoguinho que pagamaconha, uma simples planta."
Mercado brasileiro
O chef conta que, embora planeje morar nos Estados Unidos, sonhajoguinho que pagavoltar e trabalhar com maconha no Brasil. Para ele, a proibição do uso da erva impede que o país ganhe dinheiro e se desenvolva.
"O brasileiro é muito criativo e, ao invésjoguinho que paga(o país) estimular isso, está exportando seu conhecimento. O Uruguai, por outro lado, abre os braços para pessoas com ideias e projetos novos. Isso é causado pelo preconceito que muitos brasileiros ainda têm com maconha, por falta conhecimento. Eu faço minha parte e levo informação para o maior número possíveljoguinho que pagapessoas", afirma.
Umajoguinho que pagasuas referências na cozinha é o paulistano Alex Atala. Ele diz que o reconhecido chef brasileiro poderia usar seu conhecimento e popularidade para fazer receitas com maconha e mostrar que a planta não é prejudicial.
"Eu vi ele (Alex Atala) fumando (o que parecia ser) um baseadojoguinho que pagauma série da Netflix. Eu queria perguntar para ele se ele usa maconha na comida que fazjoguinho que pagacasa. Fico imaginando como um cara admirado desses poderia revolucionar a culinária e culturajoguinho que pagaum país."
A ação sobre a descriminalização do usojoguinho que pagamaconha está no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011, e até agora só três ministros votaram.
O relator do caso, Gilmar Mendes, defendeu a descriminalizaçãojoguinho que pagatodas as drogasjoguinho que pagaagostojoguinho que paga2015. Edson Fachin e Luís Roberto Barroso foram favoráveis à descriminalização apenas da maconha.
O último pedidojoguinho que pagavista foijoguinho que pagaTeori Zavascki, que interrompeu o julgamentojoguinho que pagasetembrojoguinho que paga2015. Agora, cabe ao ministro Alexandrejoguinho que pagaMoraes (que herdou a cadeirajoguinho que pagaZavascki) devolver o processo à pauta.
O caso criará regra para todos os processos similares. Se a ação sair vitoriosa, a possejoguinho que pagamaconha para uso próprio não será mais considerada crime, como ocorre hoje.