'Me aposentojogo da mina na blazeseis meses' - brasileiros largam emprego e faculdade para se dedicar ao bitcoin:jogo da mina na blaze

Bitcoin

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Hipervalorizaçãojogo da mina na blazebitcoins atraiu investidores

Leandro trabalha das 8h às 17h dentrojogo da mina na blazeseu quarto e está no último ano da faculdadejogo da mina na blazedireito. Ele não pretende trabalhar no setor, mas quer terminar o curso e se especializar na área tributária "para ter um plano B".

"Eu tenho uma boa quantiajogo da mina na blazemoedas criptografadas, mas também tenho uma boa quantiajogo da mina na blazereal. Contratei nesta semana um amigo para trabalhar comigo e,jogo da mina na blazebreve, vou alugar uma sala comercial para dividí-la com outro corretor e quatro investidoresjogo da mina na blazebitcoin", conta Leandro.

Controverso,jogo da mina na blaze2017, o bitcoin se transformoujogo da mina na blazeum dos investimentos mais rentáveis. Em meio a oscilações bruscas, cada moeda chegou a valer maisjogo da mina na blazeUS$ 18,5 mil (R$ 69 mil) - um aumento significativo, já que o câmbio no início do ano erajogo da mina na blaze1 bitcoin para US$ 1 mil.

A valorização astronômica e a facilidade para fazer transações com as criptomoedas, se comparado ao mercado financeiro tradicional, tem causado furor e atraído muitos jovens. Alémjogo da mina na blazeabandonar seus empregos, parte deles também largam a faculdade.

Investidorjogo da mina na blazebitcoin durante viagem
Legenda da foto, Há dez meses, jovem largou estágio para se dedicar integralmente ao bitcoin e hoje já falajogo da mina na blazese aposentarjogo da mina na blazeseis meses

Em 2016, Marília,jogo da mina na blaze26 anos, completou o primeiro dos três anos da faculdadejogo da mina na blazecinema, que fazia na Austrália. No fim daquele mesmo ano, ela conheceu o namorado, um britânico jogo da mina na blaze30 anos, que trabalhava como eletricista. Em poucos meses, ambos passaram a comprar bitcoin - ela abandonou a faculdade, ele pediu demissão e deixoujogo da mina na blazeatuar com construção civil. Seu ganho foi repentino e muito mais lucrativo que qualquer trabalho.

"Ele me ajudou a abrir uma conta. Comprei US$ 100 quando cada moeda valia menosjogo da mina na blazeUS$ 500. Depoisjogo da mina na blazeduas transações, eu já tinha dobrado a quantia", conta Marilia.

Meses depois, o britânico, que prefere permanecer anônimo, precisou deixar a Austrália. Sua namorada não pensou duas vezesjogo da mina na blazeacompanhá-lo e viver do lucro com bitcoin.

Hoje, eles se dividem entre a casa delejogo da mina na blazeLondres, na Inglaterra, e a da família dela,jogo da mina na blazeCampinas, interior paulista. Tudo bancado pelo rendimento nas moedas criptografadas. "Isso acabou nos dando liberdade", conta Marília.

Para se proteger das oscilações no valor das criptomoedas, eles mensalmente convertem parte do estoque que têmjogo da mina na blazebitcoinjogo da mina na blazelibras ou dólar. E se organizamjogo da mina na blazemodo a aproveitar a volatilidade: fazem transações diáriasjogo da mina na blazecompra e venda. Quando as moedas caem, compram. Revendem na alta, assim como fazem investidoresjogo da mina na blazeações na Bolsajogo da mina na blazeValores.

Bitcoin e o efeito Pokémon Go

Nas últimas semanas, o bitcoin têm se mantido entre os assuntos mais comentados nas redes sociais e tema frequentejogo da mina na blazereportagens. Isso tornou o investimento na moeda criptografada ainda mais popular e causou uma valorização repentina devido ao grande volumejogo da mina na blazecompras e ao aumento da procura. No dia 23jogo da mina na blazenovembro, cada bitcoin era negociado a R$ 29.300. Nesta segunda, menosjogo da mina na blazeum mês depois, a criptomoeda já custava R$ 69 mil.

Um reflexo dessa corrida pelo ouro virtual é o efeito Pokémon Go causado nas ruasjogo da mina na blazegrandes metrópoles. Assim como o jogojogo da mina na blazecapturajogo da mina na blazemonstros reunia centenasjogo da mina na blazejovensjogo da mina na blazepontosjogo da mina na blazebatalha na rua, os day traders - como são chamadas os investidores ativos diariamente - passaram a usar o horáriojogo da mina na blazealmoço e caminhadas até o pontojogo da mina na blazeônibus para negociar a moeda.

A reportagem da BBC Brasil identificou pessoas nas ruasjogo da mina na blazeSão Paulo e no metrô negociando a moeda criptografadajogo da mina na blazevoz alta.

Gráfico do bitcoin
Legenda da foto, Gráfico mostra valorização do bitcoin apenas no último ano

O professorjogo da mina na blazefinanças do Insper Ricardo Rocha diz que investirjogo da mina na blazecriptomoedas é altamente arriscado. Para o pequeno investidor, não vale a pena tratar esse tipojogo da mina na blazeinvestimento como a principal aplicação ou como o depositário das reservasjogo da mina na blazesegurança da família.

"O ideal é investir apenas um valor que, caso você perca, não afetejogo da mina na blazevida, aquela quantia que não vai te fazer falta. Ninguém deve, por exemplo, vender seu patrimônio para comprar bitcoin", afirma Rocha.

Ele diz ainda que a alta valorização das criptomoedas nos últimos anos não garante que isso se manterá. "Retorno passado não é garantiajogo da mina na blazeretorno futuro. E não há histórico para comparar, então é preciso considerar a possibilidadejogo da mina na blazeperda total", explica o economista.

Para Rocha, o ideal é diversificar investimentos. Para quem já se aventurou com as criptomoedas, o ideal é realizar parte do lucro: converter algum percentual do rendimento e reinvesti-lojogo da mina na blazeoutras modalidades, como títulos do tesouro direto, renda fixa, poupança, ações e até mesmo outra moeda criptografada.

O que dizem o Banco Central e a Receita Federal

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse na última quarta-feira (13) que há o risco das moedas virtuais serem "uma bolha" ou um "esquemajogo da mina na blazepirâmide", que pode resultar numa desvalorização repentina. "Não é algo que a gente deva dar suporte", afirmou.

O professor do Insper, porém, ressalta que o ideal é tentar entender as moedas criptografadasjogo da mina na blazevezjogo da mina na blazeignorá-las, como têm feito parte dos investidores mais conservadores.

Professor Ricardo Rocha
Legenda da foto, Economista Ricardo Rocha acredita que não se deve ignorar o fenômeno das criptomoedas

"Muita gente negajogo da mina na blazeexistência (bitcoins) no Brasil, até o Banco Central, mas a Receita Federal reconhece a criptomoeda (ela deve ser declarada no Impostojogo da mina na blazeRenda). O Japão já autoriza seus cidadãos a usarem o bitcoin e isso pode ser um sinal. A resistência ao novo por alguns economistas mais conservadores é extraordinária, mas eu vou na contramão e tento entender o novo", afirmou Ricardo Rocha.

Alguns economistas reforçam o discurso do Banco Central e dizem que as bitcoins formam uma clássica bolha especulativa: investidores eufóricos pagando por um ativo muito mais do que ele vale, apenas por medojogo da mina na blazeficarjogo da mina na blazefora da onda. Eles colocam o entusiasmo com o bitcoin na mesma categoria da bolha da Internet do ano 2000 ou da bolha no mercado imobiliário americano que levou à crisejogo da mina na blaze2008.

Outros afirmam que o crescimento é resultado da passagem do Bitcoin para mercado financeiro tradicional - como, por exemplo,jogo da mina na blazeentrada no Mercado Futurojogo da mina na blazeWashington. Um consenso entre estudiosos é que só o futuro poderá dizer a real relevância das moedas criptografadas.

Para Leandro, Marilia e o namorado, no entanto, a moeda criptografada já é o presente. E, se algo der muito errado com as moedas virtuais nos próximos meses, esperam já ter ganhado dinheiro o bastante para não ter que se preocupar com o futuro.