Como o bloqueio dos Estados Unidos à carne fresca pode impactar o mercado brasileiro:copa do mundo 2026
"Os EUA nunca tinham se aberto para importações in natura brasileiras. Isso aconteceu ano passado depoiscopa do mundo 2026anoscopa do mundo 2026negociações e já está sendo revertido", comenta o presidente da Associaçãocopa do mundo 2026Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augustocopa do mundo 2026Castro.
"São duas péssimas notícias juntas, porque recentemente a China, nosso principal mercado, anunciou que abrirá as portas para os EUA. Então alémcopa do mundo 2026perder nos EUA, vamos também ter maior competição na China", acrescentou.
Além disso, como os Estados Unidos são vistos como um país que têm um rígido controle sanitário, servindocopa do mundo 2026vitrine para outros que poderiam se espelhar na decisão americana e eventualmente também suspender importações do Brasil, embora isso não tenha sido aventado até o momento por nenhum governo.
'Preocupaçõescopa do mundo 2026segurança'
A medida foi anunciada nesta quinta-feira pelo Departamentocopa do mundo 2026Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na siglacopa do mundo 2026inglês) e cita "constantes preocupações com a segurança dos produtos" que se dirigem ao mercado americano.
A USDA informou que o bloqueio será mantido até que o Ministério da Agricultura do Brasil tome medidas corretivas.
Desde março, após a deflagração da Operação Carne Fraca - quando a Polícia Federal cumpriu mandados contra fiscais suspeitoscopa do mundo 2026receber propina para permitir a vendacopa do mundo 2026produtos adulterados -, os americanos têm inspecionado 100% da carne que chega do Brasil.
Até agora, 11% foi recusado - o que está bastante acima da taxacopa do mundo 2026rejeição,copa do mundo 20261%, do resto do mundo. Os Estados Unidos negaram a entradacopa do mundo 2026cercacopa do mundo 2026860 toneladascopa do mundo 2026carne brasileira devido a preocupações relacionadas à saúde, informou a USDA.
"Embora o comércio internacional seja uma parte importante do que fazemos na USDA, e o Brasil há muito seja umcopa do mundo 2026nossos parceiros, a prioridade é proteger os consumidores americanos", comentou o secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue.
O documento não dá detalhes dos problemas sanitários da carne brasileira, mas cita a decisão do Ministério da Agricultura, na semana passada,copa do mundo 2026suspender as exportaçõescopa do mundo 2026carnecopa do mundo 2026cinco frigoríficos para os Estados Unidos.
A ação americana, portanto, torna mais abrangente a suspensão do ministério.
Na ocasião, a decisão brasileira foi tomada porque foram identificadas reações irregulares no gado à vacina da febre aftosa.
Uma reação à imunização provocou abscessoscopa do mundo 2026lotes dos bois. O ministério abrirá sindicância para apurar o tipocopa do mundo 2026reagente utilizado, e secopa do mundo 2026fato ele causa esse resíduo nas carnes.
Nas redes sociais, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lamentou o embargocopa do mundo 202613 frigoríficos - cinco dos quais já tinham sido suspensos pelo Brasil. E informou que viajará aos Estados Unidos para "prestar todos os esclarecimentos necessários".
"Asseguro que todas as medidas corretivas, para as exigências que eles nos fazem, já estão sendo tomadas e nosso objetivo continua o mesmo: garantir o mercado existente e ampliar nossas exportaçõescopa do mundo 20267% para 10% num períodocopa do mundo 20265 anos", comentou no Facebook.
Em comunicado à imprensa, o ministro acrescentou que a metodologiacopa do mundo 2026inspeção será mais rigorosa e que "lutará para retomar a vendacopa do mundo 2026carne fresca ao país (EUA), por ser um mercado muito importante".
Para a Abiec, a suspensão poderá ser revertiacopa do mundo 2026breve.
"Baseado no próprio comunicado norte-americano, a entidade acredita que, confirmado o encontro e a apresentação das medidas para correção das irregularidades encontradas, as exportações podem ser retomadas a curto prazo", dissecopa do mundo 2026nota.
Longa negociação
Após anoscopa do mundo 2026discussões que envolveram ambos os governos, os Estados Unidos abriram seu mercado ao Brasilcopa do mundo 2026setembro do ano passado. O acordo previa uma cota inicialcopa do mundo 2026importaçãocopa do mundo 202664 mil toneladas por ano da carne brasileira, segundo a Abiec.
Como um dos grandes exportadorescopa do mundo 2026carne bovina do mundo, o Brasil tem bastante interesse no mercado americano.
"Encerrando uma lutacopa do mundo 2026maiscopa do mundo 202615 anos do setor, foi anunciado o tão aguardado acordo que libera a exportaçãocopa do mundo 2026carne bovina brasileira in natura para os Estados Unidos", comentou a associaçãocopa do mundo 2026agostocopa do mundo 20262016.
Em um comunicado divulgado pela USDA na época do acordo, o então secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, também celebrou a novidade.
"Estamos satisfeitos pelo fatocopa do mundo 2026que o Brasil, um dos principais países produtores ecopa do mundo 2026negócios agrícolas, alinhou-se com os padrões internacionais com basecopa do mundo 2026evidências científicas."
O documento informou que o Brasil é classificado comocopa do mundo 2026"risco insignificante"copa do mundo 2026encefalopatia espongiforme bovina, ou doença da vaca louca, e que estácopa do mundo 2026acordo com as diretrizes científicas internacionaiscopa do mundo 2026saúde animal da Organização Mundial para a Saúde do Animal (OIE, na siglacopa do mundo 2026inglês).
Mas a histórica dificuldadecopa do mundo 2026se estabelecer relações comerciais entre os países tinha mais uma motivação protecionista do que sanitária, diz José Augustocopa do mundo 2026Castro, da AEB.
"Era puramente econômica, porque são os dois mercados mais fortes. Essa reação da vacina não causa danos à saúde, mas deixa a carne com uma aparência menos atraente para a venda."
Embora a fatia inicialcopa do mundo 2026trocas comerciais entre os dois países seja reduzidacopa do mundo 2026relação ao total, os Estados Unidos são o maior compradorcopa do mundo 2026carne bovina do mundo, e a expectativa eracopa do mundo 2026se aumentar progressivamente a importação do Brasil.
Dados divulgados pelo governo brasileiro mostram que os EUA produziram,copa do mundo 20262015, 10,9 milhõescopa do mundo 2026toneladas, ou 18,58% do total mundial,copa do mundo 202658,4 milhõescopa do mundo 2026toneladas. Os americanos consomem 11,4 milhõescopa do mundo 2026toneladas, ou 20,2% do consumo mundial,copa do mundo 202656,5 milhõescopa do mundo 2026toneladas.
No acordo estabelecido entre os dois paísescopa do mundo 2026agostocopa do mundo 20262016, 14 Estados brasileiros livres da febre aftosa ficaram aptos a vender carne in natura para o mercado americano.
Os Estados Unidos já são grandes importadorescopa do mundo 2026carne industrializada do Brasil - que não foi afetada pela medida desta quinta-feira.
Segundo a Abiec, entre janeiro a maio deste ano, os americanos compraram quase dez mil toneladas, num valor totalcopa do mundo 2026R$ 85 milhões. Em termos gerais, o valor representa 4% do totalcopa do mundo 2026exportações brasileiras.
Ecos da Carne Fraca
Desde março, o Brasil ainda vem se recuperando dos ecos da Operação Carne Fraca, embora os resultados tenham sido bem menos catastróficos do que os estimados.
Segundo Castro, ainda há embargocopa do mundo 2026poucos países menos expressivos entre os 160 para os quais o Brasil exporta carne.
Mas dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compilados pelo AEB, mostram que,copa do mundo 2026janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou 424 mil toneladascopa do mundo 2026carne, 10,6% a menos do que o mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, por causa da oferta menor, o preço da tonelada aumentou 6,7% nesse período para US$ 4.132 (R$ 13.791).
"Provavelmente, o Brasil tirou vantagem do fatocopa do mundo 2026haver poucos grandes produtorescopa do mundo 2026carne que teriam capacidadecopa do mundo 2026suprir o espaço deixado pelo país", explicou Castro.