Quais são as suspeitas que pairavam sobre Michel Temer:io jogos

Michel Temer

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Legenda da foto, Suposta delação da JBS abriu nova crise política e ampliou fontesio jogosdesgaste para Planalto

io jogos Quando a corrupção se tornou um mote pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), muitos argumentaram que também pairavam suspeitas contra o então vice-presidente - e atual mandatário - Michel Temer (PMDB).

Mas o queio jogosfato há contra Temer?

Uma nova frenteio jogossuspeitas envolvendo o presidente se abriu nesta semana, com a revelação, pelo jornal O Globo, do suposto acordoio jogosdelação premiada dos donos do grupo JBS.

Veja abaixo as principais suspeitas contra Temer,io jogosmeio a mais uma provaio jogosfogo para a gestão:

1) Delação da JBS

Segundo o jornal O Globo, os donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, afirmaram ao Ministério Público Federal que o presidente avalizou uma ação para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após a prisão do deputado cassado na operação Lava Jato.

Joesley Batista,io jogosacordo com o jornal, gravou o encontro no Palácio do Jaburu,io jogosmarço deste ano,io jogosque teria obtido o avalio jogosTemer. As gravações integrariam uma delação premiada que os empresários, investigadosio jogosdesdobramentos da Lava Jato, teriam fechado com os investigadores.

Joesley Batista

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Legenda da foto, Joesley Batista implicou Temerio jogosoperação que visaria obstruir investigações da Lava Jato

O empresário teria dito que estava pagando Cunha e o doleiro Lúcio Funaro para que ficassem calados na prisão. Temer, então, teria respondido: "Tem que manter mesmo, viu?"

Temer também teria indicado, na conversa com o empresário, que procurasse o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver uma questão comercialio jogosinteresse da JBS. Ainda segundo o jornal, Loures posteriormente foi filmado,io jogosação coordenada com a Polícia Federal e Ministério Público Federal, recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Em nota, o Palácio do Planalto confirmou o encontro do presidente com Joesley, mas disse que Temer "jamais solicitou pagamento" para obter o silêncioio jogosCunha.

2) Outras menções na Lava Jato

O presidente foi citado por delatores da operação Lava Jato, que apontaram suposta participaçãoio jogosTemerio jogoscobrançaio jogospropinaio jogoscontrato da Petrobras e na articulaçãoio jogoscaixa 2 nas eleiçõesio jogos2014. O peemedebista nega.

No primeiro caso, ex-executivos da Odebrecht afirmaram à Procuradoria-Geral da República que Temer chancelou,io jogos2010, um acordo para que a construtora destinasse US$ 40 milhões a membros do PMDB.

O valor seria um percentualio jogospropinaio jogostroca da garantia da obtençãoio jogosum contratoio jogosUS$ 825 milhões na Petrobras. Rogério Santosio jogosAraújo, da Odebrecht, chegou a afirmar que Temer deu "bênção" ao suposto acordo.

Sede da Odebrechtio jogosSão Paulo

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Legenda da foto, Acordoio jogosdelação premiada da Odebrecht atingiu núcleo do governo Temer

Em vídeo divulgadoio jogosabril, Temer negou que tenha avalizado repassesio jogospropina. "É fato que participeiio jogosuma reuniãoio jogos2010 com representanteio jogosuma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com políticos", afirmou.

O PMDB diz que todas as doações que recebeu são legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral.

No outro episódio, Cláudio Melo Filho, um dos 77 executivos da empreiteira que fecharam delações premiadas, disse que Temer pediu "direta e pessoalmente",io jogos2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht para campanhas do PMDB naquele ano, durante jantar no Palácio do Jaburu.

Marcelo Odebrecht, contudo, afirmou ter ouvido um pedidoio jogos"ajuda financeira", sem menção a valores. Segundo ele, os R$ 10 milhões só entraram na conversa após a saídaio jogosTemer da sala, e o assunto foi tratado com Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil.

Em nota divulgadaio jogosfevereiro, Temer disse que apenas solicitou "apoio formal e oficial" à empreiteira.

Ao encaminhar ao Supremo Tribunal Federal pedidosio jogosaberturaio jogosinquéritos baseados nas delações da Odebrecht, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixou Temerio jogosfora das solicitações por considerar que o presidente não pode ser responsabilizado por atos anteriores ao seu mandato.

O presidente também foi citado nos acordosio jogosdelação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS, atualmente sem partido), do empresário Julio Camargo e, segundo a Folhaio jogosS.Paulo, do lobista Fernando Baiano.

Delcídio afirmou que Temer articulou a indicaçãoio jogosJorge Zelada para o cargoio jogosdiretor da área internacional da Petrobras eio jogosJoão Augusto Henriques para a BR Distribuidora - ambos presos por participação no esquema.

Janot

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Legenda da foto, Rodrigo Janot pediu ao STF aberturaio jogos83 inquéritos com baseio jogosdelações da Odebrecht

Temer disse que não participou das indicações e que não tinha contato com Zelada e Henriques. "As indicações foram feitas pela bancada do PMDBio jogosMinas Gerais", afirmouio jogosassessoria na ocasião.

Temer também foi citado na delação do empresário Júlio Camargo, que disse que ele e outros peemedebistas eram representados pelo lobista Fernando Baiano no esquema.

Baiano,io jogosacordo com a Folhaio jogosS. Paulo, disseio jogosseu depoimento que Temer se reuniu com Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.

Baiano, Cerveró e Julio Camargo foram condenados por corrupção e lavagemio jogosdinheiro.

Além disso, a operação Lava Jato também descobriu uma mensagem que afirma que Temer teria recebido R$ 5 milhõesio jogosLeo Pinheiro, dono da construtora OAS e um dos condenados pelo escândalo da Petrobras.

A menção ao pagamento estáio jogosuma trocaio jogosmensagensio jogoscelular entre Pinheiro e Eduardo Cunha. Nela, Cunha se queixaio jogosque o empreiteiro fez o repasse a Temer, mas não a outros líderes peemedebistas.

A referência à mensagem apareceu na acusação feita no STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Eduardo Cunha.

Temer diz que a quantia foi doação legal e nega ter se beneficiadoio jogos"qualquer recursoio jogosorigem ilícita".

3) Irregularidades na eleiçãoio jogos2014

O PSDB moveu ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma-Temer, vencedora da eleição presidencialio jogos2014. Nesses processos, o partido aponta supostos episódiosio jogosuso da máquina do governo na campanha petista, como participação indevidaio jogosministros e envioio jogos4,8 milhõesio jogosfolders pró-Dilma pelos Correios.

A principal acusação - baseadaio jogosrevelações da Operação Lava Jato - eraio jogosque a campanha petista tinha recebido vultosas doaçõesio jogosempreiteiras clientes da Petrobras e que esses recursos seriam na verdade propinas pagas com recursos desviados da estatal.

Dilma e Temerio jogoscampanha

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Legenda da foto, PSDB move ação no TSE contra a chapa Dilma-Temer e aponta uso da máquina do governo na campanha

"Os benefícios dos recursos ilícitos recebidos são imensuráveis e, a toda evidência, desequilibram o pleito e afetam a legitimidade e a normalidade das eleições", destacaram os advogados tucanos no pedido inicial.

Dilma nega as acusações e argumenta que a campanha do rival Aécio Neves (PSDB) recebeu recursos das mesmas empresas.

A defesaio jogosTemer sustenta que ele não tinha papel decisório na campanha e por isso não pode ser responsabilizado por eventuais ilegalidades.

O TSE marcou a retomada do julgamento da ação para o dia 6io jogosjunho.

Alémio jogosdecidir sobre a anulação ou não do pleito eleitoral, os ministros também vão analisar se Dilma e Temer tiveram responsabilidade diretaio jogosalguma ilegalidade e devem ficar inelegíveis por oito anos.

Nesse caso, pode haver separação das responsabilidades: a punição independe da cassação da chapa e pode ser aplicada a ambos, a apenas um deles ou a nenhum dos dois. O TSE pode concluir, por exemplo, que houve ilegalidade na campanha, cometida pelos tesoureiros, mas que Dilma e Temer não sabiam do ato ilícito.

Caso o TSE decida pela cassaçãoio jogosTemer, o presidente já afirmou que recorrerá da decisão no STF.

4) Casteloio jogosAreia e portoio jogosSantos

Durante investigações da Operação Casteloio jogosAreia,io jogos2009, que investigou a empreiteira Camargo Corrêa, a Polícia Federal encontrou documentos que citavam 21 vezes o nome do presidente ao ladoio jogosquantias que somam US$ 345 mil.

Ele era deputado federal no período coberto pela planilha, entre 1996 e 1998.

A operação foi anulada pelo STJ (Superior Tribunalio jogosJustiça) e, na época, Temer negou irregularidades.

O peemedebista também já foi citadoio jogosinvestigações sobre o portoio jogosSantos, consideradoio jogosáreaio jogosinfluência.

Ele foi citadoio jogosum processo como beneficiárioio jogosesquemaio jogoscobrançaio jogospropinaio jogosempresas com contratos no porto, mas o caso foi arquivado. Ele negou irregularidades à época.

5) Ficha suja

Em maioio jogos2016, Temer foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoralio jogosSão Paulo (TRE-SP) por ter feito doações acima do limite legal para as campanhasio jogos2014io jogosdois candidatos a deputado federal do PMDB no Rio Grande do Sul.

Ele doou R$ 100 mil, o que representava 11,9%io jogosseus rendimentos no ano anterior, quando a legislação impõe 10% do rendimento como teto para doação.

Seu caso se enquadrou entre aqueles previstos pela Lei da Ficha Limpa, segundo a qual ficam inelegíveis por oito anos a partir da data da condenação a "pessoa física e os dirigentesio jogospessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitadaio jogosjulgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral", como o TRE-SP.

Mas restou uma dúvida quanto à situaçãoio jogosTemer, porque, como destacouio jogosassessoria à época da condenação, ainda que ele tenha reconhecido ter doado além do limite legal por um "erroio jogoscálculo", "em nenhum momento foi declarada pelo TREio jogosinelegibilidade".

No ano passado, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, disse que não havia abuso na doação acima do limite feita por Temer e que às vezes "ocorrem erros por pequenas margens".