Como nova 'freada' da economia chinesa poderá afetar o Brasil - para o mal e para o bem:aviator estrela

aviator estrela O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, anunciou neste domingo a revisão para baixo da previsãoaviator estrelacrescimento da economia do paísaviator estrela2017.

Falando durante o congresso anual do Partido Comunista Chinês,aviator estrelaPequim, Keqian disse que o PIB do gigante asiático deverá crescer apenas 6,5%aviator estrela2017,aviator estrelaum encolhimentoaviator estrela0,2% ponto percentualaviator estrelarelação ao ano passado - que já tinha marcado o pior desempenho econômico da Chinaaviator estrelamaisaviator estrela25 anos.

Anteriormente, o governo chinês esperava crescimentoaviator estrelaaté 7% para este ano, algo já menor que a média histórica apresentada pelo país desde a introdução das reformas econômicasaviator estrela1989 - entre aquele ano e 2015, o país cresceu a uma média anualaviator estrelapelo menos 10%.

O anúncio da revisão acenderá luzesaviator estrelaalertaaviator estrelatodo o mundo, e éaviator estrelainteresse especial para o Brasil. Nos últimos anos, Pequim se consolidou como o principal parceiro comercialaviator estrelaBrasília.

Como essa nova "freada" chinesa pode afetar a economia brasileira?

Exportações

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI), a China é o destinoaviator estrelamaisaviator estrela15% das exportações brasileiras.

Em 2016, as vendas para a China caíram quase 6%aviator estrelarelação a 2015, anoaviator estrelaque já havia se registrado um registrou decréscimoaviator estrela15% no volumeaviator estrelaexportações para o país asiático.

Desde 2015, a China já vinha comprando menos, e a perspectiva agora éaviator estrelanova diminuição. O discursoaviator estrelaKeqian na assembleia do PC Chinês citou especificamente o excessoaviator estrelaofertaaviator estrelacarvão e aço no mercado chinês e isso pode ter impacto direto no minérioaviator estrelaferro brasileiro - a China concentra entre 50% a 60% da capacidade siderúrgica do mundo.

Vale ainda lembrar que matérias primas representam o grosso das exportações brasileiras para a China. Um estudo do Institutoaviator estrelaPesquisa Econômica Avançada (IPEA) publicadoaviator estrelamarço do ano passado já estimava que, para cada dólar adquirido pelo Brasilaviator estrelavendas para a China, "pelo menos 87 centavos vinhamaviator estrelaprodutos primários e manufaturas intensivasaviator estrelarecursos naturais".

Nervosimo no mercadoaviator estrelaações

Em 2016, as bolsasaviator estrelavalores chinesas tiveram períodosaviator estrelainstabilidade que causaram preocupação global - por duas vezes houve quedasaviator estrelamaisaviator estrela7%. As oscilações afetaram o mercado brasileiro, por contaaviator estrelafatores como a desconfiançaaviator estrelainvestidoresaviator estrelamercados emergentes e a fugaaviator estrelainvestimentos, além da pressão inflacionária provocada pela desvalorização do realaviator estrelarelação ao dólar.

Oportunidades disfarçadas?

Mas a "freada chinesa" poderá trazer oportunidades para o Brasil. Apesar da queda no PIB, a China segue crescendo mais do que qualquer outra grande economia industrializada do mundo e seguirá dependendo fortemente da importaçãoaviator estrelaalimentos e energia, dois setoresaviator estrelaque o Brasil desfruta do que especialistas consideram uma "posição privilegiada" por conta da disponibilidadeaviator estrelarecursos naturais e terras férteis bem maiores que a chinesa.

No estudo do IPEA, Ricardo Bacelette, economista da instituição especializadoaviator estrelaChina, descreveu um cenárioaviator estrelaque o aumento da população urbana no país asiático resultaráaviator estrelaum crescimento do interesse chinêsaviator estrelaimportações brasileiras e mesmo investimentos no Brasil nos próximos cinco anos - os aportes diretos na primeira metadeaviator estrela2016 (US$ 10 billhões) foram o dobro dos registradoaviator estrela2015, por exemplo.

Diversificação

Esse processo, porém, passa por uma espécieaviator estreladeveraviator estrelacasa: o economista francês Michel Aglietta fez uma análise da evolução da economia chinesa e constatou que a contribuição do consumo para o crescimento do PIB chinês já ultrapassou a do investimento. E que, a exemplo das grandes economias, o setoraviator estrelaserviços ultrapassouaviator estrelatamanho o industrial.

Um outro estudo publicado IPEA, focado justamente nas transformações da economia chinesa e no impactoaviator estrelasuas relações comerciais com a América Latina ressalta a importânciaaviator estrelauma resposicionamento do Brasil eaviator estrelaoutros países do Mercosulaviator estrelarelação ao que se pode chamaraviator estrelanovo perfil econômico chinês. Mais precisamente uma políticaaviator estreladesenvolvimento industrial que leveaviator estrelaconta as novas necessidades do país asiático.