A lutaqg pix betfamílias para salvar presos que sabiam que 'iam morrer':qg pix bet
Elas disseram que quase não recebem apoio jurídico e que apenas haverá um mutirão no próximo dia 20 para ajudar as famílias dos presos mortos nas chacinas.
A reportagem da BBC Brasil foi cercada por vários familiares durante visita ao presídio nesta semana.
"Moço, me ajuda, eu não sei mais o que fazer. Estão dizendo que vão cortar a cabeça do meu irmão lá dentro", afirmou uma das mulheres. Segundo ela, o detento sofre ameaças desde que estava no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
O preso sobreviveu à matança que deixou 56 mortos do primeiro dia do ano e relata à família que continua num ambienteqg pix betconstante tensão.
Condiçõesqg pix betvida
A BBC Brasil conversou com familiaresqg pix betpresos mortos eqg pix betoutros que ainda estão nos presídios onde ocorreram as rebeliões que deixaram 64 mortosqg pix betManaus.
Para tentar melhorar as condiçõesqg pix betvida no presídio, eles contaram que chegaram a comprar tinta para pintar as celas dos internosqg pix betsetembroqg pix bet2016. Além disso, uma das famílias relatou ter levado até material cirúrgico, como gazes e esparadrapo, para que um dos internos pudesse ser operado dentro da penitenciária.
A empresa Umanizzare, que administra o Compaj, confirmou essas declarações. Em nota, ela informou que a entrada da tinta no presídio foi autorizada pelo Estado, mas não informou por que ela mesma não fez o serviço, já que ela é paga para cuidar da gestão, operação e manutenção do local.
Em relação aos materiais cirúrgicos, a empresa disse que faz apenas atendimentos básicos dentro da unidade. As cirurgiasqg pix betalta e média complexidade são feitasqg pix betoutros locais. A empresa não comentou o caso questionado pela reportagem.
Os familiares disseram ainda que, muitas vezes, a comida oferecida está estragada, como feijão com vermes e água com gostoqg pix betferrugem.
A mãeqg pix betum ex-detento afirmou que chegou a passar fome para comprar comida e levar para ele na cela. Até mesmo a cestaqg pix betNatal que ganhou da empresa no fim do ano foi para o filho.
Promessas
No desesperoqg pix bettentar tirá-losqg pix betdentro do presídio, parentes dos presos fazem dívidas para pagar honorários a advogados.
"Um deles pediu R$ 4 mil para tirar meu filhoqg pix betlá. Tirei dinheiroqg pix betonde já não tinha e, quando eu estava terminandoqg pix betpagar, o advogado desistiu da ação. Perdi meu chão".
O mesmo aconteceu com a irmãqg pix betum detento morto na Compaj. Ela relata que o interno começou a ser ameaçado constantemente, mas não teveqg pix bettransferência autorizada. Ela decidiu recorrer a um advogado. O defensor pediu R$ 2 mil para conseguir libertar o preso. Mas a família,qg pix betorigem muito pobre, não tinha a quantia.
"Em novembro, ele mesmo começou a falar que era para eu pararqg pix betme preocupar com isso. Ele já sabia que morreriaqg pix betbreve", disse.
Sem velório
Alémqg pix betpassar anos ou até décadas sofrendo junto com os presos, os parentes dos presos que morreram no Compaj não puderam velar os corpos deles. Tudo por medo.
A maior parte dos detentos mortos nas chacinasqg pix betManaus estava no "seguro" - celas onde ficam os presos ameaçadosqg pix betmorte. Essa ala abriga, por exemplo, estupradores, membrosqg pix betfacções rivais e ex-policiais militares. Por esse motivo, a identidadeqg pix betnenhumqg pix betseus parentes será revelada nesta reportagem.
Chorando, uma das mulheres relatou à BBC Brasil que seu marido foi esquartejado, teve os olhos arrancados e o corpo carbonizado. Devido à dificuldadeqg pix betidentificaçãoqg pix betalgumas vítimas e o medo das famíliasqg pix betsofrerem represálias no Instituto Médico Legal (IML), o último corpo só foi enterrado oito dias após a matança no Comparj.
Tragédia anunciada
Ao falar da chacina no Compaj, todos os parentes ouvidos pela BBC Brasil afirmaram que já a previam. Eles disseram ter entregado cartas escritas por internos para o diretor da unidade denunciando constantes ameaças.
"Uma vez, fui fazer visita e os rivais mostraram um monteqg pix betarmas para ele na minha frente. Eles queriam causar terror contra quem eles não gostavam", disse a mulherqg pix betum detento morto.
Os familiares contaram que a Secretaria da Administração Penitenciária sabia das ameaças e não tomou nenhuma providência. À frente da pasta, Pedro Florêncio, afirmouqg pix betencontro com autoridades e órgãosqg pix betdireitos humanos nesta semana que o setorqg pix betinteligência do governo havia identificado apenas que haveria uma tentativaqg pix bet"fugaqg pix betmassa".
A irmãqg pix betum preso disse que ele recebia ameaças constantesqg pix betque teria a cabeça arrancada.
Com as mãos suadas e os olhos cheiosqg pix betlágrima, a mãeqg pix betum dos detentos afirmou que seu filho também vinha sofrendo intimidações.
"Ele disse que a cadeia estava 'balançando' e que iria estourar a qualquer momento".
Ela contou ter percebido "algo estranho" no dia das mortesqg pix betmassa. A preocupação aumentou quando o filho pediu para que ela voltasse para casa antes do horárioqg pix betvisitas acabar.
"Ele disse para eu pegar um ônibus e ir embora. Então eu dei um abraço nele. Ele disse que me amava e eu também. Dei a bênção a ele e fui".