O casal brasileiro que se apaixonouaplicativo de fazer jogo de futeboltratamento e luta junto contra doença incurável:aplicativo de fazer jogo de futebol

Legenda do vídeo, Mônica e Osmar se conheceram no mesmo hospital onde tratam doença degenerativa no estômago

O casal é citado pelos médicos como um exemploaplicativo de fazer jogo de futeboldedicação ao tratamento. Juntos, eles estudam, se cobram e, principalmente, estão sempre dispostos a oferecer ajuda e carinho um ao outro.

A nutróloga do Hospital das Clínicas Mariana Hollanda, que acompanha o casalaplicativo de fazer jogo de futebolperto, diz que o namoro deles ajuda no tratamento. "Toda pessoa que está feliz num relacionamento ajuda no contextoaplicativo de fazer jogo de futebolvida. No caso deles, para o tratamento também é fundamental. Eles são dois pacientes exemplares", afirmou a médica à BBC Brasil.

Osmar e Mônica no corredor onde se viram pela primeira vez

Crédito, Felix Lima/ BBC Brasil

Legenda da foto, Casal faz tratamento contra doença degenerativa no mesmo hospital onde se conheceramaplicativo de fazer jogo de futebolSão Paulo

Dor intestinal

Em 2006, Osmar sentiu,aplicativo de fazer jogo de futebolum dia, uma dor na barriga assim que chegou do trabalho. Ele desconsiderou o desconforto e foi lavar seu carro. O incômodo aumentou e ele foi levado às pressas ao hospital. No local, a queimação estomacal ficou insuportável e o fez desmaiar.

Quando acordou, Osmar estava entubado e com um grande corte no tórax. O jovem passou por uma cirurgiaaplicativo de fazer jogo de futebolemergência após os médicos detectarem um grave problemaaplicativo de fazer jogo de futebolseu abdômen.

Segundo eles, seu intestino se espremeu sem motivo aparente - algo raríssimoaplicativo de fazer jogo de futebolocorrer, excetoaplicativo de fazer jogo de futebolacidentes automobilísticos ou quedas.

Osmar passou por cinco operações consecutivas para cortar partes necrosadas até seu intestino ficar com apenas 20 centímetros - tamanho atual. O órgãoaplicativo de fazer jogo de futebolhomem adulto tem,aplicativo de fazer jogo de futebolmédia,aplicativo de fazer jogo de futebol5 a 7 metros.

Mônica e Oscar durante viagem à cidadeaplicativo de fazer jogo de futebolAparecida

Crédito, Arquivo pessoal

Na época, médicos disseram que Osmar tinha menosaplicativo de fazer jogo de futebol1%aplicativo de fazer jogo de futebolchanceaplicativo de fazer jogo de futebolsobreviver e, caso conseguisse,aplicativo de fazer jogo de futebolexpectativaaplicativo de fazer jogo de futebolvida seriaaplicativo de fazer jogo de futebolcinco anos.

O jovem faz o tratamento há 11 anos e se tornou o paciente mais antigo a receber esse tipoaplicativo de fazer jogo de futebolnutrição no Hospital das Clínicas.

"Eu acho que depois que tive esse problema, eu comecei a aproveitar melhor o meu tempo livre. Eu fico feliz por ter vivido esses dez anos a mais. Era para ter acabado ali", diz Osmar.

Sem diagnóstico

Quando Mônica tinha 17 anos, ela percebeu queaplicativo de fazer jogo de futebolbarriga inchava quase sempre que comia. Os alimentos ficavam represados, pois seu intestino não conseguia fazer a digestão. A situação começou a ocorrer com uma frequência cada vez maior e só era solucionada quando todo o líquido, ar e comida eram bombeados e retirados por uma sonda colocada no nariz.

Mesmo após dezenasaplicativo de fazer jogo de futebolexames e oito meses internada, nenhum médico soube identificar qual eraaplicativo de fazer jogo de futeboldoença. Eles a definem até hoje apenas como pseudobstrução intestinal. É como se uma barreira impedisse a passagem da comida pelo órgão e dificultasse a digestão.

Mas a rotina semanalaplicativo de fazer jogo de futebolcolocar uma sonda no nariz ou diretamente no estômago era muito incômoda. Então, Mônica decidiu seguir o conselho dos médicos e passou a se alimentar por um cateter na artéria. Foi quando ela conheceu Osmar.

'A Culpa é das Estrelas'

A aproximação do casal é descrita por eles mesmos como impossível. Na épocaaplicativo de fazer jogo de futebolque se conheceram, Osmar namorava e Mônica era casada e mãeaplicativo de fazer jogo de futeboldois filhos, que hoje têm 18 e 15 anos.

Hoje, Mônica é divorciada e vive com os filhos na casaaplicativo de fazer jogo de futebolsua mãe. Osmar mora com os pais.

"A chance da gente se encontrar era muito pequena. Ela é uma alma gêmea, a quem posso contar tudo. Eu não poderia ter encontrado uma pessoa mais compatível comigo, uma pessoa que eu gostasse maisaplicativo de fazer jogo de futebolestar junto", define Osmar.

Para Mônica, a história deles é muito parecida com o filme A Culpa é das Estrelas. A produção conta a históriaaplicativo de fazer jogo de futeboluma adolescente diagnosticada com câncer que se mantém viva graças a um remédioaplicativo de fazer jogo de futebolfaseaplicativo de fazer jogo de futeboltestes.

Casal faz consulta junto no Hospital das Clínicas,aplicativo de fazer jogo de futebolSP

Crédito, Felix Lima/ BBC Brasil

Legenda da foto, Médicos afirmam que o casal é disciplinado e se ajuda durante tratamentoaplicativo de fazer jogo de futeboldoenças raras

Ela conhece um rapaz que também tem cânceraplicativo de fazer jogo de futebolum grupoaplicativo de fazer jogo de futebolapoio e eles se apaixonam.

Mônica e Osmar já assistiram ao filme incontáveis vezes. "Os personagens tinham doenças diferentes e caminhavam para uma tragédia. A gente tem problemas diferentes, e não sei se a gente caminha para uma tragédia. Deixando essa parte românticaaplicativo de fazer jogo de futebollado, é dramático. É muito dramático", afirmou.

Por mais que Mônica demonstre seu amor por Osmar, seu maior companheiro é o Zé. É assim que ela chama o aparelho que faz aaplicativo de fazer jogo de futebolnutrição artificial.

Ela fica conectada ao Zé três vezes por semana,18 horas por dia. Osmar recebe a nutrição cinco dias por semana e só fica longe do aparelho no fimaplicativo de fazer jogo de futebolsemana, quando pode ficar mais à vontade com a namorada.

Mesmo com dois dias livres na semana, o casal faz poucos passeios e nem pensaaplicativo de fazer jogo de futebolfazer uma viagem distante.

A principal formaaplicativo de fazer jogo de futebolambos obterem sustento alimentar é através da nutrição parenteral. Quando saem para jantar, muitas vezes vão apenas tomar um milk-shake.

"A gente até sai, mas nada que seja muito longo. Nada que precise tomar um banho foraaplicativo de fazer jogo de futebolcasa ou trocar o curativo. Nem mesmo no hospital a gente expõe o cateter", conta Mônica.

Mônica e Oscar caminhamaplicativo de fazer jogo de futebolcorredor do Hospital das Clínicas

Crédito, Felipe Souza/ BBC Brasil

"Às vezes, a gente come fora, viaja para Aparecida (do Norte, no interioraplicativo de fazer jogo de futebolSP). A gente fica restrito, mas somos conformados com a nossa condição. Estamos há tantos anos nessa condição que não nos preocupamosaplicativo de fazer jogo de futebolfazer outras coisas", completa.

Para Osmar, Mônica é a única pessoa que entendeaplicativo de fazer jogo de futebollimitação por completo. "Às vezes, eu conto para um amigo o que estou passando, mas ele não tem a menor ideia do que seja. A Mônica não. Ela vive o mesmo que eu", conta ele.

Transplante

À medida que o tempo passa, a nutrição artificial recebida pelo casal tem impacto sobre outros órgãos, que ficam sobrecarregados, como rins e fígado.

Uma das poucas saídas para se livrar da doença é fazer um transplanteaplicativo de fazer jogo de futebolintestino. Mas, devido ao alto riscoaplicativo de fazer jogo de futebolmorte, o procedimento não está nos planos do casal.

"A gente está num momento estável. Além disso, a recuperação é muito difícil porque o intestino é um órgão muito grande e complexo. Se oferecessem a cirurgia agora,aplicativo de fazer jogo de futebolgraça, a gente não faria", diz Mônica.

O coordenador do Hospital das Clínicas, Dan Waitzberg, diz que o transplante é a última opção a ser adotada para qualquer paciente nessas condições. "Nós devemos esgotar as possibilidades com a terapia nutricional parenteral (pela artéria) antesaplicativo de fazer jogo de futebolenviar para o transplante".

Um exemploaplicativo de fazer jogo de futebolcenário extremo- e que obrigaria o paciente a se submeter ao transplante - é quando as artérias deixamaplicativo de fazer jogo de futebolpermitir a passagemaplicativo de fazer jogo de futebolnutrientes, inviabilizando a alimentação artificial.

Mas o retrospecto desse tipoaplicativo de fazer jogo de futebolcirurgia no Brasil não é favorável. Nenhum dos pacientes sobreviveu a um transplanteaplicativo de fazer jogo de futebolintestino devido à complexidadeaplicativo de fazer jogo de futebolimplantar o órgão.

A maior referência nesse tipoaplicativo de fazer jogo de futeboltransplante é um médico que atua no Estados Unidos. O valor que ele cobra pela cirurgia éaplicativo de fazer jogo de futebolcercaaplicativo de fazer jogo de futebolR$ 1 milhão.

Planos

A limitação causada pela doença restringe as oportunidades profissionais do casal. A faltaaplicativo de fazer jogo de futeboluma estrutura para atendimento emergencial e o riscoaplicativo de fazer jogo de futebolcontaminações impede que eles trabalhem ou estudem foraaplicativo de fazer jogo de futebolcasa.

A única rendaaplicativo de fazer jogo de futebolMônica é o auxílio-doença que recebe do governo - no valoraplicativo de fazer jogo de futebolR$ 937. Deaplicativo de fazer jogo de futebolcama, Osmar consegue ajudaraplicativo de fazer jogo de futebolalgumas burocracias da empresaaplicativo de fazer jogo de futebolseu irmão, como ligar para clientes e preencher notas ficais, o que também lhe garante um salário.

Mas nenhuma das limitações tira o sonho do casal, que mora no extremo lesteaplicativo de fazer jogo de futebolSão Paulo - ela no Itaim Paulista e eleaplicativo de fazer jogo de futebolGuaianases -aplicativo de fazer jogo de futebolmorar junto futuramente.

"Eu tenho planosaplicativo de fazer jogo de futebolsair da casa dos meus pais e me casar com alguém que me entendesse como o Osmar. Ele seria o candidato ideal", diz Mônica enquanto olha sorrindo para o namorado.