'Quando cheguei, descobri o que era ser negra': como africanos veem o preconceito no Brasil:melhor banca de aposta esportiva

Nádia Ferreira,melhor banca de aposta esportivaGuiné Bissau, diz que a questão racial despertou nela no Brasil

Crédito, Gui Christ/Gringo

Legenda da foto, Nádia Ferreira,melhor banca de aposta esportivaGuiné Bissau, diz que a questão racial despertou nela no Brasil

"Eu me sentava ao ladomelhor banca de aposta esportivaalguém e a pessoa mudavamelhor banca de aposta esportivalugar. Numa sala com 200 alunos, só dois eram negros. Mas foi lá também onde conheci o grupomelhor banca de aposta esportivaconsciência negra", diz ela, que criou o coletivo Iada Africa (Mãe África) para discutir questõesmelhor banca de aposta esportivaraça.

A guineense foi estudar no Brasil por incentivo do pai, que acreditava que haveria menos preconceito no país. "Ele falava que as pessoas aqui já estavam acostumadas com os negros, mas quando conto que há racismo ele não acredita até hoje."

Ela enumera episódiosmelhor banca de aposta esportivaque diz ter sido alvomelhor banca de aposta esportivapreconceito no país - já foi barrada na portamelhor banca de aposta esportivaum banco mesmo tendo guardado a mochila, por exemplo, e teve que esperar do ladomelhor banca de aposta esportivaforamelhor banca de aposta esportivauma sala onde iria fazer uma entrevistamelhor banca de aposta esportivaemprego enquanto outras candidatas, brancas, passavam.

"Não te agridem porque a lei não permite, mas você é olhadomelhor banca de aposta esportivaum jeito que diz: aqui não é o seu lugar", afirma.

Para Ferreira, o negro imigrante é alvomelhor banca de aposta esportivaduplo preconceito. "Quando você é negro brasileiro te olham como incapaz. O imigrante africano já é visto como exótico, mas carregamos o peso do estereótipomelhor banca de aposta esportivaque africanos são agressivos ou preguiçosos."

Curiosidade e preconceito

Egide, do Burundi, diz que antesmelhor banca de aposta esportivachegar no Brasil não se preocupava com preconceito

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Natural do Burundi, pequeno país do centro-leste africano, o estudante Egide Nishimirimana,melhor banca de aposta esportiva27 anos, também "despertou" para a existência do preconceito após chegar ao Brasil.

"Antesmelhor banca de aposta esportivachegar eu não me preocupava com preconceitomelhor banca de aposta esportivaraça. No Burundi todo mundo é negro, e o que existia lá era o preconceitomelhor banca de aposta esportivaetnia, usado politicamente para tomar o poder", conta.

Ele diz acreditar que o negro imigrante ainda sofra menos do que o negro brasileiro no cotidiano. "Normalmente quando começam a conversar com você e veem que é estrangeiro isso gera simpatia pela curiosidade."

Nishimirimana se diz satisfeito com a vida no Brasil, mesmo diantemelhor banca de aposta esportivasituações difíceis.

"Percebi aqui é que esse preconceito racial é muito verdadeiro. Não vou generalizar, mas algumas pessoas quando veem um negro acham que é ladrão ou mal educado", afirma ele, que vê o transporte público como cenário cotidianomelhor banca de aposta esportivapreconceito.

"As pessoas trocammelhor banca de aposta esportivalugar ou colocam a mochila para frente quando me veem."

Conscientização

Ephata Tshiaba, do Congo, percebe o racismomelhor banca de aposta esportivasituações corriqueiras, como quando usa o metrô

Crédito, Gui Christ/Gringo

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Há seis meses no Brasil, o músico congolês Ephata Tshiaba,melhor banca de aposta esportiva31 anos, também diz notar o tratamento diferente ao usar o metrô. "Vejo as pessoas se afastando, ficam me olhandomelhor banca de aposta esportivamodo estranho, mas cada um é livre para pensar como quer."

Em geral, Tshiaba diz ser bem tratado por aqui - para ele, o preconceito aparecemelhor banca de aposta esportivaoutras situações corriqueiras, como abrir uma conta no banco. "Já fui a vários e nenhum aceitou, mesmo já tendo o documento da Polícia Federal e o CPF."

Como os outros colegas africanos, ele diz quemelhor banca de aposta esportivaconscientização sobre a identidade negra se consolidou mesmo no Brasil. "Lá (no Congo) eu não tratava sobre preconceito, mas aqui quero trabalhar na conscientização das pessoas", conta ele.

Senegalês Papa Ba estudou passado escravagista do Brasil antesmelhor banca de aposta esportivase mudar para o país

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Em uma mesquita no centro da capital paulista, o senegalês Papa Ba,melhor banca de aposta esportiva28 anos, diz que estudou sobre o passado escravagista do Brasil ainda na África, mas desconhecia a históriamelhor banca de aposta esportivaZumbi - o líder negro que combateu autoridades e fazendeiros nos primeiros temposmelhor banca de aposta esportivaocupação colonial - e a própria origem do feriadomelhor banca de aposta esportiva20melhor banca de aposta esportivanovembro.

"Aprendi muita coisa sobre o Brasil antesmelhor banca de aposta esportivavir, e acho o histórico daqui um pouco triste", diz.

No Brasil, país majoritariamente negro (53,6% da população se classificam como pretos e pardos)melhor banca de aposta esportivaque negros ocupam 18% dos cargosmelhor banca de aposta esportivaliderança e ganham,melhor banca de aposta esportivamédia, apenas 59% do que recebem os brancos, é importante que o imigrante conheça o tema da escravidão na América Latina, diz a guineense Nádia Ferreira.

"Os imigrantes, e principalmente os que estão chegando agora, têm que escutar e aprender sobre essa história."