Diploma inútil? Por que tantos brasileiros não conseguem trabalhomelhor plataforma de aposta esportivasuas áreas:melhor plataforma de aposta esportiva

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Legenda da foto, Com tantos graduados no mercado, muitos não conseguem exercer suas profissões

Um bom exemplo é o setormelhor plataforma de aposta esportivaadministração que,melhor plataforma de aposta esportiva2014, correspondia a 30% dos concluintes. Apesar da fatia expressiva, apenas 4,9% dos trabalhadores com graduação eram administradoresmelhor plataforma de aposta esportivaempresa. Outros 9,4% eram assistentes ou auxiliares administrativos, função que nem sempre exige faculdade.

"As pessoas fazem esses cursos, mas evidentemente não há demanda para tantos advogados ou administradores. Elas acabam sendo são subutilizadas", diz Zylberstajn.

O professor também diz que o número totalmelhor plataforma de aposta esportivagraduados seria superior ao que o mercado brasileiro pode suportar. De acordo com o Censo do Ensino Superior,melhor plataforma de aposta esportiva2014, um milhãomelhor plataforma de aposta esportivapessoas saíram das salasmelhor plataforma de aposta esportivaaula. Em 2004, eram 630 mil.

Mais gente no ensino superior

Mas o que levou esse número a crescer tanto?

A multiplicação das instituições privadas, ao lado da maior oferta das bolsas do Prouni e do Fies (Fundomelhor plataforma de aposta esportivaFinanciamento Estudantil), facilitaram o acesso dos brasileiros à graduação. De 2000 a 2014, a quantidademelhor plataforma de aposta esportivainstituições dessa natureza aumentou 15%. Outro fator, dizem os entrevistados, é cultural: no país, a beca é sinônimomelhor plataforma de aposta esportivastatus.

"A gente despreza o técnico e supervaloriza o superior. É uma tradição ibérica. Como por muito tempo foi uma coisa da elite, passou a ser considerado um meiomelhor plataforma de aposta esportivaascender socialmente", afirma Zylberstajn.

Para a professora Elisabete Adami, da Administração da PUC-SP, esse objetivo está ligado à ideiamelhor plataforma de aposta esportivaque o diploma basta para ganhar mais.

Ela deu aulasmelhor plataforma de aposta esportivafaculdades privadasmelhor plataforma de aposta esportivaSão Paulo e notava o desejomelhor plataforma de aposta esportivaseus alunosmelhor plataforma de aposta esportivamelhorarmelhor plataforma de aposta esportivavida.

"Na sala, tinha três que eram carteiros, muitos motoboys, o pessoal que trabalhavamelhor plataforma de aposta esportivalojas. O que eles queriam ali? Subir."

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Rodolfo Garrido foi fazer faculdademelhor plataforma de aposta esportivaengenharia porque queria ganhar mais

Era no que Rodolfo Garrido pensava quando largou o ensino técnico para entrarmelhor plataforma de aposta esportivauma faculdade privada. Ele ganhava R$ 2.600 como programadormelhor plataforma de aposta esportivaproduçãomelhor plataforma de aposta esportivauma metalúrgica. Como engenheiro, diz, seu salário poderia subir para R$ 4.000.

Com a oportunidade do financiamento estudantil, decidiu apostar.

"Já trabalhava na área, então só juntei os estudos. Para poder me graduar e ter um salário melhor, poderia ganhar o dobro. Quando surgiu o incentivo do governo, comecei a pesquisar, porque antes era uma bolada."

Depoismelhor plataforma de aposta esportivatrês semestres, teve que deixar as aulas porque ficou desempregado.

Segundo a diretora do Escritóriomelhor plataforma de aposta esportivaDesenvolvimentomelhor plataforma de aposta esportivaCarreiras da USP, Tania Casado, a crençamelhor plataforma de aposta esportivaRodolfo é endossada por pesquisas. Elas mostram que empregosmelhor plataforma de aposta esportivanível superior recebem salários maiores. Mas a professora faz uma ressalva: os levantamentos são feitos com quem já está trabalhando nesses cargos.

"Os dados são verdadeiros, só que é preciso lê-los corretamente. O fatomelhor plataforma de aposta esportivavocê fazer uma faculdade não significa que vai para um vaga desse tipo."

Os motivos pelos quais Rodolfo escolheu engenharia também ajudam a explicar a concentração dos estudantesmelhor plataforma de aposta esportivaseis áreas, que incluem saúde, direito e computação. São profissões tradicionais, teoricamente mais estáveis e bem pagas. Além disso, são as mais oferecidas pelas instituições privadas, responsáveis por 87,4% da educação superior no país.

"As pessoas vão para faculdades pagas, que têm cursosmelhor plataforma de aposta esportivamenor custo, como Direito e Administração", diz o professor Hélio Zylberstajn.

Eles são mais baratos porque não usam outros equipamentos a não ser a salamelhor plataforma de aposta esportivaaula. Cursosmelhor plataforma de aposta esportivaQuímica, por exemplo, exigem laboratórios e substâncias controladas.

Outro fator para decisões tão parecidas seria a pouca idade com que os brasileiros escolhem uma profissão.

"É uma meninadamelhor plataforma de aposta esportiva17, 18 anos, que faz Administração porque o pai fez, ou porque acha legal ser CEO", diz a professora Elisabete Adami, da PUC-SP.

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Legenda da foto, Evelyn queria ser administradoramelhor plataforma de aposta esportivaempresas, mas trabalha como assistente administrativa

Aceitar o que tiver

Com tantos professores, administradores e advogados no mercado, muita gente tem dificuldademelhor plataforma de aposta esportivaconseguir um bom cargo namelhor plataforma de aposta esportivaárea. Às vezes o jeito é aceitar vagas que pedem apenas ensino médio.

Quando Evelyn Maranhão se formou,melhor plataforma de aposta esportiva2011, pensava que seria administradoramelhor plataforma de aposta esportivaempresas. Cinco anos e muitas negativas depois, trabalha como assistente administrativa. Ela registra pedidos e lança horas-extras no sistemamelhor plataforma de aposta esportivauma empresamelhor plataforma de aposta esportivamanutenção predial.

"Achei que ia lidar com estatística, relatório, análises, e, na verdade, faço o que uma secretária faria. Imaginava que estaria na tomadamelhor plataforma de aposta esportivadecisões."

Há quem nem consiga exercermelhor plataforma de aposta esportivaprofissão.

Antesmelhor plataforma de aposta esportivacursar enfermagem, Vivian Oliveira trabalhava com eventos. Mesmo depois da formatura, continua organizando congressos, feiras e festas. Nesse meio tempo, diz, mandou incontáveis currículos, e não foi chamada para entrevistas. Só foi contratada por uma clínica, onde ficou um ano.

"Até há vagas, mas como não tenho muita experiência, eles não chamam."

Para a enfermeira, o fatomelhor plataforma de aposta esportivanão ter estudadomelhor plataforma de aposta esportivauma universidade conceituada prejudicoumelhor plataforma de aposta esportivatrajetória "Se surgir uma posição no (hospital Albert) Einstein, vai entrar alguémmelhor plataforma de aposta esportivafaculdade renomada. Vi que meus colegas buscam fazer pósmelhor plataforma de aposta esportivalugares reconhecidos, porque colocam esse nome no currículo."

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Legenda da foto, Formadamelhor plataforma de aposta esportivaenfermagem, Vivian trabalha com eventos

Faculdade renomada

A faltamelhor plataforma de aposta esportivaexperiência e a formaçãomelhor plataforma de aposta esportivainstituições pouco prestigiadas são os principais empecilhos que os formandos enfrentam nos processosmelhor plataforma de aposta esportivaseleção, diz Luciane Prazeres, coordenadoramelhor plataforma de aposta esportivaRecursos Humanos da agênciamelhor plataforma de aposta esportivaempregos Luandre.

Prazeres relata que muitos profissionais chegam no mercado sem ter feito estágio porque precisaram trabalhar para pagar os estudos. E alguma experiência na área é sempre requisitada pelos empregadores.

"A maioria são recepcionistas, operadoresmelhor plataforma de aposta esportivacall center que buscam o oposto do que estão fazendo. Mas, se ele não sai do mercado para estagiar, é difícil conseguir uma oportunidade."

Segundo ela, é comum que, ao abrir um posto, as empresas peçam candidatos formadosmelhor plataforma de aposta esportivadeterminada universidade.

Professora na PUC-SP, Elisabete Adami diz notar essa diferença ao ver que seus alunos saem empregados do curso.

"Pega estudantes da PUC, da FGV, do Insper, da USP...eles não estão tão sem trabalho. O pessoalmelhor plataforma de aposta esportivafaculdadesmelhor plataforma de aposta esportivasegunda linha não encontra espaço e vai ter que fazer uma pós para complementar a formação."

Para Adami, houve uma proliferaçãomelhor plataforma de aposta esportivaescolas com menos qualidade, que entregariam profissionais deficientes.

"Esses conglomerados pagam,melhor plataforma de aposta esportivamédia, R$ 17 a hora-aula. Que tipomelhor plataforma de aposta esportivaprofessor você vai ter?"

No entanto, pondera, a estrutura ruim não é sempre sinônimomelhor plataforma de aposta esportivaprofissionais mal-preparados. Só que, nesses ambientes, eles são mais frequentes do quemelhor plataforma de aposta esportivainstituiçõesmelhor plataforma de aposta esportivaponta.

"Sai gente boa, mas por conta própria, porque são esforçados."

Entre uma graduação ruim e uma boa formação técnica, diz Adami, ela aposta na segunda.

"Essa maniamelhor plataforma de aposta esportivaser o primeiro da família a se formar é uma ilusão, mas é forte no Brasil. É secular. Na França e na Alemanha, você não tem esse percentualmelhor plataforma de aposta esportivajovens na universidade."

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Legenda da foto, Proliferaçãomelhor plataforma de aposta esportivafaculdades levou à formaçãomelhor plataforma de aposta esportivaprofissionais deficientes, diz professores

Ensino técnico

O ensino técnico é citado pelos entrevistados como uma opção interessante.

Hélio Zylberstajn, da USP, diz que o técnico é negligenciado e faz falta para o país. O professor sugere que disciplinas dos cursos técnicos sejam incluídas na grade curricular do ensino médio, e nãomelhor plataforma de aposta esportivainstitutos, como acontece hoje.

"Estamos carentes desses profissionais. No ensino médio, deveríamos formar mãomelhor plataforma de aposta esportivaobramelhor plataforma de aposta esportivacooperação com as empresas."

Esse tipomelhor plataforma de aposta esportivaformação deve ser levadamelhor plataforma de aposta esportivaconta antes da decisão definitiva pelo ensino superior, afirma Tania Casado, do Escritóriomelhor plataforma de aposta esportivaDesenvolvimentomelhor plataforma de aposta esportivaCarreiras da USP.

"É preciso olhar para o lado e ver que há muitas posições não preenchidas, porque as pessoas não têm estudo específico. Os jovens precisam saber disso ao se lançaremmelhor plataforma de aposta esportivaum curso."

Se a escolha for pelo ensino superior, Casado diz que o estudante não deve conhecer apenas a profissão, mas as ocupações que ela abrange. Um graduadomelhor plataforma de aposta esportivaMedicina, por exemplo, pode tornar-se um gestormelhor plataforma de aposta esportivaplanomelhor plataforma de aposta esportivasaúde. Da mesma forma, alguém formadomelhor plataforma de aposta esportivaAdministração pode virar um consultor.

Alémmelhor plataforma de aposta esportivaanalisar as alternativas que o mercado oferece, aconselha a diretora, o candidato deve olhar para si e escolher algo com o que se identifique. Se depois quiser mudarmelhor plataforma de aposta esportivaárea, a transição não tem que ser dolorosa. Nem sempre uma nova faculdade é necessária, afirma. Às vezes uma especialização ou cursos livres são suficientes.

"Carreira é isto: olhar o entorno e se olhar, o tempo inteiro. E saber que, à medida que você vai evoluindo, pode haver outros interesses, o que é bom. É preciso se preparar para esses interesses, mas não necessariamente isso passa por uma graduação."