Cine Marrocos: o destinopromocode lampions betmoradores após fimpromocode lampions betocupação polêmica:promocode lampions bet
No último dia 15, a ocupação chegou ao fim, com a reintegraçãopromocode lampions betposse pela prefeitura. O local deve se tornar sede da Secretariapromocode lampions betEducação.
Segundo a administração municipal, maispromocode lampions betcem famílias ainda viviam no prédio - cercapromocode lampions betum ano antes, eram cercapromocode lampions bet250. O futuropromocode lampions betboa parte delas é incerto - São Paulo tem um deficit habitacionalpromocode lampions bet230 mil moradias,promocode lampions betacordo com números da ONU.
A BBC Brasil conversou com algumas dessas pessoas, que contam ter ido morar ali diversas razões: desemprego, doenças, dificuldadespromocode lampions betpagar o aluguel e até guerras - no casopromocode lampions betrefugiados e imigrantes que, nos cálculos da prefeitura, representavam 45% da população local. Ou mesmo para conseguir morar mais perto do trabalho.
"(Com a desocupação) Não tive direito a auxílio-aluguel porque meu marido tem carteira assinada. Mas ele ganha pouco, então já me mudei para outra ocupação", conta Lindaci Idalina Viana, que conversou com a reportagem da BBCpromocode lampions betfrente ao prédio do Marrocos, aindapromocode lampions betbuscapromocode lampions betseus pertences que ficaram para trás durante a operaçãopromocode lampions betreintegraçãopromocode lampions betposse.
A retomada do edifício foi pacífica, mas houve confusão entre os próprios moradores. "Tinha muitas coisas espalhadas pelas escadas, muitas foram roubadas ou sumiram durante a saída. Eu deixei roupas e um colchãopromocode lampions betcriança", conta Lindaci.
Atualmente, segundo a prefeitura, existem cercapromocode lampions bet30 edifícios ocupados somente no centro da cidade. A administração afirma que realizou atendimento a todos os moradores para cadastro.
Das cem famílias que estavam no Marrocos quando a polícia chegou para retomar o prédio, 35 foram consideradaspromocode lampions betsituaçãopromocode lampions betvulnerabilidade e vão receber auxílio-aluguel.
Apenas algumas delas receberam um número relativo ao lacre que está na porta dos apartamentos onde viviam. Assim, poderiam voltar ao local e buscar o que ficou pra trás.
'Levaram o material escolar do meu menino'
Outra ex-moradora que diz também ter tido seus pertences roubados foi a paulista Janaíra Fraissat, 39 anos. "Levaram o uniforme e todo o material escolar do meu menino", afirma.
Formadapromocode lampions betcontabilidade e ex-auxiliar financeira, ela conta que um problemapromocode lampions betsaúde ocorrido no nascimento do primeiro filho a impedepromocode lampions bettrabalhar.
"Já fui operada várias vezes e não consigo ficar muito tempo sentada, estou processando o Estado."
A reportagem da BBC Brasil a encontrou no Largo São João com os dois filhos - Jorge,promocode lampions bet5 anos e Júlia,promocode lampions bet2 anos, e o marido. A família ainda busca um lugar para ir após o Marrocos.
Eles têm o direito a receber o auxílio-moradia da prefeitura, mas contam que o benefício foi bloqueado por um erro burocrático.
"Erraram a minha datapromocode lampions betnascimento no cadastro. Então, o banco só liberou o dinheiro na sexta-feira (14) antes da desocupação e aí não tive como buscar um lugar para morar."
O casal decidiu pagar um hotel na primeira noite e diz que agora têm dormido cada noitepromocode lampions betum local diferente. De acordo com Janaíra, é ainda mais complicado conseguir um lugar pra morar quando se têm crianças.
"Eu fiqueipromocode lampions betsituaçãopromocode lampions betrua, sem ter pra onde ir mesmo. E para fechar um aluguel tem que ter depósito, fiador, aprovarpromocode lampions betficha, eu recebo um salário mínimo e tem lugar onde não aceitam isso."
A exemplo dos outros ocupantes do Marrocos, Janaíra teve seu apartamento lacrado pela prefeitura. Ela passou quase 15 dias tentando voltar ao prédio para pegar suas coisas.
Na terça (25) pela manhã, ela conseguiu buscar o carrinho da filha e alguns pertences. Geladeira, fogão e alguns armários ficaram na escadariapromocode lampions betmármore da entrada do Marrocos à espera por um caminhão, agendado pela Defesa Civil. "Viverpromocode lampions betuma ocupação é como viver uma corda bamba, você nunca sabe como vai ser."
Na épocapromocode lampions betouro e na pobreza
A paranense Neide Leonel Vidoto,promocode lampions bet71 anos, sempre afirmou que seria a última pessoa a sair do Marrocos. Entretanto o grave estadopromocode lampions betsaúde da mãe a levou a buscar um novo lugar antes que chegasse o último aviso. "Ela viviapromocode lampions betcadeirapromocode lampions betrodas, e faleceu logo após a mudança."
Hoje, ela e o marido, Cícero Francisco dos Santos,promocode lampions bet65 anos, morampromocode lampions betuma quitinete no centro da cidade. Antes da ocupação ele viviam no Jardim Iguatemi, na zona leste da cidade, e o tempo gasto com transporte diariamente pelo marido para ir ao trabalho foi o que definiu a mudança. "Ele saia às 4h da manhã e voltava as 20h."
Ela diz que foi para o Marrocos por curiosidade. "Vi a repórter na TV falando da invasão e decidi ir lá ver como era. Na hora fiz o cadastro, vi o espaço e decidi ficar", conta. Foram dois anos e meio morando ali.
Para Neide, o Marrocos é um lugar com fortes memórias afetivas. No auge do cinema, ela ganhava convitespromocode lampions betum ex-chefe para frequentar as estreias e festas do local. "Tudo brilhava, os lustres, os tapetes. Dava até dópromocode lampions betpisar. Eu vivi o Marrocos na épocapromocode lampions betouro e na pobreza."
Em buscapromocode lampions betdocumentos
Caminhando com dificuldade, a aposentada Madalena Pedro Godoy,promocode lampions bet81 anos, não desanima. Apoiada empromocode lampions betbengala, ela caminha do Marrocos na rua Conselheiro Crispiniano até a Subprefeitura da Sé. Ela conta que precisa voltar ao prédio porque esqueceu todos seus documentos lá.
"Eu estou sem nenhum documento, nem cartão, e não consigo voltar para pegar, preciso para receber o benefício", conta. Com direito a receber auxílio-aluguel, Madalena é uma das ex-ocupantes que não receberam contralacre da prefeitura e, por isso, não têm autorização para voltar ao Marrocos.
Ex-moradorapromocode lampions betum espaço no sexto andar do prédio, ela conta que foi viver na ocupação por causa do filho que estava lá. "Ele saiu e eu acabei ficando, fiquei até o final defendendo os moradores."
Agora, a aposentada morapromocode lampions betum pequeno apartamentopromocode lampions betAmericanópolis, região sul da cidade. "Lá no Marrocos, eles sempre me trataram muito bem, sou amigapromocode lampions bettodos, até dos guardas que estão lá na frente hoje. Podem ir lápromocode lampions betcasa tomar um café quando quiserem."
Da ocupação para um abrigo
"Sai, sai, sai com as crianças que eu não quero que vocês enfrentem a polícia", assim o haitiano Fenitho Duverna,promocode lampions bet34 anos, foi orientado por Mônica Quenca, assistente socialpromocode lampions betuma instituição religiosa autorizada pela prefeitura a auxiliar imigrantes, a deixar a ocupação 20 minutos antes da chegada da polícia. "Deixei tudo lá, estou há uma semana com essa bermuda e essa camisa laranja", conta o estrangeiro.
Foi a dificuldadepromocode lampions betconseguir pagar o aluguelpromocode lampions betum pequeno apartamento no bairropromocode lampions betSanta Cecília que o levou ao prédio do Marrocos. "Lá fiquei porque achei que aí poderia me cadastrar para conseguir um apartamento próprio."
Ele, a esposa e as três filhas, uma delas recém-nascida, moravam no terceiro andar do prédio desde março. Apesarpromocode lampions betser formadopromocode lampions betAdministração, Duverna trabalha como azulejista.
Quem ajudou o haitiano foram os profissionais do Crai (Centropromocode lampions betReferência e Atendimento para Imigrantes). A família estápromocode lampions betum abrigo do centro na região sudeste da capital onde recebe atendimento até se estabilizar novamente.
A barreira da língua
O nigeriano Dike George,promocode lampions bet39 anos, quase não fala português. Diante do Marrocos, parece um pouco perdido. Tentava,promocode lampions betvão, se entender com os agentes da Polícia Civil que vigiam o prédio.
Há dois anos no país, o africano tinha o Marrocos como endereço havia quatro meses. Acostumado a ficar na ocupação durante os dias úteis e ir para casapromocode lampions betamigos nos finspromocode lampions betsemana, George afirma que nem sabia da reintegraçãopromocode lampions betposse.
Vendedorpromocode lampions betsapatospromocode lampions betuma galeriapromocode lampions betimigrantes no centro, ele foi morar no Marrocos pela facilidadepromocode lampions betestar mais pertopromocode lampions betonde trabalha. Como pouco se comunicapromocode lampions betportuguês, o africano conta que não foi informado por ninguém sobre o conflito vivido no prédio.
Nem no Marrocos e nem na subprefeitura havia alguém que pudesse atendê-lo, devido à barreira da língua. Ele precisoupromocode lampions betauxíliopromocode lampions bettradução da reportagem para entender melhor o que estava acontecendo.
"Cheguei na segunda (16) pela manhã e não podia entrar." Agora ele ficapromocode lampions betuma peregrinação entre o edifício, a subprefeitura da Sé e secretarias para tentar recuperar seus pertences.