Crise e escândalos levam desânimo e descrença a eleição municipal, diz especialista:freebet rollover
freebet rollover BBC Brasil - Qual deve ser o impacto da crise política que o país enfrenta nos últimos dois anos nas eleições municipais?
freebet rollover Alberto Almeida - Vamos perceber esse impacto no aumento dos votos brancos, nulos e nas abstenções. Muito provavelmente haverá aumento desses comportamentos eleitorais.
É uma descrença generalizada, nós estamos há maisfreebet rolloverum ano com o noticiário tendo como foco escândalosfreebet rollovercorrupção, políticos envolvidos na Lava Jato e seus desdobramentos.
freebet rollover BBC Brasil - Como esse cenário pode afetar os partidos? É possível apontar quais devem se fortalecer?
freebet rollover Almeida - Devemos ter uma perdafreebet rolloverdensidade eleitoral do Partido dos Trabalhadores, que lançou agora metade dos candidatos que havia lançado nas últimas eleições municipais. Em 2012 foram 2 mil candidatos a prefeito, e agora são apenas mil. Só esse dado já é suficiente para que o PT tenha um resultado eleitoral muito abaixo que o da eleição passada.
O PMDB vem se mantendo no mesmo patamar há alguns anos, pode ser que tenha um pequeno aumentofreebet rolloverfunção do acesso à máquina pública, o Partido Social Democrático (PSD) vem crescendo, pode crescer novamente, assim como o Solidariedade e outros menores. Mas,freebet rolloverfato, existe uma fragmentação grande e foram criados incentivosfreebet rolloverfunção do escândalo da Lava Jato para o crescimento dos demais partidos, que não os quatro ou cinco principais.
E é provável que aumente a votaçãofreebet rolloveroutros partidos pequenos, que tendem a aumentar força eleitoralfreebet rollovertermosfreebet rollovervoto e controlefreebet rolloverprefeituras - isso é uma tendência que já vinha ocorrendofreebet rolloveranos anteriores e deve se manter agora.
freebet rollover BBC Brasil - Qualfreebet rolloveravaliação sobre essa proliferaçãofreebet rolloverpartidos para o sistema político como um todo?
freebet rollover Almeida - É muito ruim para o sistema político a proliferaçãofreebet rolloverpartidos. Não existe a quantidadefreebet rolloverideologias oufreebet rolloverpropostas políticas diferentes que justifique a quantidadefreebet rolloverpartidos que há no Brasil. Vários países do mundo são administrados adequadamente somente por dois partidos.
Podemos imaginar que três, quatro, no máximo seis seriam mais do que suficiente para tocar o país, e nós temos hoje na Câmara dos Deputados uma representaçãofreebet rolloverpraticamente 30 partidos, outros buscando legalização. No nível local há uma enorme quantidadefreebet rolloverpartidos e isso torna a negociação política muito custosa, muito difícil, e obviamente se tornou uma anomalia da democracia brasileira.
freebet rollover BBC Brasil - Quais são, nafreebet rolloveravaliação, os pleitos representativos ou significativos e que devem ser olhados com atenção?
freebet rollover Almeida - Se você toma São Paulo na eleição passada, há quatro anos, Fernando Haddad era um ilustre desconhecido e foi eleito prefeito. Dois anos depois, Dilma (Rousseff) foi reeleita presidente com dificuldade, com pouco maisfreebet rollover3%freebet rollovervantagem sobre Aécio Neves. E agora o Haddad dificilmente chegará ao segundo turno.
Este pleito, então, antecipa o quê? Ela antecipa o tamanhofreebet rolloverbancadasfreebet rolloverdeputados federais - há correlação, que não é tão forte, mas há. Uma perdafreebet rolloverdensidade eleitoral do PT hoje, nas eleições municipais, pode significar que daqui a dois anos o PT pode perder bancadafreebet rolloverdeputado federal na Câmarafreebet rolloverBrasília e consequentemente, que outros partidos que não os principais possam avançar na próxima eleição caso não seja tomada nenhuma medidafreebet rollovertermosfreebet rolloverreforma política que dificulte a representação dos pequenos partidos.
freebet rollover BBC Brasil - No início do ano, o senhor previa que essas eleições municipais seriam da oposição,freebet rollovermudançafreebet rollovergoverno. O senhor ainda acredita que esse deve ser o cenário?
freebet rollover Almeida - Nos municípios a tendência éfreebet rollovervitória dos candidatosfreebet rolloveroposição. Recentemente saiu uma bateriafreebet rolloverpesquisas sobre as eleições nas capitais efreebet rolloverapenas duas delas o prefeito ou a prefeita tinham percentualfreebet rolloveravaliação positiva que pudesse levar à reeleição. Todos os demais provavelmente perderão a eleição, não serão reeleitos e dificilmente conseguirão eleger um sucessor do mesmo partido.
freebet rollover BBC Brasil - O senhor acha que esse pleito ganha um peso diferente do que eleições anteriores? É possível pensarfreebet rollovervoto mais consciente por conta da carga política dos últimos meses?
freebet rollover Almeida - Acho que o voto será mais desanimado, mais descrente nessas eleições. As pessoas sabem que precisam da política, que vai haver um prefeito, vereadores, mas elas estão desanimadasfreebet rolloverfunçãofreebet rollovertodos os escândalos. Há uma certa descrença com relação à atividade política, que sempre houve, mas está mais acentuada. Então que será uma eleição marcante nesse aspecto.
freebet rollover BBC Brasil - Será difícil mudar essa sensaçãofreebet rolloverdesânimo e descrença?
freebet rollover Almeida - Isso leva tempo, eu acho que existe um peso relevante da crise econômica, porque quando você tem uma piora no bem-estar da população como nós tivemos nos últimos dois anos, somado a escândalosfreebet rollovercorrupção, o cenário se complica. Tem impacto relevante na credibilidade do sistema.
freebet rollover BBC Brasil - Essas eleições municipais marcam o iníciofreebet rolloveralgumas mudanças na lei eleitoral, com destaque para as campanhas mais curtas e o fim das doaçõesfreebet rolloverempresas. Essas mudanças alteraramfreebet rolloverfato alguma coisa?
freebet rollover Almeida - Desse experimento, há dois destaques: alguns apontam que os candidatos mais conhecidos serão beneficiados, outros estão aguardando. No meio político, há um consensofreebet rolloverque a duração menor da campanha foi positiva porque retirou um pesofreebet rollovergastofreebet rollovercampanha. Agora, a proibiçãofreebet rolloverdoaçãofreebet rolloverempresas pode ser revertida porque dificultou o financiamentofreebet rolloveruma campanha.
freebet rollover BBC Brasil - Pensandofreebet rollover2018, que papel tem essa eleição agora no próximo pleito presidencial?
freebet rollover Almeida - É mais limitado porque são lógicas diferentes. Na eleição presidencial, o que se aplica é uma lógica nacional do voto, embora os prefeitos possam ser importantes para esse apoio daqui a dois anos.
freebet rollover BBC Brasil - Ainda pensando na "cabeça do eleitor", é fácil perceber que há uma confusão sobre as responsabilidades e a alçadafreebet rollovercada uma das esferas do governo: municipal, estadual e federal. Pensando nisso - e que essa separação nem sempre é clara para o eleitor - o que exatamente pesa na horafreebet rolloverele escolher um candidato a prefeito ou vereador?
freebet rollover Almeida - Essa confusão é normal porque o sistema é confuso mesmo. Pense no exemplo da educação, que no nível fundamental é do município, no médio é do estadual e no superior, federal. Apesar da confusão, o eleitor sabe quem cuida do quê. Ele sabe, por exemplo, que desemprego e inflação estão na esfera do governo federal.
O Brasil já teve muitas agendas municipais. Até recentemente, a pauta principal era a pavimentação - as pessoas moravamfreebet rolloverruas não asfaltadas, sem calçamento, mas esse problema vem sendo resolvido nos últimos 20 anos - não está completamente sanado, mas vem melhorando e essa agenda se tornou menos importante. E assumiu um destaque maior uma agenda que já estava presente nos últimos anos, que é a agenda do serviço públicofreebet rolloversaúde, caótico na maioria dos municípios brasileiros.
Não por acaso muitos prefeitos são médicos. De modo geral, o candidato que conseguir conjugar, durante a campanha, a colocação como candidatofreebet rolloveroposição e se posicionar como aqueles que melhor conseguirão lidar com os problemas da saúde pública e encontrar saídas e soluções, se tornarão favoritos. O médico é uma pessoa distante dos mais pobres no Brasil, e com as prefeituras quebradas como estão, as soluções para a saúde ganham um papel fundamental nesta eleição - esse é um problema que as prefeituras ainda não conseguiram lidarfreebet rollovermaneira adequada.