Por que há mais casosroletas personalizadasmicrocefalia no Brasil do queroletas personalizadasoutros países afetados por zika?:roletas personalizadas
De acordo com o último boletim epidemiológico da Organização Pan-Americanaroletas personalizadasSaúde (Opas), até agosto foram confirmados 1.845 casosroletas personalizadasbebês nascidos com más-formações no Brasil,roletas personalizadasuma populaçãoroletas personalizadas206 milhões.
O segundo país a registrar maior incidênciaroletas personalizadasmás-formações congênitas é a Colômbia, com 29 casos confirmadosroletas personalizadasuma populaçãoroletas personalizadas47 milhões.
Em uma comparação simplificada, o Brasil tem população cercaroletas personalizadas4,3 vezes maior do que a do vizinho, mas registra 63 vezes mais casosroletas personalizadasmás-formações.
Ao todo, infecções por zika foram observadasroletas personalizadas72 países desde 2007, porém apenas 20 desses reportaram más-formações no sistema nervosoroletas personalizadasbebês associadas ao vírus. Entre eles, quatro foram episódiosroletas personalizadasinfecção ocorridos fora do território.
Possibilidades
Diversas teorias procuram explicar a razão dos altos índicesroletas personalizadasmicrocefalia observados particularmente no Brasil, mas até o momento nenhuma é conclusiva.
O argumento mais aceito eraroletas personalizadasque os surtos haviam iniciado anteriormente no Brasil e se alastrado para o resto da América Latina, portanto seria apenas uma questãoroletas personalizadastempo até a microcefalia atingir altos números na região como um todo.
Essa profecia, porém, ainda não se concretizou, deixando o Brasil numa indesejável e solitária liderança estatística.
Para o virologista da USP Paolo Zanotto, a cepa (linhagem) do vírus, o lapso do tempo desde o início da epidemia, a interação com outras doenças e as condições socioeconômicas são os fatores mais prováveis por trás da discrepância.
Na reunião da OMS debateu-se extensamente se a versão do zika que provocou a epidemia no Brasil -roletas personalizadasorigem asiática e comprovadamente associada à microcefalia - seria mais perigosa do queroletas personalizadasgêmea, a cepa africana.
"As epidemias com a cepa africana vêm ocorrendo há vários anos, mas ninguém realmente as observou. Então a pergunta é: estaria a africana também causando microcefalia?", questionou Peter Salama, diretor-executivo para surtos e emergências da organização.
"Estamos analisando as diferenças entre as cepas. Isso está sendo investigado", reforçou Heymann.
Zanotto ressalta que a desproporcionalidaderoletas personalizadascasos nos Brasil depende da compreensão do fenômeno como um todo. O lapso do tempo desde o início da epidemia e o nívelroletas personalizadasprevalência do vírus seriam os parâmetros corretos para essa aferição.
"A gente precisaria ter estudosroletas personalizadassorologia retroativos nas populações para entenderroletas personalizadasque ponto estamos, quantas pessoasroletas personalizadasfato foram infectadas. Um milhão? Cinquenta milhões? Precisamos saber isso para poder calcular os casosroletas personalizadasmicrocefalia com um denominadorroletas personalizadasfato."
"Imagine se no Nordeste (do Brasil) 80% da população já tiver sido infectada? Aí os númerosroletas personalizadasmicrocefalia fariam sentido. Mas, se menosroletas personalizadas2 milhões tiverem sido infectados, ainda haveria muitos milhões (de pessoas vulneráveis). Aí a doença ficaria muito mais complicada do que parece", explicou.
Cofatores
"É necessário que haja estudos completos, com gruposroletas personalizadascontrole, para estabelecer se existem ou não outros aspectos envolvidos. Isso é principalmente por conta da diferença entre as manifestações (do vírus)roletas personalizadasdiversos países", afirmou Heymann.
O diretor-executivo destacou que a particularidade brasileira é "uma questãoroletas personalizadasaberto". "Há muitos estudosroletas personalizadasandamento, inclusive com gruposroletas personalizadascontrole, especialmente no Nordeste do Brasil, para explicar as variações entre as incidênciasroletas personalizadascomplicações."
Ele enumerou aspectos genéticos, alimentares eroletas personalizadascontaminação ambiental como exemplos. "Há uma extensa gamaroletas personalizadasfatores que precisa ser avaliada para entendermos exatamente a causa", agregou.
O desafio dos cientistas não é apenas definir quais cofatores impactaram a má-formação dos bebês, mas também avaliar a interação entre eles, já que possivelmente ocorrem simultaneamente.
"No Nordeste, há uma prevalênciaroletas personalizadasdengue muito mais alta do que no resto do Brasil. Cercaroletas personalizadas80% da população já teve dengue. Pesquisas já mostraram que isso pode ser um intensificador do problema", disse Zanotto.
Outro ponto destacado por Zanotto é o índiceroletas personalizadasdesenvolvimento humano (IDH), referência utilizada para avaliar a condição socioeconômica da população. De acordo com o professor, a maioria dos bebês afetados nasceuroletas personalizadascomunidades cujo IDH é baixo.
"Temos evidênciaroletas personalizadasque o fator socioeconômico está relacionado também - pode ser relacionado à má nutrição ou à exposição a outras doenças."
"Há várias coisas que podem ser a razão (da alta incidênciaroletas personalizadasmicrocefalia) e estamos tentando produzir pesquisasroletas personalizadasvárias linhas pra tentar ficar sensível às respostas que venham dessas diferentes hipóteses", concluiu.