Os judocas do Congo que eram presosplataforma booijaulas após derrotas e foram ao jogos do Rio:plataforma booi

Legenda do vídeo, Os judocas do Congo presosplataforma booijaulas após derrotas que sonham com ouro no Rio

Os congoleses vieram ao Brasil disputar uma competição internacional três anos atrás. Mas contam que o chefe da delegação congolesa os deixou no hotel sem dinheiro nem passaportes.

"Não aguenteiplataforma booifome. Fugi", lembra Yolande.

Acabaram ficando por aqui. Mas ela e Popole reviveram no Brasil algo que haviam experimentadoplataforma booiseu país natal: abandono, maus-tratos e fome.

Popole Misenga
Legenda da foto, No país há três anos, Popole Misenga vive com o filho na favela Cinco Bocas
Yolande Bukasa
Legenda da foto, Yolande Bukasa ainda moraplataforma booifavor na casaplataforma booioutras pessoas na Zona Norte do Rio

"Passei fome tantas vezes que me acostumei", diz Yolande.

Quando crianças - ela aos dez anosplataforma booiidade, ele, aos sete -, os dois deixaram suas casas sem olhar para trás. Moradores da região do Bukavu, área fronteiriça com Ruanda, eles sobreviveram à sanguinária guerra civil congolesa, que dexou cercaplataforma booi6 milhõesplataforma booimortos e maisplataforma booi500 mil refugiados.

"Eu, criança pequena, voltei da escola e saí na rua pra brincar. E nunca mais voltei pra casa", lembra Yolande, que não teve, desde então, notíciasplataforma booisua família.

Popole fugiu para a floresta. "Comia frutas". Acabou resgatado e levado a um centro para crianças refugiadas, na capital Kinshasa. Ali, conheceu Yolande, quando ambos começaram a praticar judô.

Campeõesplataforma booiseu país, começaram a viajar com a seleção nacional.

Popole Misenga
Legenda da foto, Popole já foi campeão africanoplataforma booijudô e espera conseguir uma medalha nos Jogos
Yolande Bukasa
Legenda da foto, Quando perdia, Yolande era punida ficando presaplataforma booiuma jaula por dias

"Quando vencíamos, ganhávamos algum dinheiro. Quando perdíamos, nos colocavam numa jaula", relembra Yolande.

Já no Rio, ao deixarem o hotel, foram ajudados por angolanos e congoleses que os levaram para a regiãoplataforma booiBrásplataforma booiPina.

Popole logo foi apelidado pelos vizinhosplataforma booiCinco Bocasplataforma booiPopó. Conheceu a brasileira Fabiana e teve um filho. Yolande ainda luta para conseguir um lugar para morar.

A ajuda mais concreta que receberam foi do Instituto Reação, do ex-judoca e medalhista Flávio Canto.

"Alémplataforma booitreinamento, nós temos uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e preparador físico. Eles têm uma cesta básica e um kimono", lista o treinador Geraldo Bernardes, quatro vezes à frente da equipe olímpica brasileira e responsável pelas atividades no Reação.

Geraldo Bernardes
Legenda da foto, O sensei Geraldo Bernardes treina a dupla no Instituto Reação

Geraldo reconhece que as chancesplataforma booimedalha dos dois atletas não são grandes, mas se diz confiante.

Popole Misenga

Crédito, AP

Legenda da foto, Popole derrotou Avtar Singh, da Índia, emplataforma booiprimeira luta nos Jogos Olímpicos

"Técnico que é técnico tem que acreditar nas coisas improváveis."