'Mais que escravidão, escola deve mostrar o que fazemosslots de gelo paga mesmobom no Brasil', diz rapperslots de gelo paga mesmo12 anos que cantará na Rio 2016:slots de gelo paga mesmo

MC Soffia

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Legenda da foto, Para rapper, que tem 12 anos, professores devem fazer maior esforço para mostrar conquistas dos negros, alémslots de gelo paga mesmoeducar contra racismo

"Eu fiquei pensando: 'eu, abrir Olimpíada, quem sou eu', né. Aí depois comecei a entender que ia representar bastante gente. Estou representando as meninas, as mulheres, as crianças negras", afirma.

Para Soffia,slots de gelo paga mesmoapresentação também ajuda a mostrar positivamente o trabalho e as conquistas dos negros, algo que ela acha que deveria ser obrigatório nas escolas.

"Algumas escolas já falam desses assuntos (racismo e cultura negra), mas acho que tem que ter mais. E não explicar só que nós fomos escravos, explicar o que nós fazemosslots de gelo paga mesmobom aqui no Brasil. E os índios também."

Defesa contra preconceito

Soffia conheceu o hip hop e o movimentoslots de gelo paga mesmomulheres negras por causa da mãe, a produtora cultural Kamilah Pimentel,slots de gelo paga mesmo30 anos.

"Criamos estratégias para que ela não sofresse tanto com o racismo ou que, se fosse ofendida, soubesse se defender. Por exemplo, minha mãe fazia bonecas negras para ela brincar, para que se reconhecesse na brincadeira", disse Kamilah à BBC Brasil.

Mesmo assim, aos 5 anos, Soffia disse à mãe que "queria ser branca e ter o cabelo liso". "Mesmo que exista uma conscientização, era eu contra uma sociedade que diz que a gente tem que seguir um padrãoslots de gelo paga mesmobeleza. O primeiro contato das crianças com o racismo é na escola", afirma Kamilah.

Soffia e as mulheresslots de gelo paga mesmosua família

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Legenda da foto, Mãe e avósslots de gelo paga mesmoSoffia criaram "estratégias", como bonecas negras e livros sobre cultura africana, para protegê-la do preconceito

Soffia diz que já foi chamadaslots de gelo paga mesmo"neguinha do cabelo duro" eslots de gelo paga mesmo"macaca". Mas agora sabe o que responder.

"Hoje eu digo: 'Meu cabelo não é duro, meu cabelo é crespo. Duro é o seu preconceito' e 'Macaco é o racista, que ainda não evoluiu para poder ser chamadoslots de gelo paga mesmohomem ou mulher'. Estou procurando mais frases como essa."

Ela afirma que os professores também são responsáveis pelos insultos que crianças negras ouvem nas escolas.

"As professoras só mandam pedir desculpa, mas tem que explicar sobre a questão. Existe uma leislots de gelo paga mesmo2003 para que elas falem sobre isso (a lei determina que escolas ensinem História e Cultura Afro-Brasileira)", afirma.

Emslots de gelo paga mesmoescola, que ficaslots de gelo paga mesmoCotia, região metropolitanaslots de gelo paga mesmoSão Paulo, ela diz que racismo e bullying são questões discutidas, muitas vezes por meioslots de gelo paga mesmofilmes.

"No final da aula todas as crianças fazem a roda para explicar o que entenderam do filme, o que não acharam legal. Mas acho que eles não adiantam muito", reclama.

"Os filmes só mostram que os negros estão sofrendo racismo, que são empregados e escravos. Mas eles também deveriam mostrar coisas boas sobre os negros. Algumas amigas brancas ficam se sentindo superiores e dizem: 'Eu gostoslots de gelo paga mesmoser branca para não sofrer isso'."

Para a garota, as "coisas boas" seriam mais exemplosslots de gelo paga mesmomulheres e homens negrosslots de gelo paga mesmoposiçõesslots de gelo paga mesmodestaque na sociedade. "Ela quer mais exemplosslots de gelo paga mesmocomportamento, negros médicos, juízes, pessoasslots de gelo paga mesmosucesso", explica a mãe.

MC Soffiaslots de gelo paga mesmoshow

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Legenda da foto, Soffia diz que crianças brasileiras precisam assumir que são negras e manifestar-se contra racismo

'Mais como nos EUA'

A convivência com mulheres e homens militantes do movimento negro também fez com que Soffia acompanhasse maisslots de gelo paga mesmoperto a mobilização contra as mortesslots de gelo paga mesmojovens negros na periferia. Para ela, as crianças precisam se manifestar juntamente com os adultos e "assumir" a própria cor.

"Aqui no Brasil deveria ter um pouquinho mais igual aos Estados Unidos,slots de gelo paga mesmoque se um preto morre fazem manifestações. Tem menos negros lá, mas eles vão, fazem, falam", afirma.

"Aqui também poderia ser assim, se as crianças que são negras não tivessem vergonhaslots de gelo paga mesmofalar. Porque às vezes elas são um pouquinho mais claras e já acham que não são (negras)."

Nas suas canções, ela afirmaslots de gelo paga mesmonegritude exaltando as bonecas negras Makena ("Barbie é legal, mas eu prefiro a Makena africana"), que ganhava da avó, e os cabelos afro ("Na minha história, Rapunzel tem dread").

Soffia faz entre dois e quatro showsslots de gelo paga mesmohip hop por mês, mas diz ter bastante tempo para brincar. E para alémslots de gelo paga mesmoquerer o fim do preconceito contra meninas como ela, sonha alto com seu futuro profissional.

"Quero ser cantora, atriz, modelo, jogadoraslots de gelo paga mesmofutebol,slots de gelo paga mesmobasquete,slots de gelo paga mesmovôlei, skatista e médica", diz.

"Meu sonho é cantar com a Beyoncé, com a Nicki Minaj e com a Rihanna, nós quatro, num show assim bem grande, mas com a maioria do público meu, né."