A fonoaudióloga que quer transformar policiaisbonus gratis no cadastro'princípes' com métodobonus gratis no cadastronão-violência:bonus gratis no cadastro
No primeiro semestrebonus gratis no cadastro2015, foram registradas 73 mortesbonus gratis no cadastroáreasbonus gratis no cadastroUPPs, 17 classificadas como homicídios decorrentesbonus gratis no cadastrointervenção policial. Do outro lado, seis policiais militares morreram no período, segundo o Institutobonus gratis no cadastroSegurança Pública (ISP) do governo do Estado.
Entre as lições do cursobonus gratis no cadastroduas horas estão desfazer a "carabonus gratis no cadastrotigre" - carabonus gratis no cadastromau ensinada no treinamento -, controlar o tombonus gratis no cadastrovoz e usar abraços para criar laços com os locais.
"Para isso, falo do funcionamento do cérebro. Digo: vocês querem agir pelo tronco encefálico, o cérebro primitivo-reptiliano, o dos sapos? Ou querem ser homens e usar as capacidadesbonus gratis no cadastroraciocínio que só o ser humano tem?"
Voluntária na polícia, Mônica Azaritti assessora o Bope desde 2014, especialmente sobre negociaçãobonus gratis no cadastroreféns. No ano passado, foi convidada a orientar as UPPs. De lá para cá, maisbonus gratis no cadastro3 mil homens assistiram suas aulas.
O que paga as contas, diz, são seus trabalhos como perita e professorabonus gratis no cadastropós-gradução. Especialistabonus gratis no cadastroleitura comportamental, faz análisesbonus gratis no cadastrodepoimentos e delações, entre elas abonus gratis no cadastroPaulo Roberto Costa e Alberto Youssef, envolvidos na Operação Lava Jato.
Neurociência
A transformação citada por Azzariti passa pela neurociência. Ao falar sobre o cérebro, ela quer impedir comportamentos impulsivos e os erros que eles trazem.
A fonoaudióloga usa dois conceitos: a fisiologia da primeira impressão e a primazia do negativo.
O primeiro trata dos perfisbonus gratis no cadastropessoas e situações que construímosbonus gratis no cadastronossas mentes e podem representar um perigo, por exemplo. Quando identificamos algum deles, reagimos. Azzariti explica que, por trabalharembonus gratis no cadastroambientes instáveis, os PMs têm essas reações mais afloradas.
"Todos temos algum tipobonus gratis no cadastropreconceito inconsciente, mas eles têm isso muito forte porque suas vidas estãobonus gratis no cadastrorisco. É o que faz policiais atirarembonus gratis no cadastropessoas que estão segurando uma furadeira. Às vezes tomam atitudes automáticas,bonus gratis no cadastroautoproteção."
O segundo termo diz respeito aos pensamentos negativos que imperam nos soldados. Eles sempe esperam o pior, porque foram treinados assim.
"É uma espéciebonus gratis no cadastroblindagem. É o melhor? É correto? Não. Mas é fisiológico. Tento conscientizá-los para que racionalizem mais."
Uma das situações que Azzariti trabalha é a relação com os líderes comunitários, muitas vezes conflituosa. Ao dar um recado ao representante da comunidade, o policial pode ouvir um "vocês não mandam na gente".
Em vezbonus gratis no cadastrogritar, ele é orientado a observar a ação sem julgar ou criticar, reconhecer os sentimentos que estão ali, identificar o que é preciso para resolver o problema e saber o que pedir e como pedir. Essa é a metodologia da Comunicação Não Violenta.
Moradores, não bandidos
Questionada sobre a aplicação do método quando há suspeitosbonus gratis no cadastrocrimes, a fonoaudióloga destaca que ele serve para o contato com os moradores, não com "bandidos".
"Os policias usam o termo 'vagabundo'. Eles conhecem muito bem. O tratamento é para todo cidadão que não está cometendo nenhum tipobonus gratis no cadastrodelito."
As revistas nos moradores, prática bastante criticada por ONGsbonus gratis no cadastrodireitos humanos, é defendida pela especialista.
Prevenir crimes, diz Azzariti, é função dos policiais. Mas há formas e formasbonus gratis no cadastrorevistar alguém. Nabonus gratis no cadastroopinião, abordar pessoas com educação diminuiria o constrangimento.
Apesar da importância das lições para evitar episódios violentos, ela diz que sempre há resistência nas primeiras aulas.
"Tenho que convencê-losbonus gratis no cadastroque precisam usar as estratégias. Chegam blindados e preciso desconstruir isso. Por isso é tão apaixonante."
Depois da persuação, há fotos ao lado da instrutora, mensagensbonus gratis no cadastroagradecimento e até aplicação das técnicas nos casamentos dos PMs: "dizem 'professora, vou usar isso com a minha mulher".
Origem dos problemas
Os problemasbonus gratis no cadastrocomunicação, são, para a fonoaudióloga, explicados por dois fatores-chave: as condições ruinsbonus gratis no cadastrotrabalho e a visão negativa que a sociedade tem dos policiais. Eles aumentariam o estresse, facilitando posturas mais agressivas.
"Eles dizem 'Ah, a senhora não sabe, tem serviçobonus gratis no cadastroque a gente fica 24 horas, 12 horasbonus gratis no cadastropé e recebe um pão duro com mortadela verde e água'. E, realmente, não tem água para beberem, não tem lanche, sem falar que trabalham muito."
Além disso, a perita diz que a população não está disposta a conversar com os policiais e que culpa toda a corporação pelos erros cometidos por parte dela. Segundo Azzariti, o perfil do soldado mudou, mas a maioria continua pagando pelos equívocos do passado, quando a brutalidade era a única via.
"Antigamente havia um perfil truculento. Um soldado teria dificuldade para ler e escrever. Hoje há soldados que fazem pós-graduação e isso transforma completamente seu perfil. Vejo formadosbonus gratis no cadastroPedagogia, Arquitetura, Engenharia. As coisas mudaram."