Quatro faces do estadofutebol ao vivo e onlinecalamidade pública no Rio:futebol ao vivo e online

Riofutebol ao vivo e onlineJaneiro

Crédito, Tasso Marcelo

Legenda da foto, Estadofutebol ao vivo e onlinecalamidade permitiu ao Rio receber recursos da União
Carla Avesani diz não ter verbas suficientes para gastos mensais do Institutofutebol ao vivo e onlineNutrição da UERJ, do qual é vice-diretora

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Carla Avesani diz não ter verbas suficientes para gastos mensais do Institutofutebol ao vivo e onlineNutrição da UERJ, do qual é vice-diretora

futebol ao vivo e online 1 - 'Fazemos vaquinha para pagar limpeza das salas e banheiros. Papel higiênico e café pagamos com o que sobrou da verbafutebol ao vivo e online2015'- Carla Avesani, 43 anos, Professora e vice-diretora do Institutofutebol ao vivo e onlineNutrição da Universidade Estadual do Riofutebol ao vivo e onlineJaneiro (UERJ)

"Fui afetada porque meu trabalho como professora foi completamente impactado pela crise do Estado e não consigo exercer meu papelfutebol ao vivo e onlineensinar. Também sofri reflexos como pesquisadora e como gestora, porque no papelfutebol ao vivo e onlinevice-diretora do Institutofutebol ao vivo e onlineNutrição da UERJ não tenho verbas suficientes para os gastos mensais.

Na área da limpeza, o Estado rompeu o contrato com a empresa terceirizada que prestava o serviço, então fazemos vaquinha entre os professores para manter salasfutebol ao vivo e onlineaula, laboratórios e banheiros limpos. Já houve até mutirãofutebol ao vivo e onlineque nós professores e diretores limpamos, para chamar a atenção para a situação. É um desrespeito à população do Riofutebol ao vivo e onlineJaneiro.

A grevefutebol ao vivo e onlineprofessores, técnicos e alunos da UERJ começou no iníciofutebol ao vivo e onlinemarço e desde então mantivemos somente os estágios dos últimos semestres, para não impedir a formatura dos alunos, e os programasfutebol ao vivo e onlinepós-graduação, que operam com bolsas externas. Por isso ainda temos papéis, materiais, papel higiênico e café, com o que sobrou da verbafutebol ao vivo e online2015, mas falta insumofutebol ao vivo e onlinelaboratório. Se eu tivesse todos os alunos frequentando as aulas, tudo isso já teria acabado há muito tempo.

Eu tenho muito orgulho da UERJ e dos profissionais que atuam na universidade. Há muita gente boa e bem intencionada, e é um descaso deixar um local que gera conhecimento nesta precariedade. É um prejuízo para o Estado e para o país.

Pessoalmente ainda não contraí dívidas porque estou usando reservas, mas não sei quando vou receber a segunda metade do saláriofutebol ao vivo e onlinejunho. Sou casada e tenho dois filhos, e este é meu rendimento, meu direito como trabalhadora, que uso para as despesas básicas e para pagar a escola deles. Para os alunos, já vejo impactos com a possibilidadefutebol ao vivo e onlineevasão caso esta situação se arraste. Já estamos recebendo pedidosfutebol ao vivo e onlinetransferência para outras universidades, e temo que docentes também saiam.

Em vezfutebol ao vivo e onlinepriorizar ensino e saúde, que são deveres do Estado e direitos do cidadão, o governo estadual está priorizando atender a uma Olimpíada, que eu nem sei como vai ocorrer diantefutebol ao vivo e onlineum Estado falido".

Policial civil, Fábio Neira diz que deixoufutebol ao vivo e onlineimprimir boletinsfutebol ao vivo e onlineocorrência por faltafutebol ao vivo e onlinepapel e tinta para impressora

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Policial civil, Fábio Neira diz que deixoufutebol ao vivo e onlineimprimir registrosfutebol ao vivo e onlineocorrência por faltafutebol ao vivo e onlinepapel e tinta para impressora

futebol ao vivo e online 2 - 'Há policiais fazendo vaquinha para comprar comida para os presos ou então procurando os familiares dos detentos para trazerem refeições. Não se pode deixar o preso morrerfutebol ao vivo e onlinefome' - Fábio Neira, policial civil há maisfutebol ao vivo e online30 anos, comissáriofutebol ao vivo e onlinepolícia e presidente da Coligação dos Policiais Civis do Estado do RJ

"Meses atrás começamos a não imprimir mais os Boletinsfutebol ao vivo e onlineOcorrência por faltafutebol ao vivo e onlinepapel efutebol ao vivo e onlinetinta para a impressora. Hoje as viaturas estão sem manutenção, as armas dos policiais têm defeitos comprovadosfutebol ao vivo e onlinelaudo próprio e há unidades do IML (Instituto Médico Legal) que não estão podendo fazer necrópsias, sendo um dos motivos a falta do pessoalfutebol ao vivo e onlinelimpeza, terceirizado. A centralfutebol ao vivo e onlineinformática que unifica as informações da polícia civil no Estado está parandofutebol ao vivo e onlinefuncionar. São coisas que afetam diretamente o trabalho da polícia e a vida do cidadão.

Nas delegacias já estamos sem o pessoal que faz o primeiro atendimento, no balcão, e sem psicólogos. Estamos sem verba para pagar pela alimentação dos presos temporários nas cadeias dentro das delegacias, e há policiais fazendo vaquinha para comprar comida para os presos, fazendo fiadofutebol ao vivo e onlineestabelecimentos conhecidos ou então procurando os familiares dos detentos para trazerem refeições. Não se pode deixar o preso morrerfutebol ao vivo e onlinefome. Chegamos a este ponto.

Assim como todos os outros servidores do Estado estamos com metade do saláriofutebol ao vivo e onlinejunho atrasada, mas no nosso caso há também as horas extras. É um sistema para compensar o deficitfutebol ao vivo e onlinepoliciais. Por lei, o Estado precisaria ter 23 mil policiais e tem somente 10.500. Um policial geralmente trabalha 24h e folga três dias. E com o regimefutebol ao vivo e onlinehoras extras, conhecido como RAS, o Estado compra as folgas e o agente trabalha nestes dias também. Estamos sem receber estas horas desde janeiro.

Uma das finalidades da verba obtida com o Governo Federal seria regularizar as horas extras para suprir o deficit, mas ainda não recebemos nada. Não tem como fazer milagre da multiplicação, não há policiais suficientes.

Sou casado e tenho duas filhas, e o que aconteceufutebol ao vivo e onlineimpacto pessoal é que você fica desorganizado, desnorteado. Tive que fazer usofutebol ao vivo e onlinereservas, mas há policiais mais jovens passando dificuldades mesmo, sem dinheiro para condução, sem gasolina para ir trabalhar e sem verba para se alimentar. Estamos propondo que eles se apresentem para trabalhar nas delegacias mais próximasfutebol ao vivo e onlinesuas casas.

Na Olimpíada eles vão encher isso aquifutebol ao vivo e onlinemilitares. Mas e se prenderem alguém e nós estivermos nessa situação, com as delegacias a pontofutebol ao vivo e onlinefechar? E depois da Olimpíada? O Estado mostra seu lado mais perversofutebol ao vivo e onlinetemposfutebol ao vivo e onlinecrise. Você não vê tentativasfutebol ao vivo e onlinereverter as isenções fiscais,futebol ao vivo e onlinecortar cargos comissionados, vender patrimônio. Quem está pagando a conta é o servidor e a população".

O médico André Fernandes dizfutebol ao vivo e onlineem 22 anos trabalhando na área nunca viu situação "tão grave"

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Legenda da foto, O médico André Fernandes dizfutebol ao vivo e onlineem 22 anos trabalhando na área "nunca" viu situação "tão grave"

futebol ao vivo e online 3 - 'Só recebi metade do salário, efutebol ao vivo e online22 anos neste hospital nunca vi situação tão grave'- André Fernandes, 47 anos, médico anestesista do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)

"Estou no HUPE há 22 anos, e trabalho como anestesista no centro cirúrgico, que neste momento passa por paralisação parcial. De oito salas, somente cinco estão funcionando, e nesta semana houve um diafutebol ao vivo e onlineparalisaçãofutebol ao vivo e onlinealerta,futebol ao vivo e onlineque nenhuma cirurgia foi feita. Há redução dos funcionários da limpeza, terceirizados, e só dão contafutebol ao vivo e onlinemanter cinco salas limpas. Houve uma épocafutebol ao vivo e onlineque eles comiam comida do hospital e não tinham dinheiro para o ônibus, porque estavam sem receber.

Mesmo após uma liminar da Justiça dizendo que os primeiros R$ 7,5 milhões que entrassem na conta do Governo do Estadofutebol ao vivo e onlinearrecadação teriam que ser obrigatoriamente repassados ao HUPE, só recebemos metade dessa que é a verba mínima para o funcionamento mensal do hospital.

Estamos abertos, mas com internações e procedimentos limitados. Há um impacto gravíssimo para a população. Não se tratafutebol ao vivo e onlineum hospital qualquer. Somos uma unidadefutebol ao vivo e onlinealtíssima complexidade. Fazemos cirurgiasfutebol ao vivo e onlinecâncer, transplantes, atendemos pacientes com doenças raras, e ainda maternidadefutebol ao vivo e onlinealto risco.

Se passar da época da cirurgia, um paciente com câncer operável pode estar morto. Mesma coisa com casosfutebol ao vivo e onlinecirurgias cardíacas. São coisas graves, as pessoas estão correndo contra o relógio.

Pessoalmente, sou casado e tenho dois filhos. Tem impacto no orçamento a mudançafutebol ao vivo e onlinedata do recebimento do salário e ofutebol ao vivo e onlinejunho recebemos só a metade. Meus filhos,futebol ao vivo e online13 e 17 anos, foram assaltados perto do Palácio Guanabara (sede do Governo do Estado), local que a gente imagina que seria o mais policiado do Rio, mas não se vê mais polícia por aqui.

Sou afetado pela crisefutebol ao vivo e onlinetodas essas maneiras. A gente fica completamente desnorteado e desmotivado. O estadofutebol ao vivo e onlinecalamidade pública é só o prenúnciofutebol ao vivo e onlinealgo muito maior que está por vir. Já lutamos por equipamentos, materiais, melhorias salariais, já nos acostumamos a usar quatro seringasfutebol ao vivo e online5 ml por não termos afutebol ao vivo e online20 ml. Masfutebol ao vivo e online22 anos nunca tinha visto nada desse tipo".

Edson Diniz

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Legenda da foto, Edson Diniz fala sobre descumprimentofutebol ao vivo e onlinepromessafutebol ao vivo e onlineUPP na favela da Maré

futebol ao vivo e online 4 - 'As pessoas ficam cansadasfutebol ao vivo e onlinepromessas que não se cumprem. Não houve explicação oficial. O que acontece agora? Qual é o plano?'- Edson Diniz, 45 anos, morou 40 anos na Maré, é diretor da ONG Redes da Maré e professorfutebol ao vivo e onlineHistória e doutorandofutebol ao vivo e onlineEducação na PUC-Rio

"Anos atrás quando começou-se a divulgar que a Maré teria quatro UPPs criou-se uma expectativafutebol ao vivo e onlinecomo seria a relação com a polícia. Se continuaria sendo conflituosa ou se teria avanços. A expectativa dos moradores, no entanto, erafutebol ao vivo e onlineque a vida melhoraria. Depois dessa fase tivemos a fase da ocupação do Exército, que promoveu um certo abafamento da violência, e no início do processo os moradores se sentiram um pouco mais seguros. Depois houve confronto dos militares com a população, e foi desgastante para os dois lados.

A promessa erafutebol ao vivo e onlineque ao término da ocupação viria a UPP, mas os militares saíram e a promessa foi quebrada por conta da crise, sem apresentaçãofutebol ao vivo e onlineum plano ou alternativa. Houve um retrocesso, e voltamos à situação anterior. A polícia voltou a fazer incursões, há sempre perigofutebol ao vivo e onlinetiroteio. Não temos UPP e não temos alternativa.

Agora com a Olimpíada há chancefutebol ao vivo e onlinehaver um cerco dos militares, um cinturãofutebol ao vivo e onlinetorno da comunidade, algo que já ocorreu nos Jogos Panamericanos e na Rio+20. Os moradores se sentem intimidados e usados nesses momentos, com tanquesfutebol ao vivo e onlineguerra nos principais pontosfutebol ao vivo e onlineentrada e saída apontando para dentro da favela, caminhões com soldados.

A população vai ficando descrente do poder público com as promessas não cumpridas. Houve a construçãofutebol ao vivo e onlineuma escola técnica aqui, uma Faetec. A escola está pronta, mas com a crise não há professores, não foi inaugurada. E o morador nem ficou sabendo por que não está funcionando.

Houve a construção das Escolas do Amanhã, mas com a violência muitos professores não querem vir trabalhar na Maré. Na minha opinião a proximidade com o aeroporto internacional bota a Maré no mapa quando há os grandes eventos, é uma comunidade muito politizada, que é muito visível. Mas por outro lado há repressão o tempo todo.

É claro que é importante você ter maior locomoção na cidade, o Museu do Amanhã, o metrô. Mas eu me pergunto o que essas melhorias oferecem para quem mais precisa? Se tudo isso for ajudar somente a atrair mais investimento para as áreas com maior especulação imobiliária, não serve para os que mais precisam".