OMS 'desconvida' cientistas críticos à Olimpíada para reunião sobre Zika; entenda polêmica:bet77 bonus
Na carta, o grupobet77 bonusespecialistas pede que a organização "reveja urgentemente" suas recomendações sobre a doença e alega que o governo brasileiro fracassou no combate ao mosquito Aedes aegypti.
A organização então volta atrás. "Dadas as suas preocupações, a OMS está reconsiderandobet77 bonusintenção inicial e voltará a entrarbet77 bonuscontato para informar se você será convidado ou não para o comitê emergencial."
À BBC Brasil, o especialista canadense Attaran, destinatário das mensagens, classificou a recusa como "faltabet77 bonustransparência".
"Meu palpite é que eles estejam verdadeiramente preocupados com a possibilidadebet77 bonusque mudemos a cabeçabet77 bonuspessoas que estarão no comitê", disse. "Mas este não é o tipobet77 bonuspreocupação que uma organização intelectualmente honesta deveria ter."
Procurada pela reportagem, a OMS afirmou que a agenda e os participantes do comitê emergencial "ainda estão sendo definidos".
A organização não respondeu às perguntas relacionadas à trocabet77 bonuse-mails e ao "desconvite" ao pesquisador canadense. Sobre o comitê emergencial, convocado para Genebra, na Suíça,bet77 bonus14bet77 bonusjulho, a OMS afirmou que "especialistasbet77 bonusvários perfis apresentarão pesquisas e informações relevantes sobre o surto, incluindo o que já foi identificado sobre a microcefalia e outras malformações neonatais e neurológicas como a síndromebet77 bonusGuillain-Barre".
"O comitê vai rever a situação e determinar se a designaçãobet77 bonus'Emergênciabet77 bonusSaúde Públicabet77 bonusInteresse Internacional' ainda se aplica, alémbet77 bonusquais recomendações deverão ser adicionadas, modificadas ou intensificadas. A Olimpíada é uma parte dos vários temas que serão discutidos", prossegue a OMS.
Riscos
A discordância na comunidade científica ganhou corpo no último dia 27, quando o grupobet77 bonusespecialistasbet77 bonussaúde, direito, bioética e esportes enviou carta aberta à OMS afirmando que a manutenção dos jogos no Rio seria "antiética".
"Um risco desnecessário é colocado quando 500 mil turistas estrangeirosbet77 bonustodos os países acompanham os Jogos, potencialmente adquirem o vírus e voltam para a casa, podendo torna-lo endêmico", dizia o texto.
O principal risco, na avaliação dos pesquisadores, seria que atletas contraíssem a doença e voltassem para suas casasbet77 bonuspaíses pobres que ainda não foram afetados pelo surto da doença.
A reportagem questionou a OMS sobre o tema. "Do pontobet77 bonusvistabet77 bonussaúde pública, cancelar ou mudar o local da Olimpíadabet77 bonus2016 não vai alterar significativamente a disseminação internacional do vírus Zika", disseram porta-vozes.
"Para a maioria dos atletas e outros viajantes o riscobet77 bonusinfecção é baixo. Apesar disso, podemos esperar que alguns viajantes serão infectados pelo Zika e que novos países reportarão, no futuro, casos 'importados' do Brasil ebet77 bonusoutros locais onde o vírus circula.
"O risco para mulheres grávidas é significativo, e elas não devem viajar para a Olimpíada ou outras áreas afetadas", continua a Organização.
"A OMS continua a monitorar a transmissão do vírus e seus riscos no Brasil ebet77 bonusoutros países, para atualizar as recomendações, se necessário. E vamos continuar a fazê-lo."
A organização diz ainda que suas recomendações são frutobet77 bonuscontribuiçõesbet77 bonuscentenasbet77 bonusespecialistas independentes e que o Comitê Emergencial é apenas "partebet77 bonusum amplo lequebet77 bonusatividades conduzidas pela OMS para alcançar conclusões sobre o vírus".
Contraponto
Na última quinta-feira, o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o posicionamento dos cientistas é um "exagero".
"Há um excessobet77 bonuszelo. A doença já está presentebet77 bonus60 países. Não será a Olimpíada que vai propagar a doença", afirmou.
Segundo a OMS, 57 países registraram casosbet77 bonuszikabet77 bonustodo o mundo. Masbet77 bonusapenas oito - Brasil, Colômbia, Martinica, Panamá, Polinésia Francesa (França), Cabo Verde, Eslovênia e Estados Unidos - foram identificados casosbet77 bonusmicrocefalia e outras malformações fetais "potencialmente associados" à zika.
O grupobet77 bonuscientistas internacionais alega que as posições do governo brasileiro e da OMS são "perigosas".
"A linhagem do vírus no Brasil é distinta da maioria destes 60 países", disse à reportagem o professor canadense Amir Attaran.
"Digamos que estivéssemosbet77 bonus1918 e eu dissesse que estou muito preocupado com a gripe espanhola. Aí uma organização importantebet77 bonussaúde diz que não devo me preocupar porque o vírus da gripe já existebet77 bonusvários países. Entende a metáfora?".
O professor Attaran afirma ainda que questõesbet77 bonussaúde pública precisam ser separadasbet77 bonusinteresses econômicos.
"De um lado temos a importância econômica dos jogos para o Brasil e o dinheiro que já foi investido nisso. De outro, temos crianças nascendo com problemas cerebrais. Se eles quiserem priorizar o dinheiro, está bem, mas que sejam completamente abertos e transparentes nisso".
Novos casos
O último boletim divulgado pelo ministério da Saúde, na última terça-feira, indica que o númerobet77 bonuscasos confirmadosbet77 bonusmicrocefalia no Brasil chegou a 1.151. Pernambuco e Bahia, com 363 e 252 casos, respectivamente, são os Estados que registram o maior númerobet77 bonusconfirmações.
Desde 22bet77 bonusoutubro, quando dados sobre a doença começaram a ser organizados, 7.830 notificações sobre a síndrome foram realizadas. Destas, 3.262 foram descartadas e outras 3.017 seguembet77 bonusinvestigação.