'Nós da imprensa somos bonscasas de apostas ao vivomonitorar diversidade - no quintal dos outros':casas de apostas ao vivo

Silvia Salek
Legenda da foto, Diretoracasas de apostas ao vivoredação da BBC Brasil Silvia Salek afirma que é preciso começar a aplicar a diversidade nas próprias reportagens

Enviei para minha equipe uma mensagemcasas de apostas ao vivoWhatsApp pedindo que a gente usasse a polêmicacasas de apostas ao vivotorno do gabinetecasas de apostas ao vivoMichel Temer para fazer uma autocrítica, uma reflexão sobre nosso papel como parte do problema. A faltacasas de apostas ao vivorepresentatividade na nossa equipe merece essa autocrítica. Nossa diversidade étnica é baixíssima e são poucos os profissionais fora do eixo Rio-São Paulo. Mas, na mensagem, me referia especificamente ao conteúdo que produzimos.

É que nós normalmente enxergamos a pluralidadecasas de apostas ao vivoum contexto ideológico. Temos como missão buscar o equilíbrio. E temos feito isso com relativo sucesso. No domingo, na nossa página do Facebook, por exemplo, disse o leitor João Rodrigues: "Eu vendo alguns chamando a BBCcasas de apostas ao vivopetista e outros,casas de apostas ao vivogolpista, e chego à conclusãocasas de apostas ao vivoque a BBC está sendo imparcial. Parabéns BBC por mostrar os dois lados da moeda". Mas nossa missão não se restringe a dar voz a Kim Kataguiri, do MBL, e a Guilherme Boulos, do MTST.

Somos bonscasas de apostas ao vivomonitorar a diversidade. Mas,casas de apostas ao vivopreferência, no quintal do outros. É a Câmara que só tem 10%casas de apostas ao vivomulheres, são as empresas com poucascasas de apostas ao vivocargos executivos. Chegamos a fazer,casas de apostas ao vivo2014, um excelente texto mostrando como não havia meninas negras retratadas nas revistas para a adolescentes no Brasil. A autora, uma então estudantecasas de apostas ao vivoJornalismo negra, dizia: "Estou no Brasil, mas me sinto na Rússia". Mais uma vez, botamos o dedo na ferida - dos outros.

Diversidade

Crédito, Thinkstock

Mas quantas vezes publicamos reportagenscasas de apostas ao vivoque só homens são entrevistados? Quantos personagens negros usamoscasas de apostas ao vivoreportagens que não sejam sobre os temas "típicos", como racismo e preconceito? A mesma lógica vale para pessoas com deficiência. Estamos restringindo essa representação a espaços cativos? E por que nos concentramos tantocasas de apostas ao vivoentrevistadoscasas de apostas ao vivoSão Paulo, Rio e Brasília?

A crise da microcefalia nos mostrou como há cientistas gabaritados no Nordeste. Se conseguimos falar com brasileiros nos mais longínquos rincões do mundo, por que é tão difícil encontrar um sociólogocasas de apostas ao vivoGoiânia com um estudo interessante, um cardiologistacasas de apostas ao vivodestaquecasas de apostas ao vivoMaceió? Essas são apenas algumas perguntas que mostram como a busca pela pluralidade é mais complexa do que parece à primeira vista.

Que visões e exemplos estamos deixandocasas de apostas ao vivoconhecer por conta dessa miopia? Sim, porque a questão aqui não se restringe ao direito ao espaço, a uma espéciecasas de apostas ao vivo"cota da aspa". A questão essencial é: o que estamos perdendo ao não representar essas vozes?

Do pontocasas de apostas ao vivovista intelectual, estamos deixandocasas de apostas ao vivoter acesso à riquezacasas de apostas ao vivoconteúdo que o Brasil pode oferecer. Em termos econômicos, não estamos nos conectando -casas de apostas ao vivoigual para igual - com inúmeras partes do país onde aumenta o acesso à internet, aumenta a renda e novos mercados se abrem. E que mundo estamos ajudando a manter com a reproduçãocasas de apostas ao vivoum modus operandi antigo - e obsoleto -casas de apostas ao vivose enxergar o mundo ecasas de apostas ao vivose fazer Jornalismo?

A conversa com a equipe hoje pelo WhatsApp já rendeu uma sériecasas de apostas ao vivoexcelentes ideias práticas. Uma repórter sugeriu criarmos uma agendacasas de apostas ao vivocontatos fora do eixo Rio-SP. Um repórter sugeriu uma painelcasas de apostas ao vivomulheres que avaliassem as primeiras medidas do gabinetecasas de apostas ao vivohomens. Seria excludente para chocar mesmo. "E quem são as mulheres que poderiam ter sido ministras, digamos, da Ciência e Tecnologia?", perguntou outro. Não sei. Mas, se a imprensa não der voz a elas, dificilmente, serão um dia. Muitas perguntas, algumas respostas e um compromissocasas de apostas ao vivorefletir melhor nossa sociedadecasas de apostas ao vivoconstante transformação.